Tag: hortas comunitárias

  • Hortas Comunitárias: Plantando sementes de uma vida mais verde e saudável

    Hortas Comunitárias: Plantando sementes de uma vida mais verde e saudável

    As hortas comunitárias são muito mais do que simples espaços de cultivo.

    Hortas Comunitárias:

    Hortas Comunitárias6
    Hortas Comunitárias6

    Elas representam um movimento que busca conectar as pessoas à natureza, promover a alimentação saudável, fortalecer os laços comunitários e construir um futuro mais sustentável. Neste artigo, vamos explorar o conceito de hortas comunitárias, seus benefícios e como você pode participar desse movimento.

    O que são Hortas Comunitárias?

    Hortas Comunitárias5
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    As hortas comunitárias são áreas cultivadas coletivamente, onde pessoas de diferentes idades e backgrounds se reúnem para plantar, cuidar e colher alimentos frescos. Elas podem ser encontradas em diversos espaços urbanos, como parques, escolas, áreas abandonadas e até mesmo em telhados de edifícios.

    Como Funcionam as Hortas Comunitárias?

    Hortas Comunitárias4
    Hortas Comunitárias4

    O funcionamento de uma horta comunitária pode variar de acordo com o tamanho, a localização e os objetivos do grupo. No entanto, algumas características são comuns a todas elas:

    Gestão coletiva:

    Hortas Comunitárias3
    Hortas Comunitárias3

    As decisões sobre o que plantar, como cuidar da horta e como distribuir os alimentos são tomadas em conjunto pelos membros da comunidade.

    Trabalho voluntário:

    Grupo de mãos de voluntários plantando árvore no parque - Fotos do Canva1
    Grupo de mãos de voluntários plantando árvore no parque – Fotos do Canva1

    O cultivo da horta é realizado por meio do trabalho voluntário de seus membros.

    Diversidade de culturas:

    Hortas Comunitárias8
    Hortas Comunitárias8

    As hortas comunitárias são espaços inclusivos, que promovem a diversidade cultural e social.

    Produção de alimentos saudáveis:

    Jardineiro afro-americano olhando recém-colhidas no chão beterrabas douradas no jardim comunitário - Fotos do Canva1
    Jardineiro afro-americano olhando recém-colhidas no chão beterrabas douradas no jardim comunitário – Fotos do Canva1

    O objetivo principal é produzir alimentos frescos, orgânicos e livres de agrotóxicos para a comunidade.

    Benefícios das Hortas Comunitárias

    Hortas Comunitárias7
    Hortas Comunitárias7

    As hortas comunitárias oferecem uma série de benefícios para os indivíduos e para a comunidade como um todo:

    Acesso a alimentos saudáveis:

    Hortas Comunitárias2
    Hortas Comunitárias2

    As hortas comunitárias garantem o acesso a alimentos frescos e nutritivos, contribuindo para uma alimentação mais saudável.

    Fortalecimento dos laços comunitários:

    Hortas Comunitárias
    Hortas Comunitárias

    Ao trabalhar em conjunto, os membros da comunidade criam laços de amizade e cooperação.

    Melhora da qualidade de vida:

    Agricultor maduro - Fotos do Canva1
    Agricultor maduro – Fotos do Canva1

    O contato com a natureza e o exercício físico proporcionado pelo cultivo da horta contribuem para o bem-estar físico e mental.

    Educação ambiental:

    Agricultor colhendo tomates - Fotos do Canva1
    Agricultor colhendo tomates – Fotos do Canva1

    As hortas comunitárias são espaços de aprendizado sobre a importância da agricultura sustentável e da preservação do meio ambiente.

    Empoderamento da comunidade:[rand_bg_image]

    Ao participar da produção de seus próprios alimentos, as pessoas se tornam mais autônomas e capazes de transformar suas realidades.

    Como Criar uma Horta Comunitária?[rand_bg_image]

    Criar uma horta comunitária é um processo que exige planejamento e organização. Algumas dicas podem te ajudar a dar os primeiros passos:

    Encontrar um espaço:[rand_bg_image]

    Procure um terreno disponível para o cultivo da horta, como um terreno público, uma área verde abandonada ou até mesmo um espaço no seu condomínio.

    Formar um grupo:[rand_bg_image]

    Convide amigos, vizinhos e pessoas da sua comunidade para participar do projeto.

    Elaborar um plano:[rand_bg_image]

    Definam juntos os objetivos da horta, as culturas que serão plantadas, a divisão das tarefas e a forma de gestão do espaço.

    Buscar apoio:[rand_bg_image]

    Entre em contato com a prefeitura, escolas, empresas e outras instituições para obter apoio financeiro e técnico.

    Divulgar o projeto:[rand_bg_image]

    Utilize as redes sociais, panfletos e eventos para divulgar a horta comunitária e atrair novos participantes.

    Ideias para uma Horta Comunitária de Sucesso[rand_bg_image]

    Oficinas de jardinagem:[rand_bg_image]

    Organize oficinas para ensinar técnicas de cultivo e compostagem.

    Feiras de troca:[rand_bg_image]

    Promova feiras de troca de sementes e mudas para incentivar a diversidade de culturas.

    Eventos culinários:[rand_bg_image]

    Realize eventos culinários utilizando os alimentos produzidos na horta.

    Parcerias com escolas:[rand_bg_image]

    Incentive a participação de escolas na horta comunitária, promovendo a educação ambiental para crianças e jovens.

    Por fim[rand_bg_image]

    As hortas comunitárias são uma ferramenta poderosa para promover a sustentabilidade, a saúde e o bem-estar das comunidades. Ao cultivar alimentos frescos e conectar-se com a natureza, estamos construindo um futuro mais justo e equitativo para todos.

  • Nova lei pretende estimular a produção de alimentos nas cidades

    Nova lei pretende estimular a produção de alimentos nas cidades

    O aumento da produção de alimentos locais, a agilidade no transporte, a capacidade de geração de emprego e o fornecimento de itens alimentícios a famílias de baixa renda são alguns dos possíveis benefícios da Política Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana, cuja legislação foi sancionada na última sexta-feira (26) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com especialistas no assunto, o potencial da nova política é grande, mas dependerá de incentivos públicos e da articulação entre os governos federal, estaduais e municipais para que seja concretizado.

    A Lei Nº 14.935 define a Agricultura Urbana e Periurbana (AUP) como atividade agrícola e pecuária desenvolvida nas áreas urbanas e ao redor do perímetro das cidades. Dentre os objetivos da AUP estão ampliar a segurança alimentar e nutricional das populações urbanas vulneráveis; gerar alternativa de renda e de atividade ocupacional à população urbana e periurbana; estimular o trabalho familiar, de cooperativas, de associações e de organizações da economia popular e solidária, dentre outros. A articulação com programas de abastecimento e de compras públicas destinadas a escolas, creches, hospitais e outros estabelecimentos públicos também está entre as finalidades da nova política.

    A diretora de Pesquisa do Instituto Escolhas, Jaqueline Ferreira, detalha o potencial estimado de crescimento do setor. “Estamos falando de uma agricultura que já acontece nas cidades, mas é invisibilizada. Todas as grandes metrópoles e capitais brasileiras já possuem iniciativas do tipo. No entanto, como a agricultura como atividade econômica historicamente está associada ao meio rural, esses produtores não conseguem acessar políticas públicas pelo fato de muitos deles não serem reconhecidos como estabelecimentos agropecuários”, disse. Segundo ela, entre as dificuldades estão o acesso ao crédito e a regularização dos empreendimentos pelos produtores.

    Potencial

    Diante da realidade de ausência de atenção nas últimas décadas, o setor apresenta grande capacidade de expansão. De acordo com pesquisas do Instituto Escolhas, se apenas 5% dos espaços mapeados como possíveis áreas de expansão da Agricultura Urbana fossem concretizados em três cidades brasileiras (Curitiba, Recife e Rio de Janeiro), cerca de 300 mil pessoas poderiam ser abastecidas, por ano, com os alimentos produzidos.

    Na capital paranaense, esse dado significa que 96% do total de pessoas em situação de pobreza poderiam ser beneficiadas com a implantação de novas unidades produtivas. Para isso, seriam necessários investimentos e incentivos.

    Estudos feitos pela instituição mostram que, em Belém, a prática tem potencial para abastecer 1,7 milhão de pessoas com legumes e verduras – número maior do que a população local, de 1,5 milhão.

    A diretora do instituto cita, entre os principais benefícios da legislação, a geração de emprego e renda, o aumento da segurança alimentar de áreas periféricas mais vulneráveis, a redução do desperdício de alimentos e do custo de produção, uma vez que o transporte de alimentos ocorrerá para localidades próximas.

    Somente na Região Metropolitana de São Paulo, a agricultura orgânica nas áreas periurbanas poderia gerar 180 mil empregos – simulação realizada nas atuais áreas de pastagem, sem necessidade de avanço para regiões de preservação e conservação ambiental.

    Avanço

    O pesquisador Leonardo de Freitas Gonçalves, doutorando em Geografia e Meio Ambiente na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), avalia a legislação como um avanço significativo e necessário, especialmente pelo crescimento da agricultura urbana no mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Ele cita também como avanço o decreto 11.700/2023, que instituiu no ano passado o Programa Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana.

    “A política é uma iniciativa muito importante não só para incentivar a agricultura urbana e periurbana, mas também para dar visibilidade a essa gente que se dedica à produção de alimentos nas cidades e nem sequer é percebida pelos moradores, tampouco pelas prefeituras”, observa.

    Durante sua pesquisa de doutorado, Leonardo Gonçalves acompanhou uma horta comunitária no subúrbio do Rio de Janeiro criada por iniciativa de moradores de um conjunto habitacional que passavam por dificuldades financeiras e de segurança alimentar durante a pandemia de Covid-19. “Foi um dos locais que mais me impressionou na garantia da função social da propriedade de uma área anteriormente ociosa e até degradada. Ainda há muito o que progredir e os avanços legislativos podem contribuir para a expansão de iniciativas semelhantes”, defende.

    Cooperação

    Segundo Jaqueline Ferreira, os atores das diferentes unidades da Federação deverão trabalhar em conjunto, em especial o governo federal e as prefeituras, para que essa perspectiva se torne realidade. “Se o governo federal não fizer um esforço, com um programa robusto de fomento, fica muito difícil para os entes locais terem força para, sozinhos, desenvolverem experiências de agricultura urbana e operações locais”, analisa. Já os governos municipais precisam atuar na articulação com empresas e grupos interessados no setor, facilitando o acesso aos terrenos e realizando parcerias.

    De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), desde a instituição do decreto, em 2023, R$ 7 milhões já foram investidos no apoio a iniciativas de produção de alimentos saudáveis nas cidades e no estímulo a hortas comunitárias em diversos estados.

    Ainda segundo o MDA, a nova legislação incentiva a criação e o funcionamento de feiras livres e outras formas de comercialização direta, e linhas especiais de crédito deverão ser estabelecidas para os agricultores urbanos e periurbanos, facilitando o acesso a recursos financeiros “essenciais para o investimento na produção, processamento e comercialização”.

    Edição: Sabrina Craide

    — news —

  • Hortas comunitárias resistem à urbanização em São Paulo

    Hortas comunitárias resistem à urbanização em São Paulo

    Quem entra na Rua Marquês de Herval, na Vila Saúde, em São Paulo, em princípio não vê nada de diferente. Mas em meio a casas e prédios, um estreito portão de ferro oferece passagem a um verdadeiro oásis. O Bosque das Mandalas é uma das 273 hortas registradas na capital paulista, segundo a plataforma Sampa Mais Rural, da prefeitura. Mais que a produção compartilhada entre voluntários e moradores, as plantações são experiências comunitárias que promovem alimentação saudável e encontro solidários.

    “Já fizemos a feira. Levamos folhas de brócolis, almeirão, serralha, capuchinha, que eu não conhecia, mas comi as flores, uma delícia, e a salada ficou muito bonita. Levei limão. Só de saber que é sem agrotóxico é bom demais”, afirma Vilma Souza, 67 anos, que é de Goiânia, mas está em São Paulo para passar uma temporada com a filha. “Foi só assim que ela conseguiu me convencer a vir. Eu adoro verde, mexer com terra”, relata. Era o primeiro dia de Vilma no local. O espaço do Bosque das Mandalas é cedido pela empresa de energia (Enel), proprietária do terreno.

    Em faixa de terra que vai de uma rua a outra, a torre da Enel ocupa pequena área entre mais de 200 espécies não catalogadas, conforme estimativa de Clélia Carretero, 63 anos, uma das idealizadoras da horta que já tem cinco anos. “A agrônoma Débora Ota, que mora aqui ao lado, deu muitas dicas de Pancs – plantas alimentícias não convencionais. Ela disse: ‘planta taioba, que pode usar como couve’. No ano retrasado, conhecemos mais uma turma que quis trabalhar com tijolinho de bioconstrução, e erguemos essa parede. Tudo tem um pouco de cada pessoa que mora no bairro”, conta.

    O Sampa Mais Rural reúne iniciativas de agricultura, turismo e alimentação saudável. No site da plataforma é possível visualizar a localização das hortas espalhadas pela cidade.

    Solidariedade e encontro

    A cuidadora Edilane de Souza, 33 anos, conhecida como Dila, mora há um ano em apartamento ao lado da horta. Ela acompanha Sueli Albano, 73 anos, que vem para o local aproveitar a sombra e o verde. Enquanto Sueli descansa, Dila ajuda as companheiras a tirar o mato, colher alimentos e plantar novas mudas. “Eu acho uma maneira bonita de ajudar, ser voluntária, ajudar as pessoas. E adoro trabalhar com a terra”, relatou à Agência Brasil. Clélia conta que o trabalho é feito em mutirão e é preciso sempre divulgar para que mais pessoas participem. “É trabalho de formiguinha. Usamos as redes sociais”.

    Ana Borba, 82 anos, é a mais experiente da turma. “Esta aqui é a nossa curandeira natural”, diz Clélia. Ana, com um facão na mão e muita disposição, mostra orgulhosa os feitos dela na horta: “Plantei uma bananeira ontem, daquele pé de café, eu já fiz o pó e dei uma colher de sopa para cada um aqui. Fiz colorau com urucum, cará chinês é bom para regular diabetes e, com romã, você melhora a garganta”. O passeio pela horta mostrou que tudo ali tinha muito da sabedoria da Ana. Ela diz que o local é um reencontro com a infância, quando morava numa fazenda. “Moro ali ó, o pessoal diz que eu sou a vigia da horta”, brinca, apontando para a janela do prédio em que vive.

    Conhecimento e integração

    Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), região oeste paulistana, a horta comunitária também é um meio de integração. “É um local de aprendizado. Sempre falo que é um lugar muito horizontal, uma grande coisa para uma instituição hierárquica, que tem a figura do professor como detentor de todo o conhecimento. A horta é onde o jardineiro sabe mais do que eu em relação à produção de muita coisa”, explica Thais Mauad, pesquisadora do Departamento de Patologia e fundadora da horta comunitária da FMUSP.

    Já são oito anos de funcionamento. “A gente hoje fornece temperos para o Hospital das Clínicas. Toda semana, a equipe de nutrição vem aqui na horta, e a gente cede os temperos: cebolinha, salsinha, tomilho”, enumera. Outra ação relacionada à iniciativa é o oferecimento de uma disciplina de medicina culinária. “É justamente mostrar para o futuro médico a importância da alimentação saudável na gênese e no manejo de doenças”, explica. A professora lembra que essa é uma tendência entre os cursos de medicina, pois “sabe-se que a alimentação está na gênese de muitas doenças crônicas, hipertensão, diabetes e alguns cânceres”.

    Thais explica que a horta é cuidada com trabalhos em mutirão e o apoio voluntário da comunidade. O que é produzido pode ser colhido para uso próprio. “A gente está vivendo uma situação de insegurança alimentar no país que é muito triste, com políticas públicas em relação à alimentação sendo desmanchadas, então a questão da alimentação permeia a educação médica”, acrescenta.

    De acordo com o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), nos últimos meses de 2020, 19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentaram algum grau de insegurança alimentar.