Tag: Inca

  • Campanha Março Azul prioriza a prevenção do câncer de intestino

    Campanha Março Azul prioriza a prevenção do câncer de intestino

    Moradores de grupos de risco de 50 a 70 anos, da cidade ribeirinha de Óbidos (PA), de difícil acesso, onde só se chega de barco, fizeram exames de sangue oculto nas fezes por profissionais que participam da campanha Março Azul e aqueles cujo resultado foi positivo estão sendo submetidos agora a exames de colonoscopia, para prevenir o câncer de intestino. A campanha é resultado de parceria entre três entidades médicas que tratam de câncer do intestino: a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). A campanha tem como lema “Médico e paciente: uma parceria que salva vidas! Juntos na prevenção do câncer de intestino.”

    O presidente da SBCP, Hélio Moreira, informou nesta terça-feira (12) à Agência Brasil que “há expectativa de realizarmos em Óbidos 460 colonoscopias nessa população. Lembrando que são pessoas que não têm sintoma nenhum. O único fator de risco que foi levantado para definir o rastreamento foi a idade e, em seguida, presença de sangue oculto nas fezes ou não”. Já foram feitas em Óbidos mais de 170 colonoscopias. Nessas, diagnosticaram dois pacientes com câncer de intestino e cerca de 35% com diagnóstico de pólipos, ou lesões, que foram removidos e, consequentemente, tratados.”

    O médico observou que, no câncer de intestino, a prevenção é mais eficiente. “Quando você fala de câncer de mama ou de próstata, a recomendação para realização de exames de prevenção, na verdade, tem objetivo de diagnosticar a doença em um estágio precoce. Ela já é um câncer. Já no câncer de intestino, o rastreamento é para detectar lesões que ainda não viraram câncer e, quando tratadas com a remoção dessas lesões, você evita de o indivíduo ter o câncer”.

    Essas lesões, chamadas pólipos ou verrugas, nascem dentro do intestino. Com a colonoscopia, esses pólipos são tratados. Hélio Moreira esclareceu que embora aquele pólipo tenha sido tratado, a pessoa pode ter novos pólipos no futuro. Mas o tempo que decorre entre surgir um pólipo e ele virar um câncer varia de 8 até 10 ou 12 anos, destacou. “Não é uma coisa rápida”. Tirando esses pólipos agora, o médico pode recomendar a repetição desse exame para rastrear novos pólipos em um período longo, dando aos indivíduos a chance mínima deles terem um câncer de intestino com esse tipo de rastreamento.

    Estimativa

    Estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, são de 45.630 novos casos de câncer colorretal no Brasil, em cada ano do triênio 2023/2025, afetando potencialmente mais de 136 mil brasileiros. O Inca aponta um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes, divididos entre 21.970 homens e 23.660 mulheres. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Datasus, referentes a 2020, indicam que 20.245 pessoas faleceram devido ao câncer de cólon, reto e ânus, ressaltando a urgência de ações preventivas e de conscientização.

    “Para ter ideia de quanto isso é um problema importante e precisa ter uma sensibilidade maior do poder público para essa questão, em 2010, nós tivemos 23 mil casos de câncer de intestino no Brasil. Em dez anos, dobrou o número de casos de câncer de intestino. Hoje, é o segundo tipo de câncer mais frequente, tanto para homens, como para mulheres, na nossa população. E a incidência vem aumentando de forma alarmante”, assegurou Hélio Moreira.

    O presidente da SBCP defendeu o estabelecimento de um programa nacional que seja parte do calendário do governo federal de rastreamento do câncer de intestino. Tanto a colonoscopia como a pesquisa de sangue oculto nas fezes são feitos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). “Mas é preciso organizar melhor o sistema, ampliar a quantidade de clínicas que possam oferecer esses exames, para poder atender a demanda que um programa de rastreamento de câncer de intestino vai gerar”.

    Hélio Moreira admitiu que, em um primeiro momento, o programa demandará muitos recursos. “Mas no médio e longo prazo, vai se observar que uma quantidade imensa de pacientes que teriam câncer não terão mais. Serão tratados endoscopicamente, uma quantidade imensa de pacientes que são diagnosticados hoje em uma fase avançada de câncer, onde o tratamento envolve cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, mesmo assim com taxas muito baixas de sobrevida dos pacientes.”

    Moreira esclareceu que uma vez que se implementa um sistema de rastreamento, diminui os gastos com tratamento dos pacientes que têm câncer e melhora significativamente suas chances de cura. “Então, no médio e longo prazo, esse investimento inicial é amplamente justificado. Para salvar uma vida, qualquer gasto é justificado. Mas até no ponto de vista financeiro, é muito mais interessante a gente implementar um sistema de rastreamento do que deixar as coisas como estão hoje”, indicou.

    Sintomas

    Atualmente, no Brasil, mais de 70% dos casos de câncer de intestino são diagnosticados em fase avançada da doença. “É uma catástrofe”. Estamos falando aí de tratamentos caríssimos, prolongados, sofrimento imenso do paciente e da família, afastamento de trabalho, necessidade de uso de bolsas de colostomia, que poderiam ser evitados com um sistema de rastreamento adequado,” explicou.

    Moreira reforçou que no diagnóstico do câncer de intestino na fase inicial, o sintoma mais comum é não ter sintoma. “Quando tem sintomas, normalmente já são casos mais avançados e é preciso que a população entenda que devem ser valorizados”. O principal sintoma é a presença de sangue vivo nas fezes. Outros aspectos importantes são o emagrecimento de causa desconhecida, o surgimento de uma anemia de causa indeterminada e a presença de uma alteração do hábito intestinal. Ou seja, de repente, o intestino, que funcionava de uma forma, começa a mudar o jeito de funcionar: ele prende, tem episódios de diarreia, depois prende de novo. “Quando isso acontece, valorize os sintomas e procure um médico especialista para que ele possa avaliar a necessidade de uma investigação mais aprofundada.”

    Este é o quarto ano da campanha Março Azul. Até o final deste mês, serão realizadas ações em todas as capitais e em algumas cidades de médio e pequeno porte, com caminhadas, distribuição de panfletos, audições públicas, entrevistas, tudo com interesse maior de alertar a população sobre esse tema, tão importante para a saúde.

    A cada ano, o mutirão de exames presenciais é feito em uma cidade específica. No ano passado, por exemplo, ocorreu em Cairu (BA) e, no ano retrasado, em Pilar (AL). “A gente vai escolhendo, normalmente, cidades de difícil acesso, com pouca oferta de exames de endoscopia para a região, onde realmente a campanha pode trazer um impacto gigantesco para aquela população”, disse o presidente da SBCP.

    Fatores de risco

    As três entidades que participam da campanha enfatizam que o tumor intestinal pode ser influenciado por diversos fatores de risco, incluindo histórico familiar de câncer, sobrepeso ou obesidade, idade igual ou superior a 50 anos, uma dieta rica em alimentos processados e carne vermelha, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a presença de doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn.

    A prevenção do câncer de intestino está ligada a um estilo de vida saudável, que inclui prática regular de exercícios físicos, manutenção do peso ideal, abstenção do tabagismo e consumo moderado de bebidas alcoólicas. Além disso, recomenda-se a adoção de uma dieta rica em verduras, frutas, legumes, farelos e cereais integrais, beber cerca de dois litros de água por dia e limitar o consumo de carne vermelha e alimentos ultraprocessados e embutidos.

    A Campanha Março Azul 2024, dedicada à conscientização sobre o câncer de intestino, está disponível no site, onde podem ser encontradas informações sobre a doença, incluindo métodos de prevenção, fatores de risco, diagnóstico e opções de tratamento. A iniciativa conta com o apoio institucional da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM).

    Edição: Valéria Aguiar

    — news —

  • Ataque hacker prejudica atendimento no Instituto Nacional de Câncer

    Ataque hacker prejudica atendimento no Instituto Nacional de Câncer

    Um ataque hacker invadiu o sistema de tecnologia do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, no último sábado (27). Segundo a instituição, os programas de segurança foram ativados, mas os serviços de tecnologia precisaram ser interrompidos para evitar danos.

    O setor de radioterapia precisou ser suspenso temporariamente e só será retomado quando houver segurança necessária para o religamento do sistema, de acordo com a assessoria de imprensa do instituto. As marcações de consultas também foram interrompidas.

    No entanto, de acordo com o Inca, as consultas agendadas estão ocorrendo normalmente, por meio de anotações manuais sobre a evolução do paciente e receitas feitas à mão. As internações, cirurgias, sessões de quimioterapia e o funcionamento do centro de tratamento intensivo (CTI) também continuam normais.

    “O Inca reafirma o compromisso com a saúde e o bem-estar dos pacientes, suas famílias e colaboradores. Estamos acompanhando de perto o desenvolvimento do trabalho da equipe de TI para assegurar que o serviço ao público não seja prejudicado e as marcações possam ser retomadas”, informa nota divulgada pelo instituto.

  • Pesquisa mostra desconhecimento sobre prevenção do câncer de mama

    Pesquisa mostra desconhecimento sobre prevenção do câncer de mama

    O câncer de mama é o tipo que mais mata a população feminina, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Um estudo do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), encomendada pela farmacêutica Pfizer, ouviu 14 mil mulheres e ela mostra que ainda há um grande desconhecimento do assunto.

    O que devo saber sobre o câncer de mama?

    Segundo o levantamento, 60% das mulheres ouvidas acreditam que a principal medida para a detecção precoce do câncer de mama é o autoexame. Na verdade, ele é importante, mas é a mamografia que é capaz de detectar tumores menores.

    Ficou claro que apenas metade das mulheres com idade entre 40 e 49 anos fez mamografia nos últimos 18 meses, quando o indicado nessa faixa etária é fazer o exame todo ano.

    Câncer de mama: essas são mudanças físicas que os seios podem ter

    Prevenção contra o câncer

    Os números foram divulgados nessa quinta-feira (28), no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, em uma ação do Coletivo Pink – Por um Outubro para Além do Rosa, que marca o início da campanha de prevenção contra o câncer de mama.

    Uma mama gigante, instalada no parque, apresenta, em seu interior, uma exposição sobre mulheres que vêm mudando a história da doença.

    “Eu tive câncer de mama aos 27 anos. Eu estou há cinco anos acompanhando bem de perto. Meu médico falou que eu estou curada. É difícil pra gente, como paciente, porque o trauma é tão grande que é difícil falar: ‘estou curada’. Mas eu me sinto curada, me sinto saudável e agora estou acompanhando”, relatou a cantora Karen Stephanie.

    Sobre o desconhecimento da população feminina sobre a prevenção da doença, a diretora médica da Pfizer, Adriana Ribeiro, acredita que a solução é a educação.

    “Realmente, [é preciso educar] toda a população sobre o seu cuidado, sobre a importância de fazer os exames preventivos e também desmistificar o câncer, porque muitas vezes as pessoas não vão [ao médico] com medo do que possa ter no resultado do exame”, explica.

    18 mil mortes

    A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que – entre 2023 a 2025 – sejam diagnosticados quase 74 mil novos casos de câncer de mama no país, e que a doença cause 18 mil mortes. No Brasil, a média de idade das mulheres com a doença é de 53 anos, cerca de 10 anos a menos que nos Estados Unidos, por exemplo. A incidência é maior nas regiões Sul e Sudeste.

    Entre os fatores de risco estão envelhecimento, genética, reposição hormonal, histórico familiar, menopausa tardia, gravidez a partir dos 35 anos e uso de anticoncepcional oral, além de sedentarismo, obesidade e álcool.

    “Tem que ter acesso à mamografia para conseguir fazer o diagnóstico, de preferência antes que esse tumor seja palpável, porque, quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, disse a oncologista Solange Sanches, do Hospital A.C. Camargo, referência em tratamento de câncer em São Paulo.

    — news —

  • Preço baixo de cigarros favorece iniciação de adolescentes ao fumo

    Preço baixo de cigarros favorece iniciação de adolescentes ao fumo

    Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (28) pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, reforça um fato observado por pesquisadores há alguns anos: o preço do cigarro fabricado no Brasil, bem como do cigarro contrabandeado, é baixo.

    “Desde 2017, não há reajuste, nem do imposto que incide sobre os produtos derivados do tabaco, nem sobre o preço mínimo estabelecido por lei. O preço está congelado desde o final de 2016”, afirma o médico e estudioso da Divisão de Pesquisa Populacional – Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev) do Inca, André Szklo, autor do estudo inédito The cigarette market in Brazil: new evidence on illicit practices from the 2019 National Health Survey [O mercado de cigarros no Brasil: novas evidências sobre práticas ilícitas a partir da Pesquisa Nacional de Saúde 2019].

    O levantamento foi feito em parceria com a Universidade de Illinois, em Chicago, Estados Unidos, e publicado na Tobacco Control, uma das principais revistas sobre controle do tabaco no mundo.

    André Szklo afirmou que, com isso, a cada ano, o preço vai perdendo o seu valor real e fica mais acessível para a população. Internamente, a indústria não realiza aumento nominal no preço do produto.

    “É uma estratégia que acaba casando: não tem o reajuste da política fiscal sobre os produtos derivados do tabaco e a indústria pressiona para o preço ficar baixo, para inibir o contrabando. E o que a gente já está observando é um reflexo natural na proporção de fumantes entre os jovens e adolescentes, especialmente meninas”, acentuou.

    Iniciação

    Assim, a população de adultos jovens e adolescentes, que não tem tantos recursos financeiros, é a que vai acabar se “beneficiando” de um preço do cigarro mais barato – o que favorece a iniciação precoce no fumo.

    “A gente já está observando isso, que está havendo um aumento na proporção de fumantes entre adolescentes e jovens”, disse Szklo. Para ele, a proporção de jovens adultos que fuma vinha recuando desde 1989, mas parou de cair – um reflexo direto do enfraquecimento da política de preços e impostos, a principal diretriz para prevenir a iniciação ao fumo.

    O pesquisador do Inca reiterou que nunca esteve tão baixa a relação entre o preço do cigarro legal e do cigarro ilegal, mas negou que a principal solução para coibir o contrabando seja reduzir o preço internamente. Mais de 25% das marcas ilegais que circulam no país são vendidas a um valor igual, ou levemente superior, ao preço mínimo estabelecido por lei para os cigarros legalizados, que está estagnado em R$ 5 o maço, desde 2016.

    O preço médio do cigarro adquirido por fumantes brasileiros alcança R$ 5,68. Nos estados que fazem fronteira com o Paraguai, o valor cai para R$ 4,96. “Essa diferença está tão reduzida que a gente tem quase uma junção do preço do produto legal com o produto ilegal. O estudo conclui que, em algumas regiões, isso é mais crítico e que o consumo do cigarro ilegal favorece também a iniciação no hábito de fumar”, salientou.

    O médico disse que, desde 2017, a participação do mercado ilegal vem caindo no mercado brasileiro porque o produto legal está praticamente sendo comercializado ao mesmo preço do cigarro ilegal.

    O reflexo disso está na saúde. “Quando você tem aumento na proporção de fumantes, isso vai gerar um custo para o país. Hoje em dia, o Brasil gasta R$ 125 bilhões – entre custos diretos e indiretos – com doenças relacionadas ao uso de produtos derivados de tabaco, e a arrecadação, por exemplo, da indústria de tabaco não cobre nem 10% disso”, destacou.

    Nova geração

    Ele argumentou que, quando se vê o preço do cigarro legal tão barato, percebe-se que isso vai levar a um prejuízo financeiro para o país a curto, médio e longo prazos.

    “A gente está tendo uma nova geração de fumantes que está substituindo uma parcela da população atual que, infelizmente, virá a falecer”, revelou.

    Estudos publicados no país indicam que dois em cada três usuários atuais de tabaco virão a morrer em decorrência do uso desses produtos. “Então, há uma necessidade de a indústria do tabaco repor essa população que, atualmente, gera lucro. É o que acontece quando a gente tem esse preço baixo”, assegurou.

    Solução

    O pesquisador defendeu, ainda, que a solução para todo esse cenário é voltar a aumentar o preço do cigarro fabricado no Brasil, retomar a política tributária aumentando as alíquotas dos impostos que incidem sobre os produtos derivados do tabaco, reajustar o preço mínimo estabelecido por lei e, em paralelo, implementar o Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco, ratificado pelo Estado em 2018.

    “Existe uma medida prevista para o Brasil para combater o mercado ilegal. É uma medida do Estado que ratificou esse protocolo e precisa implementar. São duas medidas que têm de andar paralelamente”, disse o médico e pesquisador do Inca.

    Ele salientou também que a reforma tributária, que está sendo discutida no Congresso Nacional, é uma “oportunidade de ouro” para se fortalecer essa necessidade do imposto seletivo sobre os produtos do tabaco, de forma a assegurar que a arrecadação desse tributo seletivo possa ser revertida em ações de tratamento e de prevenção e em iniciativas de conscientização, visando inibir essa iniciação ao fumo e, também, possa estimular a cessação do hábito entre os fumantes atuais.

    O cigarro legal brasileiro é o segundo mais barato das Américas. Após a reforma tributária de 2012, o preço médio do produto legal era quase 150% mais alto em relação ao cigarro ilegal. Atualmente, essa diferença caiu pela metade.

    Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de 40% dos cigarros consumidos no território nacional ainda pertencem a marcas que entram no Brasil de forma ilegal. Desde 2016, observa-se queda na proporção de consumo desses produtos nos estados, mas o percentual ainda é elevado.

    Os dados da pesquisa serão detalhados durante evento virtual promovido pelo Inca nessa terça-feira (29), quando se comemora o Dia Nacional de Combate ao Fumo, com transmissão da TV Inca, no YouTube. Para participar, os interessados devem acessar o link.

    Edição: Kleber Sampaio

  • Fiocruz faz acordo com Inca e detalha gastos com oncologia

    Fiocruz faz acordo com Inca e detalha gastos com oncologia

    Em uma parceria inédita, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fechou acordo de cooperação técnica com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) para o desenvolvimento de novos produtos e incorporação de tecnologias, aprimorando tratamentos oncológicos. A iniciativa busca reduzir os custos para o Sistema Único de Saúde (SUS), que somente em 2022 aplicou R$ 4 bilhões em procedimentos para pacientes com câncer.

    O acordo foi firmado na terça-feira (13), durante o 8º Fórum Big Data em Oncologia. A realização do evento – promovido pelo movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) e pelo Observatório de Oncologia – contou com a parceria do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz.

    O acordo prevê a melhoria no diagnóstico, na saúde pública de precisão e na identificação de melhores alternativas terapêuticas. Há também expectativa de desenvolvimento de novas terapias através de produtos biológicos ou sintéticos e novas tecnologias com grande potencial de uso que estão chegando ao Brasil.

    O Inca é um órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação de ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no país. Como produtora de insumos, a Fiocruz busca atender as demandas do SUS relativas a doenças crônicas, principalmente o câncer. Esse foi o ponto de partida para o acordo, segundo Marco Aurélio Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação da Fiocruz.

    “Essa cooperação favorece uma interação importante entre os pesquisadores das duas instituições, e poderá render mais frutos para a saúde pública de precisão, na validação e desenvolvimento de novas ferramentas para a área de medicamentos, de diagnóstico e de biológicos e terapias avançadas”, explicou Krieger.

    O coordenador de Pesquisa e Inovação do Inca, João Viola, destacou a cooperação entre as instituições, estreitando relações no ensino, pesquisa e inovação na área do câncer. “Estamos juntando esforços para resolução de problemas da área de oncologia, assim como para o desenvolvimento de conhecimentos acerca de pontos considerados estratégicos”, acentuou.

    Custos

    A Fiocruz divulgou na semana passada o estudo sobre os gastos com tratamento de câncer no SUS em 2022. Foi revelado um custo de R$ 4 bilhões. Durante o 8º Fórum Big Data em Oncologia, os detalhes do levantamento foram apresentados em um painel por Nina Melo, coordenadora de pesquisa da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e do Observatório de Oncologia.

    Denominado Quanto custa tratar um paciente com câncer no SUS?, o estudo foi produzido com base nos gastos federais, não incluindo números estaduais, municipais, filantrópicos e privados. No painel, também foram discutidos aspectos que contribuem para o elevado custo do tratamento de pacientes com câncer no SUS. Segundo a pesquisa, os estágios avançados da doença estão diretamente relacionados a custos mais elevados de tratamento, impactando tanto a qualidade de vida do paciente quanto o financiamento em saúde.

    As despesas na área de saúde, em 2022, passaram de R$ 136 bilhões. Deste total, mais de R$ 62 bilhões foram gastos em assistência hospitalar e ambulatorial e, deste montante, quase R$ 4 bilhões foram para tratamento oncológico, divididos em tratamento ambulatorial (77%), cirurgias (13%) e internações (10%).

    Nina relatou, ainda, que houve aumento de 402% – de 2018 a 2022 – no custo médio dos procedimentos de tratamento do câncer (quimioterapia, radioterapia e imunoterapia). “Um procedimento que, em 2018 custava R$ 151,33, subiu para R$ 758,93 em 2022. O custo médio com internação chegou a R$ 1.082,22 e o gasto com cirurgia alcançou R$ 3.406,07”, especificou.

    Inadequação

    Fernando Maia, coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde, abordou os motivos que podem justificar essa alta, além do impacto causado pela pandemia de covid-19 no sistema de saúde. “Existe uma inadequação na forma como os gastos são feitos. Não temos incentivo real para ações de diagnóstico precoce. Nessa medida, estamos pagando a alta complexidade e o tratamento sistêmico foi aumentando de preço”, ponderou.

    Segundo ele, é urgente que se consiga estruturar o gasto em oncologia de uma maneira que se consiga reduzir a mortalidade, melhorar e aumentar a sobrevida livre de doença e não somente ficar pagando novas incorporações e aumentando o custo sem avaliar se isso está impactando na saúde das pessoas.

    Integração

    A Fiocruz e o Grupo Oncoclínicas anunciaram nesta quinta-feira (15), no Rio de Janeiro, a criação do Centro Integrado de Pesquisa em Oncologia Translacional (Cipot), através de parceria público-privada na área de estudos sobre o câncer.

    A instituição reunirá esforços e investimentos em pesquisa, inovação, capacitação de profissionais de saúde e empreendedorismo na oncologia. O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, destacou que a iniciativa se soma às demais estratégias da Fundação nessa área, visando não só aumentar as cooperações para pesquisas, mas também fortalecer o sistema público de saúde.

    O câncer é a segunda maior causa de morte no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, são esperados 704 mil novos diagnósticos no Brasil a cada ano do triênio 2023/2025. O número representa um desafio constante para a saúde pública: melhorar a equidade no acesso aos exames preventivos e diagnósticos para descobertas em estágios iniciais e rápido começo do tratamento são alguns dos gargalos ainda enfrentados pelo país.

    O fundador e diretor presidente do Grupo Oncoclínicas, Bruno Ferrari, afirmou que a criação do novo centro deverá trazer impacto no rastreamento da doença e diagnóstico precoce e, também, terapias inovadoras que proporcionem mais eficiência nos custos na jornada do tratamento oncológico, evitando os elevados gastos com cirurgias, além de melhorar a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.

    Eixos principais

    A implementação da Cipot será baseada em três eixos principais: pesquisa e desenvolvimento tecnológico, educação e empreendedorismo. São objetivos também o desenvolvimento de projetos colaborativos e tecnológicos com foco em terapias e métodos diagnósticos e a avaliação da viabilidade técnica e financeira de projetos de pesquisa e desenvolvimento, internos ou externos.

    A cooperação funcionará ainda na prospecção de oportunidades, por meio de editais públicos e privados; na promoção de eventos científicos; na integração acadêmica, com elaboração de cursos e iniciativas educacionais e na promoção do empreendedorismo tecnológico na área de oncologia.

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e considerando uma prevalência de cinco anos da doença, mais de 50 milhões de pessoas estão vivendo atualmente com câncer em todo mundo. Desse total, o Brasil tem 1,5 milhão. A OMS salienta que, nos países mais pobres e em desenvolvimento, a incidência das neoplasias deverá crescer mais de 80%.

    Entre os tipos de tumor mais comuns no Brasil, a liderança é exercida pelo câncer de pele não melanoma. As neoplasias de mama e de próstata são as mais frequentes entre as mulheres e os homens. Aparecem ainda no topo do ranking de incidência no país tumores de pulmão e intestino, ambos relacionados a hábitos de vida pouco saudáveis, como dieta rica em gordura e tabagismo.

    O diretor médico do Grupo Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas, Carlos Gil Ferreira, disse que, para atingir a meta de 70% de sobrevivência para todos os pacientes até 2035, conforme preconiza a OMS, “é essencial aumentar o orçamento destinado ao desenvolvimento de pesquisas e atuar na conscientização sobre as consequências do diagnóstico tardio da doença, o que reduz as chances de cura e compromete o potencial dos tratamentos”.

    *Matéria alterada às 14h01 para acréscimo de informações. Colaborou a repórter Alana Gandra.

    Edição: Kleber Sampaio

  • Quase 40% dos brasileiros fumantes consomem 11 ou mais cigarros ao dia

    Quase 40% dos brasileiros fumantes consomem 11 ou mais cigarros ao dia

    Uma pesquisa inédita lançada nesta quarta-feira (26) revelou o perfil do câncer de pulmão no Brasil. Os dados mostram que a maioria dos brasileiros desconhece a gravidade da doença: apenas 15% citaram a severidade da doença, ante 24% do total na América Latina.

    Outro dado alarmante é a quantidade de cigarros que os brasileiros fumam por dia: 39% fumam 11 ou mais cigarros por dia (acima da média de 27% da América Latina), sendo 17% fumam todos os dias e  25% fumam ao menos três vezes por semana. O tabagismo (ativo ou passivo) está ligado a 80% dos casos da doença.

    A pesquisa mostrou que 28% dos brasileiros fumam cigarro, abaixo da média de 38% da América Latina, mas fumam mais. Ou seja, não é o país com maior incidência de fumantes, mas tem a maior porcentagem de pessoas que fumam mais de 11 cigarros por dia.

    Segundo a médica oncologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Suellen Nastri Castro, o dado é impactante.

    “Apesar de ser menor a quantidade de fumantes do que na América Latina, eu ainda imaginava que a gente tivesse uma porcentagem menor, já que existem outras pesquisas que mostraram que teve uma redução importante. E quase 30% das pessoas ainda fumam e quando fumam são mais de 11 cigarros, isso é algo preocupante”, lamentou a médica.

    Para ela, o estresse pode ser a causa. “Atualmente vivemos em um mundo onde está todo mundo ansioso, estressado, trabalhando muito e o cigarro tem muito essa questão, de a pessoa fumar muito mais quando está nervosa. Outra questão é quanto ao estilo de vida hoje da população brasileira e mundial, estamos no limite do estresse e isso faz com que as pessoas tenham menor preocupação com a saúde”, opinou a oncologista, que participou do lançamento da pesquisa realizada pela biofarmacêutica AstraZeneca, em São Paulo.

    O levantamento mostrou também que no Brasil, 87% fazem ao menos uma visita preventiva por ano (check up geral). Com relação à atividade física, 56% fazem exercícios ao menos três vezes por semana.

    A amostra da pesquisa foi de 2.179 pessoas no seguintes países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México. Foram entrevistadas pessoas com idades de 40 a 49 (61%), 50 a 59 (30%); 60 a 69 (8%) e 70 a 79 (1%).

    Percepção sobre o câncer de pulmão

    O câncer de pulmão é o mais fatal do Brasil, com quase 12 mortes por 100 mil habitantes, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No mundo, a doença faz 1,8 milhão de vítimas por ano, sendo 86 mil mortes apenas nos países da América Latina.

    A presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, defende a existência de campanhas de conscientização anuais para alertar sobre a prevenção e os sintomas da doença.

    “Precisamos ter campanhas mais efetivas, mas para isso é preciso ter vontade política, onde a gente consiga ter campanhas de prevenção permanentes no nosso país e não esperar só os meses ‘coloridos’ [como outubro rosa e novembro azul] para gente propagar a mensagem da informação de qualidade e a importância de as pessoas cuidarem da sua saúde e com câncer de pulmão não é diferente”.

    Fundado há 13 anos, o Instituto Lado a Lado pela Vida é a única organização social brasileira que se dedica simultaneamente às duas principais causas da mortalidade – o câncer e as doenças cardiovasculares – além do intenso trabalho relacionado à saúde do homem.

    Dados

    Em relação aos fatores de risco não relacionados ao tabagismo, o conhecimento é baixo: apenas 8% citaram sedentarismo; outros 8% citaram fatores genéticos e hereditariedade; 4% citaram exposição a agentes químicos e 5% sequer souberam citar um fator de risco.

    Embora o tabagismo esteja ligado a 80% dos casos, sendo assim o principal fator de risco, ele não foi citado por 23% dos respondentes brasileiros e 25% dos latinoamericanos.

    O conhecimento sobre sintomas também é baixo: 55% citaram problemas respiratórios (dificuldade de respirar, falta de ar, dispnéia, etc);  42% citaram problemas pulmonares (tosse, tosse seca, tosse recorrente, etc);  17% citaram diferentes tipos de dor (ao respirar, no peito, nas costas);  15% citaram fadiga e  3% perda de peso.

    Tumor letal

    O câncer de pulmão é o tumor mais letal da América Latina, responsável por 86 mil mortes por ano na região e chega a fazer cerca de 1,8 milhão de vítimas globalmente.  Só no Brasil, a doença mata mais de 28 mil pessoas e gera quase 30 mil novos casos por ano, o que faz dela um dos cânceres mais incidentes.

    Identificado tardiamente em 85% dos pacientes na América Latina, a doença passa a ter poucas chances de cura, com uma taxa de sobrevida de 5 anos em 18% dos casos.

    O grande desafio é ampliar o diagnóstico precoce, pois quando o tumor é identificado em estágio inicial, a taxa de sobrevida de cinco anos sobe significativamente, alcançando 56%.

    Outros vícios

    Outras formas de consumo do tabaco, como charutos, cachimbos, narguilés e cigarrilhas, também são perigosas, alerta a oncologista Suellen Nastri.

    “O narguilé, charuto e cachimbo têm um aumento do câncer de pulmão, de boca e de garganta. Todos esses cânceres aumentam, até porque o narguile não tem filtro, ele é a fumaça direto na cavidade oral ou a via aérea. É algo que é consumido em menor quantidade, mas ainda assim é relacionado ao câncer de pulmão e outros cânceres, principalmente da cavidade oral e da garganta”.

    Campanha “Cuide-se Hoje”

    Para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce, que pode reverter o cenário do câncer de pulmão na América Latina, a AstraZeneca lança a campanha “Cuide-se Hoje”, elaborada com participação de 19 associações de pacientes, de 10 países da região: Brasil, Argentina, Chile, México, Colômbia, Peru, Costa Rica, República Dominicana, Guatemala e Panamá.

    As entidades formaram um conselho de especialistas para apresentar diferentes realidades e necessidades, assim contribuindo para que a campanha reunisse informações de qualidade sobre o tema, a partir da visão do paciente e sempre destacando que investimento em diagnóstico precoce pode salvar muitas vidas todos os anos.

    Se nada for feito, estima-se que a doença possa alcançar a mortalidade anual de 3,01 milhões de pessoas em 2040 (câncer de pulmão, brônquios e traqueia), um aumento de 67%.

    O câncer de pulmão pode evoluir silenciosamente ou com sinais e sintomas pouco específicos. “Quanto mais conhecimento a população tiver sobre o tema, mais preparados estaremos para lutar contra a doença”, afirma a diretora médica da AstraZeneca Brasil Marina Belhaus.

    Sintomas mais frequentes:

    • Tosse persistente;

    • Escarro com sangue;

    • Dor no peito;

    • Rouquidão;

    • Falta de ar;

    • Perda de peso e de apetite;

    • Pneumonia recorrente ou bronquite;

    • Sentir-se cansado ou fraco;

    • Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns.

    Detecção precoce

    Como forma de prevenção, autoridades médicas recomendam não fumar, evitar o tabagismo passivo e exposição a determinados agentes químicos, como arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de clorometil2.

    A detecção precoce pode ser realizada com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos e radiológicos em pacientes com sinais e sintomas sugestivos da doença. Caso não haja sinais e sintomas, recomenda-se o rastreamento em grupos com maior chance de desenvolver a doença, como pessoas que fumam ao menos um maço por dia, há 30 anos ou mais.

    Histórias reais

    Como parte da campanha, a AstraZeneca publicou uma série de vídeos com depoimentos de pacientes e médicos, gravados em diferentes países da América Latina, para mostrar a realidade de quem convive com a doença. Cada história tem uma perspectiva diferente sobre o câncer de pulmão e ajuda a compreender suas complexidades e impactos.

  • Brasil registrou 44 mortes por câncer de próstata por dia em 2021

    Brasil registrou 44 mortes por câncer de próstata por dia em 2021

    O câncer de próstata é o mais incidente no homem (excluindo-se o câncer de pele não melanoma) e o segundo que mais mata, atrás do câncer de pulmão. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil óbitos em razão desse tipo de tumor. No ano passado, 16.055 homens morreram em consequência da doença, o que corresponde a cerca de 44 mortes por dia.

    De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2022.

    Para mudar esse cenário e incentivar o cuidado com a saúde de uma forma global, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realiza mais uma edição da campanha Novembro Azul, que este ano traz a mensagem: “Saúde também é papo de homem”.

    Ao longo de novembro, o conteúdo das redes sociais do Portal da Urologia será voltado para a saúde masculina, e haverá lives com médicos de diversas especialidades.

    Segundo o presidente da SBU, Alfredo Félix Canalini, o objetivo é conscientizar os homens sobre a necessidade dos cuidados com a própria saúde de forma rotineira, e não somente quando aparece algum problema.

    “Além da divulgação dos hábitos para se ter uma vida saudável, também informamos que muitas doenças, na fase inicial, são totalmente assintomáticas, mas podem ser diagnosticadas e tratadas mais facilmente com exames periódicos de check-up. O câncer da próstata é o melhor exemplo disso”, disse o médico.

    Em 2019, foram registradas 15.983 mortes em decorrência do câncer de próstata; em 2020, 15.841 e, em 2021, 16.055. De acordo com a diretora de Comunicação da SBU, Karin Anzolch, os números mostram um ligeiro aumento da mortalidade por câncer de próstata em 2021 comparado aos dois anos anteriores.

    “Ainda não sabemos se é um fato isolado, ou se poderá ser reflexo de um aumento em decorrência da pandemia, quando já havia uma preocupação por parte da nossa Sociedade porque muitos tratamentos e acompanhamentos acabaram sendo impactados. Os próximos números devem nos ajudar a entender melhor esse cenário”, afirmou a médica.

    Segundo a SBU, outro indicador do Ministério da Saúde mostra o impacto da doença no país. Em 2020, foram registradas 31.888 biópsias, em 2021, 34.673, e até agosto deste ano, mais de 27 mil. A biópsia é solicitada quando o médico desconfia de que há algo errado ao analisar os exames de toque retal e dosagem de PSA.

    Apesar de poder atingir qualquer homem, os principais fatores de risco da doença são: idade (é um câncer raro antes dos 40 anos e aumenta com o envelhecimento); histórico familiar de câncer de próstata em pai, irmão ou tio; homens de raça negra; obesidade.

    A neoplasia de próstata em estágio inicial, quando as chances de cura chegam a 90%, não apresenta sintomas. Quando aparecem, o tumor geralmente está em uma fase mais avançada, podendo o homem ter dificuldade para urinar, micção frequente, disfunção erétil, presença de sangue na urina ou no sêmen e dores pélvicas ou ósseas.

    Diagnóstico do câncer de próstata

    Para o diagnóstico precoce da doença, a SBU recomenda que homens a partir de 50 anos, mesmo sem apresentar sintomas, procurem um urologista para avaliação individualizada. Aqueles que integram o grupo de risco são orientados a começar os exames mais cedo, a partir dos 45 anos.

    “Essas orientações quanto à idade valem quando não houver sintomas. Se houver, a procura pelo urologista deve ser feita o mais breve possível. Vale lembrar que os sintomas não são exclusivos de câncer de próstata, nem mesmo de outras doenças da próstata, mas que, por não serem normais, sempre devem ser avaliados porque podem indicar problemas que também podem ter impacto importante na saúde do homem”, afirmou Karin.

    Os exames iniciais para detecção precoce do câncer de próstata compreendem a dosagem de PSA e o toque retal.