Tag: Incêndios

  • FAB lança 336 mil litros de água para combater incêndios no Pantanal

    FAB lança 336 mil litros de água para combater incêndios no Pantanal

    O Comando Conjunto da Operação Pantanal, da Força Aérea Brasileira (FAB) informa que, desde o dia 28 de junho, quando começou a atuar no combate às queimadas, já lançou 336 mil litros de água nos focos de incêndio na região. Somente nesta quinta-feira (11), em dois voos realizados, 24 mil litros despejados em áreas atingidas pelo fogo.

    Os voos são operados com o Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (MAFFS, do inglês Modular Airborne Fire Fighting System). O equipamento conta com um tubo que projeta água pela porta traseira esquerda do avião, podendo descarregar até 12 mil litros em áreas de incêndio.

    De acordo com o major aviador Rafael Portella Santos, comandante da missão realizada no Pantanal Sul-Mato-Grossense, esta é a primeira vez que a FAB opera o sistema MAFFS instalado no KC-390 Millennium em situação real. “Fizemos diversos treinamentos simulados no decorrer da operação da aeronave para que, hoje, pudéssemos estar aqui com pilotos e tripulantes capacitados para este momento”, afirmou.

    Santos explicou que toda a operação com o sistema MAFFS é realizada em etapas. A primeira ocorre com a coordenação em solo do ponto onde há a necessidade de conter as chamas. Na sequência, é preciso fazer a visualização do local, avaliar a redução de riscos para aeronaves que atuam de forma semelhante e manter o contato com a equipe em solo. A partir daí, ocorre a primeira passagem, objetivando a precisão e a segurança da operação e, depois, o sobrevoo para o lançamento da água.

    Na sequência, a aeronave retorna para oeabastecimento, podendo decolar novamente em cerca de 40 minutos.

    Desde o início da missão, a FAB já realizou 28 voos de apoio ao bioma Pantanal, somando 28 horas e 35 minutos de voo.

    Edição: Nádia Franco

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  • Exército intensifica combate a incêndios no Pantanal de Mato Grosso

    Exército intensifica combate a incêndios no Pantanal de Mato Grosso

    Os helicópteros do Exército Brasileiro estão em operação constante para transportar militares que lutam contra os incêndios na região do Pantanal, em Cáceres, oeste de Mato Grosso. Pelo Rio Paraguai, balsas carregam tratores essenciais para abrir caminhos e facilitar o combate às chamas por terra.

    No Pantanal, o trabalho dos bombeiros é árduo e contínuo. Mesmo após extinguir as chamas visíveis, é necessário monitorar a área, pois o fogo pode continuar avançando debaixo da terra. Um exemplo disso é uma área sem nenhuma chama na superfície, mas com o fogo se propagando lentamente no subsolo.

    Para dar suporte às operações, o Exército montou uma base na rodovia Transpantaneira, principal via de acesso ao Pantanal em Mato Grosso. A base tem capacidade para alojar 150 pessoas e inclui um posto médico para primeiros socorros, além de instalações para preparar a alimentação dos brigadistas e oferecer apoio logístico.

    Poconé, considerada a porta de entrada do Pantanal em Mato Grosso, não registra chuvas significativas (acima de 10 mm) há três meses. A situação é preocupante, pois o período crítico para incêndios na região começa apenas em setembro. A falta de chuvas agrava ainda mais a vulnerabilidade do Pantanal, demandando esforços intensificados das equipes de combate aos incêndios.

  • FAB lança mais de 200 mil litros de água no combate aos incêndios no Pantanal

    FAB lança mais de 200 mil litros de água no combate aos incêndios no Pantanal

    Sob coordenação do Comando Conjunto Pantanal II, a Força Aérea Brasileira (FAB) tem atuado de forma intensa no combate aos incêndios no Pantanal. Ontem, sexta-feira (5/7), a FAB superou a marca de 200 mil litros de água lançados na região de Corumbá, no Mato Grosso Sul.

    Engajada na missão desde 28/06, a aeronave KC-390 Millennium, operada pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus, sediado na Base Aérea de Anápolis (BAAN), já acumulou mais de 27 horas em 22 voos operados com o Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (MAFFS, do inglês Modular Airborne Fire Fighting System).

    FAB lança mais de 200 mil litros de água no combate aos incêndios no Pantanal

    FAB lança mais de 200 mil litros de água no combate aos incêndios no PantanalO equipamento conta com um tubo que projeta água pela porta traseira esquerda do avião, podendo descarregar até 12 mil litros de água em áreas de incêndios. De acordo com o Major Aviador Rafael Portella Santos, comandante da missão realizada no Pantanal sul-mato-grossense, esta é a primeira vez que a FAB opera o sistema MAFFS instalado no KC-390 Millennium em situação real. “Fizemos diversos treinamentos simulados no decorrer da operação da aeronave para que, hoje, pudéssemos estar aqui com pilotos e tripulantes capacitados para este momento”, destaca.

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    O comandante ainda explica que toda a operação com o sistema MAFFS é realizada em etapas. A primeira ocorre com a coordenação em solo do ponto onde há a necessidade de se conter as chamas. Na sequência, é preciso fazer a visualização do local, o desconflito de aeronaves que atuam de forma semelhante e o contato com a equipe em solo. A partir de então, ocorre uma primeira passagem, objetivando a precisão e a segurança da operação e, depois, o sobrevoo para o lançamento da água.

    Na sequência, a aeronave retorna para o reabastecimento, podendo decolar novamente em cerca de 40 minutos. Apenas nesta sexta-feira (05/07), foram realizados quatro voos, cada um deles com o lançamento de 12 mil litros de água em focos de incêndio.

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  • Incêndios florestais degradam 4,72% do Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

    Incêndios florestais degradam 4,72% do Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

    Os incêndios florestais podem ter comprometido cerca de 9% da vegetação nos últimos cinco anos, conforme estimativa da rede Mapbiomas. Segundo o levantamento, a área degradada no bioma entre 1986 e 2021 pode variar de 800 mil hectares (6,8%) a 2,1 milhões de hectares (quase 19%). O estudo destaca que, embora o bioma esteja acostumado com o fogo, existem áreas que são particularmente vulneráveis aos incêndios.

    A iniciativa, que reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia para monitorar o uso da terra no Brasil, lançará nesta sexta-feira (5) uma plataforma dedicada à degradação das áreas florestais. Os dados, mapas e códigos desenvolvidos serão disponibilizados gratuitamente.

    Áreas degradadas são aquelas que não foram totalmente desmatadas, mas que sofreram alterações significativas em sua composição biológica. O Mapbiomas considera fatores como o tamanho e o isolamento dos fragmentos florestais, a frequência das queimadas, a invasão por espécies exóticas e o pisoteio por rebanhos para classificar essas áreas.

    Recorde de Queimadas em Junho

    Junho deste ano registrou a maior média de área queimada no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul desde 2012, segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em apenas 30 dias, mais de 411 mil hectares do bioma foram consumidos pelo fogo, enquanto a média histórica para o mês é de pouco mais de 8 mil hectares.

    A área atingida superou até mesmo a média histórica de setembro, mês em que o Pantanal costuma queimar cerca de 406 mil hectares. No acumulado de 2024, a área devastada chegou a 712 mil hectares até terça-feira (2), representando 4,72% do bioma.

    A Polícia Federal está investigando a origem dos incêndios em algumas áreas. De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, 85% dos incêndios ocorrem em propriedades privadas.

  • Incêndios podem ter degradado 9% do Pantanal nos últimos cinco anos

    Incêndios podem ter degradado 9% do Pantanal nos últimos cinco anos

    Os incêndios podem ter degradado cerca de 9% da vegetação nos últimos cinco anos, segundo estimativa da rede Mapbiomas. De acordo com o levantamento, a área degradada no bioma entre 1986 e 2021 pode variar entre 800 mil (6,8%) e 2,1 milhões de hectares (quase 19%). O estudo mostra que apesar de o bioma conviver com o fogo, existem áreas que são sensíveis aos incêndios.

    A inciativa, que reúne organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia para monitorar o uso da terra no país, lança nesta sexta-feira (5) uma plataforma sobre a degradação das áreas florestais.

    São consideradas áreas degradadas as regiões que não foram completamente desmatadas, mas que sofrem alterações significativas da composição biológica. Entre os fatores considerados pela Mapbiomas estão o tamanho e nível de isolamento dos fragmentos florestais, a frequência das queimadas, invasão por espécies exóticas e o pisoteio por rebanhos.

    Incêndios

    O mês de junho teve este ano a maior média de área queimada no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registrada desde 2012 pela série histórica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em apenas 30 dias, o fogo consumiu mais de 411 mil hectares do bioma, quando, na média histórica, o Pantanal costuma queimar pouco mais de 8 mil hectares.

    A área atingida ficou acima, inclusive, da média histórica de setembro, quando o bioma queima, em média, 406 mil hectares. No acumulado de 2024, a área atingida chegou a 712 mil hectares nessa terça-feira (2), o que corresponde a 4,72% do bioma.

    A Polícia Federal está investigando a origem do fogo em algumas situações. Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, 85% dos incêndios ocorrem em terras privadas.

    Brasil

    Um quarto (25%) da vegetação nativa do Brasil pode estar sujeita à degradação. O levantamento da rede Mapbiomas revelou que entre 11% e 25% das matas do país ficaram expostas a processos destrutivos entre 2021 e 1986. Os percentuais são correspondentes a área de 60,3 milhões de hectares até 135 milhões.

    A Mata Atlântica é o bioma mais degradado proporcionalmente, com área entre 36% e 73% dos remanescentes de vegetação exposta aos processos de destruição, equivalente a área entre 12 milhões e 24 milhões de hectares.

    Em área absoluta, o Cerrado é o bioma com maior degradação, com total que pode variar entre 18,3 milhões e 43 milhões de hectares (de 19,2% a 45,3% do que resta dessa vegetação).

    A segunda maior área degradada está na Amazônia, com um total que pode variar entre 19 milhões e 34 milhões de hectares, correspondendo a algo entre 5,4% e 9,8% do bioma.

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  • Bombeiros se reúnem com Comando Operacional para alinhamento estratégico de combate aos incêndios no Pantanal

    Bombeiros se reúnem com Comando Operacional para alinhamento estratégico de combate aos incêndios no Pantanal

    O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso fez uma reunião com o Comando Operacional Conjunto Pantanal II para alinhamento estratégico de combate aos incêndios florestais no bioma. A reunião foi realizada nesta quarta-feira (03.07), no Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), em Cuiabá.

    “Nos reunimos com o Comando Operacional Conjunto para alinhar nossos trabalhos e estudar formas de apoio no enfrentamento de combate aos incêndios florestais Estamos nos antecipando ao período mais crítico, previsto para agosto e setembro, com base em nosso monitoramento. O Pantanal é um bioma com complexidades únicas que exigem um esforço conjunto para um combate ao fogo mais eficiente”, afirmou o comandante-geral dos Bombeiros, Flávio Gledson.

    “A importância desta reunião se dá pela precisão das informações. Foi um briefing muito bem detalhado, com as áreas afetadas e como está sendo a atuação dos militares. A partir de agora, podemos dar apoio logístico e atender às demais necessidades da região”, afirmou o major-brigadeiro do Ar, Luiz Cláudio Macedo.

    O Comando Operacional está ativado desde 28 de junho por meio da portaria 3.179, do Ministério da Defesa, e tem como objetivo fortalecer as ações de combate aos incêndios florestais no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Fazem parte do Comando as Forças Armadas, Marinha, Exército e Aeronáutica.

    Estrutura de combate

    Durante a reunião, o Corpo de Bombeiros detalhou a estrutura atual de combate. Atuam no Pantanal 35 bombeiros, um servidor do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e oito servidores da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra).

    Participam também das ações brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e membros da Marina.

    O efetivo conta com o apoio de um avião, um helicóptero, oito caminhonetes, cinco pás-carregadeiras, quatro caminhões auto tanque, duas escavadeiras, duas motoniveladoras, duas patrolas, dois quadriciclos, um caminhão pipa, uma pá-carregadeira e um trator.

    Período proibitivo

    Nos três biomas mato-grossenses, já está proibido o uso do fogo para manejo e limpeza de áreas na zona rural. No Cerrado e Amazônia, o uso do fogo fica proibido até 30 de novembro, enquanto no Pantanal a proibição se estende até 31 de dezembro. Na zona urbana, é proibido o ano todo.

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  • Pantanal tem este ano maior área queimada em junho

    Pantanal tem este ano maior área queimada em junho

    O mês de junho teve este ano a maior média de área queimada no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registrada – desde 2012 – pela série histórica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em apenas 30 dias, o fogo consumiu mais de 411 mil hectares do bioma, quando, na média histórica, o Pantanal costuma queimar pouco mais de oito mil hectares.

    A área atingida ficou acima, inclusive, da média histórica de setembro, quando o bioma queima uma média de 406 mil hectares. No acumulado de 2024, a área atingida chegou a 712.075 hectares nesta terça-feira (2), o que corresponde a 4,72% do bioma.

    Nessa segunda-feira (1º), a sala de situação criada pelo governo federal para conter a crise ambiental se reuniu pela terceira vez. A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, declarou que uma confluência de ações humanas é a causa do problema, com focos de fogo gerados por essa ação humana e áreas desmatadas que favorecem a propagação. De acordo com a ministra, a Policia Federal investiga a autoria de pelo menos 18 focos de incêndio.

    Queimadas

    Durante entrevista coletiva, o ministério também divulgou um boletim com balanço da situação das queimadas no Pantanal, que deverá ser atualizado semanalmente. Os dados apontam ainda que a dificuldade de controle de incêndio – calculado a partir de fatores como temperatura, chuva, umidade e vento – é a pior desde 2023. Fatores resultantes de extremos climáticos, que levaram à seca mais grave dos últimos 70 anos, aponta a publicação.

    Os dados sinalizam, ainda, que 85,22% da área queimada ficam em propriedades privadas, enquanto 7,07% em terras indígenas, 4,56 em unidades de conservação (UC) federal, 1,65% em UC estadual, 1,48% em Reserva Particular do Patrimônio Natural e apenas 0,02% em UC municipal.

    Atualmente as ações de combate ao fogo atuam em 34 frentes, com iniciativas que somam esforços dos governos federal e do estado do Mato Grosso do Sul, tendo mais de 500 pessoas mobilizadas.

    O boletim também reúne ações do governo federal em ordem cronológica, que inclui o planejamento, aquisição de equipamentos e mobilização de brigadistas desde janeiro de 2024, assim como a portaria do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que declarou, ainda em abril, emergência ambiental no Pantanal, como medida preventiva.

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  • Governo vai liberar R$ 100 mi para combate a incêndios no Pantanal

    Governo vai liberar R$ 100 mi para combate a incêndios no Pantanal

    O governo federal irá liberar R$ 100 milhões para ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de combate aos incêndios no Pantanal, bioma que está em situação de emergência.

    De acordo com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, os recursos serão para salvar “a maior planície alagável do mundo”.

    Diante do aumento dos focos de incêndio no Pantanal, o governo acionou nesta segunda-feira (24) a sala de situação para definir medidas urgentes para controle do fogo na região. Além da liberação de recursos, foi definido o envio de brigadistas e de agentes da Força Nacional para as ações de combate e a visita de uma comitiva ministerial.

    Na sexta-feira (28), as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, Simone Tebet e o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, devem ir a Corumbá (MS), cidade com maior concentração dos incêndios. Os ministros participaram da reunião de segunda-feira.

    Conforme nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a visita servirá para conhecer a realidade local, entregar equipamentos, aeronaves e conduzir equipes de brigadistas que atuarão no território. Os ministros ainda devem se reunir com autoridades e representantes da sociedade.

    Brigadistas e Força Nacional

    O combate aos incêndios no Pantanal terá o reforço de mais 50 brigadistas do Ibama e 60 agentes da Força Nacional.

    Atualmente, a operação no território conta com a atuação de 175 brigadistas do Ibama, 40 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e 53 combatentes da Marinha. Eles agem em conjunto com polícias e bombeiros locais.

    Marina Silva destaca que está “é uma das piores situações já vistas no Pantanal”. “Toda a bacia do [rio] Paraguai está em escassez hídrica severa. Nós não tivemos a cota de cheia. Não tivemos o interstício entre o El Niño e La Niña e isso faz com que uma grande quantidade de matéria orgânica — em ponto de combustão — esteja causando incêndios que estão fora da curva”, explicou em entrevista à imprensa, nesta segunda-feira (24). O fenômeno climático natural El Niño é caracterizado pelas chuvas acima da média, enquanto o fenômeno La Niña apresenta seca acima da média.

    Helicópteros e aeronaves

    O Ministério da Defesa disponibilizará seis helicópteros, duas aeronaves e também embarcações necessárias ao transporte dos militares e brigadistas pelos rios. Uma das aeronaves militares de grande porte é o KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira (FAB), com capacidade de carregar até 10 mil litros de água em cada voo para combater os incêndios.

    O governo federal estuda ainda a implantação de base avançada, na estrada Transpantaneira, para que os brigadistas e combatentes do incêndio fiquem mais próximos aos focos de fogo e, desta forma, acelere a logística do trabalho.

    Neste momento, as Forças Armadas já mantêm outras duas bases avançadas no bioma.

    Fogo no Pantanal

    Entre 1º de janeiro e 23 de junho de 2024, a área queimada no bioma alcançou 627 mil hectares, ultrapassando em 142,9% os 258 mil hectares queimados em 2020, de acordo com a nota técnica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), sobre a evolução das áreas afetadas pelo fogo e das condições climáticas no Pantanal.

    A Lasa-UFRJ explica que as altas temperaturas e a seca extrema e persistente dos últimos 12 meses levaram ao elevado acúmulo de material combustível em toda a região do Pantanal. A instituição confirmou ainda que os incêndios de 2024 foram originados a partir de ação humana.

    A ministra do Meio Ambiente estima que, neste momento, existam 27 grandes incêndios, sendo que 85% estão em propriedades particulares no Mato Grosso do Sul. “Os municípios que mais desmatam são também os mais atingidos pelos incêndios”, disse Marina Silva.

    Marina Silva afirmou também que o Ministério da Justiça e Segurança Pública tem trabalhado para identificar os responsáveis. “Além de disponibilizarem efetivo de pessoas para o enfrentamento e aeronaves, eles [Ministério da Justiça] estão fazendo um trabalho de inteligência para que todos aqueles criminosos que estão provocando incêndios criminosos possam ser devidamente investigados e punidos”.

    Atuação dos estados

    No início do mês, os governos de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso proibiram definitivamente o manejo de fogo até o final do ano, inclusive para atividades de renovação de pastagem. Com os decretos, mesmo a queima controlada para pasto ou cultivos no Pantanal será tratada como crime. A medida emergencial leva em consideração a estiagem, a baixa umidade e o aumento dos focos de incêndio no Pantanal.

    Por isso, os bombeiros orientam a população que denuncie qualquer indício de incêndio, pelos números 193 ou 190.

    Nesta segunda-feira, o Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência em cidades atingidas pelos incêndios no Pantanal. O decreto válido por 180 dias facilita o acesso a recursos extraordinários para enfrentar a situação.

    O governo sul-mato-grossense afirma que criou 13 bases permanentes no Pantanal e tem operado para combater as chamas no bioma com três helicópteros e uma aeronave agrícola.

    No Mato Grosso, o balanço do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que no estado, nesta segunda-feira (24) até as 17h, foram registrados 74 focos de calor. Deste total, 36 focos no bioma da Amazônia; 28, no Pantanal; e 17 no Cerrado. Porém, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso extinguiu o incêndio florestal na Chapada dos Guimarães.

    Os bombeiros realizaram 34 operações militares, com uso de avião, helicóptero, dois caminhões-pipa, sete caminhonetes, um barco, quatro pás-carregadeiras, duas motoniveladoras, um trator e um quadriciclo, além do monitoramento remoto com satélites.

    Bioma

    O Pantanal, localizado no centro da Bacia do Alto Paraguai (BAP) na América do Sul, abrange uma área de 179.300 km², distribuídos entre Brasil (78%), Bolívia (18%) e Paraguai (4%). No Brasil, o Pantanal está situado nos estados de Mato Grosso (35%) e Mato Grosso do Sul (65%) e é caracterizado por estações seca e chuvosa bem definidas, com as chuvas concentradas no verão (novembro a março). A biodiversidade do bioma conta com mais de 2 mil espécies de plantas e, na fauna, são 582 espécies de aves, 132 de mamíferos, 113 de répteis e 41 de anfíbios registrados.

    Na área pantaneira, vivem aproximadamente 1,1 milhão de pessoas no Brasil; 16,8 mil pessoas, na Bolívia; e 8.400, no Paraguai, segundo instituto sem fins lucrativos SOS Pantanal.

    Edição: Carolina Pimentel

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  • Pantanal em chamas: Incêndios crescem 1025% no primeiro semestre de 2024

    Pantanal em chamas: Incêndios crescem 1025% no primeiro semestre de 2024

    O Pantanal brasileiro, um dos ecossistemas mais ricos e diversos do mundo, está enfrentando uma crise sem precedentes. No decorrer do ano, a região alterna entre os períodos de seca e cheia. No entanto, em 2024, a temporada de incêndios, que tradicionalmente se inicia em julho, começou mais cedo e com uma intensidade alarmante. Os focos de incêndio em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul aumentaram 1025% nos primeiros seis meses de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023.

    Segundo dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de janeiro a junho de 2024, foram registrados 698 focos de incêndio em Mato Grosso do Sul, que abriga 60% do Pantanal brasileiro. Este número é uma explosão comparada aos 62 focos registrados no mesmo período do ano passado. Em Mato Grosso, que contém os outros 40% do bioma, houve 495 focos de incêndio em 2024, em contraste com apenas 44 no primeiro semestre de 2023.

    • 2024: 1193 focos de incêndio de 1º de janeiro a 7 de junho.
    • 2023: 106 focos de incêndio de 1º de janeiro a 7 de junho.

    Este aumento dramático coloca 2024 como o segundo pior ano para incêndios no Pantanal desde 2010, ficando atrás apenas de 2020, quando as chamas devastaram aproximadamente 4 milhões de hectares, cerca de 26% do bioma.

    Enquanto as chamas consomem vastas áreas do Pantanal, outro problema grave assola a região: a seca recorde do rio Paraguai, a principal bacia hidrográfica do bioma. O rio está mais de 2 metros abaixo de sua média histórica, exacerbando ainda mais as dificuldades de combate aos incêndios e prejudicando a fauna e a flora locais.

    As autoridades e organizações ambientais estão em alerta máximo. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e os bombeiros estão mobilizados para enfrentar os focos de incêndio, mas a extensão e a intensidade das chamas representam desafios enormes. A combinação de altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes cria condições propícias para a rápida propagação dos incêndios.

    Especialistas apontam várias causas para a situação crítica. As mudanças climáticas desempenham um papel fundamental, alterando os padrões de precipitação e temperatura, e tornando os períodos de seca mais intensos e prolongados. Além disso, atividades humanas como o desmatamento e a agricultura extensiva aumentam a vulnerabilidade do Pantanal aos incêndios.

    As consequências são devastadoras. A perda de biodiversidade, a degradação do solo e a emissão de grandes quantidades de gases de efeito estufa são apenas alguns dos impactos negativos. A economia local, que depende do turismo e da pesca, também sofre com a destruição ambiental.

    A crise atual exige ações urgentes e coordenadas. É crucial fortalecer as políticas de prevenção e combate a incêndios, investir em tecnologias de monitoramento e resposta rápida, e promover práticas sustentáveis de uso do solo. A colaboração entre governos, organizações não governamentais, comunidades locais e a sociedade civil é essencial para proteger o Pantanal e garantir sua preservação para as futuras gerações.

    O Pantanal está em um ponto crítico, e o aumento alarmante dos focos de incêndio em 2024 é um sinal claro da urgência da situação. As ações tomadas agora determinarão o futuro deste ecossistema vital e único. É imperativo que todos os envolvidos unam forças para enfrentar essa crise ambiental e trabalhar pela recuperação e conservação do Pantanal.

  • Incêndios no Pantanal crescem 974% em 2024 e Mato Grosso está entre os estados mais afetados

    Incêndios no Pantanal crescem 974% em 2024 e Mato Grosso está entre os estados mais afetados

    Após uma intensa temporada de incêndios em novembro passado, o Pantanal volta a ficar sob alerta. De janeiro ao início de junho de 2024, os focos de incêndio no bioma aumentaram 974% em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Programa de BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

    A combinação de altas temperaturas e chuvas abaixo das médias históricas desde o final do ano passado contribuiu para uma situação alarmante. A seca intensa e a baixa quantidade de água disponível no território têm aumentado a vulnerabilidade do bioma, levando à necessidade de decretar situação de emergência em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no final do ano passado, após o registro de mais de 2.000 focos de incêndio em menos de duas semanas.

    Os municípios mais afetados pelo aumento dos incêndios incluem Aquidauana, Miranda, Corumbá e Porto Murtinho no Mato Grosso do Sul, e Poconé, Barão de Melgaço, Cáceres e Itiquira no Mato Grosso. Além disso, áreas fronteiriças com a Bolívia também estão sob ameaça.

    Cyntia Santos, analista do WWF Brasil, destaca que a situação atual, embora preocupante, ainda não alcança os níveis críticos registrados no final do ano passado. A intensidade da seca e a baixa quantidade de água disponível indicam que a situação pode piorar, com riscos de incêndios de maior extensão. Os dados oficiais e o monitoramento por entidades ambientalistas são essenciais para o planejamento de ações de combate ao fogo e estratégias das brigadas voluntárias treinadas.

    O Serviço Geológico Brasileiro relatou que o rio Paraguai, principal da região, apresenta os menores níveis históricos, agravando ainda mais a situação. Além das condições naturais, as ações humanas, como desmatamento e incêndios acidentais ou criminosos, são fatores críticos que aumentam a vulnerabilidade do solo e contribuem para a proliferação de incêndios.

    Durante o evento “Raízes do Pantanal”, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, enfatizou a importância de uma abordagem estruturada e racional para a preservação do bioma. Ele ressaltou a necessidade de punir severamente os infratores ambientais e destacou os investimentos do governo estadual em proteção ambiental. “Nos últimos cinco anos, o Governo de Mato Grosso investiu mais de R$ 260 milhões no plano de proteção ambiental. Em 2024, são R$ 74,5 milhões que serão fundamentais para garantir a fiscalização e o cumprimento da lei na preservação dessas áreas”, afirmou Mendes.

    O aumento drástico nos focos de incêndio no Pantanal em 2024 coloca em alerta as autoridades e organizações de preservação ambiental. A combinação de condições climáticas adversas e ações humanas contribui para uma situação crítica que exige intervenção imediata e coordenada para proteger um dos biomas mais importantes e vulneráveis do Brasil.