Bronze paralímpico em Paris, a seleção masculina de goalball foi convocada nesta quinta-feira (27) para disputar a Nations Cup, a partir do dia 4 de abril em Berlim (Alemanha). A principal novidade na lista com seis jogadores é o retorno do carioca Alex Melo, também conhecido como “Labrador”, ouro em Tóquio 2020, mas ausente da equipe no ciclo de Paris.
O técnico Jônatas Castro manteve na seleção dois atletas que faturam bronze em Paris: o brasiliense Leomon Moreno e o paraibano Emerson Ernesto da Silva. Os demais convocados são: Denis Henrique de Oliveira, Mizael Castro Souza e Sharlley Anthony do Nascimento Silva.
Campeão da Nations Cup no ano passado, o Brasil vai buscar em busca do segundo título seguido. O torneio reunirá outras 15 nações, entre elas Japão e Ucrânia, respectivamente, outro e prata nos Jogos de Paris. O Brasil está no Grupo C, junto com Alemanha, Montenegro e Polônia. As demais seleções estão distribuídas pelas chaves A (Ucrânia, Coreia do Sul, Israel e Dinamarca), B (Estados Unidos, Suécia, Grã-Bretanha e Espanha), e D (Japão, Portugal, Austrália e Finlândia).
Antes de estrear em Berlim, a seleção fará uma semana de treinos em Portugal.
A seleção brasileira masculina de goalball conquistou a medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos de Paris (França) após derrotar a China por 5 a 3, nesta quinta-feira (5) na Arena Paris 6. Este é o quarto pódio paralímpico seguido da equipe, após o ouro nos Jogos de Tóquio (2020), o bronze no Rio de Janeiro (2016) e a prata em Londres (2012).
O destaque do Brasil na partida desta quinta foi o ala/pivô Leomon Moreno, que marcou três gols. A equipe brasileira também contou com dois tentos de Parazinho.
O time masculino de goalball (formado por André Dantas, Emerson da Silva, Parazinho, Leomon Moreno, Paulo Saturnino e Romário Marques) era uma das grandes esperanças de medalha de ouro em Paris, pois tem três títulos mundiais e conquistou o ouro olímpico em Tóquio.
Seleção feminina
Também nesta quinta, mas a partir das 10h (horário de Brasília), a seleção feminina busca um pódio paralímpico inédito diante da China, na disputa pela medalha de bronze. Até hoje os melhores resultados das mulheres foram duas quartas colocações, nos Jogos de Tóquio e do Rio de Janeiro.
Neste sábado (31), as duas seleções brasileiras de goalball concluíram seu calendário na primeira fase da modalidade nos Jogos Paralímpicos de Paris. Enquanto a equipe masculina empatou com o Irã por 7 a 7 e terminou invicta, as mulheres perderam para a China por 3 a 1 e fecharam sem vitórias, em último lugar na chave. Como todas as oito equipes avançam de fase no goalball, tanto no masculino quanto no feminino, o Brasil segue vivo em ambos os naipes.
As brasileiras saíram atrás da China, perdendo o primeiro tempo por 1 a 0. O Brasil conseguiu um empate com gol de Moniza, porém não resistiu ao adversário e sofreu outros dois. Na chave C, a seleção feminina fechou com um empate e duas derrotas, em quarto e último lugar. Na próxima fase, vai encarar o primeiro colocado do grupo D, que tem Japão, Canadá, Coréia do Sul e França. As quartas de final acontecem na terça-feira, dia 3.
Já entre os homens o Brasil deixou escapar a certeza de terminar em primeiro no grupo A. A seleção derrotava o Irã por 7 a 4 com gols de André Dantas (4), Emerson, Leomon e Parazinho, faltando pouco mais de um minuto para o fim da partida, porém sofreu três gols em sequência, o último deles quando restavam menos de três segundos. Uma vitória e, consequentemente, a manutenção dos 100% de aproveitamento, garantiriam a liderança. No entanto, na última rodada, o Irã, que joga contra os Estados Unidos neste domingo e tem uma vitória e um empate, ainda pode ultrapassar o Brasil no saldo de gols. No momento, os brasileiros têm uma pequena vantagem (oito contra quatro).
A incerteza sobre a posição final na chave não altera muito o panorama para as quartas de final, que serão realizadas na segunda-feira, dia 2. O Brasil enfrentará o terceiro ou o quarto colocado do grupo B, que obrigatoriamente será o Japão ou o Egito. Estas seleções se enfrentam no domingo para definir quem fica em cada colocação.
A seleção masculina é a atual tricampeã do mundo, além de detentora do título paralímpico, conquistado em Tóquio. A equipe também tem uma prata, conquistada em Londres 2012 e um bronze, no Rio, em 2016.
Nas primeiras horas desta quinta-feira (29) começam, de fato, as competições dos Jogos Paralímpicos de Paris. A agenda do Brasil está cheia para o dia da estreia. São nove modalidades com representação brasileira e a expectativa é que o país conquiste seu primeiro pódio perto do horário do almoço.
Os primeiros atletas brasileiros a competir na capital francesa serão os do tiro com arco, a partir das 4h (horário de Brasília). Juliana Cristina Ferreira e Eugênio Franco participam das classificatórias. Jane Karla e Luciano Rezende estreiam às 8h e Reinaldo Charão ao meio-dia.
O tiro com arco é um dos seis esportes que iniciam suas competições nesta quinta (29), mas sem disputa de medalhas neste no primeiro dia de provas. Estão nesta lista também a bocha, o tênis de mesa, o vôlei sentado feminino, o goalball e o badminton.
A fase de grupos da bocha têm 10 confrontos com brasileiros: as partidas começam às 5h30 e a última delas terá início às 15h30. No tênis de mesa, sete representantes do país estreiam a partir das 5h45. Já no badminton, as primeiras partidas com brasileiros começam a partir das 6h50.
Esportes coletivos
O Brasil estreia no vôlei sentado feminino às 7h, diante de Ruanda. No goalball, a seleção feminina encara a Turquia, às 5h30, e a masculina, atual campeã paralímpica, enfrenta a França às 12h30.
Chance de pódio
Nos esportes em que existe a possibilidade de medalha, os brasileiros primeiro precisam passar pelas eliminatórias.
No ciclismo, Carlos Alberto Soares corre a prova de perseguição de 3.000 metros na categoria C1 às 7h22. Caso avance para a final, ou dispute o bronze, ele pode se tornar o primeiro medalhista brasileiro na Paralimpíada de Paris a partir das 11h07.
Na natação, são diversas eliminatórias a partir das 4h30, horário em que Andrey Madeira cai na água para a prova dos 400m livre da classe S9. As finais estão prevista para começar às 12h30. .
Somente um nadador brasileiro já está classificado para disputar uma final: José Ronaldo, nos 100m costas da classe S1. A prova está marcada para 12h50.
Outros nadadores brasileiros esperam avançar para ter uma chance de subir ao pódio logo no primeiro dia de competição. Os destaques ficam por conta de Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, que nada os 100m costas S2 (eliminatória às 4h59, e final às 13h), Gabriel Bandeira nos 100m borboleta S14 (eliminatória às 5h28, e final às 13h36) e Carol Santiago nos 100m borboleta S13 (eliminatória às 6h11, e final às 15h15).
A terceira e última modalidade que oferece chance de medalha para o Brasil nesta quinta (29) é o taekwondo, que tem Maria Eduarda Stumpf na disputa da categoria até 52 kg. O primeiro embate dela será às 8h38, com uma possível final marcada para 16h02.
Agenda do Brasil – quinta-feira (29)
CICLISMO 7h22 – eliminatórias de perseguição 3.000m pista – Carlos Alberto Soares Perseguição 3000m (pista) Possível final às 11h15
NATAÇÃO
4h30 – Andrey Madeira – 400m Livre (S9) 4h59 – Gabriel Araújo – 100m costas (S2) 5h28 – Gabriel Bandeira – 100m borboleta (S14) 5h35 – Ana Karolina Oliveira – 100m borboleta (S14) 5h43 – Mayara Petzold – 50m livre (S6) 5h51 – Phelipe Rodrigues – 50m livre (S10) 5h57 – Mariana Gesteira – 50m livre (S10) 6h11 – Carol Santiago e Lucilene Sousa – 100m borboleta (S13) 6h31 – Lídia Cruz e Esthefany Rodrigues – 200m livre (S5)
Final direta 12h50 – José Ronaldo – 100m costas (S1)
TAEKWONDO
8h38 – Maria Eduarda Stumpf – quarta de final da categoria até 52kg Possível final – 16h02
BOCHA
Fase de grupos
5h30 – Maciel Santos x Achraf Tayahi (Tunísia) – BC2 5h30 – José Carlos Chagas x David Smith (Grã-Bretanha) – BC1 6h40 – Iuri Silva x David Araújo (Portugal) – BC2 7h50 – Laissa Guerreira x Carla Oliveira (Portugal) – BC4 9h – Mateus Carvalho x Masayuki Arita (Japão) – BC4 12h – André Martins x Yuk Wing Leung (Hong Kong) – BC4 13h10 – Andreza Oliveira x Ailen Flores (Argentina) – BC1 14h20 – Laissa Guerreira x Alexandra Szabo (Hungria) – BC4 15h30 – Evani Calado x Ana Costa (Portugal) – BC3 15h30 – Evelyn Oliveira x Sally Kidson (Grã-Bretanha) – BC3
TÊNIS DE MESA Oitavas de finais 5h45 – Luiz Manara e Claudio Massad x Jorge Cardona e Ander Cepas (Espanha) – duplas masculinas MD18
Quartas de finais 8h – Carla Maia e Marliane Santos x Jing Liu e Juan Xue (China) – duplas femininas WD5 8h – Cátia Oliveira e Joyce Oliveira x Fawsia Elshamy e Ola Soliman (Egito) – duplas femininas WD5
Oitavas de finais 9h30 – Sophia Kelmer e Jennyfer Parinos x Guiyan Xiong e Chunxiao Hao (China) – duplas femininas WD20
Oitavas de finais 12h45 – Lucas Arabian e Cátia Oliveira x Panfeng Feng e Ying Zhou (China) – duplas mistas XD7
Oitavas de final 14h15 – Luiz Manara e Danielle Rauen (sem adversários definidos) – duplas mistas XD17 15h45 – Paulo Salmin e Bruna Alexandre (sem adversários definidos) – duplas mistas XD17
VÔLEI SENTADO FEMININO
Fase de grupos
7h – Brasil x Ruanda
GOALBALL
Fase de grupos 5h30 – Brasil x Turquia – feminino 12h30 – Brasil x França – masculino
BADMINTON
Fase de grupos Não antes das 6h50 – Rogério Oliveira x Tarun Tarun (Índia) – Simples SL4 Não antes das 10h20 – Vitor Tavares x Charles Noakes (França) – Simples SH6 Não antes das 13h40 – Daniele Souza x Sujirat Pookkham (Tailândia) Simples W1
TIRO COM ARCO
Fase classificatória 4h – Juliana Cristina Ferreira – Individual W1 4h – Eugênio Franco – Individual W1 8h – Jane Karla – Individual Composto Open W2 8h – Luciano Rezende – Individual Recurvo Open W2 12h – Reinaldo Charão – Individual Composto Open – W2
A seleção feminina de goalball foi convocada nesta segunda-feira (15) para a disputa da Malmö Cup, tradicional torneio da modalidade disputada desde 2000 na Suécia e que pode ser considerado uma espécie de prévia dos Jogos Paralímpicos, pois contará com a participação dos oito países que atuarão no megaevento de Paris (França).
“A competição será uma prévia dos Jogos [Paralímpicos], com todas as seleções que estarão em Paris 2024. A nossa ideia é analisar todas as adversárias e realizar uma grande competição. As atletas evoluíram muito nessas fases de treinamento e estão cada vez mais preparadas nos aspectos técnico, tático, físico e mental”, declarou o técnico Alessandro Tosim.
O Brasil será representado na Malmö Cup, entre os dias 24 e 26 de maio, por Ana Gabriely Brito Assunção, Danielle Vilas Longhini, Geovana Clara Costa de Moura, Jéssica Gomes Vitorino, Kátia Aparecida Ferreira Silva e Moniza Aparecida de Lima.
Além da seleção brasileira, a competição disputada na Suécia conta com a participação das outras sete equipes que estarão nos Jogos de Paris: Turquia (atual campeã mundial e bicampeã paralímpica), Coreia do Sul (vice-campeã do mundo), Canadá (campeã das Américas), China (campeã da Ásia/Pacífico), Israel (segunda colocada do Europeu), Japão (segundo colocado dos Jogos Mundiais da IBSA) e França (país-sede dos Jogos Paralímpicos). Grécia e Ucrânia completam a relação de equipes participantes.
Antes do embarque para a Suécia, as jogadoras brasileiras participarão de duas Fases de Treinamento praticamente seguidas, de 3 a 8 de maio e, posteriormente, de 15 a 22 no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
A seleção feminina de goalball disputará a Paralimpíada de Paris, na França. Segundo a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), o Brasil assumirá a vaga originalmente destinada ao continente africano, cujo torneio regional classificatório não atendeu às exigências do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês).
As brasileiras tiveram três oportunidades de se garantirem em Paris anteriormente, sem sucesso. No Campeonato Mundial de 2022, em Portugal, a seleção precisava chegar até a final, mas caiu na primeira fase. Nos Jogos Mundiais do ano passado, na Grã-Bretanha, a equipe tinha de ser campeã, mas ficou com o bronze. Nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile, também em 2023, o time verde e amarelo se classificaria se levasse o ouro, mas também foi bronze, ficando, à princípio, fora da Paralimpíada.
Em paralelo, o Campeonato Africano de goalball feminino teve somente três participantes (Argélia, Egito e Gana). Para ser considerado válido pelo IPC como torneio classificatório aos Jogos de Paris, o evento precisava ter, no mínimo, quatro seleções. Com isso, o continente perdeu a vaga paralímpica que teria direito entre as mulheres.
A Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, sigla em inglês), então, ofereceu a vaga à melhor seleção dos Jogos Mundiais que ainda não estivesse garantida em Paris. Como China e Japão já estavam classificados, o convite foi feito ao Brasil, que aceitou. Resta, somente, a confirmação oficial da IBSA.
“Gostaria de ressaltar a felicidade das meninas quando eu dei a notícia. Todas ficaram chorando, vibrando, comemorando. Foi emocionante de ver. E agora mudam as perspectivas do nosso trabalho. O que se estava pensando para cinco, seis anos, passou a ser cinco meses”, disse o técnico Alessandro Tosim, que assumiu o time feminino em dezembro, em depoimento ao site da CBDV.
“Temos de trabalhar arduamente. O grupo já está com pensamentos e propostas diferentes e vêm apresentando uma grande evolução. Deixei claro para elas que já tive o privilégio de disputar três Paralimpíadas e ganhar três medalhas. Não vou ficar de fora do pódio desta também”, completou o treinador, que dirigiu a seleção masculina na conquista do ouro em Tóquio.
O goalball é um esporte voltado a pessoas com deficiência visual. Cada time conta com seis atletas, sendo que três podem ser escalados como titulares. Para garantir que jogadores com baixa visão não tenham vantagem sobre aqueles com cegueira total, todos em quadra utilizam vendas. A bola tem um guizo, cujo som auxilia na orientação espacial.
A seleção feminina brasileira de goalball aplicou uma goleada de 10 a 0 sobre a Ucrânia, nesta sexta-feira (19), na estreia da Copa Malmö, tradicional competição da modalidade, na Suécia. No jogo seguinte, as brasileiras empataram em 7 a 7 com as israelenses, bronze na última Paralimpíada.
O país busca um título inédito no torneio, que vale de preparação para os Jogos Mundiais da IBSA (Federação Internacional de Esportes para Cegos) em agosto, cujo vencedor garantirá uma vaga na Paralimpíada de Paris 2024. Na edição do ano passado, as brasileiras levaram o bronze, após derrotarem os Estados Unidos. O Japão é o atual campeão do torneio, criado há 23 anos.
Neste sábado (20), a seleção terá mais dois confrontos: às 4h35 (horário de Brasília) encara a Dinamarca, e depois às 8h55 duela contra o Canadá. Os jogos têm transmissão ao vivo na internet. As finais serão no domingo (21) – confira programação ao final do texto.
A equipe brasileira, comandada pelo técnico Gabriel Goulart, é formada pelas jogadoras Kátia Silva, Dani Longhini, Gaby Assunção, Carol Duarte, Jéssica Vitorino e Moniza Aparecida.
A Copa Malmö reúne 10 seleções divididas em duas chaves. Além do Grupo B onde está o Brasil (junto com Dinamarca, Canadá, Israel e Ucrânia), a chave A tem Estados Unidos, Japão, Grã-Bretanha, Turquia e França.
As norte-americanas são as maiores vencedoras da competição, com nove títulos – a última conquista foi em 2015.
Programação
Domingo (21)
3h30 – Disputa do 9º lugar
4h35 – Semifinal (1º Grupo A x 2º Grupo B)
5h40 – Semifinal (1º Grupo B x 2º Grupo A)
6h45 – Disputa do 7º lugar
7h50 – Disputa do 5º lugar
8h55 – Bronze
10h – Final
A contagem regressiva rumo à Paralimpíada de Paris chega a 500 dias neste domingo (16). O evento em solo francês começa em 28 de agosto de 2024 e segue até 8 de setembro, com expectativa de reunir 4,4 mil atletas, em 549 eventos de 22 modalidades.
O Brasil, por enquanto, está assegurado em três delas. A primeira foi o vôlei sentado, que tem a seleção feminina garantida, após o inédito título mundial, obtido em novembro passado, em Sarajevo (Bósnia e Herzegovina). A equipe disputará dois torneios em 2023 que valem vaga para os Jogos: o Campeonato Pan-Americano, em Edmonton (Canadá), em maio, e a Copa do Mundo do Cairo (Egito), em novembro. Como já está classificado, o time brasileiro utilizará as competições, basicamente, como preparação.
“Tem hora que até eu mesmo não acredito que já conquistamos a vaga e que tem gente ainda correndo atrás. Agora, é treinar para buscar o título”, celebrou Janaína Petit, jogadora da seleção de vôlei sentado.
“Dá uma tranquilidade grande [ter classificado por antecipação], mas um ano e meio passa muito rápido. A gente vai testar [formações e jogadas], mas já tem na cabeça o que queremos. Acho que o time ficará mais forte. Entraremos em igualdade de condições para ganhar a medalha de ouro [em Paris]”, completou o técnico Fernando Guimarães, que também está à frente da seleção masculina, que disputará os dois eventos de 2023 para buscar vaga na Paralimpíada – apenas o campeão se garante.
Seleção de vôlei sentado garantiu vaga em Paris após conquistar Mundial – Divulgação/World Paravolley/Direitos Reservados
A participação brasileira em 2024 também está confirmada no goalball masculino, graças à conquista do tricampeonato mundial pela seleção, em dezembro do ano passado, em Matosinhos (Portugal). O esporte é disputado por atletas com deficiência visual (total ou baixa visão) e é o único do movimento paralímpico a não ser uma adaptação de alguma prática “convencional”.
Outra modalidade que tem representação verde e amarela assegurada em Paris é o ciclismo. Em fevereiro, a União Ciclística Internacional (UCI) destinou duas vagas ao Brasil – uma por gênero – por conta da posição do país nos rankings das Américas masculino (líder) e feminino (segundo).
Considerando as três modalidades, o avião do Brasil rumo à Paris tem, neste momento, 20 lugares reservados: 12 para atletas do vôlei sentado feminino, seis do goalball masculino e dois do ciclismo. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) quer classificar, ao menos, 250 esportistas. Na edição de Tóquio (Japão), em 2021, o país teve 259 representantes, incluindo aqueles sem deficiência (atletas-guia de atletismo e natação, o timoneiro do remo, os goleiros do futebol de cegos e calheiros da bocha).
Vagas em vista
Ainda há vagas a serem conquistadas nos outros 19 esportes. Algumas serão definidas este ano, nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago (Chile), em novembro. No tênis de mesa, por exemplo, os campeões das 11 categorias (masculino e feminino) vão à Paris. Nomes como Cátia Oliveira (classe 2), Israel Stroh (7), Sophia Kelmer (8) e Bruna Alexandre (10) têm chances de classificarem via ranking mundial, que será fechado apenas em 2024, mas podem antecipar o passaporte se vencerem o Parapan.
Outra modalidade com disputa de vaga em Santiago é o rugby em cadeira de rodas. O campeão parapan-americano se assegura nos Jogos. A seleção brasileira tenta, pela primeira vez, classificar-se à Paralimpíada sem ser o país-sede. Para alcançar a classificação ainda em 2023, porém, a equipe terá de superar, principalmente, Estados Unidos (prata em Tóquio) e Canadá (onde o esporte surgiu).
“Pensando com os pés no chão, o caminho rumo à Paris é ficar entre segundo e terceiro no Parapan, porque terá um torneio classificatório, entre fevereiro e março de 2024, com oito seleções e três vagas. Nosso plano é chegar a esse classificatório e buscar uma dessas três vagas”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), José Higino.
Tricampeã mundial, equipe masculina de goalball estará nos Jogos Paralímpicos – Renan Cacioli/CBDV/Direitos Reservados
Além do tênis de mesa e do rugby, o Parapan definirá vagas à Paris no goalball, bocha, tiro com arco, futebol de cegos e remo. Nestas três últimas, haverá, ainda, possibilidade de vagas por meio de Campeonatos Mundiais deste ano, que também servirão como classificatório para mais quatro modalidades: atletismo, natação, paracanoagem e tiro esportivo.
Diferentemente do tênis de mesa, no qual as vagas dos campeões parapan-americanos são dos próprios atletas, as demais pertencem ao país, que definirá os critérios para convocação. Nos Jogos de Tóquio, por exemplo, o CPB definiu que os medalhistas de ouro nos Mundiais de atletismo e natação de 2019 teriam lugar garantido na Paralimpíada. Os parâmetros para 2024 ainda serão anunciados.
“Eu sou muito ansiosa [risos]. A gente tem que entender que cada passo é um passo. Por isso, temos nossa psicóloga, com quem fazemos um bom trabalho, para chegar bem e calma no Mundial. E aí conseguir essa vaga será consequência do trabalho”, projetou Marcelly Pedroso, velocista da classe T37 (paralisia cerebral), que sonha com a primeira Paralimpíada da carreira em Paris.
A seleção brasileira masculina de goalball derrotou o Japão por 8 a 6 nesta sexta-feira (9), mantendo 100% de aproveitamento no Mundial da modalidade, disputado em Matosinhos (Portugal). Já a equipe feminina foi superada por 11 a 4 pelos Estados Unidos.
O time masculino, que bateu a Argélia por 11 a 5 na estreia, voltou a mostrar força na luta pelo inédito tricampeonato mundial. Diante dos japoneses, o Brasil não deu chances e conseguiu fechar o placar em 8 a 6.
“Sabíamos que a equipe japonesa é muito versátil, parecida com o Brasil. Trabalham muito a movimentação, flutuações, mudando o tempo de bola sempre, fazendo inversões de ala que dificultam a leitura do adversário. Mas entramos concentrados no jogo, chegando com a técnica nas bolas. Avaliamos que seria um duelo equilibrado, o que acabou acontecendo. Foi ótimo estar quase sempre à frente no placar, tirando quando ficou 5 a 5. Depois abrimos dois gols novamente e controlamos a partida”, declarou o ala Leomon, que marcou cinco gols no confronto.
Além do título, as equipes masculina e feminina buscam, em Matosinhos, garantir vaga antecipada para os Jogos de Paris (França), em 2024. Para isso é necessário chegar à final. Nos dois torneios, são 16 seleções divididas em dois grupos de oito. Os times jogam entre si na chave, em turno único, com os quatro melhores avançando às quartas de final. As disputas pelas medalhas serão no próximo dia 16, uma sexta-feira. As partidas da competição têm transmissão ao vivo na página do YouTube da Kuriakos TV.
As seleções brasileiras feminina e masculina de goalball conquistaram nesta terça-feira (22) os respectivos títulos no Campeonato das Américas, disputado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Elas derrotaram o Canadá por 5 a 0 e levantaram a taça continental pela primeira vez. Eles atropelaram os Estados Unidos, ganhando por 12 a 2 e ficando com o bicampeonato.
Embaladas pela vitória de segunda-feira (21), sobre os Estados Unidos, algozes na Paralimpíada de Tóquio (Japão), as brasileiras se impuseram sobre as canadenses. Heroína diante das norte-americanas na semifinal, Jéssica foi novamente protagonista, com três gols, encerrando o torneio como artilheira, com 22 gols. Moniza balançou as redes duas vezes na decisão e também se destacou na goleada.
“É um marco, pois sempre chegávamos perto do título, mas não ganhávamos. Todos sabiam da nossa qualidade e falavam que gostavam de nos ver jogar, mas o troféu não vinha. Como era auxiliar deste time, eu conhecia esse gosto amargo. No entanto, hoje [terça], podemos dizer que a seleção é competitiva e campeã”, disse o técnico Jônatas Castro, que assumiu o comando da equipe feminina após os Jogos de Tóquio, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
No goalball, quando uma equipe abre dez gols de diferença, a partida termina antes de se completarem os 24 minutos de jogo (12 em cada tempo). Foi exatamente o que aconteceu na decisão masculina, com os brasileiros repetindo o que fizeram nos oito confrontos anteriores. Parazinho e Leomon anotaram cinco gols, enquanto Emerson e André Dantas balançaram as redes norte-americanas uma vez. Leomon, com 32 gols, acabou o torneio com 32 gols, dividindo a artilharia com o mexicano Omar Gonzalez.
“Tivemos uma grande competição, com mais de 100 gols feitos e só nove gols sofridos em todos os jogos. Mostramos que o nosso grupo é muito forte, com uma brilhante campanha do Emerson. Estávamos projetando essa mudança de transição e ficamos muito feliz com este resultado”, comentou Alessandro Tosim, técnico da seleção masculina, atual campeã paralímpica.
O principal desafio de ambas as seleções em 2022 será o Mundial de Hanghzou (China), entre 6 e 18 de junho. O time feminino se garantiu na competição ao atingir a final do Campeonato das Américas. A equipe masculina já estava classificada.