Tag: homicídios

  • Mato Grosso: Apesar da redução geral, 37% das cidades enfrentam aumento nos homicídios

    Mato Grosso: Apesar da redução geral, 37% das cidades enfrentam aumento nos homicídios

    O Mato Grosso, em 2024, apresenta uma taxa de homicídios de 22,31 por 100 mil habitantes, superando a média nacional de 17,91. Apesar de uma queda de 1,95% no número total de homicídios em relação a 2023, com 856 casos registrados, o estado enfrenta um desafio complexo: o aumento da violência em diversas cidades.

    Um dado que chama a atenção é que, mesmo com a redução geral, 53 cidades (37% dos municípios) do Mato Grosso registraram um aumento no número de homicídios. As variações são significativas, indo de 100% a 400%, como o caso de Ribeirão Cascalheira, que lidera essa estatística preocupante.

    Outras cidades também se destacam pelo aumento nos índices de homicídio nos últimos dois anos. Alto Garças e Campo Novo do Parecis, por exemplo, tiveram um aumento de 166,67%. Confresa registrou um aumento de 125%, enquanto Vila Bela teve um aumento de 118,75%. Aripuanã e Pontes e Lacerda também figuram na lista com aumentos consideráveis.

    Os maiores crescimentos, no entanto, foram observados em Canarana (200%), Lambari D’Oeste (300%), Terra Nova do Norte (300%) e Ribeirão Cascalheira (400%). Esses dados evidenciam a complexidade do problema da violência no estado, com áreas que, apesar da redução geral, ainda enfrentam um crescimento preocupante nos índices de homicídio.

    Por outro lado, 57 cidades do Mato Grosso conseguiram reduzir o número de homicídios no mesmo período. Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Primavera do Leste e São José do Xingu são alguns exemplos de municípios que apresentaram queda nesses índices.

    Além disso, 14 cidades do estado não registraram nenhum homicídio em 2024: Araguainha, Campos de Júlio, Gaúcha do Norte, Glória do Oeste, Indiavaí, Luciara, Nova Brasilândia, Novo São Joaquim, Pontal do Araguaia, Ponte Branca, Porto Estrela, Reserva do Cabaçal, Salto do Céu e São José do Povo.

    Os dados apresentados são provenientes do painel do Ministério da Justiça, sendo alimentados pelas secretarias de Segurança dos estados. Essa ferramenta permite o acompanhamento e a análise da violência no Brasil, auxiliando na formulação de políticas públicas mais eficientes e direcionadas para as áreas mais críticas.

    A situação do Mato Grosso ilustra a necessidade de uma análise mais aprofundada sobre as causas do aumento da violência em algumas cidades, mesmo diante de uma redução geral no estado. É fundamental que sejam implementadas políticas públicas específicas para essas regiões, levando em consideração as particularidades de cada local e buscando soluções eficazes para combater a criminalidade e garantir a segurança da população.

  • Polícia Civil realiza operação contra tráfico e homicídios em Mato Grosso

    Polícia Civil realiza operação contra tráfico e homicídios em Mato Grosso

    A Delegacia da Polícia Civil de Juína, Mato Grosso, realizou uma operação abrangente, cumprindo 40 mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Reset. A ação visou desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico de drogas em Brasnorte.

    Os mandados foram emitidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá e executados nas cidades de Brasnorte, Alta Floresta, Várzea Grande e Cuiabá. As investigações começaram após prisões relacionadas a homicídios na região no final do ano passado.

    A operação revelou uma ampla estrutura de distribuição de drogas em Brasnorte, com ramificações em outras cidades e no sistema prisional, onde ordens eram emitidas.

    Segundo o delegado Ronaldo Binotti, responsável pela Delegacia de Juína, a operação marca um avanço significativo para encerrar as investigações e enviar o inquérito ao Nipo de Cuiabá para os próximos passos legais.

    Material apreendido durante a operação

    Prisões e buscas

    Duas pessoas foram presas em flagrante em Brasnorte pelos crimes de tráfico de drogas e posse de arma de fogo. Na Penitenciária Central do Estado, equipes policiais cumpriram três mandados de busca e apreenderam celulares e entorpecentes.

    A operação contou com a participação de equipes das Delegacias Regionais de Juína, Brasnorte, Alta Floresta, Cuiabá, além de outras unidades especializadas.

    Fonte: Polícia Civil-MT

  • Operação Escariotes combate organização criminosa em Mato Grosso com 30 mandados cumpridos

    Operação Escariotes combate organização criminosa em Mato Grosso com 30 mandados cumpridos

    A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou a Operação Escariotes, visando combater uma organização criminosa atuante em crimes como tráfico de drogas, homicídios, extorsões e corrupção ativa. Os mandados foram cumpridos em Sinop, Sorriso, Várzea Grande e Cuiabá.

    A operação, que incluiu 30 mandados de prisões e buscas, foi autorizada pela 5ª Vara Criminal de Combate ao Crime Organizado. A investigação teve início após o homicídio de uma vítima identificada em Sorriso, em março de 2024. As diligências revelaram uma hierarquia bem definida entre os integrantes da facção, responsável por crimes que vão desde tráfico de drogas até a introdução de celulares em prisões.

    Crimes e líderes identificados em Mato Grosso

    Os líderes da facção, mesmo presos, continuavam coordenando ações criminosas. Durante as investigações, foi revelado que um servidor público facilitava o contrabando de celulares para dentro de penitenciárias, usados para ordenar homicídios e aplicar golpes. Entre os investigados, destaca-se um criminoso que organizava o tráfico local e distribuía cestas básicas como estratégia de influência social.

    Além disso, o servidor público flagrado transportava celulares escondidos em uma caixa de bombons e cobrava uma taxa pelos lucros obtidos com crimes praticados através dos dispositivos.

    A operação contou com apoio da GCCO, Gaeco e Delegacia de Sinop.

    Fonte: Polícia Civil-MT

  • Levantamento revela que 90% dos homicídios em Sorriso envolvem facções criminosas

    Levantamento revela que 90% dos homicídios em Sorriso envolvem facções criminosas

    Um levantamento divulgado pelo Observatório de Segurança, da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso (Sesp-MT), revelou que 90% dos homicídios ocorridos em 2023 no município de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, estão relacionados a organizações criminosas. Segundo o relatório, dos 81 assassinatos registrados no município até agora, 73 envolveram indivíduos com passagens criminais.

    Os dados mostram que, entre esses 73 homicídios, 58 foram resultado de confrontos entre membros de facções criminosas. Este dado evidencia a intensa rivalidade entre grupos criminosos na região, que tem resultado em um elevado número de mortes violentas. Além disso, as outras 15 mortes registradas foram consequência de confrontos entre suspeitos e a polícia, destacando a periculosidade e a resistência violenta dos envolvidos.

    O Anuário Brasileiro de Segurança Pública também trouxe à tona uma triste realidade sobre Sorriso: o município possui o maior número de casos de violência sexual contra menores de idade em todo o Brasil. Esta estatística alarmante coloca em evidência a vulnerabilidade das crianças e adolescentes na região e a necessidade urgente de medidas de proteção e prevenção eficazes.

    O aumento da violência em Sorriso é um reflexo do crescimento e da organização das facções criminosas no interior do estado. A Sesp-MT, em conjunto com as forças de segurança locais, tem intensificado as operações para combater a criminalidade e restabelecer a segurança na região. No entanto, o desafio é grande e demanda um esforço contínuo e coordenado entre diversas instituições para ser eficaz.

    Com a divulgação deste levantamento, espera-se que as autoridades possam direcionar melhor suas estratégias de combate à violência e proteção à população. A situação em Sorriso é um alerta para todo o estado, reforçando a importância de políticas públicas voltadas para a segurança e o desenvolvimento social, como forma de prevenir a criminalidade e garantir a paz e a tranquilidade nas comunidades.

  • 90% das mortes em Sorriso são de criminosos ligados a facções, conforme dados do Observatório da Segurança Pública

    90% das mortes em Sorriso são de criminosos ligados a facções, conforme dados do Observatório da Segurança Pública

    Dados do Observatório da Secretaria de Estado de Segurança Pública apontam que 90% dos casos de homicídio no ano passado, em Sorriso, envolveram pessoas ligadas às organizações criminosas, ou seja, de um total de 81 casos, em 2023, 73 foram de pessoas com passagens criminais.

    Desses 73 homicídios, 58 foram de faccionados contra faccionados. As outras 15 mortes ocorreram porque os criminosos confrontaram as forças de segurança.

    Ainda de acordo com o Observatório, 8 vítimas de homicídio não possuíam nenhuma passagem criminal.

    Tolerância zero

    O Governo de Mato Grosso adota a política de tolerância zero às facções e organizações criminosas, e tem intensificado a atuação das forças de segurança nos municípios do Estado.

    Somente em 2023 foram realizadas 18 operações policiais em Sorriso, com objetivo de combater as facções e reduzir a violência na cidade.

    Uma das ações foi a Operação Recovery, deflagrada pela Polícia Civil contra uma facção criminosa envolvida em homicídios, associação para o tráfico, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, na região Norte do Estado. A operação teve três fases ao longo de 2023 e cumpriu cerca de 300 ordens judiciais, entre mandados de prisão preventiva, busca e apreensão e sequestro de bens.

    A Polícia Militar também atua de forma permanente no município, desde janeiro de 2023, com a Operação Vitae, intensificando o policiamento no município.

  • Ipea estima 24 mil homicídios não registrados no país de 2019 a 2022

    Ipea estima 24 mil homicídios não registrados no país de 2019 a 2022

    O Brasil pode ter deixado de registrar 24,1 mil homicídios de 2019 a 2022, segundo estimativa do Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Isso representa 11,3% do total de homicídios estimados no país no período.

    Calcula-se que, no período, ocorreram 213,7 mil assassinatos, mas apenas 189,6 mil foram registrados. Só no ano de 2022, segundo o Ipea, estima-se que 5.982 assassinatos não foram contabilizados, ou seja, 11,4% do total estimado (52.391).

    A estimativa de homicídios é feita com base em um modelo dos pesquisadores do Ipea Daniel Cerqueira e Gabriel Lins, que usa padrões probabilísticos de características dos eventos analisados.

    “No Brasil, quando uma pessoa morre de morte violenta, o médico legista tem que expedir a declaração de óbito. Ao fazer o laudo cadavérico, o legista muitas vezes não consegue aferir qual foi a motivação que gerou o primeiro fato mórbido. Muitas vezes ele pode até ver uma pessoa com perfuração por arma de fogo, mas não sabe dizer se aquilo foi resultado de um suicídio, acidente ou homicídio. Aquela declaração de óbito com esse campo em branco segue para a Secretaria de Saúde”, explica o pesquisador Daniel Cerqueira.

    Segundo ele, as secretarias de Saúde poderão buscar informações na polícia, mas quando nem os investigadores sabem ou quando não há compartilhamento de informação entre autoridades policiais e sanitárias, cresce o número de mortes violentas por causa indeterminada (ou seja, quando os registros não informam se é assassinato, suicídio ou acidente).

    Homicídios ocultos

    Os pesquisadores analisaram 131.562 casos de mortes violentas por causa indeterminada entre 2012 e 2022 e constataram que, destas ocorrências, 51.726 são “homicídios ocultos”, ou seja, são provavelmente assassinatos, mas como não são registrados como tal, não entram nas estatísticas.

    Os homicídios ocultos são um fenômeno percebido há alguns anos, mas que, recentemente, tiveram um aumento. No período de 2016 a 2018, os assassinatos não registrados (12,8 mil) representavam 6,5% dos casos estimados para o período (198,9 mil). De 2012 a 2015, teria havido 14,8 mil homicídios ocultos, ou seja, 5,9% do total estimado (248,8 mil).

    Taxa de homicídios

    De acordo com o Atlas da Violência 2024, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes registrada no país em 2022 foi 21,7, mas se considerar também os assassinatos ocultos, ela sobe para 24,5, uma diferença de 2,8 pontos. Em 2017, a diferença era de 1,8 ponto (31,8 de registros ante 33,6 de estimados).

    Se considerarmos apenas a taxa de homicídios registrados, a queda entre 2012 e 2022 chegou a 24,9% e, entre 2021 e 2022, alcançou 3,6%. Se formos considerar a taxa dos assassinatos estimados, no entanto, as quedas são bem menores: -20,5% e -1,6%, respectivamente.

    Segundo Cerqueira, essa discrepância entre os registros e o número estimado pode ser creditada a problemas na análise dos dados pelas autoridades estaduais e pelo Ministério da Saúde, que deveria avaliar a qualidade dessas informações e solicitar uma reanálise para as secretarias estaduais de Saúde no caso de mortes violentas indeterminadas.

    “Nos últimos anos, houve um verdadeiro desmanche no Ministério da Saúde, sobretudo a partir de 2019, quando vários bons técnicos saíram do Ministério da Saúde. E me parece que, em alguns estados, já havia uma baixa qualidade nos dados e que era necessário sempre o Ministério da Saúde correr atrás de melhorar a informação”, explica Cerqueira. “Como não houve um trabalho profícuo do Ministério da Saúde nesse período, os dados terminaram piorando”, acrescentou.

    Recortes

    Além do aumento dos homicídios ocultos, o Atlas da Violência 2024 também traz dados importantes como os anos de vida perdidos, conceito estabelecido em 1978, que busca estimar o total de anos perdidos por mortes prematuras em decorrência da violência.

    Por exemplo, partindo do pressuposto que um jovem poderia viver até os 70 anos, se ele morre aos 15, estaria perdendo 55 anos de vida. De acordo com o Ipea, considerando os 321,5 mil homicídios de jovens brasileiros ocorridos entre 2012 e 2022, houve uma perda de 15,2 milhões de anos potenciais de vida no país.

    Apesar disso, considerando-se os homens jovens de 15 a 29 anos, as principais vítimas dos assassinatos no país, a taxa de homicídio registrados por 100 mil habitantes vem apresentando uma trajetória de queda. Em 2022, a taxa caiu 4,9% em relação a 2021, 33,5% na comparação com 2017 e 20,9% ante 2012.

    A taxa de homicídios de mulheres (3,5 por 100 mil) também apresentou quedas ante 2017 e 2022 (de 25,5%), mas manteve-se estável em relação a 2021. Em relação à cor/raça, a taxa de homicídios de negros no país (29,7) é quase três vezes maior que a de não negros (10,8).

    Por outro lado, a taxa de homicídios de negros também recuou em 2022: -4,2% ante 2021, -31,1% em relação a 2017 e -19,7% na comparação com 2012.

    A taxa de homicídios de indígenas apresentou altas nos anos de 2020 e 2021, depois de cinco anos de quedas, mas voltou a recuar em 2022, chegando a 21,5 por 100 mil habitantes, ficando abaixo da média nacional (21,7). De 2021, quando a taxa foi 29,7 por 100 mil, para 2022, a queda foi 27,6%.

    O Atlas também traz dados sobre o aumento da violência, em geral, contra a população LGBT. Houve aumentos de 39,4% nos registros de violência contra homossexuais e bissexuais e de 34,4% contra travestis e transexuais, em 2022, na comparação com o ano anterior.

    Já a análise nos casos de violência cometida contra pessoas com deficiência mostra que 56,9% dos casos ocorre dentro de casa. As ocorrências de violência comunitária são 23,8% dos casos e de violência institucional (cometida em um emprego ou por agente do Estado), 3,1%. Em 16,2% dos casos, o contexto é misto.

    A violência física responde por 52,5% das situações em que a vítima é uma pessoa com deficiência, seguida por violência psicológica (30,4%), sexual (22,9%), negligência/abandono (22,5%) e outros (6,7%).

    Edição: Aécio Amado

    — news —

  • Facção criminosa é alvo de Operação Alcatraz em Cáceres

    Facção criminosa é alvo de Operação Alcatraz em Cáceres

    Na tarde desta terça-feira (23), a Polícia Civil deflagrou a Operação Alcatraz na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cáceres, a 228 km de Cuiabá.

    A ação, realizada pela 1ª Delegacia de Polícia local, teve como objetivo o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão contra lideranças de uma facção criminosa atuante na região.

    A operação integra o trabalho da Operação Erga Omnes, da Diretoria da Polícia Civil, que visa combater o crime organizado em todo o estado de Mato Grosso. Durante a ação, foram apreendidos 13 aparelhos celulares, carregadores, porções de drogas (maconha e cocaína), uma faca, cadernos de anotações e um mapa da cidade.

    Os detentos, que já cumprem pena na PCE, são investigados por serem líderes e autores intelectuais de diversos crimes, incluindo homicídios e tráfico de drogas. As investigações, que se arrastam há seis meses, apontaram que os criminosos utilizavam celulares dentro do presídio para ordenar a prática de crimes fora da unidade prisional.

    Entre os crimes ordenados pelos investigados estão a execução de pessoas e atentados a bomba em um estabelecimento comercial de Cáceres. A Operação Alcatraz visou localizar aparelhos celulares, drogas, eletrônicos e outros objetos que pudessem ter ligação com os crimes praticados pela facção.

  • Senado cria CPIs das Apostas Esportivas e da Violência Doméstica

    Senado cria CPIs das Apostas Esportivas e da Violência Doméstica

    O Senado Federal criou duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) nessa terça-feira (12), uma para investigar as denúncias e suspeitas de manipulação de resultados de jogos de futebol e outra para investigar a violência contra a mulher no Brasil.

    A CPI das Apostas Esportivas foi pedida pelo senador Romário (PL-RJ). Ao solicitar a instalação da comissão, o parlamentar lembrou que as apostas esportivas movimentam muito dinheiro, possibilitando o aliciamento de jogadores e dirigentes.

    “Em razão dos grandes volumes envolvidos em apostas e do largo tempo em que esse ambiente esteve desregulamentado, teme-se que inúmeros casos envolvendo o aliciamento de jogadores e dirigentes estejam ainda ocorrendo, colocando em risco a integridade do jogo, o bom ambiente de negócios e a paixão de milhões de brasileiros”, destacou Romário, ex-jogador da Seleção Brasileira.

    Ele ainda citou que várias denúncias surgiram nos últimos dias. A empresa SportRadar, disse o senador, divulgou recentemente um relatório que coloca sob suspeita de manipulação 109 jogos de futebol no ano passado.

    No final de 2023, a regulamentação das bets, como são chamadas essas apostas esportivas, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No fim de janeiro deste ano, o Ministério da Fazenda criou uma secretaria para fiscalizar essas apostas.

    Violência Doméstica

    A segunda CPI criada foi resultado de requerimento do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Ele argumentou que “a violência psicológica, assédio sexual e moral e até o feminicídio” têm feito parte do cotidiano das mulheres brasileiras, “cenário que não tem apresentado sinais de reversão”.

    “Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, referentes ao primeiro semestre de 2023, apontam que os feminicídios e homicídios femininos tiveram crescimento de 26% quando comparados com o mesmo período do ano anterior, enquanto os estupros e estupros de vulnerável apresentaram crescimento de 16,3%”, justificou o parlamentar.

    Diante desses números, o requerimento que pede a criação da CPI diz que é necessário investigar a violência contra a mulher no Brasil. “Os números demonstram que o Estado brasileiro segue falhando na tarefa de proteger suas meninas e mulheres contra a violência”, ponderou.

    Ambas as CPIs, para serem criadas, contaram com o apoio de, no mínimo, 27 senadores. Cada comissão terá 11 senadores titulares e sete suplentes, com previsão de durar 180 dias cada uma.

    Com a autorização para criação das comissões, os partidos e blocos de legendas devem indicar seus representantes para cada CPI de acordo com a proporcionalidade de parlamentares de cada legenda ou bloco no total de senadores. Após indicados os membros, as comissões poderão ser instaladas e escolher os respectivos presidentes e relatores.

    Edição: Kleber Sampaio

    — news —

  • Operação Garimpo Juruena: 5 presos por crimes ambientais e porte ilegal de armas

    Operação Garimpo Juruena: 5 presos por crimes ambientais e porte ilegal de armas

    Nova Bandeirantes (MT) – Uma operação conjunta da Polícia Militar e Civil de Mato Grosso resultou na prisão de cinco pessoas em um garimpo ilegal na região do Rio Juruena, em Nova Bandeirantes, na manhã desta sexta-feira (2). Entre os detidos está um homem, investigado por cinco homicídios.

    A ação, batizada de “Operação Garimpo Juruena”, teve início por volta das 6h, após denúncias de atividades ilegais no local. Ao chegarem ao garimpo, os policiais flagraram cinco indivíduos em pleno exercício do crime.

    Durante buscas pelo local, foi apreendido armas de fogo, munições, ouro sem documentação, dinheiro e insumos para fabricação de munições. Os 5 criminosos foram presos em flagrante e encaminhados a delegacia para as providências que o caso requer.

  • São Paulo tem recorde de estupros e queda histórica de homicídios em 2023

    São Paulo tem recorde de estupros e queda histórica de homicídios em 2023

    O estado de São Paulo registrou, no ano passado, recorde no número de estupros. Foram 14.504 casos, superando em 9,5% as ocorrências de 2022. O resultado é o maior desde 2001 – primeiro ano da série histórica disponibilizada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) paulista.

    De acordo com a SSP, do total de 14.504 estupros, 11.133 foram praticados contra vulneráveis. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (26), considera as ocorrências somadas de todos os meses de 2023.

    Segundo a secretaria, o aumento dos registros desse tipo de crime está ligado ao aumento no número de notificações e mostra que as mulheres estão “mais conscientes sobre a efetividade de denunciar os agressores”.

    A maioria dos casos de estupro ocorre em uma dinâmica na qual o autor é conhecido da vítima, muitas vezes dentro do ambiente familiar, destaca a SSP. “Isso dificulta não só a prevenção por parte da polícia, mas também a denúncia por parte da vítima, fazendo com que os crimes de estupro e estupro de vulnerável sejam os dois com os maiores índices de subnotificação.”

    Para o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, há falta de políticas públicas para combater esse tipo de crime. “Qual a política pública que foi implementada em São Paulo para enfrentamento de violência contra mulher e violência contra vulneráveis? A gente não vê nada nesse sentido, não vê nada que seja objetivo, que tente lidar com essa situação”, questiona Alcadipani.

    “Dizer que é porque é uma questão entre pessoas, e que é de difícil acesso, é apenas uma mera desculpa que não responde, não resolve o problema que, como a gente tem visto, tem batido recordes”, acrescenta.

    A SSP informou que conta com 140 unidades físicas de delegacias de Defesa da Mulher (DDM) e mais 77 salas DDM nos plantões policiais, e que as vítimas têm atendimento 24 horas por dia. “As denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia do estado, ou em uma das 140 unidades territoriais de DDM, nas DDMs online e nas 77 salas DDM em plantões policiais.”

    Menos homicídios

    O estado de São Paulo fechou o ano de 2023 com a menor taxa de homicídios dolosos desde 2001. No ano passado, foram 2.606 casos, contra 2.909 em 2022. De acordo com a SSP, foram 5,72 homicídios dolosos para cada grupo de 100 mil habitantes. Esta foi a primeira vez, desde o início da série histórica, que o índice ficou abaixo de 6.

    “As reduções consecutivas são resultado das políticas criadas pela gestão para combater este tipo de delito, como o Sistema de Informação e Prevenção aos Crimes Contra a Vida (SPVida). Lançada em fevereiro, a plataforma automatiza os dados e auxilia as polícias a analisarem a dinâmica criminal dos crimes contra vida, para que, desta forma, seja possível elaborar diagnósticos e planos de ações com o intuito de reduzir as mortes”, destaca a SSP em nota.

    Para o professor Rafael Alcadipani, o bom resultado pode ser atribuído à estruturação das delegacias de homicídios e à eficiência da Polícia Civil. “A gente vê uma manutenção desses indicadores [em patamar baixo], que já eram indicadores bastante positivos. Tem múltiplos fatores que afetam isso: a estruturação de delegacias de Homicídios, a Polícia Civil ter conseguido dar uma resposta efetiva e rápida para esse tipo de crime, principalmente no interior do estado”, afirma.

    Alcadipani diz ainda que a queda nos homicídios dolosos tem relação também com a dinâmica do crime organizado no estado. “Em São Paulo, há o monopólio do crime organizado por parte do Primeiro Comando da Capital, que exerce o controle, e a morte é regulada. Para acontecer, ela tem que ser regulada, tem um debate anterior [dentro do próprio crime organizado].”

    Os dados da SSP mostram ainda que houve aumento, em 2023 em comparação a 2022, dos casos de tentativa de homicídio (4,8%); e de lesão corporal dolosa (11,3%).

    Edição: Nádia Franco

    — news —