Tag: Incêndios

  • Roraima tem 45% do total de focos de queimadas do país em fevereiro

    Roraima tem 45% do total de focos de queimadas do país em fevereiro

    O estado de Roraima registrou em fevereiro deste ano 2.057 focos de queimadas, segundo dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número corresponde a 45% de todos os focos detectados no país no mês passado (4.568).

    Desde o início do ano, são 2.661 focos de queimadas detectados em Roraima. O número é maior do que todos os focos registrados em 2023 no estado: 2.659. Em fevereiro do ano passado, foram registrados 168 focos em Roraima.

    O governo do estado decretou situação de emergência em nove municípios de Roraima devido aos efeitos da estiagem na região: Amajari, Alto Alegre, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã.

    Os municípios com mais focos de queimadas em fevereiro são Mucajaí (401), Caracaraí (335), Amajari (235) e Rorainópolis (218).

    Estiagem

    O estado passa por um período de forte estiagem, agravado pela influência do fenômeno do El Niño. O Rio Branco, o principal do estado, atingiu o nível de – 0,13 metro, segundo a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer).

    A produção de água potável nos poços artesianos do estado foi reduzida em 20%, o que, segundo a Caer, acaba ocasionando baixa pressão na rede de distribuição de água dos bairros mais afastados. O governo do estado instalou pontos de coleta de água potável gratuita nas sedes dos municípios e também disponibiliza abastecimento na matriz da Caer.

    O Corpo de Bombeiros de Roraima aponta a prática local de atear fogo para “limpar” a terra como uma dos fatores que agravam a situação, uma vez que o fogo pode sair de controle.

    Governo do estado

    A Secretaria de Comunicação Social de Roraima informou, em nota, que o cenário da estiagem preocupa. “Mas não é possível mensurar em comparações temporais, uma vez que a situação depende do comportamento climático dos próximos meses. Houve períodos anteriores de seca e queimadas no Estados, com destaque para os anos de 1998, 2010 e 2016.”

    Entre as medidas de combate às queimadas adotadas pelo governo do estado está a convocação dos prefeitos de todos os municípios para elaborar planejamento das ações de enfrentamento às queimadas. O governo do estado também solicitou reforço do governo federal para atuar de forma integrada e responder à situação.

    Edição: Juliana Andrade

    — news —

  • Pantanal sem incêndios ativos após chuvas

    Pantanal sem incêndios ativos após chuvas

    As chuvas que caíram nos últimos dois dias em Mato Grosso, estado mais afetado pelos incêndios florestais no Pantanal, foram suficientes para apagar o fogo na maior planície de inundação contínua do planeta.

    Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), não há mais focos de incêndios ativos no Pantanal nesta terça-feira (21.11). Em todo o estado, há apenas um foco de calor ativo, no município de Tangará da Serra.

    A previsão do tempo é para mais chuva nos próximos dias, o que deve manter o Pantanal sem incêndios ativos. No entanto, é necessário manter a atenção redobrada, pois as chuvas podem ser pontuais e não persistentes.

    “Choveu no Pantanal! É um alívio muito grande, mas nem de longe é um sinal de que essas operações devem ser encerradas. Agora é momento de vigilância e, para nós da fauna, é extremamente importante continuar com o monitoramento para avistar os animais que foram queimados e possam estar precisando de apoio neste momento”, informou um dos brigadistas do SOS Pantanal.

    O instituto sem fins lucrativos que trabalha em defesa do bioma pede que as equipes de órgãos oficiais mantenham-se em ação para monitorar a região e prestar assistência aos animais que foram afetados pelos incêndios.

  • Governo reforça ações de combate ao fogo no Pantanal

    Governo reforça ações de combate ao fogo no Pantanal

    A Defesa Civil Nacional e o Ministério da Defesa ajudarão no combate aos incêndios que estão ocorrendo no norte do Pantanal. O anúncio foi feito nessa segunda-feira (13) por integrantes dos governos federal e de Mato Grosso, em reunião emergencial ocorrida no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

    O Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) já haviam anunciado reforço de brigadistas e aviões na região, onde atuam desde julho. Há, no Pantanal, 299 servidores federais atuando no combate ao fogo, com o apoio de quatro helicópteros – dois do Ibama, um do ICMBio e um da PF.

    A coordenação das equipes é feita a partir de uma sala de situação em Porto Jofre (MT) e pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), que reúne mais de dez órgãos federais.

    Incêndios

    Oitenta e sete incêndios foram combatidos no Pantanal, desde que três raios atingiram, em outubro, o Parque Nacional (Parna) do Pantanal, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Dorochê e propriedade particular próxima, no norte do estado de Mato Grosso. O fogo atingiu 27 mil hectares (ha) no Parna e 23 mil na RPPN.

    “Desde então, 47 brigadistas federais se concentram na região”, informou o Ministério do Meio Ambiente (MMA) referindo-se aos 37 incêndios ocorridos em terras indígenas, 29 em áreas privadas, 17 em assentamentos e quatro em unidades de conservação.

    Segundo o ministério, quase 36 mil hectares foram queimados no Parque Estadual Encontro das Águas.

    O planejamento do governo federal visando às ações preventivas a incêndios no Pantanal começou em janeiro. Em maio, foi lançado o Plano de Ação para o Manejo Integrado do Fogo no Pantanal, que conta com a participação da sociedade civil e dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

    O plano conta com a ajuda de comunidades ribeirinhas da região. Entre as ações implementadas está a campanha Pantanal Sem Incêndios, veiculadas nos dois estados.

    De acordo com o MMA, 3.534 brigadistas federais estão atuando no país. O número é 12% maior do que o utilizado em 2022.

    “No estado de Mato Grosso, tivemos aumento de 23% dos brigadistas em relação a 2022. É uma questão de emergência, estamos agindo em conjunto”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a reunião no Ibama.

    Edição: Graça Adjuto
    — news —

  • Brigadistas passam por capacitação durante o dia de Corpus Christi em Lucas do Rio Verde

    Brigadistas passam por capacitação durante o dia de Corpus Christi em Lucas do Rio Verde

    Os dez brigadistas do curso de formação promovido pelo Corpo de Bombeiros em Lucas do Rio Verde participaram nesta quinta-feira, dia de Corpus Christi, de uma atividade de queima controlada. Ela aconteceu numa área devidamente preparada por militares da 13ª CIBM no bairro Vida Nova.

    De acordo com o comandante adjunto da corporação, Tenente Wolf, os brigadistas serão um apoio importante para o Corpo de Bombeiros no período de estiagem, onde são comuns casos de incêndios e queimadas urbana e rural. O oficial lembrou que a brigada é uma importante cooperação entre Estado e município.

    “Eles passaram por um processo seletivo, inclusive o curso de formação desses brigadistas faz parte do processo de seleção”, explicou o tenente.

    Além das atividades práticas, os dez brigadistas passaram por provas teóricas. A classificação final vai indicar os seis que serão contratados pela Prefeitura Municipal e formarão a Brigada Mista. Os remanescentes ficarão como cadastro de reserva, sendo convocados em caso de emergência.

    Atividade prática

    Segundo o oficial, a atividade prática é importante para que o brigadista sinta como é o combate a incêndios e queimadas. “Sentindo um pouco a presença do fogo, aplicando a prática, vendo o resultado com as ferramentas e com os equipamentos. Temos os abafadores, mochilas costais, que tem a capacidade de carregar 20 litros de água, e também temos os assopradores”, detalhou.

    Todo esse aparato é importante para que a guarnição atue de forma mais eficiente no combate a incêndio florestal, em locais onde as viaturas não têm acesso.

    Após a capacitação, todos os brigadistas estarão aptos para atuar juntamente com o Corpo de Bombeiros. “Hoje já tem condições de estar atuando no incêndio Florestal. Ainda tem um pouco mais é de atividades ainda com o pessoal”, explicou o comandante adjunto da 13ª CIBM.

    São três dias de capacitação com várias atividades, intercalando entre práticas e teóricas. O início foi na quarta-feira, com o encerramento nesta sexta-feira (09).

    A técnica em enfermagem Gilcilene Freitas Silva é uma das brigadistas. Ela atuou no projeto em 2021 e já sabia das dificuldades em combater focos de incêndio. “A gente sente a fumaça, mas controladamente, você tem que sempre abafando na forma correta. Eles passaram as instruções corretamente pra gente, a gente vai fazendo a prática de abafar o fogo, levanta, abafa, levanta sucessivamente”, explicou.

    Gilcilene indica que o preparo físico é fundamental durante o combate, aliado à prática. Ela disse que a ação de combate foi apenas uma amostra do que vem por aí. “É uma situação que não é bem agravante no momento, mas se fosse já um quadro que já tivesse mais risco, aí com certeza ia puxar mais pela gente. Não teve muito esforço, mas quando é mais intenso, é bem cansativo”, afirmou.

    Queima controlada

    Para realizar a atividade, os bombeiros se preocuparam com todos os detalhes para impedir que o fogo ateado na vegetação seca saísse de controle.

    “É uma ação que nós fizemos todo um planejamento, aceiros, que preparamos o local para que esse incêndio esteja restrito e controlado, para que não se espalhe. Inclusive, temos a presença aqui das viaturas para auxiliar também no combate caso haja imprevisto. Mas o local foi todo preparado para estar recebendo esse treinamento”, concluiu tenente Wolf.

  • Reunião pública vai discutir incêndios e queimadas em Lucas do Rio Verde

    Reunião pública vai discutir incêndios e queimadas em Lucas do Rio Verde

    De 1º de julho e 31 de outubro deste ano está proibido o uso do fogo para limpeza e manejo de áreas rurais em Mato Grosso. O período é necessário porque nesta época do ano as queimadas provocam significativos efeitos prejudiciais ao ecossistema com fortes reflexos à saúde humana.

    Para discutir o assunto, o Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde realizará uma reunião pública. O encontro acontecerá na noite desta segunda-feira (22) a partir de 19 horas no auditório da Câmara Municipal.

    “O intuito é tratar sobre as prevenções das queimadas. Nós sabemos o quanto as pessoas, a sociedade sofre com esse período de estiagem, com o calor e com a baixa umidade. E as queimadas contribuem de forma negativa ainda para que essas pessoas sofram ainda mais, principalmente se tratando dos idosos e crianças, principalmente aquelas pessoas que têm algum tipo de doença respiratória, vêm a ser atingida por conta da questão da fumaça que fica no ambiente”, observou o tenente Wolf Tarik Souza Gomes, comandante adjunto da 13ª CIBM.

    Legislação e sugestões

    O oficial militar lembrou que as queimadas são proibidas ao longo do ano, mas em determinada época do ano há algumas exceções. E nesses casos há autorizações para queimas controladas permitidas pelos órgãos ambientais.

    Porém, com a proibição as pessoas têm que respeitar a legislação ambiental.

    evento bombeiro
    Divulgação

    O comandante adjunto observa que durante a reunião pública, as pessoas podem se manifestar. “Tem esse viés, a gente tratar essa questão da prevenção das queimadas. Aquelas pessoas que, porventura, por outras experiências que já sofreu, talvez no seu bairro, na sua comunidade, e quiser trazer isso, a gente está aberto para tratar essa questão e tratar algumas questões de forma mais pontual”, explicou.

    Monitoramento e combate

    Tenente Wolf informou que o Corpo de Bombeiros realiza monitoramento dessas queimadas via satélite durante todo o ano. Porém, durante o período de estiagem, essa atividade é intensificada. “É importante para que a gente possa estar se dirigindo até os locais desses focos de calor, estar realizando ali tanto o combate quanto a notificação da pessoa que porventura colocou fogo ou que até mesmo deixou o seu terreno ali abandonado”.

    Para fazer o combate, o Corpo de Bombeiros ganhará reforço da uma brigada mista que será formada por integrantes da própria comunidade. Eles passarão por uma capacitação com os militares e estarão a disposição para atuar durante o período proibitivo.

    “É importante reduzir essas queimadas, pela questão toda a questão ambiental e de saúde humanitária mesmo. Esse reforço é muito bem-vindo. Essa parceria com a Prefeitura vai nos apoiar, incentivar nessa atividade de controle e combate às queimadas. Conseguindo mais essa equipe, a gente tem um efetivo maior para combater ainda mais rápido o incêndio. Isso evita que o incêndio ele se alastre e alcance maiores proporções. Dessa forma a gente consegue ter um índice de queimada muito menor”, concluiu.

  • Brasil queimou área equivalente a Colômbia e Chile entre 1985 e 2022

    Brasil queimou área equivalente a Colômbia e Chile entre 1985 e 2022

    Em 38 anos, O Brasil queimou 185,7 milhões de hectares, uma área equivalente aos territórios da Colômbia e do Chile juntos, ou 21,8% do território nacional. É o que revelam os dados do MapBiomas Fogo, mapeamento que contabilizou a extensão consumida pelas chamas entre os anos de 1985 e 2022 a partir de imagens de satélite.

    “Com essa série histórica de dados de fogo, podemos entender o efeito do clima e da ação humana sobre as queimadas e os incêndios florestais”, afirma Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo e diretora de Ciência no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).

    Usando imagens geradas por três satélites Landsat, foi rastreada a ação do fogo em todos os tipos de uso e cobertura da terra em território brasileiro. De acordo com os resultados, o Cerrado e a Amazônia foram os biomas mais atingidos, correspondendo a cerca de 86% da área queimada.

    O Cerrado queimou em média 7,9 milhões de hectares/ano, ou seja, uma área equivalente ao território da Escócia a cada ano. No caso da Amazônia, a média foi de 6,8 milhões de hectares/ano. Quando se analisam as proporções das áreas atingidas dentro dos biomas, o Pantanal foi mais afetado: teve 51% de seu território consumido pelo fogo naquele período.

    Cobertura impactada pelo fogo

    Segundo a análise, mais de dois terços (68,9%) das queimadas e dos incêndios ocorreram em vegetação nativa, embora a proporção varie entre os biomas. Campos e savanas, por exemplo, são tipos de vegetação nativa mais afetados, enquanto Amazônia e Mata Atlântica apresentaram maior incidência de fogo em áreas antrópicas, isto é, alteradas pelo ser humano, tais como zonas de pastagem.

    Mato Grosso foi o estado que apresentou maior ocorrência de fogo no período analisado, seguido por Pará e Maranhão. Já os municípios que mais queimaram no país foram Corumbá (MS), São Félix do Xingu (PA) e Formosa do Rio Preto (BA). Segundo Ane, o fogo nem sempre é indesejável.

    “O fogo só é ruim quando é utilizado de forma inadequada e em biomas que não dependem do fogo para se manter, como a Amazônia. Em biomas como o Cerrado, o Pantanal, o Pampa, o fogo tem um papel ecológico e deve ser manejado de forma correta para não virar um agente de destruição”, explica a especialista.

    Frequência e intensidade

    Embora seja natural em alguns ecossistemas, os dados mostram que a frequência e a intensidade do fogo têm aumentado nos últimos anos, devido ao desmatamento e às mudanças climáticas, que afetam as temperaturas e intensificam os períodos de seca.

    “Para isso, as práticas relacionadas ao Manejo Integrado do Fogo (MIF) são importantes, pois elas podem, através das queimas prescritas e controladas, reduzir a quantidade de material combustível e evitar grandes incêndios”, afirma Ane.

    Os dados completos do mapeamento podem ser acessados gratuitamente na plataforma do MapBiomas, organização que une universidades, ONGs e empresas de tecnologia.

    O estudo disponibiliza ainda recortes por frequência, bioma, estado, município, bacia hidrográfica, unidade de conservação, terra indígena, assentamentos e áreas com Cadastro Ambiental Rural (CAR). Este cadastro é um registro público obrigatório para todos os imóveis rurais e reúne informações para o planejamento ambiental e econômico e para o combate ao desmatamento.

    Edição: Heloisa Cristaldo

  • Amazônia concentra 90% da área com focos de incêndio no 1º bimestre

    Amazônia concentra 90% da área com focos de incêndio no 1º bimestre

    Durante o primeiro bimestre deste ano, 90% das áreas com queimadas foram concentradas no bioma Amazônia, de acordo com um informe emitido pelo Monitor do Fogo, iniciativa do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas) em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O perímetro atingido pelas chamas somou 487 mil hectares, e no primeiro bimestre de 2022 a área se elevou para 654 mil hectares.

    Nos seis biomas do país — Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal –, em 536 mil hectares, houve focos de incêndios. Conforme destaca a pesquisadora Vera Arruda, do Ipam, a área é 28% menor do que a registrada no primeiro bimestre de 2022.

    Segundo a pesquisadora Vera, de modo geral, as chuvas que caracterizam os primeiros meses do ano, no país favorecem a diminuição de incêndios. “Mesmo assim, são muitos hectares queimados, em um período de mais chuva”, afirma a pesquisadora, que integra a equipe responsável pelo Monitor do Fogo.

    Outra particularidade da época é o alto índice de ocorrências em Roraima. O levantamento mostra que as queimadas no estado chegaram a consumir 259 mil hectares, ou seja, 48% do total identificado.

    “Lá tem um tipo de vegetação que se assemelha mais ao Cerrado. Não são só florestas, como na maior parte da Amazônia”, explica Vera. Nos estados de Mato Grosso e do Pará, o fogo atingiu espaços de 90 mil e 70 mil hectares, respectivamente. Juntos, se somados a Roraima, respondem por 79% dos incêndios detectados pela equipe do projeto.

    O Cerrado figura em segundo lugar na lista, com 24 mil hectares atingidos pelo fogo. Perguntada sobre o que a equipe considera uma margem de tolerância quanto aos incêndios, quando se trata do bioma, Vera comenta que, de fato a vegetação se adaptou à presença do fogo.

    A pesquisadora, porém, faz uma observação: “O fogo que acontece, hoje em dia, nos últimos anos, não é mais o fogo que naturalmente ocorreria na vegetação, porque ocorreria mais por presença de raios. Ou seja, mais entre as estações. Mais ou menos, de maio a julho. E a gente vê que, na verdade, o fogo do Cerrado se concentra no auge da estação seca, entre agosto e setembro, que são os meses mais críticos do fogo no Cerrado. A maioria do fogo na vegetação vem de origem antrópica, humana, não é de origem natural.”

    “Além disso, mesmo o fogo que ocorreria de forma natural ocorreria de forma espaçada não queimaria uma mesma área, repetidas vezes. O que a gente vê, com os dados do Monitor, é que a frequência das áreas queimadas no Cerrado também está aumentando. Isso não permite que a vegetação, o ecossistema se recupere”, finaliza.

    Edição: Nádia Franco

  • Corpo de Bombeiros começa a planejar combate a queimadas na região de Lucas do Rio Verde

    Corpo de Bombeiros começa a planejar combate a queimadas na região de Lucas do Rio Verde

    O comando do Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde está definindo o plano de combate a queimadas deste ano. As ações iniciam a partir do decreto de estado de emergência ambiental. O período de vigência do documento inicia em maio e vai até novembro deste ano e foi definido pelo Governo de Mato Grosso. Já o período proibitivo de queimadas vai de julho a outubro próximo.

    De acordo com o comandante da 13ª Cia Independente de Bombeiros Militar, major Alex Queiroz, de julho a outubro fica proibido qualquer tipo de queimada na zona rural. Comumente o fogo é usado para limpeza de área em propriedades rurais. Já na zona urbana, a prática é proibida ao longo de todo o ano.

    “As nossas equipes já estão preparadas para atender. Até o momento, nós registramos poucas ocorrências, mas já registramos algumas até o mês de abril. Foram três queimadas aqui na cidade de Lucas do Rio Verde”, informou o oficial militar.

    A partir do registro a ocorrência, há diligencias para tentar identificar o autor do procedimento. Caso isso ocorra, os responsáveis por atear fogo serão notificados pela Secretaria de Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde. Não é descartado o registro de ocorrência policial e aplicação de multa.

    “Observamos que aqui na zona urbana, os incêndios que ocorrem são intencionais. Infelizmente são pessoas que colocam fogo, tentam até fazer a limpeza de uma área, colocar fogo no lixo, porém, com as condições adversas, com bastante vento nesta época, a vegetação bastante seca, o fogo acaba se alastrando. E aí prejudica os vizinhos, toda a população que sofre com os efeitos do clima, com muita fumaça. Pedimos a essas pessoas que se conscientizem”, destacou.

    Zona rural

    O início da estiagem coincide com a colheita do milho, condição que traz preocupação ao meio ambiente. O clima seco, aliado ao vento forte e umidade baixa deixa a vegetação vulnerável ao fogo. Como a colheita é realizada ao longo do dia, inclusive em períodos mais quentes, o risco de ocorrer uma queimada é bastante grande.

    “Os proprietários rurais são bem orientados a evitar fazer a colheita nos horarios mais quentes do dia. Eles têm que também próximo uma equipe pronta pra atuar caso tenha algum incidente. Mas, como vimos no ano passado, ocorreram alguns incêndios que devastaram uma grande área próximo a região do Morocó também na Primaverinha”, recorda o comandante do Corpo de Bombeiros.

    O incêndio ocorrido no ano passado, na região do Primaverinha, em Sorriso, consumiu cerca de 2 mil hectares. “Gerou um prejuízo muito grande, animais foram mortos e é um prejuízo pra cidade também”, ressalta o major, lembrando que Lucas do Rio Verde foi tomada por fumaça da queimada em Sorriso. “Crianças, principalmente idosos, com problemas respiratórios, sofrem muito nesta época em razão desses acontecimentos”.

    Reforço

    corpo de bombeiros firma parceria com prefeituras para criacao de brigadas mistas de combate aos incendios florestais
    Trabalho da equipe de brigadistas é fundamental para conter o avanço do fogo na floresta durante o período de seca. – Foto por: Mayke Toscano/Secom-MT |Secom-MT

    O planejamento do Corpo de Bombeiros relacionado ao combate de queimadas e incêndios vem sendo aperfeiçoado ao longo dos anos. No ano passado, por exemplo, a corporação contou com apoio aéreo para identificar focos e otimizar as ações de enfrentamento.

    Para este ano, houve a aquisição de materiais que serão usados para combater essas ocorrências.

    “O gargalo nosso hoje eu posso dizer que é material humano mesmo. Está tendo um concurso e que está em andamento, para contratação de novos bombeiros, porém isso vai demorar um pouquinho ainda”, explica Alex, citando que há o período de convocação e treinamento dos futuros militares, que deve demandar um período longo. “A gente não conta com eles por agora. Porém, em conversa com a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, estamos tentando viabilizar a contratação de brigadistas neste período. Já tive reuniões com o prefeito, secretário, e estão querendo ajudar. Se for possível será feita essa contratação pra apoiar a gente neste período”, citou.

    A contratação de brigadistas permitirá ao comando manter militares para atendimento de ocorrências diversas no município. O trânsito, por exemplo, requer atenção especial do Corpo de Bombeiros, com ocorrências diárias no município, algumas com certa gravidade.

  • Governo apresenta ao Legislativo estrutura e ações de combate aos incêndios em MT

    Governo apresenta ao Legislativo estrutura e ações de combate aos incêndios em MT

    O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) apresentaram aos deputados estaduais ações e investimentos de combate aos incêndios em todo o estado, em especial no Pantanal, durante visita à Estrada Parque Transpantaneira, localizada em Poconé (102 quilômetros distante de Cuiabá) nesta quinta-feira (02.09).

    Os parlamentares conheceram os lagos artificiais feitos para os animais, abastecidos com água do poço artesiano perfurado na Transpanteneira, nos km 31 e 47 da Estrada Parque. A apresentação do panorama do incêndio que acomete o Pantanal pela Corporação ocorreu no km 60, na base da pista de pouso das aeronaves, local onde os aviões são abastecidos.

    O deputado Alan Kardec destacou que o cenário está muito diferente do encontrado nos incêndios do ano passado. “Quero parabenizar a Secretaria de Segurança Pública, e o governador, que instalou unidades do Corpo de Bombeiros em Poconé, e outra em Santo Antônio, isso facilitou o combate aos incêndios, esse é um esforço que a gente reconhece. A Assembleia Legislativa é parceira destinando recursos para várias ações”.

    O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, deputado Carlos Avallone, avaliou como positiva a preparação feita antes do período crítico de incêndios. O parlamentar acrescenta é um dos objetivos da Casa de Leis destinar recursos que serão devolvidos do duodécimo para combate ao fogo no Pantanal, e que esta é uma pauta prioritária.

    “Não é por acaso que estamos com uma redução de 92% nos focos de incêndio. É porque houve uma união das entidades que estão aqui hoje, uma mobilização muito grande”, conta.

    Para o secretário Executivo de Meio Ambiente, Alex Marega, por meio desta visita, o Governo realizou mais uma prestação de contas aos parlamentares e mostrou todo o efetivo que está sendo empregado para os incêndios. Ele destaca que nesta semana, mais 8 maquinários foram enviados para realização de aceiros no Pantanal, totalizando 11 implementos no local.

    “Estamos vendo hoje que houve uma redução dos focos de calor de mais de 92% em relação ao ano passado. A gente percebe que o Corpo de Bombeiros, executando todas as ações, e recebendo os investimentos que foram planejados, estão trazendo esses resultados. Isso é bom para os produtores, para a fauna, e para o cidadão mato-grossense”, afirma sobre o investimento do Governo de R $73 milhões de reais, dos quais R$43 milhões são de uso exclusivo para o combate ao fogo.

    Conforme o diretor operacional do CBM, o coronel bombeiro militar Agnaldo Pereira de Souza, a situação dos incêndios no Pantanal está tranquila em relação ao ano passado. O fogo está sob controle mas ainda está ativo, conta o coronel.

    “Estamos há mais de cinco dias operando no combate a este foco de incêndio, com apoio de maquinários e aeronaves, e a medida que as necessidades forem surgindo, vamos ampliar a nossa capacidade operacional, para o enfrentamento consistente e eficaz do fogo”, explica.

    Estrutura 

    Fazem parte da estrutura empregada no combate ao fogo quatro aeronaves, destas, duas novas do modelo Air Tractor são do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) que também atua junto com o CBMMT no combate. Outras duas aeronaves foram contratadas com recursos do Governo de Mato Grosso e estão em operação desde o dia 27 de agosto.

    No local, o CBM conta com 68 bombeiros militares e civis trabalhando 24 horas por dia para apagar as chamas. Há 11 maquinários empregados nos aceiros enviados. No Pantanal, o CBM conta com apoio Sema-MT, de brigadistas do SOS Pantanal e caminhão-pipa enviados pela empresa Águas Cuiabá, além dos pantaneiros que somam esforços para apagar o fogo.

    O uso do fogo em áreas rurais está proibido para qualquer finalidade em todo o território de Mato Grosso até 30 de outubro de 2021, conforme o decreto estadual  nº 938/2021.  O uso do fogo em áreas urbanas é proibido o ano todo.

     

     

  • Prefeitura, empresários, população e Corpo de Bombeiros se unem no combate a incêndio no Alto da Glória

    Prefeitura, empresários, população e Corpo de Bombeiros se unem no combate a incêndio no Alto da Glória

    A Prefeitura de Sinop representada pelas Secretarias Municipais de Obras e Serviços Urbanos e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, bem como empresários, produtores rurais, comunidade em geral e Corpo de Bombeiros Militar se uniram no combate a um incêndio de grandes proporções registrado na tarde de quarta-feira (18), na região do Loteamento Alto da Glória.

    Devido à intensidade do incêndio, a aeronave do Corpo de Bombeiros, com capacidade de despejar até três mil litros de água por vez, foi utilizada para intensificar o combate. Maquinários agrícolas, caminhões pipas e tratores de produtores rurais e de empresários da região foram usados para fazer aceiros e lançamento de água. O fogo atingiu áreas rurais de pastagem e uma pequena faixa de mata preservada.

    “Assim que recebemos a informação do incêndio mobilizamos a equipe das duas pastas (Obras e Meio Ambiente) e nos deslocamos para região. Com apoio dos empresários da região, moradores e a aeronave do Corpo de Bombeiros e seu efetivo, conseguimos combater as chamas. Foi bastante trabalhoso porque estamos em um período bastante seco e o vento estava relativamente intenso”, comentou a secretária de Meio Ambiente, Ivete Mallmann.

    Ivete lembra ainda que a umidade relativa do ar em todo o estado de Mato Grosso está crítica, em decorrência do período de seca que o estado enfrenta e que pede “que a população nos ajude evitando lançar qualquer material que possa provocar incêndios, como cigarros acesos, vidros ou até mesmo atear fogo em capim, folhas ou qualquer outro material”.

    Em Sinop, a mínima bateu em 12% e a máxima não ultrapassou os 40%, de acordo com os dados do Instituto Clima Tempo. Segundo a meteorologia há previsão de pancadas de chuva de baixa intensidade para o município de Sinop, com chances de 67%, para a quarta, quinta e sexta-feira da próxima semana, dias 25, 26 e 27 de agosto. Com isso, a umidade relativa do ar deve aumentar e os incêndios devem diminuir.