Os fretes rodoviários para o transporte de grãos tiveram aumento em diversas regiões de Mato Grosso, reflexo do maior volume embarcado frente à baixa disponibilidade de caminhões. A relação entre oferta e demanda elevou os custos logísticos, especialmente em importantes rotas do estado.
De acordo com levantamento recente, o trajeto com origem em Canarana (MT) e destino ao porto de Barcarena (PA) apresentou cotação média de R$ 436,52 por tonelada, representando um aumento de 3,32% em relação ao período anterior. Já o trecho entre Campo Novo do Parecis (MT) e Rondonópolis (MT) teve alta ainda maior, com preço médio de R$ 166,61 por tonelada, uma elevação de 4,13%.
O cenário reforça os impactos logísticos típicos do pico da colheita, quando há pressão por escoamento da produção e a frota disponível nem sempre acompanha o ritmo das lavouras.
Com a colheita da safra 2024/25 de soja próxima da conclusão, a disponibilidade interna do grão aumentou e impulsionou o ritmo de comercialização no Brasil. A análise é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que destaca o movimento mais intenso no mercado, embora limitado por fatores externos.
Segundo os pesquisadores, apesar do avanço nos negócios, a baixa nos prêmios de exportação e a oscilação do câmbio acabaram inibindo uma liquidez ainda maior. Mesmo assim, os preços da soja seguem firmes, sustentados por uma oferta já elevada e pela demanda constante.
No campo, os trabalhos de colheita estão praticamente concluídos em grande parte das regiões produtoras. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que até o dia 12 de abril, 88,3% da área nacional de soja havia sido colhida, desempenho superior aos 83,2% registrados no mesmo período de 2024 e à média de cinco anos, de 87,4%.
Com o grão entrando em maior volume no mercado, as atenções agora se voltam para o comportamento dos preços nas próximas semanas e para o andamento da logística de escoamento da produção, especialmente diante do cenário cambial instável.
A espectroscopia de plasma induzida por laser (LIBS) combinada com algoritmos de aprendizado de máquina pode ser uma técnica de triagem alternativa para identificar e discriminar grãos de milho transgênico de variedades convencionais. A metodologia, desenvolvida por pesquisadores da Embrapa, quatro universidades de três regiões do País e um instituto italiano, se mostrou capaz de fazer a distinção de forma precisa, rápida e acessível.
Atualmente, a detecção e quantificação de alimentos e rações geneticamente modificados é realizada pelo teste padrão baseado na Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), que detecta e quantifica a presença de proteínas específicas de DNA na amostra. Apesar de sua boa precisão e sensibilidade, esse método é demorado e caro.
Nas últimas décadas, a produção e o consumo de produtos agrícolas modificados geneticamente mundialmente aumentaram significativamente, devido ao crescimento populacional e à crescente demanda por alimentos. Paralelamente, cresceu a demanda por métodos rápidos e baratos para identificar e discriminar produtos geneticamente modificados (cujo DNA sofreu alteração por meio de técnicas de engenharia genética) e não modificados nos setores de controle e comercialização de alimentos.
Técnicas validadas
O estudo fez parte do doutorado de Matheus Cicero Ribeiro, orientado pelo professor Bruno Marangoni no Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Materiais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Na Embrapa Instrumentação (SP), os experimentos foram acompanhados pela coordenadora do Laboratório Nacional de Agrofotônica (Lanaf), a pesquisadora Débora Milori.
Foto: Joana Silva
“A principal novidade da nossa pesquisa está na combinação do uso da técnica LIBS, com análises multivariadas e aprendizado de máquina (Machine Learning), na qual as informações elementares das amostras foram avaliadas e utilizadas para construir critérios de decisão que diferenciem as amostras transgênicas das amostras não-transgênicas”, afirma Ribeiro.
Segundo ele, o trabalho mostrou que a combinação de técnicas consegue diferenciar variedades distintas de milho geneticamente modificados e convencionais, caso elas apresentem composição elementar semelhante. “Elas apresentam vantagens essenciais, como baixo custo, resposta rápida, sensibilidade razoável e fácil aplicação”, complementa.
O desafio principal da pesquisa envolveu identificação dos constituintes, elementos como carbono (C), nitrogênio (N), magnésio (Mg), potássio (K), hidrogênio (H), ferro (Fe) e sódio (Na). Entre esses, o carbono apresentou maior influência na diferenciação entre a classe transgênica da classe não-transgênica de milho.
“Como as amostras apresentaram composição elementar muito similar, isto é, apresentam os mesmos elementos, identificar marcadores específicos de cada classe foi um processo minucioso que consumiu muito tempo de análise. Dessa maneira, houve a necessidade da combinação das análises multivariadas com o aprendizado de máquina, momento em que o computador conseguiu identificar marcadores que foram capazes de diferenciar as amostras no processo de classificação”, explicou Ribeiro.
Outro diferencial do estudo foi que ele avaliou uma quantidade significativa de amostras, 160 no total, consiste no total significativo de amostras provenientes de diferentes variedades transgênicas e não-transgênicas de milho, num total de 160. A pesquisa envolveu seis espécies de milho, quatro transgênicas e duas convencionais. Ribeiro conta que esta é a primeira vez que um protocolo de validação externa foi testado para a classificação de milho transgênico usando LIBS. “A validação externa corroborou a robustez do modelo,” relata.
Impactos diretos
“Esse método oferece uma solução eficaz para monitoramento e rastreabilidade no setor agrícola, atendendo às exigências de regulamentação e segurança alimentar e garantindo conformidade com políticas nacionais e internacionais,” reforça o professor Bruno Marangoni ao ressaltar que a metodologia identifica a origem da amostra de forma ágil e acessível.
Foto: Victor Otsuka
A técnica pode ser utilizada por laboratórios de análise de alimentos, centros de controle de qualidade, indústrias agroalimentares e órgãos reguladores. Mas empresas agrícolas e de biotecnologia também podem utilizar a tecnologia para monitorar e certificar a origem de suas produções. Segundo ele, além disso, autoridades de vigilância sanitária, nacionais e internacionais, podem aplicá-la para fiscalizar produtos alimentícios, assegurando a proteção do consumidor e a conformidade com as normas vigentes.
“Com testes ágeis sobre a origem dos produtos, seria possível ampliar o número de itens analisados, resultando em maior segurança e transparência no mercado. Essa tecnologia também aumentaria a confiança na cadeia de suprimentos alimentares, permitindo que os consumidores façam escolhas informadas sobre o que compram e consomem”, afirma o professor.
Próximos passos: testes em larga escala
O próximo passo da pesquisa visa a expansão da base de dados, incluindo um número maior de amostras de diferentes localidades para aprimorar o algoritmo de aprendizado de máquina, aumentando sua robustez e confiabilidade.
“Em seguida, é importante explorar formas de tornar a metodologia mais acessível e aplicável em larga escala, como a criação de dispositivos portáteis para testes em campo. A padronização do método também é essencial, facilitando sua validação e aceitação por diferentes reguladores e permitindo que ele seja integrado aos processos de controle de qualidade e certificação de transgênicos”, diz Marangoni.
O milho no topo dos transgênicos
O milho é um dos alimentos mais difundidos e essenciais do mundo, amplamente consumido por humanos e animais. De acordo com Ribeiro, o milho é a cultura que mais apresenta a maior quantidade de eventos transgênicos entre as geneticamente modificadas. Isso significa que diferentes genes são inseridos no DNA da planta para resistir a efeitos adversos que podem comprometer seu crescimento e produção. Segundo a Embrapa, 90% de todo o milho cultivado no Brasil é transgênico.
Benefícios do LIBS
Milori, que trabalha com a técnica há cerca de 20 anos, conta que nos últimos anos a espectroscopia de emissão com plasma induzida por laser (LIBS) atraiu interesse significativo da comunidade científica por sua capacidade de fornecer rapidamente informações qualitativas e quantitativas inestimáveis sobre a composição elementar de vários materiais.
“Além disso, o LIBS combinado com métodos quimiométricos e de aprendizado de máquina aumentou consideravelmente o desempenho na identificação e discriminação bem-sucedidas de amostras,” relata a pesquisadora. Ela conta que a LIBS é uma técnica analítica popular que encontrou pesquisas e aplicações práticas em diversas áreas, incluindo o setor agrícola. “A técnica também é particularmente atraente devido à disponibilidade de instrumentos portáteis que permitem análises LIBS in situ e on-line”, informa.
O estudo “Discrimination of maize transgenic and non-transgenic varieties by laser induced spectroscopy (LIBS) and machine learning algorithms”, publicado pelo Microchemical Journal, foi apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig)e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A classificação dos grãos é um dos grandes desafios enfrentados pelos produtores rurais, principalmente na hora da comercialização. Divergências nas classificações podem resultar em prejuízos significativos, reduzindo o valor do produto entregue. Para promover uma análise justa, desde 2017 a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) possui o programa Classificador Legal, que tem sido amplamente elogiado pelos agricultores.
Conforme o vice-presidente sul e coordenador da Comissão de Defesa Agrícola da entidade, Fernando Ferri, o programa é como um divisor de águas. “Sempre houve conflitos entre o que o produtor considera correto e o que os armazéns alegam. O classificador funciona como um árbitro, trazendo mais transparência para o processo. Só eliminaríamos esse problema se todos os produtores tivessem seus próprios armazéns e padronizassem sua soja, mas, enquanto isso não é possível, ter confiança numa classificação justa é fundamental”, explica.
A produtora de Primavera do Leste, Geisa Fochesatto, conta que buscou o apoio do programa após enfrentar problemas com classificações divergentes durante a entrega de soja. Segundo ela, o embasamento técnico promove maior segurança. “Nós vemos a Aprosoja MT como uma grande parceira. Antes, ficávamos à mercê das empresas credenciadas para classificação, sem embasamento para discutir a qualidade do nosso produto. Agora, temos mais voz para questionar e garantir que seja avaliado corretamente”, afirma.
Ela relata que precisou acionar o serviço em mais de uma ocasião, devido as classificações que não condiziam com a realidade da sua produção. “Uma empresa alegou que nossa soja tinha impurezas fora do padrão, o que não era verdade. Graças ao embasamento adquirido, conseguimos argumentar e garantir que nossa soja fosse classificada corretamente”, acrescenta.
Para o delegado do núcleo Araguaia-Xingu, Douglas Michels, de Santa Cruz do Xingu, o Classificador Legal é uma ferramenta fundamental para evitar perdas na comercialização da soja. O produtor conta que já solicitou o serviço para arbitragem de divergências na classificação. “Já tive problemas com empresas dizendo que minha soja tinha 18% de avariados, mas quando o classificador da Aprosoja MT veio, constatou apenas 6% ou 7%. Também tive divergências em relação à umidade e impurezas”, enfatiza.
Além disso, Douglas ressalta a importância do programa para conhecer melhor o produto armazenado através da análise de qualidade. “Solicitei um classificador para fazer a amostragem no meu silo, pois tive problemas no carregamento e estava em dúvida se havia começado a perder qualidade. Com esse suporte, pude entender melhor meu produto e tomar decisões mais assertivas”, destaca.
O delegado do núcleo de Sapezal, Gustavo Guimarães, reforçou a importância do programa. “Hoje, a classificação de soja é um dos processos críticos que podem afetar diretamente a qualidade e o valor da nossa produção. Quando a análise está com alguma diferença padrão, a Aprosoja está lá para ajudar a padronizar a amostragem e garantir que a metodologia empregada seja aquela estabelecida pelo Mapa”, conta.
Por meio do Classificador Legal, a Aprosoja Mato Grosso reforça o compromisso de defender os interesses dos produtores e garantir maior transparência na comercialização dos grãos. Com orientações e classificadores qualificados, a iniciativa evita práticas irregulares, como a classificação inadequada e descontos substanciais em grãos que venham apresentar defeitos superficiais. Diante dos desafios enfrentados no campo, os depoimentos dos produtores evidenciam que o respaldo técnico promovido pela entidade é essencial.
Classificador Legal
Implementado em 2017, o Classificador Legal traz uma grande vantagem para os produtores, pois oferece uma avaliação imparcial e de acordo com os padrões oficiais exigidos pela Instrução Normativa 11/2007 (IN11/2007) e com laudo reconhecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Ele garante que os produtores possam contestar classificações inadequadas e evitar descontos indevidos nas cargas.
Em 2024 foram realizados mais de 1,2 mil atendimentos, sendo cerca de 65% deles para arbitragem, destacando-se como uma ferramenta essencial para garantir a conformidade nas classificações de soja e milho.
Para os produtores rurais que desejam acionar o classificador de grãos da sua região, basta acionar o Canal do Produtor pelo telefone ou WhatsApp (65) 3027-8100 e abrir uma ordem de serviço. A arbitragem ou análise da amostragem será feita pelo classificador mais próximo que estiver disponível.
A safra de grãos 2024/25 promete ser histórica, com uma previsão de produção de 325,7 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 9,4% em relação à temporada anterior. Deste total, Mato Grosso se destaca, com previsão de colher 98,8 milhões de toneladas de grãos, o que corresponde a mais de 30% da produção nacional.
De acordo com o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em fevereiro, o desempenho de Mato Grosso deve ser impulsionado, principalmente, pela soja, que se manterá como o principal produto da safra. A previsão é de uma produção de 47,1 milhões de toneladas, o que representa um crescimento significativo de 19,8% em relação à safra anterior.
Outro produto que tem apresentado crescimento expressivo no Estado é o arroz. Com um aumento de quase 20% na produtividade e no aumento da área plantada, a estimativa é de que a produção alcance cerca de 402 mil toneladas. Esse avanço é um reflexo das melhorias nas práticas agrícolas e das condições climáticas favoráveis para o cultivo.
Se as previsões de recordes na safra se confirmarem, Mato Grosso manterá sua posição como um dos maiores produtores de grãos do Brasil, desempenhando papel importante no cenário agrícola nacional e nas exportações de commodities.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, aponta que os resultados da safra de grãos têm efeitos diretos sobre a arrecadação estadual, especialmente do Fethab. Toda a sociedade sente os efeitos positivos de uma boa safra do agronegócio, um dos motores da economia estadual.
Por meio de uma gestão eficiente dos recursos públicos, o Governo tem tocado projetos estruturais como a duplicação da BR-163, entre Rondonópolis e Sinop; a pavimentação da MT-170, ligando Castanheira a Colniza; obras nos municípios; além dos resultados na educação, quando o Estado saiu da 22ª colocação para a 8º lugar da melhor educação pública do país.
“O resultado do campo precisa ser comemorado por toda a população. Quanto melhor o desempenho na produção de grãos, mais o Estado tem condições de devolver em investimentos. Tudo isso é possível com o auxílio dos nossos produtores rurais, empresas e transportadores, que contribuem com o Fethab. São ações que garantem um ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico e social, colocando Mato Grosso em um patamar de destaque no Brasil”, destaca o secretário.
Os fretes rodoviários para o transporte de grãos em Mato Grosso registraram alta na última semana, impulsionados pelo avanço da colheita da soja. O aumento no volume escoado gerou maior demanda por caminhões, elevando os custos do transporte.
Entre as principais rotas afetadas, o trajeto de Sorriso (MT) a Miritituba (PA) foi cotado, em média, a R$ 327,61 por tonelada, representando um aumento de 4,23%. Já o percurso de Querência (MT) a Santos (SP) alcançou R$ 480,85 por tonelada, com variação positiva de 5,63%.
O mercado segue atento ao comportamento da demanda e à logística do escoamento da safra, fatores que podem continuar pressionando os preços do frete nas próximas semanas.
A colheita da primeira safra de feijão no Brasil segue em ritmo acelerado, mas as negociações têm enfrentado dificuldades devido à menor qualidade dos grãos. Segundo levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a oferta predominante é de lotes com defeitos e manchas, enquanto os de melhor qualidade estão mais restritos no mercado.
O cenário atual é reflexo das chuvas intensas registradas em importantes regiões produtoras, que afetaram diretamente a qualidade da safra. Esse fator tem limitado as opções de compra para os mercados que demandam grãos de maior padrão, enquanto a maior disponibilidade de lotes comprometidos pressiona os preços para baixo.
Preços em oscilação
Conforme os pesquisadores do Cepea, os valores seguem pressionados, com oscilações diárias influenciadas tanto pela qualidade dos grãos quanto pela demanda no mercado interno. A tendência para os próximos dias dependerá das condições climáticas e do ritmo de colheita nas principais regiões produtoras.
A produção de grãos em Mato Grosso deve crescer 4,4% e atingir 97,3 milhões de toneladas na safra 2024/2025, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (14.01).
O 3º prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, também aponta para números similares da produção de grãos mato-grossenses. Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 31,4%, seguido pelo Paraná (12,8%), Rio Grande do Sul (11,8%), Goiás (11,0%), Mato Grosso do Sul (6,7%) e Minas Gerais (5,7%).
De acordo com o levantamento da Conab, o bom desempenho acompanha o clima favorável registrado durante o desenvolvimento das culturas de primeira safra como a soja, carro-chefe da produção brasileira e mato-grossense.
Em Mato Grosso, a produção da oleaginosa deve ser 17,3% maior do que na safra 2023/2024, com 46,1 milhões de toneladas. Após um ano de quebra na safra, o atual ciclo tende a recuperar a produtividade média das lavouras, estimada em 14% maior. O sojicultor deve colher 3.625 quilos de soja por hectare. No período passado, foi de 3.179 quilos por hectare.
O arroz e o feijão, a mais importante dupla no prato dos brasileiros, também terão aumento na produção mato-grossense. No caso do feijão, a produção deve ficar 4,3% maior e atingir a marca de 346,5 mil toneladas. Já o arroz teve aumento da área plantada de 17,8%, ou seja, 113 mil hectares. A produção deve chegar a 400,9 mil toneladas, um aumento de 18,8%, em comparação à safra passada.
“Os incrementos nas projeções para o arroz e feijão sinalizam para o maior interesse dos produtores rurais em culturas secundárias e irrigadas e na diversificação da produção estadual. A soja teve uma recuperação expressiva na produtividade mesmo com os problemas climáticos e o atraso nas chuvas”, comentou o coordenador do Data Hub da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Vinicius Hideki.
Responsável por 71% da produção brasileira de algodão, Mato Grosso deve ter um leve recuo de 1,2% na colheita com projeção de 6,3 milhões de toneladas, enquanto a safra brasileira prevista é de 8,9 milhões de toneladas.
A produção de milho deve ter recuo de 5,54%, pois o grão é uma opção de segunda safra para a maioria dos produtores. Das 46 milhões de toneladas previstas da produção mato-grossense, apenas 603,6 mil toneladas são de primeira safra. A produtividade de milho por hectare também deve ter redução de 4,7%, com a colheita de 6.590 quilos/ha.
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, o resultado da safra de grãos se deve também à competência dos produtores rurais, que continuam investindo em tecnologia e inovação para alcançar resultados expressivos, mesmo em um cenário de desafios climáticos.
“Esse avanço é resultado direto do compromisso dos produtores mato-grossenses, que estão cada vez mais atentos à modernização das práticas agrícolas e ao uso responsável dos recursos naturais. É nesse sentido que o Governo de Mato Grosso tem trabalhado incansavelmente para fomentar a produção sustentável, incentivando o uso da irrigação como estratégia para mitigar os efeitos da irregularidade das chuvas e garantir maior segurança hídrica e alimentar”, destacou o secretário.
Em novembro de 2024, o mercado de fretes rodoviários de grãos em Mato Grosso apresentou uma desaceleração, com queda nos preços em quase todas as rotas originadas no estado. Esse movimento, já perceptível ao longo dos meses anteriores, foi intensificado pela menor produção de soja e milho, reflexo de uma safra reduzida em Mato Grosso e em outras regiões do Brasil. A demanda por transporte rodoviário sofreu retração significativa, agravada pela migração interestadual de caminhões, que resultou em uma oferta superior à demanda local. Os dados fazem parte do Boletim Logístico divulgado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Um fator que vem moldando o mercado de fretes em Mato Grosso é a crescente dinamização das cadeias produtivas internas. O estado, já consolidado como líder na produção de soja, tem expandido sua demanda interna por milho, especialmente para abastecer usinas de etanol à base de milho. Com o aumento das indústrias locais, a exemplo das modernas usinas de etanol que surgem anualmente, a destinação do milho para exportação tem sido parcialmente substituída pela utilização interna. Isso gera um aumento nas viagens mais curtas dentro do estado, permitindo maior rotatividade dos caminhões e contribuindo para a redução dos custos de transporte.
Entretanto, o cenário de retração não é uniforme. A intensificação das chuvas e a retomada gradual das rotas do Arco Norte, especialmente o trajeto até Porto Velho, já demonstram uma leve recuperação nos preços do frete, sinalizando um possível reaquecimento com a aproximação de 2025.
Para o próximo ano, as expectativas são de uma logística mais movimentada e lucrativa. Mato Grosso deve colher uma safra recorde de soja, o que pode trazer melhores remunerações ao setor de transporte. Por outro lado, a alta produção também pode acentuar gargalos logísticos, comprometendo a competitividade estadual e nacional. No acumulado recente, o estado teve participação expressiva nas exportações nacionais, com 63% do milho exportado e 3,7% da soja no período analisado.
O desempenho do mercado de fretes rodoviários em Mato Grosso, enquanto enfrenta desafios atuais, promete ser um ponto-chave na eficiência da logística agrícola em 2025, destacando o equilíbrio entre o abastecimento interno e as demandas externas.
Na última semana, os fretes rodoviários para o transporte de grãos em Mato Grosso apresentaram redução significativa em diversas rotas, segundo dados de mercado. Esse movimento reflete a baixa procura por serviços de transporte, que, combinada ao aumento na oferta de caminhões, resultou em queda nos valores praticados pelas transportadoras.
Entre as principais rotas afetadas, o trajeto de Querência (MT) para Barcarena (PA) teve uma redução de 5,96% nos custos, com a tarifa média ficando em R$ 309,03 por tonelada. Já a rota entre Sorriso (MT) e Rondonópolis (MT) apresentou queda de 5,24%, com valor médio de R$ 137,40 por tonelada.
Esse cenário destaca a sensibilidade do mercado de transporte às variações de oferta e demanda no estado, que é um dos principais polos de produção agrícola do país. A expectativa é que o mercado acompanhe de perto os próximos passos da safra e possíveis alterações na logística, que podem influenciar as tarifas nas semanas seguintes.