Tag: Incêndios

  • Brasil tem 1 milhão de focos de queimada registrados em 5 anos

    Brasil tem 1 milhão de focos de queimada registrados em 5 anos

    Dados da plataforma Terrabrasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que concentra informações de satélite sobre cobertura vegetal, desmatamento e queimadas, indicam que o país teve 1 milhão de focos de queimada entre os anos de 2020 e 2024. Nesse intervalo, o ano com maior quantidade de registros foi justamente o de 2024, o que ocorreu, segundo o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA), em razão de seca excepcional – segundo a pasta a pior nos últimos 74 anos.

    A maior parte dos focos está concentrada em cinco estados. Foram 628.365 focos em cinco anos, no Pará (200.685), em Mato Grosso (171.534), Amazonas (97.885), Maranhão (97.124) e Tocantins (61.137). Seu desenho, uma estrada de fogo que corta o meio do país, coincide com áreas de expansão agrícola, principalmente para soja e pasto, e com regiões marcadas pela grilagem e pelo garimpo. Todos esses estados tiveram aumento de focos de incêndio na comparação entre 2024 e 2023, com destaque para Mato Grosso, com aumento de 130%, e para o Tocantins, com alta de 78%.

    A novidade, em 2024, está no aumento de incêndios em áreas classificadas como sem Cadastro Ambiental Rural (CAR), ou seja, áreas que não são propriedades rurais. Entre 2020 e 2023, esse tipo de registro esteve no patamar de 20% do total nos cinco estados com mais registros, nos meses críticos (agosto e setembro), mas em 2024 o percentual saltou para 29,2%. Também houve aumento da participação de grandes propriedades, de uma média de 35% para o patamar de 40% dos registros.

    O aumento acelerou a resposta dos governos. No âmbito federal, foi concluída a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que inicia 2025 em funcionamento, o que, segundo o MMA, garantirá o fortalecimento da articulação junto a estados e municípios, fator considerado crucial para alcançar respostas mais céleres em relação aos incêndios. A política foi criada em meio à crise, em julho de 2024, após a seca atingir duramente a região do Pantanal, e coordena a ação de União, estados e municípios, além de sociedade civil e organizações privadas.

    A pasta informou que haverá a destinação de R$ 280 milhões do Fundo Amazônia para o combate a incêndios nos estados, e que se somam a cerca de R$ 650 milhões do Orçamento federal. O objetivo é evitar outro “pior ano”, pois desde 2010 não houve registro de tantos focos quanto em 2024.

    O registro de maior número de focos não significa necessariamente maior área queimada. Em São Paulo, estado com maior crescimento de focos (422%, com 8.712 focos registrados em 2024), o aumento de área queimada esteve abaixo de 2% nas áreas de conservação, e os focos se concentraram em propriedades rurais, especialmente nas lavouras de cana-de-açúcar.

    Diretor executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz faz a gestão das áreas de conservação no estado. Ele acompanha todo o ciclo de preparação e combate aos incêndios, inclusive em campo, e concorda com o motivo apontado pelo MMA: os incêndios aumentaram pois as condições climáticas são mais severas do que nos últimos anos. Para ele, que acompanhou as últimas rodadas de Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COPs), a expectativa é de efeitos mais severos, o que demanda melhoria no planejamento.

    “Não adianta termos tido uma boa resposta esse ano e acharmos que será a mesma coisa em 2030. Teremos de planejar ano a ano, aumentar a [qualidade e velocidade] das respostas e a ação com municípios, governo federal e organizações civis”, defendeu. “Estamos em um momento de reavaliar a forma como ocupamos a terra, repensando as lavouras adequadas para os diferentes ambientes”, completou o ex-procurador do estado.

    A reportagem também entrou em contato com os governos do Pará, de Mato Grosso, do Amazonas e do Maranhão. Amazonas e Pará não responderam. A reportagem será atualizada em caso de manifestação.

    O governo do Maranhão informou ter consolidado Plano de Ação para os anos de 2024 a 2027, além de ter “reforçado o monitoramento de áreas degradadas, intensificado as fiscalizações ambientais e implementado a apuração de infrações”. “Outro destaque é o Programa Floresta Viva-MA, voltado à preservação florestal, recuperação de áreas degradadas e valorização dos serviços ecossistêmicos. Com seis eixos principais, o programa incentiva práticas sustentáveis por produtores rurais, comunidades tradicionais e outras populações estratégicas, promovendo a conservação para as atuais e futuras gerações”, informou, em nota. O estado teve 97 mil focos registrados desde 2020, porém não tem aumento considerável desde 2022, quando chegou ao patamar de 20 mil focos.

    O governo de Mato Grosso informou, também por meio de nota, que aplicou “R$ 205,6 milhões em multas por uso irregular do fogo”. “Nesse período, mais de 20 pessoas foram presas e 112 indiciadas pela Polícia Civil por provocar incêndios.” Segundo a nota, o estado passou pela “pior seca enfrentada nos últimos 44 anos. Com isso, o material orgânico seco se acumulou, o que facilitou a combustão”. Mato Grosso teve mais de 170 mil focos registrados no período, dos quais 50 mil somente em 2024.

  • Mato Grosso registra a segunda maior área queimada do país em 2024

    Mato Grosso registra a segunda maior área queimada do país em 2024

    Mato Grosso amarga a segunda posição no ranking de áreas devastadas por incêndios no Brasil entre janeiro e novembro de 2024. Segundo dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas, o estado teve 6,8 milhões de hectares consumidos pelas chamas, ficando atrás apenas do Pará, com 6,9 milhões de hectares.

    O levantamento, divulgado anteontem (17), revela um cenário alarmante em todo o país. A área queimada no Brasil quase dobrou em relação ao mesmo período de 2023, atingindo 29,7 milhões de hectares, uma extensão equivalente ao estado do Rio Grande do Sul. Este número representa um aumento de 90% em comparação com o ano anterior e configura a maior área queimada dos últimos seis anos. A diferença para 2023 é de 14 milhões de hectares a mais, área comparável ao estado do Amapá.

    Apesar das condições climáticas terem favorecido a propagação do fogo, a ação humana é apontada como o principal fator para o aumento das áreas queimadas.

    Além de Mato Grosso e Pará, o Tocantins ocupa a terceira posição no ranking, com 2,7 milhões de hectares destruídos. Juntos, esses três estados concentram 56% da área queimada no país no período analisado.

    Impacto nos Biomas de Mato Grosso

    A Amazônia foi o bioma mais afetado, concentrando 57% da área queimada no Brasil entre janeiro e novembro, com 16,9 milhões de hectares atingidos. Dentro desse bioma, as florestas, incluindo as alagáveis, perderam 7,6 milhões de hectares para o fogo, superando as pastagens queimadas, que somaram 5,59 milhões de hectares.

    O Cerrado também sofreu com os incêndios, com 9,6 milhões de hectares queimados, sendo 8,2 milhões em áreas de vegetação nativa, um aumento de 47% em relação à média dos últimos cinco anos. O Pantanal registrou 1,9 milhão de hectares queimados, um crescimento de 68% em relação à média dos últimos cinco anos.

    Novembro em destaque

    Apesar da redução natural dos incêndios em novembro, os números ainda se mantiveram em patamares superiores aos de 2023, com 2,2 milhões de hectares queimados. A Amazônia concentrou 81% do total queimado no mês, com 1,8 milhão de hectares, o dobro da média para novembro nos últimos seis anos. O Pará liderou as áreas queimadas em novembro na Amazônia, com 870 mil hectares, seguido por Maranhão (477 mil hectares) e Mato Grosso (180 mil hectares). No Cerrado, o fogo atingiu 237 mil hectares em novembro.

    Ações de Combate em Mato Grosso

    Na semana passada, durante o workshop de “Avaliação da Temporada de Incêndios Florestais”, o comandante-geral dos Bombeiros de Mato Grosso, coronel Flávio Glêdson Bezerra, destacou a eficiência das ações integradas entre o Corpo de Bombeiros Militar, forças de segurança e órgãos estaduais e federais no combate aos incêndios florestais no estado.

    Segundo o coronel, a integração entre os órgãos permitiu respostas mais eficientes contra o fogo, com reuniões semanais para planejar estratégias e o apoio de diversas instituições. Mais de mil bombeiros atuaram no combate aos incêndios, e houve integração com as forças de segurança para fiscalização em 90 propriedades particulares, resultando em mais de R$ 200 milhões em multas e 20 termos de embargo. Apesar dos esforços, os números demonstram a gravidade da situação dos incêndios em Mato Grosso e no Brasil em 2024.

  • Comissão de Meio Ambiente investiga efeitos da estiagem e incêndios no Pantanal de Mato Grosso

    Comissão de Meio Ambiente investiga efeitos da estiagem e incêndios no Pantanal de Mato Grosso

    Os incêndios no Pantanal de Mato Grosso têm causado destruição sem precedentes, afetando a biodiversidade, as comunidades locais e o equilíbrio ambiental do bioma. Para enfrentar essa crise, a Comissão de Meio Ambiente do Senado (CMA) realizará uma diligência em Cuiabá nesta quinta-feira (21).

    O objetivo é avaliar de perto os danos causados pela seca extrema e pelos focos de calor, que aumentaram 109% em Mato Grosso em comparação ao ano passado, segundo dados alarmantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

    A diligência é uma resposta ao agravamento da crise ambiental no Pantanal, que já sofreu a devastação de mais de 550 mil hectares apenas em 2024.

    O evento reunirá senadores, especialistas e representantes de instituições de pesquisa para discutir soluções e propor políticas públicas que mitiguem os impactos ambientais e sociais, além de prevenir novas catástrofes. A preocupação do Senado reforça a urgência de ações coordenadas para salvar esse ecossistema único, fundamental para a América do Sul e o mundo.

    Investigação dos incêndios no Pantanal de Mato Grosso

    Bombeiros de Mato Grosso extinguem dois incêndios florestais e combatem outros 11 nesta quinta-feira (24)
    Bombeiros de Mato Grosso

    A diligência da Comissão de Meio Ambiente do Senado busca coletar informações detalhadas sobre os impactos da seca e dos incêndios florestais no Pantanal, um dos maiores wetland do planeta. Entre os principais objetivos estão:

    • Avaliar os danos à fauna, flora e comunidades locais.
    • Discutir medidas de recuperação ambiental e prevenção de futuros eventos extremos.
    • Subsidiar a elaboração de políticas públicas voltadas à preservação do bioma.

    Os senadores terão a oportunidade de ouvir representantes de órgãos ambientais, como o Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP), além de pesquisadores de universidades federais e estaduais. A iniciativa é essencial para entender as causas da crise e propor soluções eficazes para mitigar seus efeitos.

    Contexto ambiental do Pantanal

    O aumento de 109% nos focos de calor em Mato Grosso, registrado pelo Inpe, destaca a gravidade da situação no Pantanal. O bioma enfrenta não apenas uma das maiores secas da história recente, mas também incêndios de proporções catastróficas que ameaçam sua biodiversidade e comprometem os meios de subsistência das comunidades locais.

    A devastação afeta diretamente espécies ameaçadas, como a onça-pintada, e prejudica atividades econômicas fundamentais para a região, como o turismo e a pecuária. Além disso, as mudanças climáticas e a ação humana, incluindo o desmatamento e a falta de fiscalização, intensificam o desequilíbrio ambiental no bioma.

    Soluções e expectativas

    A diligência da CMA visa não apenas compreender a extensão dos danos, mas também propor medidas concretas para proteger o Pantanal. Entre as soluções debatidas estão:

    • Fortalecer a fiscalização e o combate ao desmatamento ilegal.
    • Implementar políticas de recuperação de áreas degradadas.
    • Promover a conscientização e o envolvimento das comunidades locais na preservação do bioma.

    O Senado espera que os resultados da diligência sirvam como base para ações governamentais e iniciativas da sociedade civil, garantindo a preservação do Pantanal para as futuras gerações. A união de esforços é crucial para enfrentar os desafios ambientais e proteger esse ecossistema vital.

  • Pantanal: redução da área alagada tem favorecido aumento de incêndios

    Pantanal: redução da área alagada tem favorecido aumento de incêndios

    No Dia Nacional do Pantanal, nesta terça-feira (12), não a nada o que comemorar, principalmente este ano, em que houve uma explosão de focos de incêndio que atingiu esse importante bioma brasileiro, localizado nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

    Pesquisa do MapBiomas, divulgada hoje, mostra que a área alagada do Pantanal vem diminuindo nas últimas décadas. A razão é que os períodos de cheias estão cada vez menores e os de secas cada vez mais prolongados. O resultado é um maior favorecimento de ocorrência de incêndios mais intensos na maior planície alagável do mundo.

    “Com 3,3 milhões de hectares de área alagada, o ano passado foi 38% mais seco que 2018, quando ocorreu a última grande cheia do bioma, que cobriu 5,4 milhões de hectares. Essa extensão, no entanto, já era 22% mais seca que a de 1988 (primeira grande cheia da série histórica do MapBiomas, que cobriu 6,8 milhões de hectares)”, diz o estudo do MapBiomas, rede colaborativa de universidades, ongs e empresa de tecnologia, voltadas para o monitoramento das transformações na cobertura e no uso da terra no Brasil.

    Os dados são relativos ao período de 1985 a 2023. No Pantanal, a cheia geralmente ocorre nos meses de fevereiro a abril e os de seca de julho a outubro. O estudo indica ainda que, em 2023, a redução do volume de água foi de 61% em relação à média histórica do período analisado.

    As áreas alagadas por mais de três meses no ano também apresentam tendência de redução, isto é, o bioma tem apresentado uma menor área alagada ao mesmo tempo que o alagamento apresenta menor tempo de permanência. O fenômeno tem impactado no aumento da área de savana no Pantanal. Da atual área de savana, que equivale a 2,3 milhões de hectares, 22%, cerca de 421 mil hectares vieram de locais que secaram.

    Segundo o estudo, essa mudança no padrão de cheias e secas tem efeitos sobre a incidência de queimadas no bioma. No período entre 1985 e 1990, às áreas atingidas por queimadas correspondiam a áreas naturais em processo de conversão e consolidação de pastagem. Após o período da última grande cheia analisada, em 2018, houve uma recorrência de incêndios no entorno do Rio Paraguai.

    “De 2019 a 2023, o fogo tem atingido locais que no início da série de mapeamento, de 1985 a 1990, eram permanentemente alagados, mas que agora estão passando por períodos prolongados de seca. O total queimado de 2019 a 2023 foi de 5,8 milhões de hectares e a região mais atingida foi justamente essas áreas que antes eram permanentemente alagadas no entorno do Rio Paraguai”, diz o estudo.

    O aumento no número de queimadas também foi constatado este ano por dados da plataforma BDQueimadas, disponível no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em junho, o Inpe apontou que os focos de incêndio no Pantanal aumentaram mais de 1.000% no primeiro semestre deste ano em relação a 2023.

    O satélite do Inpe detectou 978 focos desde primeiro dia do ano até 5 de junho. No mesmo período do ano passado, foram 95. Este ano, Mato Grosso do Sul registrou 521 pontos de incêndio e Mato Grosso, 457.

    Pastagens exóticas

    Os dados também mostraram um aumento nas pastagens exóticas, o que evidencia a ampliação no processo de desmatamento do Pantanal, para conversão em áreas de pastagem. Isso altera a dinâmica da água, é o que explica o coordenador de mapeamento do bioma Pantanal no MapBiomas Eduardo Rosa.

    “O Pantanal já experimentou períodos secos prolongados, como nas décadas de 1960 a 1970, mas atualmente outra realidade, de uso agropecuário intensivo e de substituição de vegetação natural por áreas de pastagem e agricultura, principalmente no planalto da BAP [Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai], que altera a dinâmica da água na bacia hidrográfica”, disse.

    Uso antrópico

    O estudo também mostra que houve um aumento do uso antrópico, que diz respeito às ações realizadas pelo ser humano, especialmente na BAP. Essa bacia integra os biomas do Cerrado e da Amazônia e desempenha um papel fundamental na hidrologia da planície pantaneira.

    Em 1985, o uso antrópico das terras da BAP correspondia a 22% do total, no ano passado esse percentual já alcançava 42%. A área mais afetada foi a do planalto da BAP, que teve 83% de todo o uso antrópico da bacia hidrográfica, no período entre 1985 e 2023.

    Composto por patamares, serras, chapadas e depressões, o planalto viu gradativamente sua vegetação ser convertida para pastagem e agricultura. Nesse período, as pastagens e a agricultura ocuparam 5,4 milhões de hectares, dos quais 2,4 milhões de hectares eram florestas e 2,6 milhões de hectares eram formações savânicas.

    “O principal uso antrópico do planalto da BAP é a pastagem, que responde por 77% do total ou mais de 11,4 milhões de hectares, seguido pela agricultura e mosaico de usos, que juntos representam 20% (3,1 milhões de hectares) do uso antrópico na BAP”, diz o estudo.

    Na região de planície, a perda de áreas naturais foi menos intensa e mais recente. Ao todo, foram suprimidos 1,8 milhão de hectares de vegetação natural entre 1985 e 2023, dos quais quase 859 mil hectares de formação campestre e campo alagado, 600 mil hectares de savana e 437 mil hectares de floresta.

    O estudo mostra ainda que, entre 1985 e 2023, as pastagens exóticas na planície pantaneira passaram de 700 mil hectares para 2,4 milhões de hectares, aumentando justamente sobre as áreas naturais suprimidas. Mais da metade (55%) do aumento da pastagem exótica na planície ocorreram nos últimos 23 anos. Na planície pantaneira, 87% das pastagens exóticas apresentam baixo e médio vigor vegetativo.

  • Incêndios em Mato Grosso encolhem em outubro, mas o Pantanal ainda está em risco!

    Incêndios em Mato Grosso encolhem em outubro, mas o Pantanal ainda está em risco!

    O mês de outubro de 2024 trouxe uma queda de 81% nos focos de incêndio em Mato Grosso, com registros caindo de 19.964 em setembro para 3.772 neste mês, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Embora a diminuição seja expressiva, o total de focos ainda supera o observado em outubro de 2023, que teve apenas 1.144 registros.

    O Pantanal liderou os focos em outubro, somando 1.705 registros, seguido pela Amazônia com 1.363 e o Cerrado com 704. Setembro foi o mês mais crítico, com quase 20 mil incêndios, sendo um dos piores do ano. A tendência de redução acompanha a chegada gradual das chuvas, que contribuem para diminuir os focos no estado.

    Apesar da melhora, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso segue em atuação intensa. Em 28 de outubro, equipes ainda combatiam nove incêndios de grandes proporções no Pantanal.

    A corporação mantém esforços contínuos para garantir a extinção total dos focos, visando preservar a fauna e flora que sofrem com a alta incidência de queimadas na região.

  • Áreas improdutivas e irregulares são as que mais registram focos de incêndio em Mato Grosso

    Áreas improdutivas e irregulares são as que mais registram focos de incêndio em Mato Grosso

    O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso apresentou um balanço preocupante sobre os incêndios florestais no estado durante a estiagem. Apesar dos esforços conjuntos de produtores e autoridades, 40.315 focos de calor foram registrados até outubro.

    O coronel Flávio Gledson Vieira, comandante-geral do Corpo de Bombeiros, destacou que as áreas produtivas e regularizadas apresentaram um índice menor de focos de calor em comparação com as áreas improdutivas ou irregulares. “Os produtores têm sido aliados na prevenção e combate aos incêndios”, afirmou o coronel.

    A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também reconheceu a importância da parceria com o setor produtivo. O deputado Carlos Avallone, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, ressaltou o trabalho de fiscalização e prevenção realizado pelo Parlamento.

    Desafios e soluções contra incêndios em Mato Grosso

    Governo anuncia R$ 514 milhões para combater incêndios florestais de Mato Grosso e outros estados
    FOTO – Ricardo Stuckert/PR

    Um dos principais desafios apontados foi a necessidade de um laudo técnico dos Bombeiros para a aplicação de multas por incêndios. Segundo Ronaldo Vinha, diretor de relações institucionais da Famato, essa medida evitaria que produtores fossem penalizados injustamente.

    Outro ponto crucial discutido foi a importância dos incentivos fiscais para o desenvolvimento do agronegócio em Mato Grosso. Os deputados defenderam a manutenção desses benefícios, argumentando que eles são essenciais para atrair investimentos e gerar emprego e renda.

    A prevenção continua sendo o principal desafio para o combate aos incêndios florestais. O governo estadual, em parceria com o setor produtivo, tem investido em treinamento de brigadas e aquisição de equipamentos para fortalecer as ações de prevenção e combate.

  • Balanço: Corpo de Bombeiros segue no combate a nove incêndios florestais em Mato Grosso nesta segunda-feira (28)

    Balanço: Corpo de Bombeiros segue no combate a nove incêndios florestais em Mato Grosso nesta segunda-feira (28)

    O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso segue no combate a nove incêndios florestais no estado nesta segunda-feira (28). Atuam mais de mil bombeiros em campo, em regime de revezamento, com apoio de brigadistas contratados pelo Estado e Prefeituras, e agentes dos órgãos federais.

    No Pantanal, o principal incêndio em combate está entre a Estação Ecológica Taiamã e o Porto Conceição, e outro em uma área de mata em Poconé. Já os incêndios na Fazenda GCSJ, dentro do Parque Estadual Encontro das Águas, em Poconé, e em uma região de fazendas em Barão de Melgaço são considerados controlados. As equipes permanecem em campo para o combate e eventuais focos.

    Auxiliam nas ações a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Defesa Civil do Estado, Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Marinha do Brasil e Sesc Pantanal.

    Os demais incêndios são combatidos em Rosário Oeste, Chapada dos Guimarães, Confresa e Sinop.

    Monitoramento

    O Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) monitora com satélites incêndios na Fazenda Asa Branca, em Itanhangá; na Fazenda J Crestani, em Feliz Natal; no Sitio Ideal, em Nova Ubiratã; na Fazenda Conquista, em Santa Carmem; na Fazenda São Sebastião, em Santa Terezinha; na Fazenda Candeira, em São José do Xingu; e na Fazenda Bom Sucesso, em Canabrava do Norte.

    Além desses, o Batalhão monitora um incêndio no Parque Nacional do Pantanal mato-grossense, em Poconé. O Corpo de Bombeiros só não entrou neste local porque é necessária autorização dos órgãos federais.

    Todos os incêndios combatidos pelos militares também são monitorados pelo BEA para orientar as equipes em campo.

    O Corpo de Bombeiros pede que a população colabore e respeite o período proibitivo. A qualquer indício de incêndio, os bombeiros orientam que a denúncia seja feita pelos números 193 ou 190.

    Incêndios extintos

    Desde o início do período proibitivo de uso do fogo, o Corpo de Bombeiros extinguiu 308 incêndios florestais em 72 cidades, sendo elas: Água Boa, Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Paraguai, Alto Taquari, Aripuanã, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Barra do Garças, Cáceres, Campo Verde, Canarana, Canabrava do Norte, Chapada dos Guimarães, Cláudia, Cocalinho, Colniza, Comodoro, Confresa, Cuiabá, Diamantino, Feliz Natal, Itanhangá, Itiquira, Jaciara, Jauru, Juara, Juína, Juscimeira, Lambari D’Oeste, Lucas do Rio Verde, Marcelândia, Nobres, Nortelândia, Nossa Senhora do Livramento, Nova Bandeirantes, Nova Brasilândia, Nova Lacerda, Nova Marilândia, Nova Maringá, Nova Monte Verde, Nova Mutum, Nova Nazaré, Nova Olímpia, Nova Ubiratã, Nova Xavantina, Novo Mundo, Novo Santo Antônio, Paranaíta, Paranatinga, Peixoto de Azevedo, Planalto da Serra, Poconé, Pontes e Lacerda, Porto Alegre do Norte, Poxoréu, Primavera do Leste, Querência, Ribeirão Cascalheira, Rondonópolis, Rosário Oeste, Santo Antônio do Leste, Santo Antônio do Leverger, São José do Rio Claro, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra, Tesouro, União do Sul, Vera, Vila Bela da Santíssima Trindade e Vila Rica.

    Focos de calor

    Em Mato Grosso, foram registrados 63 focos de calor nesta segunda-feira, conforme última checagem às 17h30, no Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desses, 49 se concentram na Amazônia e 14 no Cerrado. Os dados são do Satélite de Referência (Aqua Tarde).

    Importante ressaltar que o foco de calor isolado não representa um incêndio florestal. Entretanto, um incêndio florestal conta com o acúmulo de focos de calor.

  • Bombeiros de Mato Grosso controlam incêndios em região de fazendas do Pantanal

    Bombeiros de Mato Grosso controlam incêndios em região de fazendas do Pantanal

    O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso considera controlados, nesta terça-feira (22.10), os incêndios na Fazenda GCSJ, dentro do Parque Estadual Encontro das Águas, em Poconé, e em uma região de fazendas de Barão de Melgaço.

    “Hoje temos uma situação controlada dentro do Pantanal de Mato Grosso. O controle de um incêndio não significa que não há mais fogo, mas que a propagação das chamas foi reduzida, garantindo proteção para as áreas que não foram atingidas. O trabalho de combate continua com a mesma intensidade para garantir a extinção por completo destes incêndios”, explica o comandante-geral dos Bombeiros, coronel Flávio Glêdson Bezerra.

    “As peculiaridades da vegetação, somadas à intensidade dos ventos e às altas temperaturas registradas nos últimos meses, contribuíram para a propagação dos incêndios. Por isso, o trabalho de controle dos focos de incêndio foi desafiador, mas possível devido à capacidade técnica dos militares e ao apoio de parceiros”, completou o comandante-geral.

    Mesmo com o controle dos incêndios, os militares continuam mobilizados nas regiões, fazendo o combate de eventuais focos detectados pelos satélites ou monitorados in loco nas áreas já atingidas pelas chamas. Além disso, os bombeiros seguem no combate ao incêndio entre a Estação Ecológica do Taiamã e o Porto Conceição, em Cáceres.

    No total, são 199 pessoas em campo, entre Bombeiros, brigadistas e servidores, com apoio de sete aeronaves do Governo de Mato Grosso e Governo Federal, além de caminhões-pipa, máquinas e caminhonetes para a realização das ações terrestres.

    Auxiliam nas ações a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Defesa Civil do Estado, Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Marinha do Brasil e Sesc Pantanal.

    “Essa integração de esforços mantém o nosso Pantanal realmente controlado. Em toda a região da Transpantaneira, os produtores rurais participam diretamente no enfrentamento, nos dando alerta. Assim, foi realizado um trabalho para evitar que um pequeno incêndio se tornasse um grande incêndio no Pantanal, e é por isso que, dentro de Mato Grosso, temos uma situação controlada”, disse o comandante-geral.

  • Apesar das chuvas, incêndios continuam em Mato Grosso

    Apesar das chuvas, incêndios continuam em Mato Grosso

    Apesar das chuvas dos últimos dias, os incêndios florestais continuam ameaçando a biodiversidade em Mato Grosso. Em resposta à situação, o Corpo de Bombeiros Militar (CBM-MT), por meio do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), lançou a Operação “Abafa Amazônia 2024”, com foco nos municípios de Cláudia, Marcelândia, Santa Carmem e regiões vizinhas, localizadas no Norte do Estado.

    Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até a última quinta-feira (10), o estado registrou 48.434 focos de calor desde o início do ano, um aumento expressivo de 221% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 15.082 focos.

    A maior parte dos incêndios ocorreu a partir de julho, totalizando 39.639 focos durante o período de proibição de queimadas na zona rural. O pico foi registrado em setembro, com 19.964 ocorrências. Mato Grosso também lidera o ranking nacional de queimadas, representando 21,8% dos focos em todo o país (221.803), à frente de estados como Pará (37.565) e Amazonas (23.010).

    A operação “Abafa Amazônia 2024”, que começou oficialmente na quarta-feira (9) na base localizada em Santa Carmem (500 km ao Norte de Cuiabá), seguirá até o dia 20 deste mês. O objetivo é combater práticas ambientais ilegais, como o desmatamento e o uso inadequado do fogo.

    Além do combate direto aos incêndios, as equipes realizarão monitoramento e fiscalização das áreas com maior risco, utilizando tecnologia de geomonitoramento para identificar focos prioritários. As ações incluem conscientização e responsabilização de infratores que contribuem para a destruição ambiental.

    O comandante-geral do CBM-MT, coronel Flávio Glêdson Vieira Bezerra, destacou a importância da operação. “Essa ação faz parte da estratégia do Governo de Mato Grosso para preservar o meio ambiente e reduzir os focos de incêndios florestais. Através de monitoramento e fiscalização, conseguimos identificar infratores e prevenir danos irreversíveis”, afirmou.

    A comandante do BEA, tenente-coronel Pryscilla Machado de Souza, explicou que antes da operação, foram realizadas análises geoespaciais para identificar áreas críticas. “Essa análise permite mapear as regiões com maior incidência de focos de calor e direcionar as equipes de forma estratégica”, comentou.

    Resgate de animais no Pantanal de Mato Grosso

    16 20
    FOTO:IBAMA

    No Pantanal, um incêndio florestal próximo à Transpantaneira, em Poconé (104 km ao Sul de Cuiabá), obrigou o resgate emergencial de animais de uma base de atendimento.

    A operação foi coordenada pelo Sistema de Comando de Incidentes (SCI) Emergência Fauna Pantanal 2024, formado pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e o Instituto Ampara Pantanal.

    Com as chamas a apenas quatro quilômetros da base, a recomendação foi pela evacuação imediata dos animais, conforme explicou a veterinária do Ibama, Marília Gama. Quatro animais – um tamanduá, um veado, uma anta e uma onça-parda – foram transferidos para locais seguros. Segundo o Ibama, após a contenção dos incêndios, os animais poderão retornar à base e, posteriormente, serão reintroduzidos ao seu habitat natural.

  • Produtores criticam decreto ambiental e cobram ações preventivas do Governo Federal

    Produtores criticam decreto ambiental e cobram ações preventivas do Governo Federal

    Comprometido em defender os interesses dos produtores de soja e milho de Mato Grosso, o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Lucas Costa Beber, expressou preocupações sobre o novo decreto ambiental do Governo Federal, publicado em 20 de setembro de 2024. O Decreto nº 12.189, que impõe multas severas a quem provocar incêndios ilegais, foi alvo de críticas devido à falta de ações preventivas e medidas de fiscalização adequadas, especialmente em um ano de intensa seca e com incêndios afetando amplamente o Brasil.

    Lucas Costa Beber ressaltou que o decreto pode penalizar injustamente os produtores rurais e destacou a diferença entre queimada, uma técnica controlada e prevista em lei, e incêndio, muitas vezes causado por fatores externos, como a irresponsabilidade de motoristas ao jogarem bitucas de cigarro nas rodovias.

    “Muitos desses incêndios têm início na beira de uma rodovia, vai para uma mata, escapa em uma lavoura e causa prejuízos para o produtor, e ele ainda vai ter o ônus de provar que não foi o causador. Corre risco de tomar uma multa e ter suas áreas embargadas. Ou seja, o governo não traz soluções, ele simplesmente aponta o dedo e quer achar um culpado, mas não toma atitude,” afirmou o presidente da Aprosoja MT.

    Lucas Costa Beber ainda ressaltou a importância do diálogo e da colaboração entre o governo e os produtores para desenvolver soluções eficazes de prevenção de incêndios, especialmente em anos secos. “O governo federal deveria se equipar com aeronaves de grande porte para combater incêndios, como acontece na Califórnia e na Austrália, mas aqui o governo não faz a parte dele”, declarou.

    O presidente da Associação também destacou a evolução da agricultura e pecuária brasileiras nos últimos anos, desmistificando a visão antiquada de que queimadas ainda são amplamente utilizadas para limpeza de áreas produtivas.

    “Nós sabemos que está tendo muita confusão, tem-se uma imagem do passado onde as queimadas, eram utilizadas como método de limpeza de lavouras, mas a agricultura tem evoluído. Hoje, praticamos o plantio direto sobre a palha, que, diferente daqueles filmes americanos que nós assistimos, que vemos aquele solo arado, virado, aqui no Brasil nós praticamos o plantio direto, que é o plantio sobre a palha, ou seja, não se revolve o solo, porque revolvendo você diminui a matéria orgânica, diminui a infiltração de água e diminui também a capacidade de armazenagem de água do solo, além de causar erosão e isso correr para os rios, então a palhada é fundamental para que você tenha melhora nesses aspectos, tenha menos perdas e ainda incrementa produtividade porque você aumenta também a atividade biológica do solo, reciclagem de nutrientes. Quando ocorre um incêndio, essa matéria orgânica leva até cinco anos para se recuperar, causando prejuízos. Mesmo que o produtor quisesse, ele não queimaria uma árvore na sua terra, porque seria prejudicado”, explicou Lucas Costa Beber, que lembrou que até mesmo as queimadas autorizadas por lei, são proibidas em meses de seca.

    O presidente da Aprosoja MT defendeu ainda o compromisso ambiental dos produtores brasileiros, afirmando que o Brasil tem o Código Florestal mais restritivo e moderno do mundo. Ele destacou que, no bioma amazônico, os produtores preservam porcentagem grandes, diferente de outros países. “O produtor brasileiro é o único no mundo que preserva áreas agricultáveis dentro de suas propriedades”, afirmou.

    Decreto e Multas

    O Decreto nº 12.189 estabelece multas severas para quem causar incêndios. As sanções incluem multas de até R$10 mil por hectare em caso de incêndio em vegetação nativa e de até R$5 mil por hectare em florestas cultivadas. Além disso, o decreto permite o embargo de áreas afetadas, impedindo qualquer lucro ou vantagem econômica derivada de infrações ambientais.

    Mesmo com a preocupação de que as novas sanções possam prejudicar produtores que não causaram os incêndios, Lucas Beber enfatizou o compromisso dos produtores de Mato Grosso com a sustentabilidade. Ele destacou que 66% do território brasileiro é composto por vegetação nativa preservada, e 25% dessas áreas estão dentro de propriedades rurais.

    “A agricultura brasileira é uma referência mundial em práticas sustentáveis, especialmente em Mato Grosso, onde usamos apenas 14% do território do estado para a produção de soja e milho”, concluiu.

    Lucas Costa Beber ainda lembrou que as regiões com menos queimadas no Brasil, são onde existem produções. “Não podemos atribuir à agricultura esses índices de incêndios, na internet temos várias fontes para monitorar os focos de incêndios e a maioria são em beira de rodovias, principalmente federais, reservas indígenas, também nas áreas que seriam áreas de proteção e devolutas do governo federal, que ele devia fazer o cuidado, essas são as áreas que mais estão em chamas, mas por outro lado, se você pegar os números oficiais, as áreas que menos tem queimada são justamente as áreas que já têm exploração agrícola”, completou o presidente da Aprosoja MT.