Tag: Hanseníase

  • Mato Grosso discute políticas de combate a Hanseníase

    Mato Grosso discute políticas de combate a Hanseníase

    Em um marco histórico no combate à hanseníase em Mato Grosso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) anunciou nesta segunda-feira (04/11) que a doença se tornará um dos indicadores obrigatórios nas contas anuais dos municípios. A medida, inédita no país, visa intensificar o controle e o combate à doença, que ainda acomete milhares de mato-grossenses.

    A decisão foi tomada durante a abertura do seminário “Construindo Ações para Mato Grosso Livre da Hanseníase”, que reuniu mais de 350 gestores e profissionais de saúde de todo o estado. O presidente do TCE-MT, conselheiro Sérgio Ricardo, destacou a gravidade da situação e a necessidade de ações mais efetivas.

    “Mato Grosso é líder em casos de hanseníase no Brasil, uma realidade que contrasta com a riqueza do nosso estado. É inaceitável que em pleno século XXI ainda tenhamos essa doença acometendo nossa população”, afirmou o conselheiro.

    Transparência e controle 

    A partir de agora, todos os municípios mato-grossenses serão obrigados a informar ao TCE-MT o número de casos de hanseníase, as ações de prevenção e tratamento realizadas e os recursos investidos na área. Essa medida visa garantir maior transparência e controle social, além de estimular os gestores a intensificarem as ações de combate à doença.

    “Com essa iniciativa, queremos dar visibilidade ao problema e cobrar dos gestores resultados concretos. A hanseníase não é mais um tabu, e todos nós temos a responsabilidade de trabalhar para erradicá-la”, disse o conselheiro Guilherme Antonio Maluf, coordenador do seminário.

    O evento contou com a participação de diversas autoridades, como representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e Secretaria de Estado de Saúde. Todos destacaram a importância da união de esforços para enfrentar o problema.

    “A hanseníase é uma doença curável e tratável, mas ainda estigmatiza e exclui muitas pessoas. Precisamos trabalhar juntos para mudar essa realidade”, afirmou o secretário estadual de saúde, Juliano Silva Melo.

    Próximos passos

    O seminário serviu como ponto de partida para a construção de um plano de ação mais efetivo para o combate à hanseníase em Mato Grosso. Entre as propostas apresentadas, destacam-se:

    • Fortalecimento da rede de atenção básica à saúde;
    • Intensificação das campanhas de conscientização e prevenção;
    • Melhoria do diagnóstico e tratamento da doença;
    • Combate ao estigma e à discriminação;
    • Monitoramento contínuo dos casos e dos resultados das ações implementadas.
  • Mato Grosso lidera casos de hanseníase no Brasil e especialistas buscam soluções em seminário

    Mato Grosso lidera casos de hanseníase no Brasil e especialistas buscam soluções em seminário

    Mato Grosso, com quase 4 mil casos registrados apenas em 2024, detém a maior taxa de detecção de hanseníase no país. Em resposta ao cenário alarmante, um seminário intitulado “Construindo Ações para Mato Grosso Livre da Hanseníase” será realizado nos dias 4 e 5 de novembro, reunindo especialistas locais e nacionais para debater estratégias de combate à doença.

    O estado, que se destaca em produção agrícola e exportação de commodities, também lidera as estatísticas de uma doença que já foi erradicada em muitos países. O conselheiro Sérgio Ricardo enfatizou a contradição entre a prosperidade econômica de Mato Grosso e os altos índices de hanseníase, destacando que é urgente identificar os focos da doença e as razões para sua persistência no estado.

    O seminário trará uma programação diversificada com painéis temáticos sobre diagnóstico, tratamento, controle e prevenção da hanseníase, além de debates e o lançamento do livro “Hanseníase no Brasil: Mato Grosso em Foco”, do médico sanitarista Nésio Fernandes de Medeiros Júnior. Especialistas também discutirão o uso de novas tecnologias no combate à doença e a importância da educação permanente para erradicar a hanseníase.

    A expectativa é que o evento mobilize gestores, profissionais da saúde e a sociedade em geral para reverter o triste ranking em que Mato Grosso se encontra, buscando uma solução definitiva para esse grave problema de saúde pública.

    Como prevenir a Hanseníase?

    Hanseníase persiste nos países mais pobres
    Hanseníase persiste nos países mais pobres

    A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Sua prevenção envolve algumas ações importantes tanto para evitar o contágio quanto para reduzir sua disseminação. Veja abaixo algumas formas de prevenir a hanseníase:

    1. Diagnóstico e Tratamento Precoce

    • Detecção rápida: A principal forma de prevenir a hanseníase é através do diagnóstico e tratamento precoce. Quando uma pessoa infectada é tratada rapidamente, o risco de transmissão para outros é drasticamente reduzido.
    • Gratuidade do tratamento: O tratamento, que é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), impede que a pessoa transmita a bactéria e também ajuda a evitar complicações graves, como deformidades.

    2. Vacinação (BCG)

    • A vacina BCG, normalmente usada contra a tuberculose, também oferece alguma proteção contra a hanseníase. É recomendada principalmente para pessoas que vivem em áreas de risco ou que convivem com indivíduos diagnosticados com a doença.

    3. Evitar Contato Prolongado com Pessoas Não Tratadas

    • A hanseníase é transmitida principalmente por meio do contato próximo e prolongado com uma pessoa infectada que não está em tratamento. Evitar contato íntimo ou frequente com quem não está sendo tratado é essencial.

    4. Exames de Contato

    • Pessoas que convivem ou mantêm contato próximo com alguém diagnosticado com hanseníase devem ser examinadas regularmente. Isso inclui familiares e colegas de trabalho que podem ter tido exposição prolongada.

    5. Conscientização e Educação

    • Informação: A educação sobre os sinais e sintomas da hanseníase ajuda na detecção precoce. A conscientização em escolas, centros de saúde e comunidades é fundamental.
    • Reduzir o estigma: A hanseníase ainda carrega estigmas sociais. Combater esses preconceitos ajuda a encorajar as pessoas a procurarem tratamento o mais rápido possível.

    6. Sinais e Sintomas de Alerta

    • Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele com perda de sensibilidade ao toque, ao calor ou à dor devem ser investigadas. Dormência nas extremidades e perda de força muscular também são sinais importantes.

    7. Melhoria das Condições de Vida

    • Melhorar as condições de higiene, saneamento e nutrição pode ajudar a reduzir o risco de hanseníase, especialmente em áreas onde a doença é mais prevalente.

    8. Monitoramento de Áreas Endêmicas

    • Autoridades de saúde devem continuar monitorando e agindo em áreas onde há alta incidência da doença, promovendo campanhas de vacinação, diagnóstico e tratamento.

    Ao seguir essas medidas de prevenção e garantir que a doença seja diagnosticada e tratada precocemente, a hanseníase pode ser controlada e, eventualmente, erradicada em regiões como Mato Grosso, onde os índices ainda são elevados.

  • Profissionais da Saúde iniciam capacitação sobre diagnóstico e manejo clínico de hanseníase

    Profissionais da Saúde iniciam capacitação sobre diagnóstico e manejo clínico de hanseníase

    A Prefeitura de Lucas do Rio Verde, por meio da Secretaria de Saúde, deu início ao processo de capacitação teórica e prática de profissionais de Saúde para o diagnóstico e manejo clínico de hanseníase. A qualificação é voltada para profissionais de nível superior que atuam na rede pública, sendo eles: médicos, enfermeiros, assistentes sociais, odontólogos, psicólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos e nutricionistas.

    De acordo com a Secretaria de Saúde, em Lucas do Rio Verde, anualmente, cerca de 90 a 100 pacientes são diagnosticados com hanseníase. Estima-se que existam muitos casos subdiagnosticados e que, com o treinamento adequado, poderão ser identificados e tratados antes de avançarem para formas graves e incapacitantes da doença.

    A qualificação terá quatro módulos, que abrange desde o contexto histórico, epidemiológico e social, passando pelos métodos de diagnóstico, exames complementares, até o exame físico, com foco do diagnóstico por meio da realização do exame neurodermatológico e o processo de reabilitação para os casos de maior complexidade. Conta ainda com o detalhamento da importância da avaliação de cada um dos profissionais da equipe, com foco no cuidado multidisciplinar que a patologia requer.

    “Nós pensamos em um formato que conseguisse capacitar todos os profissionais da nossa rede de uma forma ampla, a fim de que todos falem a mesma língua, para que a pessoa afetada pela hanseníase receba o cuidado e diagnóstico necessário, em tempo oportuno. O nosso objetivo é dar respaldo aos profissionais para que eles estejam habilitados a fazer um diagnóstico precoce e adequado e que o paciente inicie o tratamento com segurança e garantia de acompanhamento durante todo o tratamento, tendo assim maior chance de cura”, explica secretária de Saúde, Dra Fernanda Heldt Ventura, que é médica especialista em Hansenologia e uma das orientadoras do curso.

    Todos os profissionais que tiverem 100% de frequência e participação efetiva nas aulas teóricas e práticas receberão certificação.

    Após o curso, que está previsto para terminar em novembro deste ano, o Município irá implantar um protocolo municipal para a linha de cuidado em hanseníase, além de criar um
    ambulatório especializado para acompanhar os casos de maior complexidade.

    A hanseníase manifesta-se através de sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que podem levar à suspeição diagnóstica da doença. As alterações neurológicas, quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem causar incapacidades físicas que podem evoluir para deformidades.

    Onde é feito o diagnóstico e tratamento de Hanseníase?

    Em Lucas do Rio Verde, o paciente com suspeita de hanseníase, deve procurar a UBS mais próxima do seu domicílio. Caso o diagnóstico seja confirmado, o morador inicia o tratamento e acompanhamento pela equipe da UBS e pela Vigilância Epidemiológica.

    O que é a Hanseníase?

    A hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma bactéria que afeta exclusivamente seres humanos. A forma de transmissão ocorre pelas vias aéreas, por gotículas. O diagnóstico é feito preferencialmente pelo exame físico neurodermatológico.

    A doença é, primeiramente, neurológica, afetando os nervos mais superficiais da pele e pode provocar formigamentos, dormência, câimbras, sensação de agulhada e pontadas. Com o avançar da lesão neurológica, podem aparecer manchas e nódulos na pele. Quando não diagnosticada e tratada, a hanseníase avança para a incapacidade física, causando deformidades por meio da lesão neurológica irreversível, o que por vezes leva, inclusive, a amputação dos segmentos afetados.

    Importante ressaltar que a pessoa deixa de transmitir a doença já no primeiro mês de tratamento e que ações discriminatórias não se justificam e devem ser evitadas. A melhor maneira de agir diante de um amigo, colega ou familiar que esteja em tratamento da hanseníase é ser prestativo e acolhedor, pois o tratamento dura, no mínimo, um ano e quanto mais fortalecida estiver a rede de apoio deste paciente, maior será a chance de cura e reabilitação.

  • 30 de janeiro é o Dia Nacional de Combate e Prevenção da hanseníase

    30 de janeiro é o Dia Nacional de Combate e Prevenção da hanseníase

    Doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen, a hanseníase é uma doença que acomete principalmente a pele e os nervos, geralmente deixando manchas aparentes.

    De acordo com o Ministério da Saúde, entre janeiro e novembro de 2023, o Brasil diagnosticou mais de 19 mil novos casos da doença, número superior ao registrado no mesmo período de 2022. O estado do Mato Grosso lidera o ranking com maior taxa de detecção da hanseníase com 3.927 casos, seguido do Maranhão, com 2.086.

    Graças ao avanço da ciência, atualmente a hanseníase tem cura. Carla Preza, médica e professora do curso de Medicina da Unic Beira Rio, destaca que é importante conhecer sobre a doença para identificar possíveis sintomas e formas de prevenção. “Durante o mês de janeiro, as Unidades de Saúde potencializam as ações de orientação, discussão entre as equipes sobre as formas de contágio e reforça, que a hanseníase tem cura e depende do diagnóstico precoce e tratamento adequado, com informação qualificada para ser desmistificada”, pontua.

    Sinais e sintomas

    A hanseníase é uma doença que acomete principalmente a pele e os nervos e, geralmente deixando manchas aparentes na pele avermelhadas, marrons, esbranquiçadas; além de manchas que não são sensíveis ao toque. Caroços no corpo, dolorosos e inflamados, dores articulares, inchaço nas mãos e pés também podem ser avisos da doença. Nos olhos, queixas de ressecamento ocular são frequentes. Sintomas neurais, como sensação de “formigamento” em braços e pernas devem ser sempre investigados. Como a bactéria M. leprae se replica muito lentamente, levando até anos, as lesões na pele podem não surgir rapidamente e não ser o fator na identificação da doença.

    Transmissão

    A transmissão ocorre quando uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB) e que, estando sem tratamento, elimina a bactéria por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis. Nem todos desenvolvem a hanseníase, já que grande parte das pessoas apresenta capacidade de defesa do organismo contra o bacilo. A pessoa com hanseníase deve manter o convívio familiar e não precisa ser afastada do trabalho se o tratamento estiver sendo seguido pois, assim que iniciado, a pessoa deixa de transmitir a doença.

    Tratamento

    O final do mês de janeiro marca o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase e um dos grandes desafios é informar que o tratamento ocorre de forma simples e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Diante de qualquer dúvida mediante os sintomas já mencionados, é preciso buscar atendimento médico para investigação que determinará se há ou não a presença da patologia. O tratamento é ambulatorial, com doses mensais supervisionadas administradas na unidade de saúde e doses autoadministradas no domicílio.

  • Janeiro Roxo: mês de prevenção e combate à Hanseníase

    Janeiro Roxo: mês de prevenção e combate à Hanseníase

    O “Janeiro Roxo” marca o mês de conscientização sobre os riscos e sintomas da Hanseníase. A campanha realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e reconhecida, desde 2016, pelo Ministério da Saúde, visa informar os cidadãos e diminuir o preconceito que ainda existe sobre a doença.

    Lucas do Rio Verde segue a programação que já ocorre durante todo o ano nas unidades de saúde, com o objetivo de aumentar a detecção precoce de casos, investindo na sensibilização dos profissionais de saúde da Rede de Atenção Básica, para a suspeição do diagnóstico e na divulgação dos sinais e sintomas para a população.

    Na cidade, durante todo o mês, as equipes de saúde continuam com a busca ativa através das visitas, a fim de detectar possíveis casos suspeitos, além de ações educativas junto aos moradores e intensificação dos exames de contatos dos pacientes.

    Mas é importante salientar que apesar dos tratamentos existentes, alguns pacientes podem abandonar o procedimento. Em 2021, 58 casos foram confirmados e 12 pacientes abandonaram o tratamento no município. Já em 2022, cerca de 76 pessoas foram diagnosticadas com hanseníase e 08 abandonaram. Em 2023, 96 casos foram confirmados e uma pessoaabandonou.

    “A adesão do paciente ao tratamento de hanseníase é imprescindível, visto que, após o início da terapia, não se transmite a doença e interrompe-se a cadeia de transmissão”, pontua a secretária de Saúde, Drª Fernanda Heldt Ventura.

    A Hanseníase manifesta-se através de sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que podem levar à suspeição diagnóstica da doença. As alterações neurológicas, quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem causar incapacidades físicas que podem evoluir para deformidades.

    Onde é feito o tratamento de Hanseníase?

    Em Lucas do Rio Verde, o paciente com hanseníase é atendido em qualquer Unidade de Saúde (UBS). Caso o diagnóstico seja confirmado, o morador inicia o tratamento com os médicos e enfermeiros da unidade.

    O que é a Hanseníase?

    A hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma bactéria que afeta exclusivamente seres humanos. A forma de transmissão ocorre pelas vias aéreas, por gotículas. O diagnóstico é feito por exames clínicos, sorologia específica e raspagem.

    A doença é, primeiramente, neurológica, afeta os nervos mais superficiais da pele e pode provocar formigamentos, dormência, câimbras, sensação de agulhada e pontadas. Só depois de anos de evolução dos sintomas, os pacientes começam a apresentar lesões na pele, como manchas e caroços.

    Outra característica importante é que a bactéria da hanseníase tem o metabolismo lento, o que resulta na evolução lenta dos sintomas.

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  • Profissionais de saúde participam de curso sobre tratamento de hanseníase

    Profissionais de saúde participam de curso sobre tratamento de hanseníase

    Médicos, enfermeiros e fisioterapeutas da Secretaria de Saúde de Lucas do Rio Verde participaram do curso de capacitação intitulado “Fortalecimento da temática hanseníase para ampliação do diagnóstico e tratamento no estado de Mato Grosso”.

    A formação foi oferecida na modalidade de extensão pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde, e contou com apoio do Ministério da Saúde.

    O curso teve duas frentes de ensino. A primeira estratégia é por intermédio da Educação a Distância (EaD) e a outra com atividades práticas direcionadas ao aprendizado. Ao todo, a formação teve 100 horas.

    Para a secretária de Saúde, Drª Fernanda Heldt Ventura, o curso se encontra com os planos da gestão. “Nesta gestão nós buscamos fortalecer nossas ações através da capacitação dos servidores. No caso da hanseníase, é fundamental que os profissionais que atuam no SUS, saibam diagnosticar e tratar, pois nosso estado é endêmico para esta patologia. Profissionais treinados e capacitados, fazem diagnósticos precoces e evitam as complicações da doença”, discorre.

    O curso EaD teve total flexibilidade de estudo, 24 horas por dia, sem limite de acesso. A interligação de computadores em rede possibilitou a formação de um ambiente virtual de ensino e aprendizagem, permitindo a integração dos conteúdos disponíveis, além de permitir a interatividade e a comunicação entre professor e estudantes e destes entre si.

    Já a parte prática do curso foi realizada somente para os profissionais que concluíram a parte teórica. Durante o encontro presencial, os profissionais realizaram atividades práticas vivenciadas no conteúdo teórico a fim de proporcionar a melhor fixação do conhecimento adquirido. Essa etapa contou com a presença de pacientes com hanseníase e seus contactantes, para que eles pudessem ser diagnosticados durante o treinamento. Na ocasião, também foi possível diagnosticar pacientes que estivessem com a doença há mais de 2 anos, a fim de pesquisar resistências.

    Segundo o professor e responsável pela realização do curso, Drº Roque Rafael Neto, o objetivo é promover ações educacionais, fortalecendo o conhecimento da hanseníase, com a finalidade de possibilitar o diagnóstico da doença na fase inicial e o adequado manejo clínico dos episódios reacionais. “Nós somos o estado com maior número de casos no Brasil. A hanseníase é uma doença milenar. Ela é uma doença que tem cura. Mas, devido ao preconceito e ao estigma, torna-se muito difícil o tratamento”, explicou.

    Como forma de transformar esse cenário, o professor acredita que precisa ser feito um trabalho de conscientização, tanto do profissional de saúde quanto do paciente, uma vez que os sintomas clínicos da hanseníase demoram para se manifestar e, se não detectados com precocidade, podem levar a sequelas de dor e problemas de mobilidade importantes que o paciente pode levar para o resto da vida.

    Para Drª Ana Paula Coser, da cidade de Tapurah, o curso contém aulas atualizadas e com uma excelente didática. “A intenção é avançar no debate sobre a hanseníase e, consequentemente, no seu tratamento. Sabemos que a hanseníase tem cara de tudo, então, até que seja descoberta, pode levar um tempinho, mas, quando temos uma capacitação com alguém muito mais experiente, nos munimos para oferecer um melhor trabalho aos pacientes”, concluiu.

    Carlos Alberto Sousa de França Filho é enfermeiro e participou das duas etapas do curso. “A integração é importante para que todos tenham conhecimento sobre quando suspeitar que é hanseníase. O curso é voltado para a questão multiprofissional e se torna indispensável que todos tenham conhecimento. Na patologia, onde é feita a biopsia, no laboratório, o bioquímico, tem também as farmácias, liberando a medicação pelo SUS, na fisioterapia que trabalha para evitar a incapacidade dos movimentos, tem a

  • Mato Grosso ocupa 2º lugar no Brasil em casos de hanseníase

    Mato Grosso ocupa 2º lugar no Brasil em casos de hanseníase

    O Mato Grosso ocupa o segundo lugar no Brasil em número de casos novos de hanseníase. O alerta é da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que, com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, identificou naquele estado a ocorrência de 33.104 casos novos da doença entre 2010 e 2019. Deste total cerca de 33% chegaram aos consultórios e ambulatórios com algum grau de incapacidade, isto é, quando a doença causa alguma deformidade física ou causa diminuição ou perda de sensibilidade nos olhos, nas mãos e nos pés.

    JANEIRO ROXO

    Como janeiro é o mês dedicado à conscientização, combate e prevenção da hanseníase no País, a SBD somou forças para apontar a importância de se enfrentar essa doença tropical de evolução crônica, que se manifesta principalmente por meio de lesões na pele e sintomas neurológicos, como dormência e diminuição de força nas mãos e nos pés.

    Proporcionalmente, a Região Centro-oeste do País concentra o segundo maior número de casos novos detectados ao longo da última década: 19,5% do total, o equivalente a 60,858 mil casos. Em primeiro lugar, aparece o Nordeste, com 43% dos casos. Na terceira e quarta posição, estão respectivamente as regiões Norte (19%) e Sudeste (15%). Somente 3,5% dos novos pacientes identificados nos últimos dez anos estão no Sul do Brasil.

    Um terço dos casos novos registrados na população geral durante o período se concentraram em apenas no Mato Grosso (33.104) e em outras duas unidades da federação: Maranhão (36.482) e Pará (31.611). Os estados de Roraima, Rio Grande do Sul e Amapá diagnosticaram menos de 1.500 casos novos da doença na década.

    DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

    “São números alarmantes e, apesar disso, a hanseníase ainda é considerada uma doença negligenciada. Trata-se de um contexto contra o qual a SBD e muitos gestores públicos têm trabalhado arduamente ao longo dos anos, a fim de conscientizar a população sobre as manifestações clínicas da doença e assegurar a todos acesso ao diagnóstico e ao tratamento precoce”, ressalta Mauro Henokihara, presidente da SBD.

    Segundo ele, a detecção precoce da doença é fundamental para que o paciente evolua sem sequelas e para diminuir a chance de transmissão para outras pessoas, em especial aquelas com quem convive de maneira regular e próxima. “Infelizmente, observamos um aumento na proporção de novos casos que chegam ao médico com o que chamamos de Grau 1 e 2 de incapacidade física, deformidades e incapacidades físicas às vezes irreversíveis”, pontua o dermatologista.

    Pelos números apurados pela SBD no Sinan/MS, em 2010 os casos novos diagnosticados no Mato Grosso com algum tipo de deformidade (Grau 2) e com diminuição ou perda da sensibilidade nos olhos, mãos ou pés (Grau 1) representavam 28,2% do total. Os últimos dados nacionais disponíveis, referentes a 2019, mostram que essa proporção saltou para 40,3%.

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    PERFIL DO PACIENTE

    Na maior parte do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença preocupa mais com as mulheres quando o assunto é hanseníase, pois elas são mais afetadas pela doença. No Brasil, no entanto, são os homens os mais afetados: 55% dos casos novos detectados na última década. No Brasil, mais da metade dos pacientes com diagnóstico de hanseníase na década tinham entre 50 e 59 anos (18%), 40 e 49 anos (18%) e 30 e 39 anos (17%). Outra parcela significativa tinha mais de 60 anos (22%) ou estava na faixa entre 20 e 29 anos (12%).

    Para Sandra Durães, coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD, isso pode estar relacionado a uma série de fatores, como a classe social e a menor frequência com que eles vão a consultas médicas. “A hanseníase tem uma característica interessante: a pessoa precisa estar atenta aos sinais o próprio corpo. Muitas vezes são manchas silenciosas, que não doem e não coçam. E sabemos que, culturalmente, o homem brasileiro tem mais dificuldade de ir ao médico e cuidar da própria saúde”, ressalta.

    Os analfabetos e com ensino fundamental incompleto representam 54% das notificações da doença nos últimos dez anos. “A hanseníase está classificada entre as doenças ditas negligenciadas, que atingem populações com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O Brasil, apesar de estar entre as grandes economias mundiais, apresenta grande desigualdade social. Nas periferias de suas metrópoles, existem grandes bolsões de pobreza caracterizados por habitações insalubres e difícil acesso aos serviços de saúde”, lembra Sandra Durães.

    A especialista alerta, no entanto, que, por se tratar de doença endêmica, a rigor toda a população está exposta e pessoas de maior poder aquisitivo também podem adoecer. (Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD))

    Gostou do nosso post? Entendeu melhor o que é a hanseníase e como ela se manifesta? Então aproveite para conferir outro post no CenárioMT sobre a Hanseníase: informações sobre essa doença infecciosa e contagiosa.

  • Hanseníase: informações sobre essa doença infecciosa e contagiosa

    Hanseníase: informações sobre essa doença infecciosa e contagiosa

    A hanseníase é uma das doenças mais infecciosas e contagiosas do mundo. Antigamente conhecida como “lepra”, não recebe essa denominação há mais de 50 anos. Apesar de todo o preconceito envolvendo a doença, é perfeitamente curável.

    como suspeitra hanseniase
    Diagnóstico e tratamento precoce aumentam chances de cura sem sequelas da hanseníase

    O que é hanseníase?

    A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Também conhecida como lepra, morfeia, mal de Hansen ou mal de Lázaro, é responsável por severos danos aos nervos e ao tecido epitelial.

    O nome hanseníase vem do médico bacteriologista e dermatologista dr. Gerhard Hansen, norueguês responsável pela descoberta do microrganismo causador da doença. A utilização do termo “lepra” está em desuso há algumas décadas, dada a conotação negativa ao longo da história.

    A hanseníase é uma das doenças infecciosas mais antigas da história. Hipócrates, considerado pai da medicina e que viveu próximo dos 400 a.C., utilizou pela primeira vez o termo derivado de “descamar”, ao caracterizar manchas brancas presentes na pele e cabelos de seus pacientes.

    Apesar disso, não descreveu nenhum tipo de manifestação neuronal, o que leva a crer que provavelmente estava se referindo ao vitiligo. Na Bíblia a denominação “lepra” é utilizada em hebraico, significando vergonha, desgraça. Existem registros do Egito Antigo que datam de mais de 3.000 anos se referindo à doença.

    A hanseníase foi, por muito tempo, considerada incurável e responsável por diversas mutilações. Forçava o isolamento dos pacientes em leprosários, principalmente durante a Idade Média europeia. Os doentes eram obrigados a utilizarem sinos, como para que anunciarem sua chegada aos recintos.

    No Brasil, até metade do século XX, os doentes de hanseníase eram obrigados a viver isolados em leprosários, tendo seus pertences queimados. Esse tipo de atitude mostrava muito mais um afastamento dos pacientes do que uma tentativa de tratamento e cura.

    Para se ter uma noção do preconceito que rondava os portadores de hanseníase, até meados do século passado existiam leis que os agentes de saúde pública capturassem os chamados “leprosos”, sendo esses compulsoriamente instalados nas colônias de leprosários.

    A Lei, com número 610 do ano de 1949, só foi revogada em 1968, por meio da Lei nº 5.511 de 15/10/1968. Apesar disso, a ressocialização dos doentes sempre foi muito complicada, principalmente pela pobreza e isolamento a que eram submetidos.

    Hanseníase é contagiosa

    A hanseníase é sim uma doença muito contagiosa, sendo que o bacilo Mycobacterium leprae é considerado de alta infectividade e baixa patogenicidade. Entretanto, o desenvolvimento da doença dependerá muito da resposta do organismo da pessoa que for infectada por meio da troca de fluidos ou por vias respiratórias.

    Causas da hanseníase

    A principal causa da hanseníase é a bactéria Mycobacterium leprae, também conhecida como bacilo de Hansen. É um parasita que atinge, principalmente, os tecidos epiteliais e nervosos.

    A infecção ocorre por meio de vias respiratórias ou secreções, até se instalar nos nervos periféricos e no tecido epitelial do doente. Por ter um tempo de incubação lento, os sintomas podem demorar entre dois e cinco anos para se manifestarem.

    A contaminação pode acontecer por meio da exposição a condições de baixa higiene ou pelo contato íntimo com o portador da bactéria que não foi submetido a tratamento. Apesar do hospedeiro preferencial ser os humanos, a bactéria da hanseníase pode infectar, também, esquilos, macacos e tatus.

    Prevenção da hanseníase

    A principal forma de prevenção da hanseníase é a manutenção do sistema imunológico forte e eficiente, dando todas as possibilidades de combate ao organismo, caso haja algum contato com a bactéria portadora da doença.

    Principalmente por isso, é fundamental que as pessoas adotem o mais rápido possível um modo de vida saudável, se alimentando corretamente, praticando atividades físicas e tendo boa higiene.

    Vacina BCG hanseníase

    A aplicação da vacina BCG é uma das maneiras encontradas pelo Ministério da Saúde e as autoridades no assunto como uma das formas mais eficazes de prevenção. Isso acontece porque, apesar de ser voltada para a tuberculose, a vacina BCG apresenta semelhanças grandes entre as formas de transmissão e hospedagem do agente causador.

    A vacina BCG é composta por uma cepa enfraquecida (ou inativa) do bacilo de Calmette & Guérin, correspondente ao Mycobacterium bovis atenuado. A vacina BCG é obrigatória e deve ser tomada o mais cedo possível a fins de se evitar esse quadro descrito anteriormente.

    Hanseníase: transmissão

    A transmissão da doença acontece por meio da convivência próxima e prolongada com o portador daquela forma considerada transmissora, a multibacilar. Principalmente se o doente não estiver sob tratamento e houver contato por saliva ou secreções nasais.

    O toque à pele do portador da hanseníase não transmite a doença. É importante ressaltar que cerca de 90% da população tem resistência imunológica contra a doença.

    A incubação da hanseníase (tempo entre a infecção e a manifestação dos sintomas) é longo, podendo variar de seis meses a cinco anos. Sua manifestação, entretanto, variará de pessoa para pessoa, principalmente de acordo com fatores genéticos.

    Fatores de risco

    A hanseníase é uma doença passível de contaminar pessoas de qualquer idade e sexo. Entretanto, a ocorrência é maior nos indivíduos do sexo masculino. Como demora a se manifestar, é comum que os sintomas só sejam observados por adultos, apesar da doença geralmente ter sido adquirida na infância.

    Nesse sentido, os principais fatores de risco para os humanos são as más condições de higienização e o contato com animais, que podem levar à contaminação pela bactéria da hanseníase.

    Sintomas da hanseníase

    Os sintomas da hanseníase são fáceis de identificar e incluem:

    • sensação de formigamento no corpo;
    • dormência ou sensação de fisgadas nas extremidades do corpo (braços, mãos, pés…);
    • manchas brancas ou vermelhas na pele;
    • perda da sensibilidade às sensações de calor, frio, tato e até mesmo dor;
    • porções do tecido epitelial, aparentemente normais, que apresentam alteração da sensibilidade e perda da capacidade de transpiração;
    • presença de placas e caroços em qualquer parte do corpo;
    • perda da força muscular, com aparente dificuldade de segurar objetos.

    Esses são alguns dos sintomas iniciais da hanseníase, que ajudam a identificar seus primeiros estágios para iniciar o tratamento. Se não for tratada, a doença pode evoluir para um estágio muito avançado, incluindo os sintomas:

    • paralisia dos membros (mãos e pés);
    • encurtamento dos dedos, devido à reabsorção de cálcio;
    • úlceras recorrentes, sem cura, na planta dos pés;
    • perda da visão;
    • perda das sobrancelhas;
    • desfiguração de partes do corpo (principalmente o nariz).

    Antigamente, pela falta de tratamento e diagnóstico adequados, os portadores de hanseníaseapresentavam quadros extremamente avançados. Por isso, era comum associar os doentes a pessoas deformadas, já que nos estágios avançados da doença ocorre a desfiguração do nariz e a mutilação decorrente da perda dos membros.

    Felizmente, hoje em dia a doença é curável e, se detectada com rapidez, não leva a nenhum quadro mais avançado de sintomas. Entretanto, é fundamental que todos fiquem atentos às manifestações da doença, principalmente aquelas relacionadas à perda da sensibilidade. Essa recomendação é ainda mais importante para aqueles que convivem de perto com portadores da hanseníase.

    Hanseníase diagnóstico

    O diagnóstico de hanseníase não é complicado de ser feito. Consiste basicamente em um exame clínico e epidemiológico, no qual o fisiologista realiza um exame geral e dermato neurológico, buscando encontrar lesões na pele, principalmente por meio de testes de sensibilidade.

    Dessa forma, é possível identificar também o comprometimento dos nervos mais periféricos. Nesse caso, são observadas alterações sensitivas, de movimento ou mesmo autonômicas.

    Exame para hanseníase

    Como citamos, o diagnóstico da hanseníase é feito principalmente por meio de exames simples, que testam a sensibilidade do paciente. São eles:

    • exame físico;
    • exame dermato neurológico (para sensibilidade e disfunções motoras);
    • exame baciloscópico (esfregaço cutâneo e posterior análise de biópsia da pele);
    • PCR (proteína C reativa, para identificar inflamações);
    • sorologia anti-pgl-1.

    Os exames de proteína C reativa (PCR) e da sorologia anti-pgl-1 têm como objetivo confirmar alterações metabólicas e internas do organismo do paciente. Entretanto, a principal forma de diagnóstico é mesmo o exame físico e dermato neurológico, uma vez que a manifestação da hanseníase se dá de maneira muito forte externamente.

    Hanseníase tratamento

    No Brasil, o tratamento da hanseníase é gratuito e fornecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Pode variar entre seis meses e um ano, dependendo das formas da doença (paucibacilares ou multibacilares).

    Pode ainda ser prorrogado ou ter os medicamentos substituídos, para casos especiais e mais específicos de manifestação da doença. O tratamento é eficaz e leva a 100% de cura.

    Já após a aplicação da primeira dose de medicação, os riscos de transmissão são anulados. Isso significa que o paciente pode conviver normalmente em sociedade, sem correr o risco de transmitir a doença para as pessoas próximas a ele.

    São utilizados medicamentos em via oral, com a associação de duas ou três variantes, em um tratamento chamado de poli quimioterapia. Dentre os medicamentos, lança-se mão de antibióticos, responsáveis pelo extermínio das bactérias que causam a hanseníase.

    Embora o tratamento cure 100% a hanseníase e evite qualquer tipo de piora, é importante ressaltar que ele não é capaz de reverter os danos causados pela doença. Por isso, é fundamental que o diagnóstico e tratamento sejam feitos ainda no começo. Quaisquer desfigurações físicas ou danos nervosos são, infelizmente, permanentes.

    Hanseníase: tipos

    É possível classificar a hanseníase em duas grandes categorias, subdivididas em mais dois grupos cada. Ela pode ser paucibacilar, com um número reduzido de bacilos (ou até mesmo nenhum) ou multibacilar, com presença de vários bacilos.

    No caso da forma multibacilar, o potencial de transmissão é alto, caso não seja tratada. Independentemente da categoria da doença, sua manifestação pode se dar por meio da presença de manchas claras, vermelhas ou escuras, pouco visíveis e sem delimitação. As áreas afetadas sofrem alteração da sensibilidade, principalmente com perda de pelos e da capacidade da pele de transpirar.

    O avanço acontece quando a doença passa a atingir os nervos periféricos, causando a perda da sensibilidade, dormência, tônus muscular, entre outros sintomas. Todos os tipos de hanseníasepodem levar a caroços, inchaços e deformações de partes do corpo nas fases mais agudas da doença.

    Dito isso, é importante entender as diferenças entre os tipos de hanseníase. São eles:

    Paucibacilar

    • Hanseníase indeterminada: é o estágio inicial da doença — define-se quando há presença de até cinco manchas indefinidas, sem comprometimento nos nervos;
    • Hanseníase tuberculoide: estágio mais avançado da hanseníase — apresenta manchas ou placas para até cinco lesões, já com seus contornos bem definidos, comprometendo um nervo. Pode levar à inflamação desse nervo, conhecida como neurite.

    Multibacilar

    • Hanseníase borderline (ou dimorfa): apresenta manchas e placas acima de cinco lesões, variando suas bordas entre bem ou mal definidas — ocorre comprometimento de dois ou mais nervos, levando a quadros reacionais em maior frequência;
    •  Hanseníase virchowiana: essa é a variação mais avançada e comprometedora da doença — extrema dificuldade de identificar separadamente a pele comprometida da pele normal; pode deformar o nariz, causar transtornos nos rins e nos órgãos reprodutivos dos homens, levar à neurite e até a eritemas nodosos (dolorosos) na pele.

    Preconceito

    Mesmo conhecida há milênios e sendo uma das doenças mais antigas da humanidade, a hanseníase continua cercada de muito preconceito. As pessoas ainda desconhecem a doença e, por ela se manifestar esteticamente, associam imediatamente a algo nocivo e danoso.

    A verdade é que os séculos de exclusão e destrato com os doentes ainda reverberam na sociedade atual. É preciso conscientizar as pessoas que, corretamente tratada, a hanseníase é curável e já no primeiro dia de tratamento deixa de ser contagiosa.

    No Brasil, vários estados adotam um dia para marcar a luta e o combate ao preconceito contra a hanseníase. Nacionalmente, o dia 28 de janeiro é considerado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. O mês ficou conhecido como “janeiro roxo”, prática já comum no país, que associa meses de conscientização a cores. São realizadas campanhas educativas pelo governo, empresas e demais membros da sociedade.

    Doenças como a hanseníase são um verdadeiro problema social da humanidade. Precisam ser compreendidas e seus doentes tratados humanitariamente, evitando assim a marginalização deles.

    Gostou do nosso post? Entendeu melhor o que é a hanseníase e como ela se manifesta? Então aproveite para conferir outros posts no CenárioMT sobre Saúde, clique aqui!

  • 11 pessoas são diagnosticadas com hanseníase em Sinop

    11 pessoas são diagnosticadas com hanseníase em Sinop

    O Centro de Hanseníase atendeu 47 contados (amigos e familiares) de pessoas que já estão em tratamento e, desses, diagnosticou 11 pessoas com a doença no sábado, dia 11, durante a abertura da campanha Janeiro Roxo, realizada pela Prefeitura de Sinop. De acordo com o médico clínico geral Francisco Specian Júnior, os atendimentos foram direcionados a este público porque eles estão mais propício à adquirir a doença e, por isso, há a necessidade de serem avaliados.

    “A hanseníase tem se proliferado por conta da falha em não examinar os contatos que, com o passar do tempo, se tornam novos doentes e começam a transmitir a hanseníase em uma cadeia que nunca termina. A hanseníase tem 100% de chances de cura, só que, quando o diagnóstico é tardio, mesmo que a pessoa seja curada, os danos causados nos nervos serão irreversíveis”, alerta.

    Durante todo mês, assim como já ocorre no restante do ano, as Unidades Básicas de Saúde estarão preparadas, de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h às 17h, para ofertar o atendimento e orientação necessária, em relação à doença à toda população. Quem tem os sintomas da doença e não faz parte dos grupos de contatos que serão assistidos com os mutirões, pode recorrer às UBS durante a semana.

    SINTOMAS

    A coordenadora do Centro de Hanseníase, Maria Auxiliadora Freitas Souza, alerta que não há a necessidade de ter manchas para ser detectada a doença. “A população deve ficar atenta a sensações de formigamentos, fisgadas ou dormência nas extremidades, perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato, nódulos e placas em qualquer local do corpo, áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da secreção de suor, manchas brancas ou avermelhadas na pele. Nervos espessados também são um alerta e, em casos mais avançados, a pessoa para de sentir dor porque está com a imunidade muito baixa. Quando isso ocorre, infelizmente, já se tem sequelas”, explica.

    TRATAMENTO

    Conforme a prefeita Rosana Martinelli, o tratamento é todo gratuito e há médicos especializados na rede municipal de saúde para atender a população. “Queremos detectar todos os cidadãos em risco para tratar deles e de seus familiares. Por isso há um trabalho incansável dos servidores do Centro de Hanseníase e das Unidades Básicas de Saúde, para que o tratamento chegue a todos que precisam e, de preferência, ainda, no inicio da doença para que nenhum cidadão venha a sofrer danos maiores no futuro”, reforça a prefeita.

    Os tratamentos ofertados são os Paucibacilares, com duração de seis meses, e os Multibacilares, que é o mais diagnosticado, inclusive em crianças, e dura aproximadamente um ano. Pessoas contaminadas, em estado avançado, sem tratamento, transmitem pelo sistema respiratório enquanto falam, tossem ou espirram.