Tag: guerra na Ucrânia

  • Lula relata nova conversa com Xi Jinping sobre Ucrânia

    Lula relata nova conversa com Xi Jinping sobre Ucrânia

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na noite desta quinta-feira (25), que conversou por telefone com o presidente da China, Xi Jinping. A conversa ocorreu no dia anterior e abrangeu diferentes temas, incluindo reunião dos Brics, bloco econômico integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e também sobre a situação da guerra na Ucrânia.

    “Ontem [24] conversei por telefone com o Presidente da China, Xi Jinping. Falamos sobre a conjuntura global, a necessidade da paz na Ucrânia, a participação dos nossos países na cúpula dos Brics em agosto. E sobre nossa parceria estratégica em âmbito bilateral”, escreveu Lula em rede social.

    A conversa ocorre pouco mais de um mês após o encontro bilateral entre os dois presidentes em Pequim, e dias após Lula retornar de viagem ao Japão, onde participou do segmento de engajamento externo da Cúpula do G7, grupo formado pelos sete países mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).

    Em Hiroshima, entre os dias 19 e 21, Lula se reuniu com 11 chefes de governo e de entidades, quando tratou de assuntos bilaterais e de temas da agenda internacional. Além das questões ambientais e segurança alimentar, que foram centrais durante a cúpula, o assunto que dominou as mesas de debate foi o conflito entre a Rússia e Ucrânia.

    Edição: Marcelo Brandão

  • No Japão, presidente tratará de paz mundial durante Cúpula do G7

    No Japão, presidente tratará de paz mundial durante Cúpula do G7

    O Brasil participará como país convidado, da 49ª cúpula do G7, grupo formado pelos sete países mais ricos do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido. O evento ocorre nos dias 20 e 21 de maio, em Hiroshima, no Japão. O convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi feito pelo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.

    Segundo o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Mauricio Lyrio, o presidente brasileiro tratará de dois temas, prioritários: o desenvolvimento sustentável de países em desenvolvimento e a paz mundial – tema que o presidente tem defendido amplamente em reuniões que tem participado no exterior.

    De acordo com a organização geral do evento, dentro dos temas em pauta durante a Cúpula do G7 estão a agressão da Rússia contra a Ucrânia; o desarmamento nuclear e a não proliferação de armas nucleares; resiliência e segurança econômica; mudanças climáticas e transição energética; segurança alimentar; saúde; além dos objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Também serão discutidas áreas como gênero, direitos humanos, digitalização e ciência e tecnologia.

    Documentos do G7

    Segundo o embaixador Lyrio, ao final da cúpula deverão ser apresentados dois documentos. O primeiro, com a posição dos sete países-membros em relação aos temas em pauta. O segundo, vai englobar o posicionamento do G7 e mais os países convidados para a cúpula: Brasil, Austrália, Comores, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, República da Coreia e Vietnã, além de representantes das Nações Unidas, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, da Agência Internacional de Energia, da Organização Mundial de Saúde, da Organização Mundial do Comércio e da União Europeia.

    O governo brasileiro trabalha para que a declaração final reflita a visão do Brasil a respeito do conflito entre Rússia e Ucrânia e acredita que deve haver um consenso em relação à segurança alimentar, informou o embaixador em entrevista a jornalistas.

    “Como é uma declaração sobre segurança alimentar e há efeitos do conflito na Ucrânia sobre acesso a alimentos, uma referência inicial deverá ser feita ao conflito na Ucrânia. E, naturalmente, o governo brasileiro negocia essa linguagem, para que seja compatível com a linguagem que o Brasil tem usado sobre o tema, inclusive tem defendido na negociação de resoluções em diversas instâncias internacionais, como a própria ONU”.

    Agenda

    O presidente Lula embarca para o Japão nesta quarta-feira (17), acompanhado do ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, e uma comitiva do governo federal que ainda está sendo definida.

    Em Hiroshima, o presidente brasileiro participará das três reuniões oficiais da cúpula do G7, com temas pré-definidos. No sábado (20), os líderes vão discutir questões relacionadas à alimentação, saúde, desenvolvimento e gênero. Na tarde do mesmo dia, a pauta inclui questões sobre clima, energia e meio ambiente.

    No domingo (21), o tema será a necessidade de um mundo próspero, estável e pacífico. No mesmo dia, o presidente deve visitar o Museu do Parque Memorial da Paz de Hiroshima.

    Aos repórteres, o embaixador informou que Lula terá ainda três encontros bilaterais: com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; com o presidente da Indonésia, Joko Widodo; e com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.

    Brasil no G7

    Esta será a sétima participação do presidente Lula em cúpulas do G7. As seis primeiras ocorreram nos dois primeiros mandatos dele, entre os anos de 2003 e 2009. Desde 2009, o Brasil não comparecia a um encontro do grupo.

    De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a retomada da participação do Brasil em reuniões do grupo sinaliza o engajamento do país com o G7 e marca o equilíbrio no posicionamento brasileiro em temas sensíveis do cenário internacional.

    Edição: Denise Griesinger

  • Lula quer atrair investimentos chineses para o Brasil

    Lula quer atrair investimentos chineses para o Brasil

    Às vésperas de realizar a primeira viagem oficial à China no atual mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai discutir com o presidente chinês, Xi Jiping, o investimento em novos ativos chineses no Brasil.

    “Eu quero que os chineses compreendam que o investimento deles aqui será maravilhosamente bem-vindo. Mas não para comprar nossas empresas. [E sim] para construir coisas novas, que nós precisamos. O que estamos precisando não é vender os ativos que temos, é construir novos ativos. É disso que eu quero convencer os meus amigos da China”.

    A declaração foi dada nesta quinta-feira (6), durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto. De acordo com Lula, uma fabricante chinesa de carros elétricos vai assumir o comando da última fábrica da montadora Ford, na Bahia.

    Outro ponto que o presidente quer discutir com Xi Jiping é a possibilidade de o país asiático promover um diálogo com o presidente da Rússia, Vladmir Putin, pelo fim da Guerra na Ucrânia. “Nós não concordamos com a invasão da Rússia à Ucrânia. Estou convencido que tanto a Ucrânia quanto a Rússia estão esperando que alguém de fora fale: vamos sentar para conversar”, disse Lula.

    “E por que eu quero sentar para conversar com o Xi Jiping? É porque eu acho que a importância econômica, militar e política da China e a relação da China com a Rússia, e até mesmo a divergência da China com os Estados Unidos dá à China um potencial extraordinário para conversar”, acrescentou.

    Sobre o conflito na Ucrânia, Lula destacou o posicionamento contrário e disse que quer propor a Xi Jiping a criação de um grupo de países pela paz na região. “A China tem peso, o Brasil tem peso. Eu acho que a Indonésia pode participar, a Índia pode participar. Vamos lá conversar com o Putin, vamos conversar com o [presidente da Ucrânia] Zelensky, vamos conversar com o [presidente dos Estados Unidos] Biden. Vamos tentar ver se encontramos um grupo de pessoas que não se conforme com a guerra. Não é necessário ter guerra”.

    A viagem de Lula à China está marcada para a próxima terça-feira. O país é o maior parceiro comercial do Brasil. Entre os acordos que o presidente brasileiro vai assinar, está a formalização das transações comerciais com a China na moeda chinesa, o Renminbi, deixando de usar o dólar.

  • Retrospectiva 2022: confira as principais notícias de março

    Retrospectiva 2022: confira as principais notícias de março

    Março foi um mês sangrento para a Europa. Logo no início do mês, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) declarou que não entraria com tropas no conflito entre Ucrânia e Rússia, colocando fim às esperanças dos ucranianos de apoio militar por parte da aliança.

    No dia 3, negociadores russos e ucranianos concordaram em abrir um corredor humanitário para a saída de civis e a entrada de medicamentos e ajuda humanitária na Ucrânia. Naquele momento, seria possível o cessar-fogo, mas as tentativas fracassaram. As negociações persistiram até o dia 19.

    Neste mês, a Rússia atacou a maior central nuclear da Europa, bombardeou um hospital infantil, atacou um laboratório em Chernobyl e uma metalúrgica na cidade de Mariupol. Março foi um mês marcado pela devastação da Ucrânia.

    Resgate

    No dia 1º um grupo de jogadores brasileiros que estava na Ucrânia conseguiu voltar para o Brasil. No dia 9, uma aeronave saiu da Polônia levando mais de 40 brasileiros para serem repatriados. No dia 26,um grupo de 47 ucranianos chegou ao país.

    No meio desse caos, o deputado Arthur do Val, então pré-candidato ao governo de São Paulo, se envolveu em uma polêmica: ele enviou um áudio a amigos, elogiando a beleza das refugiadas. Em seguida, afirmou que pretendia voltar ao Leste Europeu e disse que as mulheres são “fáceis” por serem pobres. Seu partido, o Podemos, abriu procedimento disciplinar contra o político.

    Novo Enem

    No Brasil, um dos assuntos com destaque no mês de março foi a divulgação das novas regras para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), apresentadas em entrevista coletiva no dia 17. O novo Enem entra m vigor em 2024.

    Segundo o MEC, as provas, atualmente compostas apenas pela redação e por perguntas objetivas de múltipla escolha, passarão a contar com outros formatos, como as chamadas questões abertas ou discursivas, nas quais o estudante escreve a resposta e não apenas seleciona uma opção. As mudanças no Enem buscam a adequação do exame ao novo ensino médio.

    Saúde

    Na área de saúde, a  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que, apesar da liberação do uso de máscaras por diversos estados e municípios, o equipamento de proteção pessoal continuaria obrigatório para a circulação nos aeroportos e embarque em aviões.

    Ao tomar a decisão, a agência reguladora considerou o grande trânsito de pessoas de diferentes origens, nesses espaços, com diferentes perfis epidemiológicos, índices de transmissão e coberturas vacinais, tornando a máscara um item de segurança para todos.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, no dia 23, que as mortes relacionadas ao coronavírus diminuíram 23% na semana anterior, com 32.959 óbitos declarados, o número mais baixo desde março de 2020 – quando foi declarada a pandemia de covid-19.

    Oscar

    No Ritmo do Coração, filme comovente sobre uma família surda com uma filha ouvinte, ganhou o prêmio de melhor filme no Oscar, na noite do dia 27. Em cerimônia ofuscada pelo tapa em que o vencedor do prêmio de melhor ator, Will Smith, acertou no apresentador Chris Rock. O filme se tornou o primeiro de um serviço de streaming, a Apple TV+, a ganhar o maior prêmio da indústria cinematográfica.

    Em um momento que inicialmente parecia uma das piadas que animam a transmissão do Oscar, Smith subiu ao palco e deu um tapa em Rock, depois que o apresentador fez uma piada sobre a esposa do ator, Jada Pinkett Smith.

    Política

    No dia 22, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi acusado em reportagem do jornal Folha de S.Paulo, de favorecer com recursos prefeituras de municípios ligados a dois pastores amigos do presidente Jair Bolsonaro.

    Em nota, ele disse não haver nenhum tipo de favorecimento na distribuição de verbas da pasta. No dia 24, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia autorizou a abertura de inquérito para investigar o caso.

    No dia 28, Milton Ribeiro pediu exoneração do cargo.

    No fim do mês, no dia 31, tomaram posse os novos ministros do governo do presidente Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto, após publicação dos decretos com as exonerações a pedido no Diário Oficial da União. A saída abriu aos que deixaram as funções a possibilidade de se candidatarem a cargos públicos nas eleições de outubro.

  • Retrospectiva 2022: confira as principais notícias de janeiro

    Retrospectiva 2022: confira as principais notícias de janeiro

    Retrospectiva 2022 – No início do ano, o clima de tensão chegou ao nível máximo na Europa. Embora a Rússia tivesse declarado, junto com outros países, que uma guerra nuclear deveria ser evitada, isso não a impediu de avançar para um conflito armado. O clima de tensão ocorreu por causa do interesse da Ucrânia em se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No dia 12, a Otan declarou que não permitira que a Rússia interferisse nas ambições ucranianas. Acusada de enviar mais de 100 mil soldados à fronteira entre os dois países, o governo da Rússia disse que preferiria uma solução diplomática à guerra.

    No dia 26, os Estados Unidos  afirmaram que as exigências russas para que a Otan retirasse tropas e armas da Europa Oriental e para que a Ucrânia não se juntasse à organização eram inúteis. Em resposta, o Kremlin disse que as principais exigências de segurança da Rússia não foram levadas em conta por Washington.

    No fim do mês, no dia 28, o presidente norte-americano, Joe Biden, alertou para a forte possibilidade de a Rússia invadir a Ucrânia.

    Nova onda de covid-19

    A nova variante Ômicron do novo coronavírus fez com que o mundo mergulhasse em uma nova onda da doença no começo de 2022. Já nos primeiros dias do ano, 4 mil voos foram cancelados no mundo. No dia 19, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) afirmou que o vírus se espalhava “como nunca antes” nas Américas. No mesmo dia, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que o aumento do número de casos no Brasil era seis vezes acima do observado no início de dezembro de 2021. No fim do mês, no dia 26, um novo recorde de casos: 224.567 diagnósticos positivos de covid-19 em um só dia.

    No dia 4 de janeiro, o Ministério da Saúde divulgou o resultado de uma consulta pública sobre a vacinação de crianças. Segundo a pasta, os brasileiros eram contrários à necessidade de apresentação de prescrição médica para vacinação, assim como à obrigatoriedade da vacina. Já no dia 5, o Ministério da Saúde anunciou a aquisição dos imunizantes para o público de 5 a 11 anos. No dia 13, o Brasil recebeu o primeiro lote de vacinas para o público infantil.

    Internação do presidente Jair Bolsonaro

    Logo no início do ano, no dia 3, o presidente da República, Jair Bolsonaro, foi internado para tratar de um desconforto abdominal. O boletim divulgado no dia seguinte dizia que Bolsonaro apresentou melhora e não precisaria ser submetido a uma cirurgia. No dia 5, o presidente recebeu alta e foi considerado apto a voltar ao trabalho.

    Tragédia em Minas Gerais

    O início de janeiro trouxe uma tragédia para os moradores de Capitólio (MG). Uma rocha das encostas do famoso cânion da cidade desabou sobre barcos de turistas no dia 8. No total, dez pessoas morreram. Os corpos foram encontrados e identificados.

    Veja na TV Brasil:

    A polícia disse que continuaria a busca por fragmentos.

    Obituário

    No dia 20, faleceu um ícone da música brasileira: a cantora Elza Soares, que  morreu, em sua casa, de causas naturais, aos 91 anos.Elza Soares começou a carreira artística fazendo um teste na Rádio Tupi, no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso, e conquistou o primeiro lugar. Após o concurso, ela fez um teste com o maestro Joaquim Naegli e foi contratada como crooner (cantor de orquestra ou conjunto musical) da Orquestra Garam de Bailes, onde trabalhou até 1954, quando engravidou. No ano seguinte, voltou a cantar na noite. Em 1960 lançou seu primeiro disco, Se Acaso Você Chegasse e, em 1962, o segundo LP, A Bossa Negra.A cantora ganhou diversos prêmios como três prêmios Grammy Latino e dois WME Awards e, em 2020, foi tema do enredo da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.O corpo de Elza foi velado no Theatro Municipal, na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, no dia 21, e levado em carro aberto do Corpo de Bombeiros para o cemitério Jardim da Saudade de Sulacap, na zona oeste da cidade.O trajeto passava pela Avenida Atlântica, em Copacabana, bairro em que Elza morou por muitos anos.

    Caso Möise

    Policiais da Delegacia de Homicídios do Rio foram às ruas, no último dia do mês, à procura dos responsáveis pela morte do congolês Moïse Kabagambe, de 25 anos, assassinado no dia 25. Ele trabalhava como atendente em um quiosque na praia da Barra, no Rio de Janeiro.

    Sem folia

    Os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e de São Paulo, Ricardo Nunes, decidiram em reunião virtual no dia 21 adiar os desfiles das escolas de samba do carnaval nas duas cidades para o fim de semana do feriado de Tiradentes, em 21 de abril. A decisão foi uma orientação das secretarias de saúde das duas cidades e foi motivada pela explosão de casos da covid-19 causados pela variante Ômicron.“A decisão foi tomada em respeito ao atual quadro da pandemia de covid-19 no Brasil e à necessidade de, neste momento, preservar vidas e somar forças para impulsionar a vacinação em todo o território nacional”, apontou nota conjunta das prefeituras.

  • Guerra na Ucrânia afeta preços de commodities agrícolas, segundo Ipea

    Guerra na Ucrânia afeta preços de commodities agrícolas, segundo Ipea

    A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe incertezas e oscilações significativas nos preços internacionais das principais commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado exterior) agropecuárias, aponta nota elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP).

    A nota destaca que a Rússia é, atualmente, a maior produtora mundial de petróleo e gás e que, nas últimas safras, se tornou a maior exportadora de trigo do mundo e importante fornecedora de alimentos para a Europa e Ásia. Na outra ponta, a Ucrânia é uma das principais fornecedoras de milho e óleo de girassol. Os dois países têm peso relevante no mercado internacional de insumos agrícolas. Com o conflito bilateral, grãos e oleaginosas em geral, influenciados pelo trigo e pelo óleo de soja, tiveram altas e atingiram patamares acima dos verificados antes da guerra. “Esse choque negativo de oferta somou-se à elevação dos custos de produção, devido às altas dos insumos exportados pelos países em guerra”, analisa a publicação.

    Os pesquisadores avaliam que as sanções econômicas impostas por diversos países ao mercado russo e algumas quedas na produção em decorrência dos efeitos climáticos, que afetaram as safras de grãos na América do Sul, em especial no Brasil, Argentina e Paraguai, podem fazer com que o mercado mundial de commodities agropecuárias experimente novas altas, nos próximos meses, com reflexos nos preços domésticos.

    Trigo e milho

    A pesquisadora associada do Ipea, Ana Cecília Kreter, uma das coordenadoras da publicação, indicou que as commodities extraídas da natureza que precisam ser cultivadas e não mineradas, como açúcar, café e até mesmo a carne bovina, interromperam a sequência de alta e apresentaram queda “devido às consequências da guerra sobre a expectativa de crescimento econômico mundial e à sua menor essencialidade em um cenário de conflitos”. Observou, entretanto, que como a Rússia e a Ucrânia não têm peso relevante nos mercados dessas commodities, os preços voltaram aos patamares pré-conflito.

    O documento aponta que o trigo foi o cereal mais afetado pela guerra no Leste Europeu, porque a Rússia representou 19,3% das exportações mundiais na safra 2020-2021, constituindo o segundo maior produtor mundial, depois da China, cuja produção está direcionada ao atendimento do mercado doméstico. A Ucrânia também está entre os principais exportadores desse grão, com participações que variam de 8% a 10% das exportações mundiais. A queda na oferta dos dois países vem impactando os preços internacionais e, em especial, o setor de panificados na Europa. “Os preços internacionais do grão romperam as máximas históricas em março, chegando a apresentar cotações 76% acima da média no mês de fevereiro de 2022, antes do início do conflito”, destacou a nota.

    O superintendente de Inteligência e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira, lembrou que o primeiro trimestre de 2022 foi importante para a definição da produção de soja e arroz. “Para as duas culturas, houve uma redução das estimativas de produção em relação às estimativas de dezembro. Esse fato contribuiu para o aumento da instabilidade dos preços nos mercados de arroz e de soja, dada a redução dos estoques finais esperados para as duas culturas”. Em relação ao milho, disse que, “por outro lado, houve uma melhor consolidação em relação à área de milho de 2º safra no Brasil, que deve ter um aumento de 7% em relação à safra 2020-2021. Isso é muito importante, considerando o cenário de conflito na Ucrânia e o ambiente de incerteza sobre a real oferta de milho ucraniano para a próxima safra”.

    Carnes

    Outro produto que mereceu destaque na publicação foi a carne suína, cujas vendas abaixo do esperado no último trimestre de 2021 fizeram com que o setor registrasse, no início de 2022, elevados estoques de carne e de animais e que contribuíram para a queda nos preços domésticos. Além da alta oferta, o início do ano verifica, historicamente, menor volume de vendas. Somado a isso, a queda nas exportações de carne entre janeiro e fevereiro também reforçou o aumento da oferta doméstica.

    No caso da carne bovina, a baixa oferta de animais para o abate e o desempenho recorde das exportações da proteína, especialmente para a China, elevaram o preço doméstico da carne. A demanda internacional continua aquecida devido ao avanço das importações chinesas, aponta a publicação.

    Nicole Rennó, pesquisadora da área de Macroeconomia do Cepea, informou que os preços agropecuários se mantiveram em patamares muito elevados no primeiro trimestre de 2022, refletindo as sucessivas altas verificadas a partir de 2020, com a situação agravada recentemente pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Para os próximos meses, Nicole destacou que ainda há grande indefinição, mas as condições de oferta e demanda e o cenário macroeconômico, em geral, apontam para a manutenção de patamares elevados para os preços. “O comportamento da taxa de câmbio, a velocidade de reação da demanda doméstica e os efeitos da guerra serão determinantes para os ajustes positivos ou negativos nos preços dos diferentes mercados, nos próximos meses”, afirmou a pesquisadora.

  • Brasil defende a permanência da Rússia no G20, diz Carlos França

    Brasil defende a permanência da Rússia no G20, diz Carlos França

    O Brasil defenderá a permanência da Rússia no G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta, disse hoje (18) o ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Essa postura está sendo adotada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, nas reuniões do G20, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial que ocorrem em Washington nesta semana.

    “Ao G20, já manifestamos claramente a posição para que a Rússia pudesse participar da cúpula de líderes. A exclusão da Rússia não ataca o verdadeiro problema, que é o conflito”, disse o ministro, em entrevista coletiva ao lado da diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala.

    Hoje, os Estados Unidos anunciaram que pretendem retirar-se das reuniões do G20 em que estiverem presentes diplomatas e demais membros do governo russo. Na última quinta-feira (14), o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Economia, Erivaldo Gomes, tinha dito que o Brasil pretende evitar “atitudes emocionais” e evitar destruir as “pontes diplomáticas” com qualquer governo durante a guerra entre Rússia e Ucrânia.

    “Romper canais de comunicação, a gente vê como uma maneira de você não ter como discutir o problema e buscar as soluções. Independentemente de quem seja, queremos que canais de comunicação estejam funcionando”, afirmou o secretário do Ministério da Economia na semana passada.

    De hoje (18) até sábado (23), ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais reúnem-se na capital norte-americana. O ministro da Economia, Paulo Guedes, que participou virtualmente dos eventos nos dois últimos anos por causa da pandemia de covid-19, está participando presencialmente dos encontros do FMI, do Banco Mundial e do G20.

    Fertilizantes

    Na reunião de hoje com a diretora-geral da OMC, em Brasília, o ministro Carlos França informou que o Brasil pediu a interferência da organização contra as sanções para os fertilizantes e insumos agrícolas importados da Rússia. Segundo o chanceler, o organismo internacional deve atuar para evitar o agravamento dos desequilíbrios alimentares em todo o planeta, já que a Rússia é um dos principais produtores mundiais de fertilizantes químicos.

    De acordo com Carlos França, é necessário manter o livre fluxo das matérias-primas para a agricultura e impedir a interrupção das cadeias de produção de alimentos. Além da Rússia, as sanções abrangem as importações de Belarus, outro grande produtor de insumos agrícolas.

    Sobre o pedido de interferência da OMC, a diretora-geral do órgão prometeu que analisará a questão. “Vou trabalhar nisso e ver o que pode ser feito”, declarou Ngozi Okonjo-Iweala. Em sua primeira viagem à América Latina, ela afirmou ter pedido a Carlos França e ao presidente Jair Bolsonaro que o Brasil venda ao exterior parte dos estoques reguladores de alimentos para regular a oferta de comida em momentos de escassez.

    O chanceler brasileiro respondeu que o Brasil busca ampliar o papel na segurança alimentar do planeta e disse que o agronegócio do país manteve as exportações até nos momentos mais críticos da pandemia de covid-19 e não deixou de vender ao exterior. “Os contratos foram mantidos e honrados”, ressaltou.

  • Copom inicia segunda reunião do ano em meio a receios sobre guerra

    Copom inicia segunda reunião do ano em meio a receios sobre guerra

    Sob receio dos impactos da guerra no Leste europeu sobre a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começa hoje (15) a segunda reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Amanhã (2), ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão.

    Nas estimativas das instituições financeiras, o Copom deverá tirar o pé do acelerador, apesar das pressões atuais sobre a inflação. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a Selic deverá passar de 10,75% para 11,75% ao ano, com alta de 1 ponto percentual. Nas últimas três reuniões, o órgão elevou a taxa em 1,5 ponto a cada encontro.

    Na ata da última reunião, os membros do Copom tinham sinalizado que reduziriam o ritmo de alta da Selic porque as elevações mais recentes ainda estão sendo sentidas pelo mercado. No entanto, a guerra entre Rússia e Ucrânia passou a influenciar a inflação brasileira, por meio do aumento recente dos combustíveis.

    O mercado financeiro sentiu o impacto do conflito. A última edição do boletim Focus elevou a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,65% para 6,45% em 2022, apenas por causa da alta dos combustíveis. As próximas projeções podem subir ainda mais, caso os aumentos se disseminem para outros produtos, como alimentos e fertilizantes.

    Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior, 5%. Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.

    Aperto monetário

    Principal instrumento para controle da inflação, a Selic continua em ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao ano, em março de 2018.

    Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até chegar ao menor nível da história em agosto de 2020, 2% ao ano. Começou a subir novamente em março do ano passado, tendo subido 8,75 pontos percentuais até agora.

    Taxa Selic

    A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. É o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

    Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica. Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

    Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, pois a Selic é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

    O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

  • Ex-banqueiro russo oferece  US$ 1 milhão por Putin: “Vivo ou morto”

    Ex-banqueiro russo oferece US$ 1 milhão por Putin: “Vivo ou morto”

    O ex-banqueiro russo e empresário dos EUA Alex Konanykhin ofereceu uma recompensa de um milhão de dólares por capturar o presidente russo Vladimir Putin “como criminoso de guerra.

    O empresário postou em sua rede social uma foto em preto e branco de Vladimir Putin e a frase “Procurado, morto ou vivo”, por assassinato em massa.

    O empresário ordenou que os policiais pegassem Putin: “Prometo pagar um milhão de dólares a qualquer policial que, em conformidade com seu dever constitucional, prenda Vladimir Putin como criminoso de guerra sob o direito russo e internacional”.

    Anúncio removido

    Konanykhin, removeu o post para cumprir as regras do Facebook. Mas ele reescreveu a mesma mensagem, sem a imagem.

    O empresário acusa Putin de gerar um regime nazista. “Como cidadão russo, vejo como meu dever moral facilitar a desnazificação da Rússia”, diz ele em seu post. “Continuarei a ajudar a Ucrânia em seus esforços heróicos para resistir ao ataque da horda de Putin“, diz Konanykhin, que mantém sua oferta de um milhão de dólares pela cabeça de Putin.

    Apesar de retirar o anúncio no Facebook, muitas pessoas aplaudiram sua iniciativa.

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    Empresário russo oferece 1 milhão de dólares pra quem capturar Vladimir Putin