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  • Mato Grosso abre chamada para artigos científicos sobre Inteligência Artificial

    Mato Grosso abre chamada para artigos científicos sobre Inteligência Artificial

    O prazo para envio de artigos científicos à revista da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso termina nesta segunda-feira (12 de maio). A publicação chega à sua edição com o tema central: Inteligência Artificial, Educação e Trabalho: Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento Sustentável”.

    Os textos devem ser inéditos, conter dados atualizados e não podem ter sido submetidos a outros periódicos, livros ou eventos científicos. Cada artigo pode ter até quatro autores, sendo obrigatório que ao menos um possua titulação de mestre ou superior.

    A chamada contempla pesquisas dentro de quatro eixos temáticos:

    • IA na Educação

    • IA na Ciência e Pesquisa

    • Agricultura 4.0

    • Desafios Éticos e Sociais da IA

    O envio é aberto a pesquisadores, docentes, estudantes e profissionais de Escolas Técnicas e Instituições de Ensino Superior de todo o Brasil. As submissões devem ser feitas por e-mail para: revista@secitec.mt.gov.br.

    Criada em 2022, a revista tem como missão promover a produção científica e o pensamento crítico em Mato Grosso, integrando saberes nas áreas de educação, ciência e tecnologia. foram publicadas três edições impressas e digitais, disponíveis gratuitamente online.

    A iniciativa busca fomentar um espaço de debate qualificado sobre os impactos da Inteligência Artificial na sociedade contemporânea, com ênfase no contexto regional e nacional.

  • Especialistas questionam se a nova IA da Microsoft pode cumprir suas promessas: ‘Pouco viável’

    Especialistas questionam se a nova IA da Microsoft pode cumprir suas promessas: ‘Pouco viável’

    Michael Cook, especialista em IA para videogames, analisou detalhadamente a inteligência artificial Muse, apontando falhas nas promessas feitas pela Microsoft.

    Na última semana, a Microsoft revelou o Muse, um novo modelo de inteligência artificial que promete transformar a forma como os videogames são desenvolvidos e jogados. A empresa demonstrou grande entusiasmo pelo projeto, a ponto de seu CEO afirmar que já estão planejando criar jogos utilizando essa tecnologia.

    Para o pesquisador e designer de jogos Dr. Michael Cook, especialista em IA para videogames, o Muse não gera novas mecânicas de jogo nem ideias originais. Em seu blog, ele explicou que o modelo foi treinado com sete anos de imagens de Bleeding Edge para prever novas sequências de jogabilidade baseadas nesses dados. O propósito, segundo Cook, não é criar jogos, mas sim prever como alterações no design podem impactar o jogo, como a adição de uma plataforma em determinada fase.

    “A IA Muse da Microsoft não cria jogos e não resolverá a preservação de videogames”

    No relatório da Microsoft, é destacado que a IA precisa compreender persistência, consistência e diversidade para garantir que as mudanças feitas pelos desenvolvedores sejam aplicadas de forma lógica no jogo. Por exemplo, uma plataforma de salto adicionada deve permanecer estável e responder corretamente às ações do jogador.

    Contudo, Cook destaca que o sistema apresenta grandes limitações. A geração de sequências preditivas exige altos recursos computacionais, grandes quantidades de dados e ainda carece de uma aplicação prática no desenvolvimento de jogos. Além disso, muitos estúdios não possuem acervos extensos de jogabilidade para treinar um modelo como o Muse, tornando sua adoção inviável para empresas menores.

    Um dos pontos mais controversos da apresentação foi a alegação da Microsoft de que o Muse “revolucionará a forma como preservamos e interagimos com jogos clássicos”. Phil Spencer, chefe do Xbox, sugeriu que o Muse poderia permitir que jogos antigos rodassem em qualquer dispositivo. Cook refuta essa ideia, considerando as declarações de Spencer como exageradas. Ele argumenta que o Muse não é uma ferramenta de preservação, mas apenas um sistema de simulação de jogabilidade, comparando sua abordagem com pedir a uma criança de cinco anos para recriar o final de Final Fantasy VIII. Para ele, preservar um jogo vai além de apenas replicar trechos visuais de sua jogabilidade.

    No estado atual, o Muse não captura com precisão a experiência autêntica de um jogo, o que torna sua utilidade como ferramenta de preservação questionável. Para Cook, a IA nos videogames ainda não atingiu um nível capaz de garantir preservação fiel, e existem abordagens mais eficazes para essa questão.

    Enquanto isso, o uso de inteligência artificial generativa no desenvolvimento de videogames segue gerando debates, com a Activision já confirmando que utiliza essa tecnologia na franquia Call of Duty.

  • Médicos discutem uso da IA em benefício de deficientes visuais

    Médicos discutem uso da IA em benefício de deficientes visuais

    Bengalas inteligentes e sistemas de audiodescrição de objetos e ambientes são exemplos da aplicação da inteligência artificial (IA) no intuito de melhorar a autonomia de pessoas com deficiência visual. O tema será discutido na 8ª Convenção do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), nesta sexta-feira (14) e neste sábado (15), em São Paulo.

    Na convenção, especialistas e gestores de saúde debaterão a aplicação da IA em tecnologias que auxiliam na comunicação, locomoção e acessibilidade de pessoas cegas ou com baixa visão. O encontro deve abordar ainda desafios éticos e técnicos associados ao uso dessas tecnologias, como garantir a privacidade e a imparcialidade no uso de dados dos usuários.

    Entenda

    De acordo com o CBO, tecnologias assistivas na oftalmologia englobam desde recursos até dispositivos, equipamentos e sistemas desenvolvidos para melhorar a independência e a qualidade de vida de pessoas com deficiência visual. Na maioria das vezes, são desenvolvidas para tarefas específicas, com funções bastante definidas para cada recurso.

    “Soluções baseadas em IA têm oferecido assistência visual a pessoas com deficiência, permitindo descrições de imagens, objetos e textos sem a necessidade de um voluntário, o que aumenta sua autonomia. Esses sistemas analisam fotos enviadas pelos usuários e fornecem descrições detalhadas, auxiliando em tarefas do dia a dia, como leitura de rótulos, identificação de objetos e reconhecimento de ambientes”, explica a entidade médica.

    Combinando sensores e a conectividade com smartphones, as bengalas inteligentes, por exemplo, são capazes de detectar obstáculos e dar orientações por meio de comandos de voz, permitindo que os usuários se desloquem com mais segurança em ambientes urbanos.

    “Nessas tecnologias, a IA auxilia na identificação de pontos de interesse e na adaptação a novos ambientes, facilitando a mobilidade”, diz o CBO.

    Apesar do avanço na acessibilidade dos pacientes, o CBO destaca que o desenvolvimento e a aplicação desse tipo de ferramenta requerem atenção a desafios éticos e técnicos. “Dispositivos de audiodescrição gerados por IA podem, eventualmente, potencializar preconceitos se não forem alimentados ou moderados com uma base objetiva e imparcial”, alerta o conselho.

  • Inteligência Artificial: ameaça ou oportunidade para o mercado de trabalho?

    Inteligência Artificial: ameaça ou oportunidade para o mercado de trabalho?

    A inteligência artificial generativa (IA) tem sido um dos tópicos mais discutidos nas últimas semanas com anúncios do governo Trump validando seu uso nas mais diversas atividades. Afinal a IA é uma ameaça ou uma oportunidade para o mercado de trabalho? Abaixo trago um mapa dos benefícios e desafios para os trabalhadores.

    Quanto aos benefícios, a IA apresenta inúmeras oportunidades que podem transformar positivamente o mercado de trabalho. Entre as mais significativas estão o aumento da eficiência, a criação de novos empregos e a melhoria das condições de trabalho.

    O uso de drones e robôs na indústria em trabalhos operacionais braçais gera valor para os trabalhadores, já que evita trabalhos de alto risco e que provocam doenças ocupacionais, muitas vezes, tirando-os da vida produtiva muito cedo. Em atividades de escritório mais repetitivas e corriqueiras como: digitar dados em planilhas e analisar grande volume de dados, por exemplo, o uso da IA Generativa permitirá ao trabalhador se ocupar de tarefas ligadas à inovação e melhoria de processos e produtos, atividades com escassez de profissionais.

    A IA também criará novas oportunidades de trabalho em áreas como desenvolvimento de software, análise de dados e cibersegurança. Além disso, novas indústrias podem surgir baseadas em tecnologias de IA. Áreas que hoje necessitam muito de pessoas, como na prestação de serviços ligados à saúde e bem-estar, fontes energéticas renováveis e práticas sustentáveis poderão ser ocupadas, além de criar outras possibilidades para carreiras que ainda não existem.

    Os desafios significativos que precisam ser abordados são: a perda de empregos, a desigualdade e a necessidade de qualificação e requalificação. Os projetos ligados à IA hoje tem seu foco principal no aumento da produtividade e redução de custos. Muitas pessoas que se ocupam de atividades operacionais perderão seus empregos.

    Outro desafio está ligado às desigualdades. Trabalhadores com habilidades altamente especializadas e em áreas tecnológicas podem se beneficiar da demanda crescente, enquanto aqueles com menos habilidades e ou em setores mais tradicionais podem enfrentar dificuldades, implicando no aumento das diferenças salariais.

    Para “surfar nessa onda” ou até mesmo, manter-se empregado será necessário um salto educacional no país. E nesse sentido os desafios são enormes. A ausência de políticas públicas que levem as pessoas a desenvolver sua autonomia e independência, aliado a uma cultura de muitas vezes “esperar o peixe ao invés de ir pescá-lo”, certamente é o maior desafio.

    Com base nos pontos, é possível concluir que a IA será uma oportunidade ou uma ameaça. Depende de como a encaramos e implantamos as mudanças.

    Olhar para ela como oportunidade sem a ilusão de que resolverá todos os problemas da humanidade, mas assumindo e encarando as mudanças que teremos que fazer em NÓS para que ela seja eficaz.

    O ponto crucial é aprimorar em nós mesmos comportamentos como FLEXIBILIDADE, DETERMINAÇÃO e ÉTICA. No final das contas, independente de qual seja a tecnologia proposta, tudo é sobre gente, e nessa seara só se avança através da educação. Muito do impacto que a IA terá em nossas vidas está em nossas mãos.

    Edilene Bocchi é administradora e CEO da Vesi Consulting, empresa que atua na gestão de pessoas, coaching para lideranças e equipes, sucessão familiar e carreira – siga @vesiconsulting.

  • Quem tem medo da IA?

    Quem tem medo da IA?

    A Inteligência Artificial  deixou de ser um conceito futurista para se tornar parte do nosso dia a dia. Desde assistentes virtuais até diagnósticos médicos de alta precisão, seu impacto já é inegável. Mas à medida que nos aproximamos dessa tecnologia, uma pergunta se torna cada vez mais pertinente: Devemos temer a IA?

    Os benefícios da IA são inúmeros. A automação tem permitido que profissionais deixem tarefas repetitivas de lado para se concentrarem em atividades estratégicas e criativas.

    No campo da saúde, algoritmos sofisticados são capazes de identificar doenças com maior rapidez e precisão, aumentando as chances de tratamento eficaz.  Não significa que vamos deixar de ir ao medico, mas vamos utilizar nossas Ias como checadores.

    Hoje mesmo utilizei a IA para saber se a quantidade de suplementos recomendado pelo meu medico esta adequado aos exames recentes realizados.

    Outro ponto relevante é a personalização digital. Plataformas de streaming, redes sociais e lojas virtuais utilizam IA para sugerir conteúdos e produtos alinhados aos interesses de cada usuário, tornando o consumo mais i eficiente.

    Além disso, na área da segurança cibernética, sistemas inteligentes detectam ameaças e evitam fraudes, garantindo maior proteção para dados pessoais e transações online.

    Apesar dos avanços, a IA também levanta preocupações. A automação em larga escala pode levar à substituição de empregos, afetando principalmente funções operacionais.

    Segundo um estudo publicado na Harvard Business Review, até 2035, cerca de 40% das funções no mercado de trabalho podem ser automatizadas.  Lembra daquela máxima que se você faz um trabalho repetitivo será substituído por uma maquina, está ai.

    Além disso, questões éticas e de privacidade precisam ser debatidas. Algoritmos que tomam decisões sem transparência podem perpetuar preconceitos e reforçar desigualdades. Tecnologias como o reconhecimento facial, por exemplo, já demonstraram falhas ao identificar corretamente diferentes grupos étnicos, o que pode gerar discriminação.

    Outro risco crescente é a disseminação de desinformação. Com o avanço das deepfakes e dos bots inteligentes, torna-se cada vez mais difícil distinguir entre conteúdos autênticos e manipulados.

    Mas o que esperar da IA nos próximos anos?

    Nos próximos anos, a presença da IA deve se intensificar em diversas áreas, como saúde, educação e mobilidade urbana. Carros autônomos, assistentes médicos baseados em IA e professores virtuais são apenas algumas das inovações em desenvolvimento.

    No entanto, para que essa evolução traga benefícios reais, será essencial que governos e empresas estabeleçam regulamentações que garantam a transparência no uso da tecnologia, a proteção de dados e a responsabilidade no desenvolvimento dos algoritmos.

    No caso do Brasil ainda será necessário investir muito em infraestrutura para que toda essa capacidade de armazenar dados seja fácil de usar. Segundo IBGE mais de 190 cidades no Brasil ainda não possuem internet adequada ou que funcione para a população.

    Medo ou Adaptação?

    Acredito que a IA não deve ser encarada como uma ameaça, mas sim como uma ferramenta que precisa ser utilizada com responsabilidade. O equilíbrio entre inovação e ética será determinante para garantir que essa tecnologia seja um avanço positivo para a sociedade.

    Ao invés de temer a IA, o ideal é que nos preparemos para seu impacto inevitável. Investir em educação digital, debater diretrizes éticas e desenvolver regulamentações adequadas são passos fundamentais para garantir que essa revolução aconteça de forma sustentável e segura.

    Afinal, o futuro da IA não será determinado apenas por suas capacidades tecnológicas, mas pela forma como escolhemos utilizá-la.  Penso que devemos utilizar a AI como um assistente, não como se fosse você é a chave para o equilíbrio nesse momento que ainda nos acostumamos com sua companhia.

    Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br

  • Startup chinesa de IA gera tombo global em ações de tecnologia

    Startup chinesa de IA gera tombo global em ações de tecnologia

    Ações de empresas de tecnologia tiveram fortes perdas nesta segunda-feira (27), incluindo Nvidia e Oracle. As quedas foram causadas por receio de investidores sobre possível competição de um modelo chinês de inteligência artificial de baixo custo que tem lançado dúvidas sobre o domínio de companhias ocidentais no setor.

    A startup chinesa DeepSeek lançou na semana passada um assistente digital gratuito que, segundo ela, usa menos dados e custa uma fração do custo dos modelos de empresas já estabelecidas, possivelmente marcando um ponto de virada no nível de investimento necessário para a IA.

    O Nasdaq indicava forte queda na abertura e as ações da Nvidia recuavam 10%, enquanto os papéis da Oracle caíam 8%, isso antes da abertura do mercado.

    A DeepSeek, que nesta segunda-feira já havia ultrapassado o rival norte-americano ChatGPT em termos de downloads na App Store, oferece a perspectiva de uma alternativa viável e mais barata de IA, o que levantou questões sobre a sustentabilidade do nível de gastos e investimentos em IA por empresas ocidentais, incluindo Apple e Microsoft.

    De Tóquio a Amsterdã, passando por Brasil, as ações de empresas com algum vínculo à IA despencavam.

    “Ainda não sabemos os detalhes e nada foi 100% confirmado em relação às alegações da DeepSeek, mas se realmente houve um avanço no custo para treinar modelos de mais de US$ 100 milhões para esse suposto número de US$ 6 milhões, isso é realmente muito positivo para a produtividade e para os usuários finais de IA”, disse Jon Withaar, gerente sênior de portfólio da Pictet Asset Management.

    O entusiasmo em torno da IA impulsionou um enorme fluxo de capital para os mercados de ações nos últimos 18 meses, em particular, à medida que os investidores compraram ações, inflacionando as avaliações das empresas e fazendo com que os mercados atingissem máximas recordes.

    Pouco se sabe sobre a pequena startup de Hangzhou por trás da DeepSeek. Os pesquisadores da empresa publicaram um artigo no mês passado afirmando que o modelo DeepSeek-V3, lançado em 10 de janeiro, usou chips H800 da Nvidia para treinamento, gastando menos de US$ 6 milhões – o valor mencionado por Withaar.

    Os chips H800 não são os melhores do mercado. Inicialmente desenvolvidos como um produto de capacidade reduzida para contornar as restrições dos EUA de vendas para a China. Os processadores foram posteriormente banidos por Washington para venda à China.

    “Momento Sputnik”

    Marc Andreessen, o capitalista de risco do Vale do Silício, disse no domingo na rede social X que o modelo R1 da DeepSeek é o “momento Sputnik” da IA, referindo-se ao lançamento do  famoso satélite pela antiga União Soviética que derrotou os EUA na corrida espacial do final da década de 1950.

    “O Deepseek R1 é uma das descobertas mais incríveis e impressionantes que já vi – e, como código aberto, é um profundo presente para o mundo”, disse Andreessen.

    Na Europa, a fabricante de máquinas para produção de chips ASML, que conta com TSMC, Intel e Samsung como seus clientes, via suas ações recuarem quase 7,5%. Siemens Energy perdia quase 18%. No Japão, o investidor de startups SoftBank Group caiu mais de 8%. Na semana passada, a empresa japonesa anunciou um compromisso de 19 bilhões de dólares para financiar o Stargate, um projeto de inteligência artificial com a OpenAI, criadora do chatGPT. No Brasil, a fabricante de motores elétricos e sistemas de automação WEG caía 6%.

    Dada a volatilidade, os investidores buscavam portos seguros, como os títulos do Tesouro dos EUA, o que fez com que os rendimentos de 10 anos caíssem quase 10 pontos-base, para 4,52%, enquanto moedas de baixo rendimento, como o iene e o franco suíço subiram em relação ao dólar.

    As grandes empresas de tecnologia aumentaram os gastos com o desenvolvimento de recursos de IA e o otimismo em relação aos possíveis retornos fez com que as avaliações das ações subissem muito nos últimos meses.

    Somente a Nvidia se valorizou mais de 200% em cerca de 18 meses e é negociada a 56 vezes o valor de seus lucros, em comparação com um ganho de 53% do Nasdaq, que é negociado a um múltiplo de 16 vezes, de acordo com dados da Lseg.

    Nick Ferres, diretor de investimentos da Vantage Point Asset Management, em Cingapura, disse que o mercado vinha há algum tempo questionando os investimentos bilionários das principais empresas de tecnologia.

    Masahiro Ichikawa, estrategista-chefe de mercado da Sumitomo Mitsui DS Asset Management, disse: “A ideia de que as tecnologias mais avançadas dos EUA, como a Nvidia e o chatGPT, são as mais superiores em nível global, é motivo de preocupação, pois essa perspectiva pode começar a mudar.” “Acho que isso pode ser um pouco prematuro”, disse Ichikawa.

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  • Mudanças climáticas e IA serão pautas do Brasil à frente do Brics

    Mudanças climáticas e IA serão pautas do Brasil à frente do Brics

    O Brasil assume a presidência do Brics em 1º de janeiro do ano que vem e receberá, pela quarta vez, a reunião de cúpula do grupo. Para o governo brasileiro, essa será uma oportunidade de buscar entendimento, entre as dez nações que compõem o grupo, na direção da construção de um mundo melhor e mais sustentável.

    Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador Eduardo Saboia, sherpa (ou seja, o negociador-chefe) do Brics em 2025, afirma que o grupo, pelo tamanho de sua população (mais de 40% do total global) e de sua economia (37% do PIB mundial por poder de compra), tem uma grande importância no cenário global.

    “Se você quer construir um mundo melhor, um mundo sustentável, o Brics tem que ser parte dessa construção. E é importante que haja um entendimento entre esses países, porque esse entendimento ajuda você a alcançar um entendimento mais amplo [com outros países]”, disse Saboia.

    Além de temas que já vêm sendo discutidos no Brics, como a possibilidade do uso de moedas locais no comércio entre os países e a reforma da governança global, o Brasil aproveitará sua posição à frente do grupo, para buscar entendimento em temas como as mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável com redução da pobreza e uma governança sobre a inteligência artificial.

    A questão do clima é de especial interesse porque o Brasil sediará também neste ano, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), em Belém.

    “Como a gente pode aproveitar a presidência do Brics para construir um entendimento que possa ajudar para o êxito da COP-30? Os países que são membros do Brics têm um papel central na questão da energia, que é a principal fonte de emissões de gases do efeito estufa”, afirma.

    Brasília (DF), 08/11/2023 - O Secretário de Ásia e Pacífico, Embaixador Eduardo Paes Saboia, em reunião de consultas políticas com a Coreia. Foto: Gustavo Magalhães/MRE
    Embaixador Eduardo Saboia fala sobre Brics e IA – Foto:  Gustavo Magalhães/MRE

    Já a governança da Inteligência Artificial (IA) é um tema relevante uma vez que, segundo o embaixador, essa é uma tecnologia “disruptiva”. “Não existe uma governança da inteligência artificial, mas essa é uma discussão que está ocorrendo. Quem sabe no Brics, durante a presidência brasileira, a gente possa avançar na ideia de ter uma visão desses países sobre como deve ser a governança da inteligência artificial”.

    De acordo com Saboia, o Brics é uma força de construção e também estabilizadora. “É estabilizadora porque se você tem esses países, que são muito diferentes e com sistemas políticos diferentes, cada um com seus desafios, se entendendo e eles se reúnem todo ano, isso é bom para todo mundo, porque dali saem soluções para a população”.

    Ampliação

    A primeira reunião de cúpula ocorreu em 2009, apenas com Brasil, Rússia, Índia e China (o Bric original). Em 2011, a África do Sul aderiu, transformando a sigla em Brics.

    Em 2023, na cúpula de Johannesburgo, na África do Sul, o Brics convidou Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes, para se juntarem ao grupo a partir de janeiro de 2024. A Argentina decidiu não aderir, enquanto os demais participaram da cúpula deste ano, em Kazan, na Rússia.

    O embaixador Saboia explica que a expansão dos Brics é resultado do êxito do grupo. “O Brics hoje desperta grande interesse e é importante que ele seja representativo dos países do sul global, dos países emergentes”.

    Segundo ele, a ampliação do grupo tem apoio do Brasil e dialoga com a posição do país em relação à reforma da governança global. “Se a gente defende a reforma e a ampliação do Conselho de Segurança [da ONU], faz sentido que a gente tenha uma ampliação do Brics. Agora essa plataforma [o Brics], tem uma pauta, tem um acerto, então os países que entraram, abraçaram essas conquistas. Uma das prioridades é fazer com que essa incorporação se dê da maneira mais suave e efetiva possível”.

    Na cúpula de Kazan, o Brics também anunciou uma nova modalidade de membros (os países associados) e definiu-se que 13 nações seriam convidadas: Cuba, Bolívia, Turquia, Nigéria, Indonésia, Argélia, Belarus, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã e Uganda.

    Saboia afirma que o anúncio em relação à adesão dos países parceiros será feito nas próximas semanas. “Uma das prioridades da nossa presidência é fazer com que esses países se sintam acolhidos na família do Brics. É importante que haja um trabalho para que eles se envolvam. Eles participarão das reuniões de ministros de Relações Exteriores e também há previsão que eles participem da cúpula [de 2025]”.

  • Presidente da Colômbia diz que G20 teme que IA cause hecatombe social

    Presidente da Colômbia diz que G20 teme que IA cause hecatombe social

    O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse nesta segunda-feira (18) que os países do G20 demonstraram preocupação com os impactos da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho global. Petro participa como convidado da Cúpula das maiores economias do mundo, no Rio de Janeiro, e revelou alguns dos temas tratados a portas fechadas entre os países participantes.

    “Falamos das expectativas sobre questões gravíssimas que precisamos resolver no mundo. Então, discutimos como olhar a inteligência artificial e a fome. Como a inteligência artificial sem regulação pública pode aumentar a questão da fome a partir das demissões ao redor do mundo dos trabalhadores ordinários que vão ser afetados por esse tipo de tecnologia. É uma questão mundial, porque vai afetar a todos os países. E como prevenir essa hecatombe social”, disse Petro.

    Segundo o presidente colombiano, também foi discutida a possibilidade de reforma da governança global, principalmente em relação ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

    “Há a necessidade de reformar a governança global para acabar com o poder de veto no Conselho de Segurança sobre as COPS climáticas, para que se tomem decisões com bases em representações majoritárias. Essa mudança de governança é fundamental para construção de uma democracia global, sobretudo para eliminar guerras, para eliminar o crescimento da fome”, disse Petro.

    Ao ser perguntado sobre os debates em torno da guerra da Ucrânia, o presidente foi sucinto. “O que falamos sobre a guerra da Ucrânia é basicamente que a paz começa por uma conversa direta entre a Rússia e a Ucrânia, sem intermediários. Eles têm uma história comum, uma cultura comum, é fundamental que dialoguem”.

    Petro também adiantou que há conversas em andamento com representantes dos países africanos para estreitar os laços de cooperação.

    “Conversei com a União Africana. E a relação entre a África e a América do Sul é fundamental para potencializar economia, progresso e transformação industrial. Assim como a questão da fome e o problema mais grave do mundo, que é a crise climática. Somos regiões complementares, temos interesses comuns e problemas complementares”, ressaltou o presidente.

  • Japão vai construir supercomputador 1.000 vezes mais potente que os atuais

    Japão vai construir supercomputador 1.000 vezes mais potente que os atuais

    Em um marco histórico para a computação de alto desempenho, o Japão anunciou planos ambiciosos para construir o primeiro supercomputador de classe “zeta” do mundo. Com capacidade de realizar um sextilhão de cálculos por segundo, essa máquina ultrapassará em mil vezes a potência dos supercomputadores mais avançados da atualidade.

    Uma possível revolução na computação

    A iniciativa, liderada pelo Ministério da Educação, Cultura, Desportos, Ciência e Tecnologia (MEXT), representa um investimento de mais de US$ 750 milhões e coloca o Japão na vanguarda da pesquisa em inteligência artificial (IA). A expectativa é que o supercomputador esteja operacional em 2030, impulsionando avanços em diversas áreas, desde a descoberta de novos materiais até o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes.

    Por que o Zeta?

    A escala zetaFLOPS, nunca antes alcançada, permitirá aos pesquisadores simular fenômenos complexos com um nível de detalhe sem precedentes. As aplicações potenciais são vastas e incluem:

    • Desenvolvimento de novos materiais: A simulação de propriedades atômicas e moleculares em escala zetasscale permitirá a criação de materiais com características personalizadas, como supercondutores de alta temperatura e materiais mais leves e resistentes.
    • Descoberta de medicamentos: A simulação de interações moleculares em grande escala acelerará a descoberta de novos medicamentos, reduzindo o tempo e o custo de desenvolvimento.
    • Previsão do clima: Modelos climáticos mais precisos e detalhados permitirão prever eventos climáticos extremos com maior antecedência, auxiliando na tomada de decisões para mitigar seus impactos.
    • Otimização de processos industriais: A simulação de processos industriais em escala zetasscale permitirá otimizar a produção, reduzir o consumo de energia e minimizar a geração de resíduos.

    Um salto quântico para a IA

    A capacidade de processar vastas quantidades de dados em tempo real é fundamental para o desenvolvimento de sistemas de IA cada vez mais sofisticados. O supercomputador zeta permitirá treinar modelos de aprendizado de máquina mais complexos e realizar tarefas que atualmente são inviáveis, como a compreensão da linguagem natural em sua totalidade e a criação de sistemas de IA capazes de raciocinar de forma similar aos humanos.

    O futuro da computação

    A construção do supercomputador zeta marca um novo capítulo na história da computação. Essa máquina não apenas impulsionará a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico, mas também terá um impacto profundo em nossas vidas, transformando a forma como trabalhamos, vivemos e interagimos com o mundo.

  • Empresas de IA e gravadoras se enfrentam sobre uso de músicas para treinar algoritmos

    Empresas de IA e gravadoras se enfrentam sobre uso de músicas para treinar algoritmos

    Uma batalha legal está tomando forma no mundo da tecnologia. Empresas de inteligência artificial (IA) que criam música estão sendo processadas por grandes gravadoras por violação de direitos autorais. O motivo? O uso de músicas protegidas para treinar seus algoritmos.

    As startups Udio e Suno, focadas em geração musical por IA, alegam que sua prática se enquadra no conceito de “fair use” (uso justo) previsto pela lei de direitos autorais. A defesa argumenta que o treinamento dos modelos de IA, embora utilize trechos musicais, não viola direitos autorais pois o resultado final é a criação de músicas inéditas.

    “Não é segredo que as dezenas de milhões de gravações usadas para treinar o modelo da Suno provavelmente incluem material protegido pelas autoras do processo”, reconheceu a empresa. No entanto, eles afirmam que esses dados de treinamento abrangem “essencialmente todos os arquivos de música de qualidade razoável acessíveis na internet aberta”, o que incluiria milhões de cópias ilegais.

    A Suno defende a legalidade de seu processo, pois o uso de trechos musicais para treinar a IA não se traduz na criação de colagens sonoras baseadas diretamente nas músicas originais. Ao invés disso, o algoritmo aprende estilos e gêneros musicais, como ópera ou jazz, que, segundo eles, não podem ser propriedade de ninguém.

    “Nossas leis de propriedade intelectual sempre foram cuidadosamente elaboradas para evitar que alguém monopolize uma forma de expressão artística, seja um soneto ou uma música pop. Os direitos de propriedade intelectual podem ser aplicados a uma gravação específica de uma música em um determinado estilo. Mas não ao estilo em si”, argumenta a empresa.

    A alegação de “fair use” foi prontamente contestada pela RIAA, a Associação da Indústria Fonográfica da América, que moveu o processo. “Sua violação de direitos autorais em escala industrial não se qualifica como ‘fair use’. Não há nada justo em roubar o trabalho de um artista, extrair seu valor central e reembalá-lo para competir diretamente com os originais”, disse um porta-voz da organização.

    O porta-voz afirmou ainda que as empresas de IA tinham uma alternativa legal: “obter consentimento antes de usar o material, como muitos de seus concorrentes já fazem. Essa concorrência desleal está diretamente em questão nestes casos”.

    O debate coloca em xeque os limites do uso de material protegido por direitos autorais para treinar algoritmos de IA. As empresas de tecnologia argumentam que o conteúdo publicado na internet se torna “gratuito”, podendo ser copiado e usado por qualquer pessoa. Essa visão, no entanto, entra em conflito com as diretrizes do Escritório de Direitos Autorais dos Estados Unidos, que afirma que um trabalho está protegido desde o momento em que é criado e fixado em uma forma tangível.

    Este caso não é único. Outras empresas de IA, como OpenAI e Perplexity, também enfrentam acusações similares. A disputa promete gerar discussões importantes sobre o uso da inteligência artificial e os limites da propriedade intelectual na era digital.