Tag: fraude

  • Operação Pedra no Caminho: Polícia Federal desvenda esquema de desvio de R$ 3 milhões em Mato Grosso

    Operação Pedra no Caminho: Polícia Federal desvenda esquema de desvio de R$ 3 milhões em Mato Grosso

    Em uma ação conjunta realizada nesta quinta-feira (13/6), a Polícia Federal deflagrou a Operação Pedra no Caminho, desarticulando um esquema de desvio de recursos públicos que causou um prejuízo estimado de R$ 3 milhões ao erário do município de Rondolândia, no Mato Grosso.

    A operação, que teve como objetivo a coleta de provas para subsidiar a investigação em curso, cumpriu 21 mandados de busca e apreensão nas cidades de Rondolândia (MT), Jaru (RO), Theobroma (RO), Ji-Paraná (RO), Ministro Andreazza (RO) e Cacoal (RO).

    As investigações tiveram início a partir de denúncias que apontavam para irregularidades na contratação e execução de uma obra de pavimentação com blocos sextavados, drenagem e calçadas em vias urbanas de Rondolândia.

    Após um minucioso trabalho investigativo e a realização de exames periciais, a Polícia Federal constatou a existência de um esquema complexo que visava restringir a competitividade do processo licitatório e direcionar a contratação para uma empresa específica.

    Essa empresa, por sua vez, teria se beneficiado indevidamente de recursos públicos através da prática de fraudes documentais por parte de servidores públicos do município de Rondolândia.

    Prejuízo ao erário e recursos do FINISA

    As investigações indicam que, até o ano de 2023, o esquema teria causado um prejuízo de quase R$ 3 milhões ao erário público.

    Vale ressaltar que a obra em questão foi financiada com recursos do Programa FINISA (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento), o que torna o caso ainda mais grave, pois configura o desvio de verbas federais.

    Ações para responsabilizar os envolvidos

    A Operação Pedra no Caminho representa um importante passo no combate à corrupção e à impunidade em Rondolândia. Os materiais apreendidos durante a operação serão analisados minuciosamente pela Polícia Federal, a fim de subsidiar a investigação e identificar todos os envolvidos no esquema criminoso.

    A PF espera que a operação sirva como um exemplo e contribua para a desmoralização da prática de crimes contra a administração pública, assegurando a aplicação da lei e a responsabilização dos responsáveis pelos atos ilícitos.

  • Poder Judiciário de MT disponibiliza ferramenta para verificação de certidões negativas

    Poder Judiciário de MT disponibiliza ferramenta para verificação de certidões negativas

    Em tempos de crescente ameaça de fraudes, é essencial tomar precauções ao aceitar uma certidão negativa como prova da ausência de dívidas fiscais, tributárias ou pendências processuais. A diretora do Departamento de Aprimoramento do Primeiro Grau (Dapi), Renata Bueno, informa que o Poder Judiciário de Mato Grosso oferece uma ferramenta gratuita, on-line e simples para confirmar a autenticidade das certidões emitidas no 1º Grau de jurisdição, garantindo a veracidade do documento.

    O Sistema de Expedição de Certidão (SEC) proporciona um recurso de segurança para validar certidões negativas. “A consulta abrange todos os processos cadastrados na primeira instância estadual, tanto cíveis quanto criminais, distribuídos na Justiça Comum ou nos Juizados Especiais”, explica Renata Bueno.

    Para confirmar a autenticidade do documento, o interessado deve acessar sec.tjmt.jus.br e clicar no campo “Verificar autenticidade de 1º Grau”. Na página principal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, a ferramenta está disponível conforme imagem ao lado. É necessário informar o número da certidão, CPF e nome do emissor. As certidões têm validade de 30 dias e podem ser autenticadas por até três meses.

    Importância das certidões negativas

    Essas certidões são essenciais em várias situações cotidianas, comprovando a ausência de pendências judiciais perante a Justiça estadual. A ferramenta, disponível no Portal do Judiciário Estadual, cumpre a determinação da Constituição Federal, artigo 5º, que garante a gratuidade das certidões negativas.

    Lançado em maio de 2011, o serviço elimina a necessidade de deslocamento ao Cartório Distribuidor do Fórum, facilitando a vida do cidadão e assegurando a autenticidade dos documentos, desde que verificada a autenticidade. “Não corra riscos desnecessários. Verifique sempre a autenticidade da certidão negativa apresentada e proteja-se contra falsários”, alerta Renata.

    Proteção e segurança

    Em um cenário onde a prevenção de fraudes se torna cada vez mais crucial, ferramentas como o SEC são indispensáveis para garantir a segurança e a confiabilidade das transações legais e comerciais. A diretora do Dapi reforça a importância de usar esses recursos para evitar possíveis fraudes e proteger-se contra falsários. A verificação da autenticidade das certidões negativas é um passo simples, mas crucial, para garantir a legitimidade dos documentos apresentados em qualquer negociação ou procedimento jurídico.

  • Energia Limpa: Fraude em Cuiabá lesa Estado em mais de R$ 100 mil

    Energia Limpa: Fraude em Cuiabá lesa Estado em mais de R$ 100 mil

    Uma nova ação da Operação Energia Limpa, deflagrada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e a Energisa, desarticulou um esquema de desvio de energia em uma empresa de Cuiabá. A fraude, que lesou o Estado em mais de R$ 100 mil em impostos, foi descoberta após investigações conjuntas entre a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) e a concessionária de energia.

    Ligação clandestina e prejuízo aos cofres públicos

    As investigações revelaram que a empresa em questão consumia energia de forma irregular, através de uma ligação clandestina. Essa prática criminosa, além de colocar em risco a segurança de pessoas e bens, gerou um prejuízo significativo aos cofres públicos. O valor desviado em impostos, superior a R$ 100 mil, poderia ter sido utilizado para investimentos em áreas essenciais como educação e saúde.

    Mais de 15 mil kits de merenda escolar perdidos

    Para se ter uma dimensão do impacto da fraude, o valor dos impostos sonegados seria suficiente para adquirir mais de 15 mil kits de merenda escolar. Essa quantia representa a privação de alimentação nutritiva para milhares de crianças em situação de vulnerabilidade social.

    Operação em andamento e novas prisões

    O gerente de combate a perdas da Energisa, Luciano Lima, ressalta que a Operação Energia Limpa é um trabalho contínuo e que novos alvos já foram identificados. “É uma questão de tempo até que sejam deflagradas novas operações”, afirma.

    Prisão em Rondonópolis

    Além da ação em Cuiabá, a Operação Energia Limpa também resultou na prisão de um indivíduo em Rondonópolis. A prisão ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Durante a diligência, a equipe policial identificou a ligação clandestina de energia, o que levou à detenção do suspeito e à autuação em flagrante.

    Canais de denúncia

    A Energisa disponibiliza diversos canais para que a população possa denunciar situações suspeitas de furto de energia. As denúncias podem ser feitas através do telefone 0800 646 4196, do site www.energisa.com ou do WhatsApp (65) 99999-7974, na opção 15.

    Ação conjunta contra crimes e perdas

    A Operação Energia Limpa é um exemplo da parceria entre a Sesp e a Energisa no combate ao furto de energia, crime que gera perdas significativas para a concessionária e coloca em risco a segurança da população. As ações conjuntas visam coibir essa prática criminosa, recuperar valores sonegados e garantir a qualidade do serviço de energia para todos os consumidores.

  • Mato Grosso se destaca com menor taxa de fraude online no Centro-Oeste: veja ranking e saiba como se proteger

    Mato Grosso se destaca com menor taxa de fraude online no Centro-Oeste: veja ranking e saiba como se proteger

    Mato Grosso se destaca como o estado com a menor taxa de fraude online no Centro-Oeste, segundo estudo da ClearSale. O levantamento revela ainda os métodos mais utilizados pelos golpistas na região e as categorias de produtos mais visadas. Confira as dicas para se proteger e realizar compras online com segurança.

    Um estudo da ClearSale, empresa referência em inteligência de dados e soluções antifraude, revelou que Mato Grosso possui a menor taxa de tentativas de fraude online entre os estados do Centro-Oeste. O levantamento, que analisou dados de 1° de janeiro a 31 de dezembro de 2023, evidencia a importância da segurança digital para consumidores e empresas da região.

    Ranking por estado:

    EstadoTaxa de Fraude (%)
    Mato Grosso0,9%
    Mato Grosso do Sul1,1%
    Goiás1,5%

    Dados adicionais:

    • Valor fraudado em Mato Grosso: R$ 27,1 milhões
    • Ticket médio de fraude em Mato Grosso: R$ 1.153,91
    • Estado com mais tentativas de fraude: Goiás (mais de 106 mil)
    • Maior ticket médio de fraude: Mato Grosso do Sul
    • Meio de pagamento mais utilizado: Cartão de crédito (quase 16 milhões de pedidos)
    • Modalidade com maior percentual de tentativas: Financiamento (1,8%)
    • Categorias mais visadas: Celular (4,3%), tênis (2,2%) e telecom (2,1%)

    Métodos de fraude mais utilizados:

    • Invasão de Cadastro (Account Takeover): Golpistas assumem o controle de contas de usuários para realizar compras fraudulentas.
    • Fraudes Logísticas: Manipulação de dados para desviar produtos durante a entrega.

    Dicas para se proteger:

    • Crie senhas fortes e exclusivas para cada conta online.
    • Ative a autenticação de dois fatores para suas contas.
    • Compre apenas em sites confiáveis.
    • Verifique se o site possui certificado de segurança (HTTPS).
    • Fique atento a ofertas que parecem boas demais para ser verdade.
    • Monitore suas transações bancárias e extratos de cartão de crédito.
    • Em caso de suspeita, entre em contato com a instituição financeira imediatamente.

    A segurança online é um desafio constante, mas com medidas preventivas adequadas, consumidores e empresas podem se proteger contra fraudes e realizar compras com mais tranquilidade. O estudo da ClearSale serve como um alerta para a importância da vigilância e da adoção de boas práticas de segurança digital.

    Lembre-se: A informação é a sua melhor arma contra a fraude!

  • Operação da PF mira fraudes em alvarás judiciais, em três estados

    Operação da PF mira fraudes em alvarás judiciais, em três estados

    A Polícia Federal (PF) cumpre, nesta terça-feira (19), nove mandados de busca e apreensão contra suspeitos de fraudar alvarás da Justiça do Trabalho no Rio de Janeiro. De acordo com a PF, o grupo criminoso fraudava alvarás judiciais por meio da utilização de certificados digitais falsos em nome de magistrados.

    A organização criminosa conseguiu sacar R$ 4 milhões, causando prejuízo à União. A soma dos valores dos alvarás falsificados que seriam usados para fazer saques indevidos chegava a R$ 62 milhões.

    Essa é a terceira fase da Operação Juízo Paralelo, que mira em doleiros que ajudaram a lavar dinheiro para a organização criminosa. A primeira fase foi desencadeada no fim de 2022 e a segunda, em dezembro de 2023.

    As buscas, autorizadas pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, visam apreender dinheiro, veículos e bens de alto valor a fim de ressarcir os cofres públicos, em endereços nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.

    Há indícios de que a quadrilha atuava também nos estados de Sergipe, Paraná e Santa Catarina. Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato qualificado, falsidade ideológica e falsidade de documento público.

    Edição: Denise Griesinger

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  • TSE anula votos de vereadores de BH por fraude à cota de gênero

    TSE anula votos de vereadores de BH por fraude à cota de gênero

    O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta terça-feira (12) anular os votos recebidos pelo antigo partido PROS na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte nas eleições de 2020.

    Por unanimidade, os ministros entenderam que a legenda fraudou a cota de gênero e usou candidaturas femininas fictícias para simular o cumprimento da cota de 30% das candidaturas de mulheres.

    Com a decisão, a Justiça Eleitoral deverá recalcular os votos que foram destinados ao partido no pleito municipal de 2020 e redistribuir as cadeiras. No ano passado, o PROS se fundiu com o Solidariedade.

    A decisão do TSE deverá afetar os vereadores Wesley Moreira e César Gordin, que foram eleitos pelo PROS. Contudo, a confirmação da cassação dos parlamentares será oficializada após anuncio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas.

    O principal voto favorável à anulação dos votos foi proferido pelo relator do caso, ministro Floriano de Azevedo Marques, que votou pela cassação dos vereadores.

    Segundo o ministro, as candidatas não se empenharam em suas campanhas e ainda promoveram candidaturas masculinas nas redes sociais.

    “Nem no início da campanha ou logo depois de registradas as candidaturas há qualquer demonstração de atos de campanha. É como se as candidatas tivessem declarado terem intenção de participar [do pleito] e, uma vez registradas as candidaturas, tivessem desistido”. Todas as candidatas ao mesmo tempo”, afirmou.

    Os demais votos foram proferidos pelos ministros André Ramos Tavares, Raul Araújo, Maria Isabel Galotti, Cármen Lúcia, Nunes Marques e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

    Edição: Valéria Aguiar

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  • BC alerta sobre aumento de golpes no Sistema de Valores a Receber

    BC alerta sobre aumento de golpes no Sistema de Valores a Receber

    A promessa de reaver um dinheiro esquecido há vários anos acaba em prejuízo para cada vez mais brasileiros. O Banco Central (BC) alerta sobre o aumento de tentativas de golpe no Sistema de Valores a Receber (SVR) desde o fim do ano passado.

    Segundo o chefe do Departamento de Atendimento de Institucional do BC, Carlos Eduardo Gomes, a tecnologia dos golpistas varia, mas o procedimento não varia muito. Criminosos simulam consultas em falsos sites e aplicativos fora do ambiente da autoridade monetária. A falsa consulta resulta em valores altos, entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, a receber.

    Em seguida, os fraudadores orientam o usuário a clicar em um link falso e a pagar entre R$ 45 e R$ 90 para liberarem o suposto valor esquecido. Após o pagamento, os criminosos nunca mais entram em contato, e a vítima perde o dinheiro. “Uma transferência de menos de R$ 100 não é muito, mas pode provocar prejuízos consideráveis para quem ganha pouco”, diz Gomes.

    O Banco Central não forneceu estatísticas. Apenas informou que o volume de denúncias nos canais de atendimento do BC – Sistema Fale Conosco e telefone 145 – aumentou consideravelmente nas últimas semanas, com um pico entre a última semana de dezembro e a segunda semana de janeiro.

    “Às vezes, os golpes são mais ou menos frequentes, dependendo da época, mas temos percebido um crescimento de fraudes desde o fim do ano passado no Sistema de Valores a Receber”, constata o chefe de departamento do BC.

    Modernização

    As tecnologias estão evoluindo, ressalta Gomes. O envio de falsos e-mails ainda existe, mas os criminosos também usam falsas mensagens de WhatsApp com supostas consultas “facilitadas” de valores a receber.

    Nos últimos meses, no entanto, o BC tem registrado o uso de vídeos feitos com inteligência artificial com falsos depoimentos de celebridades ou de autoridades públicas. Os vídeos recomendam links ou aplicativos não ligados ao Banco Central com consultas fraudadas.

    No fim de novembro, o BC lançou um alerta contra falsos aplicativos de valores a receber.

    Engenharia social

    Apesar do esclarecimento, Gomes ressalta que os sistemas de segurança da autoridade monetária e dos bancos não são violados. “O que acontece é que os criminosos direcionam as pessoas para sites ou ambientes falsos, a maioria do Leste Europeu. O valor a receber está preservado no sistema financeiro”, explica.

    Segundo Gomes, quase todos os casos de fraude utilizam técnicas de engenharia social em que a própria vítima fornece dados aos criminosos. “Quantas vezes deixamos documentos à mostra ou entregamos cartões bancários sem ver o que o atendente faz com ele? Nós somos os primeiros guardiões das nossas informações. Se elas caem em mãos erradas, é só questão de tempo para levar golpe”, adverte.

    No caso dos valores a receber, Gomes esclarece que a consulta é feita exclusivamente na página do Banco Central na internet e que o sistema tem duas camadas de segurança. Caso a consulta digitando o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) constate a existência de recursos esquecidos no sistema financeiro, as demais informações, como valor, origem e instituição em que o dinheiro está, só podem ser acessadas com conta nível prata ou ouro no Portal Gov.br.

    Orientações

    Embora nem sempre seja possível reaver o dinheiro, o Banco Central orienta o consumidor a procurar o banco ou a operadora do cartão de crédito para denunciar o golpe e pedir o estorno do valor. Isso se a transferência não tiver sido feita por Pix, em que as transações são instantâneas, e a recuperação do dinheiro, praticamente impossível.

    No caso de aplicativos falsos, o BC também recomenda o registro de uma reclamação contra a empresa desenvolvedora da ferramenta no Procon local. Caso o golpe tenha se concretizado, a autoridade monetária orienta a vítima a ir a uma delegacia. “Em algumas situações, orientamos a pessoa a registrar boletim de ocorrência. A polícia precisa da informação para pegar os fraudadores”, destaca Gomes.

    Conforme as estatísticas mais recentes do BC, os brasileiros ainda não tinham sacado R$ 7,51 bilhões do Sistema de Valores a Receber até o fim de novembro. “O golpista age em cima do alto valor não retirado. Ele não sabe se a pessoa tem dinheiro, mas vende uma informação falsa. Diante da possibilidade de receber um dinheiro que não espera, o correntista paga a terceiros”, explica Gomes.

    “Na verdade, este é o golpe mais velho do mundo, apresentado de uma forma nova. Quem não se lembra do golpe do bilhete premiado? O criminoso alegava que não conseguia sacar um suposto prêmio de loteria e vendia o bilhete a uma pessoa que levava algum tempo para descobrir que, na verdade, tinha perdido dinheiro”, resume o funcionário do BC.

    Edição: Nádia Franco

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  • INSS testa inteligência artificial para identificar fraudes

    INSS testa inteligência artificial para identificar fraudes

    Ao longo dos próximos 30 dias, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) terá um reforço na análise dos atestados médicos enviados pela internet nos pedidos de benefício por incapacidade temporária, o antigo auxílio-doença.

    Uma inteligência artificial (IA) – desenvolvida pela Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) – está sendo testada na análise de possíveis tentativas de fraude com o Atestmed, sistema de análise documental que substitui a perícia médica.

    A ferramenta cruza dados cadastrais de médicos com os que aparecem nos atestados visando identificar inconsistências nas informações como o número de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), a especialidade, o local de trabalho e o IP do computador de envio do atestado, nome e assinatura do profissional.

    Irregularidades

    De acordo com nota divulgada pelo INSS, o desenvolvimento da IA foi motivado pela identificação de irregularidades em documentos protocolados no Atesmed, por meio do aplicativo Meu INSS, disponível para benefícios de até 180 dias. Segundo a instituição informou, já há, inclusive, uma investigação em andamento pela Polícia Federal.

    Em verificações manuais, com amostras dos processos, foram identificados, por exemplo, quatro padrões de letras diferentes no uso do mesmo carimbo que atesta a assinatura do médico. A ideia é que a nova ferramenta possa identificar essas inconsistências de forma mais sistemática e rápida.

    O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, informou que os testes no sistema da IA começaram nesta segunda-feira (16) e que a efetividade da ferramenta poderá ser analisada em breve. “Acredito que em 20 ou 30 dias já poderemos apresentar bons resultados”, finalizou.

  • Farmácia Popular distribuiu R$ 7,4 bi a falecidos de 2015 a 2020

    Farmácia Popular distribuiu R$ 7,4 bi a falecidos de 2015 a 2020

    Programa tradicional de distribuição gratuita ou com desconto de 90% de remédios subsidiados pelo Ministério da Saúde, o Farmácia Popular distribuiu, entre julho de 2015 e dezembro de 2020, R$ 7,43 bilhões em medicamentos a pacientes falecidos. O programa também vendeu R$ 2,57 bilhões em medicamentos sem nota fiscal que comprovasse a compra pelo estabelecimento credenciado.

    As conclusões constam de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo o relatório, os problemas decorreram da falta de um controle maior nos ressarcimentos às farmácias onde os medicamentos são retirados. Isso porque a fiscalização ocorre, na maior parte dos casos, a distância e de forma manual.

    No caso da distribuição a pacientes falecidos, a CGU cruzou o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do paciente com autorizações emitidas pelo Ministério da Saúde e informações do Sistema Nacional de Registro Civil (Sirc), do Sistema de Controle de Óbitos do Ministério da Previdência (Sisobi) e do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do DataSus.

    “A situação denota desperdício de recursos públicos e fraude cometida pelo particular que efetua a compra, burlando os controles na farmácia, ou pelo próprio estabelecimento”, destacou a CGU no relatório.

    Em relação à venda sem nota fiscal, a auditoria constatou que os gastos com remédios sem nota fiscal equivaleram a 18,5% dos R$ 13,8 bilhões desembolsados pelo Farmácia Popular no período da investigação. Ao analisar 362 milhões de registros de venda nesse intervalo, 17,4% não estavam cobertos por estoque de medicamentos amparados em documentação fiscal.

    No Farmácia Popular, os estabelecimentos credenciados repassam aos pacientes os medicamentos com desconto de 90% em relação ao valor de referência. Os remédios para o tratamento de hipertensão, diabete e asma são distribuídos de forma gratuita. Os comerciantes são ressarcidos pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, do Ministério da Saúde, que subsidia a aquisição dos medicamentos.

    Amostragem

    A fiscalização foi realizada por meio de amostragens em farmácias e drogarias credenciadas em cinco estados: Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraíba. Nesses estabelecimentos, foram analisados os registros diários de entradas e saídas, comparados com as notas fiscais eletrônicas da Receita Federal. Segundo a CGU, esse método é mais eficaz que o procedimento tradicional de verificação mensal consolidada.

    Após a fiscalização eletrônica, os técnicos inspecionaram fisicamente os estabelecimentos para confirmar a eficácia da ferramenta desenvolvida. Os comerciantes que cometeram irregularidades, destacou a CGU, podem sofrer punições, como a devolução dos recursos, o pagamento de multa e até descredenciamento do programa.

    Recomendações

    Para diminuir os prejuízos, a CGU recomendou a elaboração de um plano de tratamento de risco, semelhante aos adotados pela inteligência da Receita Federal, e o descredenciamento de estabelecimentos que não comprovarem as vendas com nota fiscal. O órgão também aconselhou o aprimoramento de mecanismos de controle que atestem a presença do beneficiário final no ponto de venda e adoção de medidas para recuperação dos recursos pagos indevidamente.

    O relatório recomendou que o Ministério da Saúde utilize o sistema Sentinela, que poderá ser disponibilizado pela própria CGU, ou outra aplicação com metodologia semelhante para reforçar os controles de primeira linha de defesa. Segundo a CGU, esse sistema automatiza a circulação das informações de distribuição de remédios ante a comprovação da efetiva e regular compra dos medicamentos no mercado.

    O Ministério da Saúde informou que avalia o resultado e as recomendações da auditoria da CGU. A pasta não forneceu mais detalhes.

    Repressão a fraudes

    Fraudes no Programa Farmácia Popular não são incomuns e têm sido reprimidas pelo governo. Em setembro, a Polícia Federal (PF) cumpriu 62 mandados de busca e apreensão contra acusados de vendas fictícias de medicamentos em quatro estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas e Ceará.

    As investigações começaram em outubro de 2022, com base em notícia da venda fictícia de medicamentos por uma rede de farmácias com atuação na Região Sul do país. Os acusados usavam indevidamente dados de cidadãos para fraudar compras por farmácias. Segundo a PF, os investigados responderão, em tese, pelos crimes de estelionato contra a União, falsificação de documento particular, associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso.

  • 7,2 milhões de consumidores sofreram golpes financeiros nos últimos 12 meses, aponta CNDL / SPC Brasil

    7,2 milhões de consumidores sofreram golpes financeiros nos últimos 12 meses, aponta CNDL / SPC Brasil

    Os golpes financeiros estão cada dia mais sofisticados, exigindo dos consumidores atenção e cuidados. Se por um lado as novas tecnologias facilitam as transações financeiras e o dia a dia dos consumidores, por outro podem ser uma ameaça. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, 20% dos entrevistados sofreram alguma fraude em instituições financeiras nos últimos 12 meses, representando aproximadamente 7,2 milhões de consumidores.

    O principal tipo de golpe foi a clonagem do cartão de crédito e/ou débito (6%), seguida pela compra de produtos em anúncios falsos postados em redes sociais clonadas de amigos e/ou conhecidos (4%), transações financeiras na conta bancária sem autorização (3%), emissão de cartões de crédito sem autorização usando documentos falsos, perdidos ou roubados (3%) e empréstimo do nome sem autorização usando documentos falsos, perdidos ou roubados (3%).

    “O consumidor brasileiro está cada vez mais habituado a utilizar a tecnologia no dia a dia. O PIX é um exemplo disso. Mas é importante se manter atento, evitar clicar em links desconhecidos, enviar documentos para pessoas que não conhece independente da história que contarem e sempre conferir informações antes de fazer uma transferência’, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

    Depois do ocorrido, as principais medidas para resolver a situação foram o contato com a administradora do cartão (29%); boletim de ocorrência (26%) e negociação com a empresa, instituição financeira ou pessoa onde sofreu a fraude para reaver valores ou reparar danos (24%).

    Prejuízo com a fraude

    De acordo com o estudo, a maioria (61%) conseguiu recuperar o dinheiro, sendo que 34% recuperaram o valor total perdido no golpe e 18% obtiveram ainda um valor a mais por dano moral. No entanto, 34% não recuperaram o dinheiro.

    Além das perdas financeiras, um dos danos sofridos foi a restrição ao crédito: 25% que sofreram alguma fraude ficaram com o nome negativado. E 30% relataram que foi preciso acionar a Justiça para resolver o problema.

    A contratação de um advogado ou uma empresa foi mencionada por 34% dos que sofreram algum tipo de fraude.

    A maioria (55%) acredita que as instituições financeiras (bancos, administradoras de cartões e financeiras) deveriam ter ações para coibir o problema das fraudes. Além desses, 31 % acreditam que deveria haver uma atuação do Banco Central. O governo (31%) e os próprios consumidores (27%) também foram mencionados.