Tag: fogo no Pantanal

  • Três onças foram encontradas mortas devido ao fogo no Pantanal

    Três onças foram encontradas mortas devido ao fogo no Pantanal

    O fogo que consome o Pantanal já causou a morte de, pelo menos, três onças-pintadas, de acordo com o biólogo Gustavo Figueiroa, que atua na linha de frente do enfrentamento às queimadas pela rede Brigadas Pantaneiras.

    Na última segunda-feira (5), a localização de dois filhotes encontrados carbonizados comoveu as equipes que trabalham na conservação e recuperação do bioma. Os animais foram encontrados no município de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, e a terceira onça morta pelo fogo foi encontrada na propriedade do Recanto Ecológico Caiman, em Miranda, cerca de 75 quilômetros de distância de Aquidauana, informou o biólogo.

    “A onça é um predador topo de cadeia, é um animal que é superimportante para o ambiente, além de ser super ágil – consegue fugir, nadar, escalar árvore. E quando você vê onças sendo queimadas, imagina todo o resto da fauna que é muito mais lenta e menos ágil”, explica.

    A onça-pintada é considerada a rainha do Pantanal Mato-grossense, sendo o maior felino da América do Sul.
    Onça – Fotos do Canva

    O estudo Respostas de mamíferos neotropicais a megaincêndios no Pantanal brasileiro, publicado em abril deste ano pelo periódico científico Global Change Biology, apontou que no incêndio de 2020, o maior já registrado no bioma, as onças-pintadas foram as únicas das oito espécies investigadas (jaguatiricas, pumas, queixadas, tatu-canastra, cutia, veado-mateiro e antas) que não sofreram redução em suas populações, por causa da capacidade migratória. No entanto, os pesquisadores alertaram que “a crescente frequência e gravidade dos incêndios causados pelo homem provavelmente terão efeitos deletérios na distribuição e persistência das espécies.”

    O tatu-canastra, por exemplo, foi apontado como uma das espécies mais suscetíveis aos danos causados pelo fogo, por já ter populações reduzidas, com lentas taxas de reprodução e pela dificuldade de fugir das queimadas. “Tatus-canastras buscam refúgio em tocas durante incêndios florestais, e os megaincêndios provavelmente causaram alta mortalidade devido à temperatura elevada do solo e à inalação de fumaça”, sugeriu o estudo.

    A antecipação do período de seca, provocado pela mudança climática e a intensidade das queimadas neste ano já ultrapassa em números o quadro de 2020, quando 43% do bioma foi queimado, atingindo a vida silvestre em massa.

    “É um impacto gigantesco porque é uma fauna que vem sofrendo ao longo dos últimos anos, com esses incêndios repetidos e constantes e essa resiliência vai sendo perdida. Então, muitas espécies têm um declínio populacional e é possível que tenha extinções locais”, afirma Gustavo.

    O biólogo conta que no combate às queimadas no Pantanal as brigadas enfrentam muitas dificuldades, principalmente para acessar algumas áreas, como as de vegetação mais alta. Nessas regiões são aplicadas técnicas como o uso de aceiros, nos quais se retira a vegetação em faixas para interromper a propagação do fogo, e da queima de expansão, que é o contrafogo.

    Outro desafio apontado por Figueiroa é a atual condição climática. “Durante essas ondas de calor, com essa secura, fica muito fácil para o fogo se alastrar, mesmo em áreas que a gente já combateu, já controlou o fogo. Dependendo do vento e da temperatura, muitas dessas brasas reacendem e podem ser jogadas para áreas que não queimaram ainda e isso dificulta muito o trabalho”.

    Reserva

    O Recanto Ecológico Caiman, onde uma das onças-pintadas morreu, é uma área com 53 mil hectares no Pantanal, que promove o ecoturismo como instrumento de conservação do bioma, por meio de atividades como safári fotográfico, monitoramento de espécies e educação ambiental. No local, 5,6 mil hectares constituem a Reserva Particular do Patrimônio Natural Dona Aracy, onde fauna e flora permanecem livres, inclusive, do uso sustentável.

    Segundo a instituição, 80% do recanto já foi atingido pelo fogo no mês de julho e as atividades de ecoturismo foram suspensas até o final de setembro. “Nossa prioridade e nosso propósito são – e sempre foram – a conservação da fauna e da flora, as milhares de espécies que encontram aqui uma morada segura”, informou por meio de nota.

    Resgate

    De acordo com o Governo de Mato Grosso do Sul, o Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal (Gretap) atua com 30 profissionais especializados em salvamento da fauna silvestre nas diversas frentes que trabalham no enfrentamento aos focos de fogo. Os animais resgatados que precisam de cuidados são encaminhados aos centros de reabilitação de Corumbá e Campo Grande.

    No último boletim divulgado nessa terça-feira (6), pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, até o último domingo (4), 564 animais silvestres foram resgatados

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  • Comandante-geral dos Bombeiros vistoria combate ao fogo no Pantanal: “incêndio sob controle”

    Comandante-geral dos Bombeiros vistoria combate ao fogo no Pantanal: “incêndio sob controle”

    O incêndio na região de Porto Conceição, em Cáceres, está sob controle. A avaliação é do comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Flávio Glêdson, após sobrevoo e vistoria às ações de combate ao fogo no Pantanal na manhã desta quinta-feira (04.07).

    “Hoje podemos classificar este incêndio como sob controle. Extinguimos o incêndio em Cambarazinho e já combatemos parcialmente o fogo na região de Porto Conceição, principalmente no lado de Poconé. Agora os trabalhos se concentram no lado de Cáceres, com construção de aceiros, combate direto ao fogo onde há acesso e estamos usando um avião para despejar água”, afirmou o comandante-geral dos Bombeiros, coronel Flávio Glêdson.

    “É sempre importante ressaltar que o incêndio no Pantanal é complexo, tendo em vista que o cenário pode mudar em instantes por se tratar de um fogo subterrâneo, com uma vegetação muito propícia à propagação do fogo. Mas estamos constantemente monitorando os focos de calor, a direção do vento e umidade relativa do ar para alinhar a estratégia mais eficiente para o combate ao fogo”, completou.

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  • Governo reforça ações de combate ao fogo no Pantanal

    Governo reforça ações de combate ao fogo no Pantanal

    A Defesa Civil Nacional e o Ministério da Defesa ajudarão no combate aos incêndios que estão ocorrendo no norte do Pantanal. O anúncio foi feito nessa segunda-feira (13) por integrantes dos governos federal e de Mato Grosso, em reunião emergencial ocorrida no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

    O Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) já haviam anunciado reforço de brigadistas e aviões na região, onde atuam desde julho. Há, no Pantanal, 299 servidores federais atuando no combate ao fogo, com o apoio de quatro helicópteros – dois do Ibama, um do ICMBio e um da PF.

    A coordenação das equipes é feita a partir de uma sala de situação em Porto Jofre (MT) e pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), que reúne mais de dez órgãos federais.

    Incêndios

    Oitenta e sete incêndios foram combatidos no Pantanal, desde que três raios atingiram, em outubro, o Parque Nacional (Parna) do Pantanal, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Dorochê e propriedade particular próxima, no norte do estado de Mato Grosso. O fogo atingiu 27 mil hectares (ha) no Parna e 23 mil na RPPN.

    “Desde então, 47 brigadistas federais se concentram na região”, informou o Ministério do Meio Ambiente (MMA) referindo-se aos 37 incêndios ocorridos em terras indígenas, 29 em áreas privadas, 17 em assentamentos e quatro em unidades de conservação.

    Segundo o ministério, quase 36 mil hectares foram queimados no Parque Estadual Encontro das Águas.

    O planejamento do governo federal visando às ações preventivas a incêndios no Pantanal começou em janeiro. Em maio, foi lançado o Plano de Ação para o Manejo Integrado do Fogo no Pantanal, que conta com a participação da sociedade civil e dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

    O plano conta com a ajuda de comunidades ribeirinhas da região. Entre as ações implementadas está a campanha Pantanal Sem Incêndios, veiculadas nos dois estados.

    De acordo com o MMA, 3.534 brigadistas federais estão atuando no país. O número é 12% maior do que o utilizado em 2022.

    “No estado de Mato Grosso, tivemos aumento de 23% dos brigadistas em relação a 2022. É uma questão de emergência, estamos agindo em conjunto”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a reunião no Ibama.

    Edição: Graça Adjuto
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  • Senado instala comissão para fiscalizar ações contra fogo no Pantanal

    Senado instala comissão para fiscalizar ações contra fogo no Pantanal

    O Senado instalará, hoje (16), sua comissão temporária externa para acompanhar as ações de enfrentamento aos incêndios que há pelo menos dois meses destroem o Pantanal. A reunião virtual de instalação do colegiado está agendada para as 16 horas.

    Apresentada pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), a proposta de criação do grupo foi aprovada no último dia 9. Farão parte da comissão três senadores pelo Mato Grosso do Sul, Nelsinho Trad (PSD); Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (PSL), além do próprio Fagundes.

    De acordo com o Regimento do Senado, cabe às comissões, a partir de suas atribuições específicas, propor medidas legislativas, bem como realizar audiências públicas e diligências, entre diversas outras iniciativas.

    Em seu requerimento, Fagundes especificou que, pelo prazo de 90 dias, os quatro membros titulares acompanharão as ações de enfrentamento aos incêndios no bioma Pantanal, bem como seus desdobramentos, incluindo as providências adotadas para evitar novos focos de incêndios, como a limpeza dos locais já atingidos; a proteção das populações diretamente atingidas; da economia; da fauna e da flora.

    A comissão também observará a transparência das atividades coordenadas pela Operação Pantanal, deflagrada pelo Ministério da Defesa em 25 de julho – inicialmente para combater os incêndios no Pantanal sul-mato-grossense, mas ampliada, no dia 5 de agosto, para o bioma mato-grossense.

    Ontem (15), em um vídeo que divulgou para exibir a capital do Mato Grosso, Cuiabá, coberta por uma espessa fumaça, o senador Wellington Fagundes, anunciou que os parlamentares membros de comissão, por serem da região, já vêm acompanhando a situação. Segundo Fagundes, o grupo discute aprimoramentos à legislação.

    “Queremos fazer o Estatuto do Pantanal, uma legislação que permita conservar este patrimônio da humanidade para as futuras gerações”, declarou Fagundes, sem fornecer detalhes, mas pedindo às pessoas que enviem sugestões e críticas para os senadores. De acordo com o parlamentar, há 14 anos não se registravam queimadas tão intensas. “Estamos destruindo nossa flora e nossa fauna. Os animais que conseguem se salvar do fogo não encontra mais alimento e água. Por isso temos que trabalhar juntos.”

    Em agosto, pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) já haviam apontado que a seca no Pantanal brasileiro é a mais intensa dos últimos 60 anos, afetando o ciclo das águas na região, o que favorece a ocorrência de incêndios naturais e a propagação do fogo resultante da ação humana. Autoridades estimam que a área destruída pelas chamas já esteja próxima aos 3 milhões de hectares (cada hectare corresponde aproximadamente às medidas de um campo de futebol oficial).

    Emergência

    Na segunda-feira (14), o governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência ambiental em todo o estado. Válida por 90 dias, a medida permite o emprego de todos os órgãos públicos sul-mato-grossenses nas ações de combate ao fogo, dispensando-os de realizar licitações para contratar bens e serviços necessários, como o aluguel de aeronaves e carros-pipa, e a compra de equipamentos para os brigadistas, além da realização de obras de reconstrução que possam ser concluídas em até 90 dias.

    O governo federal reconheceu a situação de emergência decretada pelo Mato Grosso do Sul no mesmo dia (14). O que pode facilitar o repasse de recursos financeiros federais para o estado combater o fogo. Hoje, uma portaria publicada no Diário Oficial da União autoriza o Ministério do Desenvolvimento Regional a repassar R$ 3,81 milhões para o governo estadual executar ações de Defesa Civil. O valor deverá ser executado em até 180 dias, a partir dos quais o governo sul-mato-grossense terá 30 dias para prestar contas dos gastos.

    Também hoje, o Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência em decorrência dos incêndios florestais no Mato Grosso. O governo mato-grossense decretou a situação na última segunda-feira (14).

    Incêndios no Pantanal

     

     

  • Bolsonaro libera verba para combater queimadas no Pantanal

    Bolsonaro libera verba para combater queimadas no Pantanal

    O Ministério do Desenvolvimento Regional liberou R$ 3,8 milhões para ações de combate aos incêndios florestais que atingem a região do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. A portaria que autoriza a transferência de recursos ao estado foi publicada hoje (16) no Diário Oficial da União.

    De acordo com o ministério, os recursos vão custear 37 ações, a serem implementadas durante 90 dias. Estão incluídas a contratação de 200 horas de voo para auxiliar o combate às chamas, locação de helicópteros e a compra de equipamentos para a contenção e extinção do fogo, como mangueiras, esguicho, abafadores, sopradores e piscinas flexíveis, entre outras medidas.

    Ontem (15), o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho esteve no estado, quando anunciou o repassa, que se soma a outros R$ 562,8 mil já transferidos pela União para auxiliar no enfrentamento às chamas. As cidades de Corumbá, Alcinópolis e Pedro Gomes são as mais atingidas do estado.

    A estiagem e as queimadas destroem o Pantanal há meses e vêm alterando o cenário florestal em Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, com fumaças encobrindo a paisagem e rios secando. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que há meses, o fogo vêm atingindo o Pantanal. Foram registrados 15.477 focos de incêndio na região, entre janeiro e esta quarta-feira, 16 de setembro. No mesmo período do ano passado foram 5.109 focos.

    Hoje, o ministro Marinho cumprirá agenda em Mato Grosso, também para tratar dos incêndios florestais. O governo federal também reconheceu situação de emergência no estado, por procedimento sumário – quando a ocorrência, pública e notória, é considerada de grande intensidade.

    De acordo como o ministério, nestes casos, para agilizar o atendimento à população, a Defesa Civil Nacional antecipa os trâmites e publica a decisão antes mesmo que as solicitações do município ou do estado sejam oficializadas. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira.

    No mês passado, o governo federal repassou R$ 870,8 mil para o município mato-grossense de Poconé combate aos incêndios.

    Incêndios no Pantanal