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  • Após morte , Fiocruz alerta para meningite transmitida por caramujo

    Após morte , Fiocruz alerta para meningite transmitida por caramujo

    A Fundação Oswaldo Cruz faz um alerta para a transmissão de meningite por meio de caramujos (meningite eosinofílica). A preocupação surgiu depois da morte de um paciente em abril, no município de Nova Iguaçu, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Análises laboratoriais identificam a presença do verme causador da doença em um caramujo na região onde o caso foi registrado.

    A meningite é uma doença caracterizada pela inflação das meninges, membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal.

    A investigação foi conduzida pelo Laboratório de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Malacologia é o ramo da biologia que estuda os moluscos. Após a Fiocruz ser notificada do caso, agentes da Vigilância Ambiental em Saúde (Suvam) de Nova Iguaçu e do IOC realizaram a coleta de caramujos em diferentes pontos do bairro Ipiranga, onde o paciente contraiu a doença.

    De um total de 22 moluscos analisados, o verme causador da doença, Angiostrongylus cantonensis, foi encontrado em um caramujo da espécie Pomacea maculata, conhecido popularmente como lolô ou aruá.

    Caso de meningite transmitida por caramujo não era registrado no estado do Rio desde 2014. No Brasil, há episódios desde 2006.

    Estudos do Serviço de Referência para Esquistossomose-Malacologia da Fiocruz feitos entre 2008 e 2021 detectaram a presença do verme Angiostrongylus cantonensis em 14 unidades da federação.

    Para a chefe do Laboratório de Malacologia do IOC/Fiocruz, Silvana Thiengo, o cenário reforça a necessidade de atenção dos serviços de saúde para diagnosticar a doença. “Desde 2006, temos casos de meningite eosinofílica no Brasil. Porém, muitos profissionais de saúde ainda desconhecem a doença. Os médicos precisam lembrar essa possibilidade para fazer o diagnóstico e oferecer o tratamento adequado”, disse.

    Transmissão

    O verme Angiostrongylus cantonensis, em seu ciclo de vida, é um parasita que busca hospedeiros como roedores, como ratos, que servem para desenvolvimento do parasita adulto. Os vermes se reproduzem e geram larvas que são eliminadas pelas fezes dos maníferos.

    As larvas acabam ingeridas por caramujos. Dentro dos moluscos, adquirem a forma capaz de infectar animais vertebrados, ou seja, é um ciclo que se repete.

    A infecção humana ocorre quando as pessoas ingerem um caramujo infectado ou o muco liberado por ele, contendo as larvas do verme. De acordo com a Suvam, há relatos de que o paciente se infectou ao ingerir um caramujo de água doce cru.

    Os pesquisadores do IOC coletaram também animais como ratos, preás e gambás na região onde houve o caso para confirmar a infecção desses mamíferos. As análises estão em andamento.

    Sintomas da doença

    O sintoma mais comum da meningite eosinofílica é dor de cabeça. A rigidez da nuca e a febre – comuns em outras formas da doença – são mais raras na meningite transmitida por caramujos.

    Alguns pacientes apresentam distúrbios visuais, enjoo, vômito e parestesia persistente (sensação de formigamento ou dormência). Na maioria dos casos, a pessoa se cura espontaneamente. Mesmo assim, o acompanhamento médico é importante porque alguns indivíduos desenvolvem quadros graves, que podem levar à morte.

    O tratamento busca reduzir a inflamação no sistema nervoso central e aliviar a dor, além de evitar complicações.

    Cuidados

    A chefe do Laboratório de Malacologia aponta três formas principais de evitar o contágio pelo caramujo: tomar cuidados ao manuseá-lo, higienizar verduras e não ingerir esses animais crus ou malcozidos.

    Em algumas regiões, é comum a presença de caramujos perto de casas e locais de presença humana. Os mais comuns são os Achatina fulica, conhecidos como caracol gigante africano.

    A recomendação das autoridades de saúde para a exterminação desses moluscos é por meio da coleta manual, porém, sempre usando luvas ou sacos plásticos para proteger a mãos. Em seguida, colocá-los em recipiente com água fervente por cinco minutos. Depois, quebrar as conchas e enterrá-las ou jogá-las no lixo.

    Esse cuidado de quebrar a proteção é para que não se tornem criadouros de Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.

    Caso não seja feita a exposição à água fervente, os moluscos recolhidos devem ser colocados em um recipiente, como balde ou bacia, e submersos em solução preparada com uma parte de hipoclorito de sódio (água sanitária) para três de água. Após 24 horas de imersão, a solução pode ser dispensada, e as conchas descartadas.

    Outros cuidados importantes são: não ingerir moluscos crus ou malcozidos, incluindo caracóis terrestres, lesmas e caramujos aquáticos; e lavar bem frutas e verduras, deixando de molho por 30 minutos em mistura com um litro de água e uma colher de sopa de água sanitária, enxaguando bem em água corrente antes do consumo.

    Além das orientações à população, a Fiocruz reforça a importância de agentes de vigilância municipais mapearem os riscos de infecção, por meio de coleta periódica de moluscos e envio para análise parasitológica realizada pelo Serviço de Referência do IOC/Fiocruz.

    “São poucos os municípios que enviam espécimes para análise parasitológica regularmente. Os serviços de vigilância de vetores frequentemente precisam concentrar suas equipes no combate a doenças epidêmicas, como a dengue, e a vigilância dos caramujos fica desguarnecida”, constata a coordenadora do Laboratório de Referência, Elizangela Feitosa.

    Nova Iguaçu é uma das cidades onde o monitoramento é realizado regularmente. “Geralmente, a população faz o apelo por causa do incômodo causado pelo caracol africano. Mas, sabendo que temos uma doença emergente, nós coletamos amostra para a vigilância parasitológica e mostramos aos moradores como catar os caramujos de forma segura, para tentar reduzir ou eliminar esse vetor”, explica o responsável pela vigilância malacológica no município, José de Arimatea Brandão Lourenço.

    Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro informou que ainda não tinha sido notificada pela Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu e que mobilizou uma equipe técnica, nesta segunda-feira (1°), para apuração do caso.

    Edição: Juliana Andrade

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  • RS: cerca de 3 mil estabelecimentos de saúde podem ter sido impactados

    RS: cerca de 3 mil estabelecimentos de saúde podem ter sido impactados

    Cerca de 3 mil estabelecimentos de saúde podem ter sido impactados de alguma forma pelo desastre climático no Rio Grande do Sul. Tratam-se de consultórios, clínicas, centros de saúde especializados, farmácias. Também sofreram impacto territórios já vulneráveis no estado, mais de 40 comunidades quilombolas, 240 favelas e cinco aldeias indígenas. Os dados fazem parte de mapeamento feito pelo Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

    O mapeamento foi feito com base no cruzamento de diversos bancos de dados. Os pesquisadores analisaram as manchas de inundação obtidas por imagens de radar e de satélite e verificaram os estabelecimentos e territórios localizados nessas áreas, usando dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, do Instituto Brasileiro de Gerografia e Estatítica (IBGE), da Fundação Palmares e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), entre outros.

    As informações estimam os serviços e territórios do estado que foram impactados. Os dados e mapas interativos estão disponíveis para consulta na página do Observatório. As informações estão disponíveis por município. Os pesquisadores divulgaram também nota técnica analisando a situação.

    De acordo com a pesquisadora do Observatório de Clima e Saúde Renata Gracie, o objetivo principal do trabalho é subsidiar ações do poder público e da sociedade civil, tanto neste momento quanto em momentos futuros, na reconstrução e recuperação das áreas atingidas. A pesquisadora ressalta que será necessário um cuidado cada vez maior com a saúde das pessoas, que poderão apresentar doenças de pele, viroses e outras enfermidades relacionadas ao contato com a água suja e com microrganismos. Para que o estado possa atender as pessoas é importante saber os equipamentos de saúde que estão disponíveis e os que foram atingidos.

    “A gente vai ter uma questão complexa por conta das doenças. Muitas unidades de saúde foram inundadas, e as pessoas não vão conseguir ter acesso a elas. Então, esse sistema serve para os gestores municipais e estaduais olharem o tamanho do que foi impactado, fazer um diagnóstico de situação”, explica.

    Além disso, Gracie diz que os mapas podem auxiliar a própria população, para identificar os serviços que ainda estão disponíveis nas proximidades de onde se encontram.

    A ideia é fazer essa divulgação para todo o público, os gestores, a sociedade civil. A sociedade tendo acesso, tem condições de fazer indicações do que é necessário para o seu território. Muitas vezes, as pessoas que não estão conseguindo mobilidade por causa da situação caótica que grande parte das cidades está vivendo neste momento não sabem o que está funcionando e o que não está. Então, a ideia é tentar dar as informações para as populações que também que estão ali vivendo esse cotidiano”, explica.

    Áreas vulneráveis

    A nota técnica indica uma população que sofreu impactos por esses eventos, estimada em 2,5 milhões de pessoas. O levantamento destaca a necessidade de atenção a áreas que já estavam em situação de vulnerabilidade antes mesmo do desastre e que podem precisar de mais atenção. Há 167 áreas identificadas como favelas e cinco aldeias indígenas que estão, segundo os dados, em contato direto com as áreas de inundação, além daquelas localizadas nas proximidades imediatas dessas áreas críticas, aumentando o risco de impactos severos no período pós-desastre.

    A nota destaca também as comunidades quilombolas, que são reconhecidas por seus valores históricos e culturais, também em risco. São sete áreas quilombolas situadas diretamente na mancha de inundação, além de outras que também podem ter sofrido impacto. “A vulnerabilidade dessas comunidades é agravada por fatores socioeconômicos e a falta de infraestrutura adequada, que são desafios comuns em regiões historicamente marginalizadas”, diz a nota.

    “Essa situação evidencia a necessidade de uma estratégia de saúde pública robusta, que deverá abordar tanto as demandas imediatas durante um desastre quanto o fortalecimento da resiliência das infraestruturas de saúde para futuros eventos. Investimentos em melhorias físicas, treinamento de pessoal para respostas rápidas e sistemas de comunicação eficientes serão vitais para assegurar a integridade da saúde pública”.

    Gracie explica que os dados são estimativas com base em imagens de satélites. “A situação está acontecendo agora, a gente está identificando, é uma estimativa”. Ainda serão necessárias análises mais precisas, mas o mapeamento pode ajudar a direcionar a atuação do poder público, da sociedade e de pesquisadores.

    Edição: Graça Adjuto

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  • Cobra Cascavel: A Rainha da Selva Brasileira mostra imponência ao chacoalhar guizo

    Cobra Cascavel: A Rainha da Selva Brasileira mostra imponência ao chacoalhar guizo

    A cobra cascavel: Uma serpente temida e fascinante, protagonista de muitos acidentes no Brasil. Encontrada com facilidade em nosso território, essa criatura impõe respeito com seu guizo que anuncia a presença de um predador poderoso.

    Ao chacoalhar o guizo, a cobra cascavel emite um som característico, um alerta aos possíveis predadores. É sua maneira de dizer: “Estou aqui, pronta para me defender!”. Esse aviso sonoro pode evitar conflitos e salvar vidas, tanto da cobra quanto de outros animais.

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    Mas se a prudência falhar e alguém se aproximar demais, a cobra cascavel não hesita em atacar. Sua peçonha, neurotóxica, é extremamente perigosa, podendo causar dificuldades de locomoção e respiração na vítima. É crucial buscar atendimento médico imediato em caso de picada. Vídeo abaixo

    De acordo com o Instituto Fiocruz, a espécie de cobra cascavel encontrada no Brasil possui peçonha (veneno) neurotóxica, que atua no sistema nervoso e faz com que a vítima tenha dificuldades de locomoção e respiração.

    Cobra Cascavel: A Rainha da Selva Brasileira

    Coroada com um guizo mortal, a Cobra Cascavel reina majestosamente na selva brasileira. Sua beleza escamosa e seu comportamento intrigante a tornam uma criatura fascinante, mas também perigosa.

    Com um aviso sonoro único, a cascavel anuncia sua presença, alertando predadores e incautos sobre seu veneno neurotóxico, capaz de causar sérios danos. Apesar do perigo, essa serpente desempenha um papel crucial no ecossistema, controlando populações de roedores.

    Reverenciada por algumas culturas indígenas como símbolo de poder e sabedoria, a cobra cascavel também enfrenta a ignorância e o medo do homem, que a colocam em risco de extinção.

    É fundamental conhecer e respeitar essa rainha da selva, admirando sua beleza à distância e evitando qualquer contato. A preservação da cobra cascavel é essencial para o equilíbrio do meio ambiente e para a nossa própria segurança.

    A cobra cascavel

    cobra cascavel (Crotalus e Sistrurus) é uma serpente peçonhenta que possui chocalho na cauda, sendo o grande diferencial das demais cobras.

    São encontradas em todo o continente americano.

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    A cascavel, por razões não bem entendidas, em vez de sair completamente de sua pele antiga, mantém parte dela enrolada na cauda em forma de um anel cinzento grosseiro.

    Com o ocorrer dos anos, estes pedaços de epiderme ressecados formam os guizos que, quando o animal vibra a cauda, balançam e causam o ruído característico.

    Embora no conceito popular o número de anéis do guizo às vezes é interpretado como correspondente à idade desta cobra, isto não é correto, pois no máximo poderia indicar o número de trocas de pele.

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    A finalidade do som produzido pelo guizo é de advertir a sua presença e espantar os animais de grande porte que lhe poderiam fazer mal. É uma ótima possibilidade de evitar o confronto.

    A cascavel, por razões não bem entendidas, em vez de sair completamente de sua pele antiga, mantém parte dela enrolada na cauda em forma de um anel cinzento grosseiro
    A cascavel, por razões não bem entendidas, em vez de sair completamente de sua pele antiga, mantém parte dela enrolada na cauda em forma de um anel cinzento grosseiro. Foto: Willianilson Pessoa

    As cascavéis alimentam-se principalmente de pequenos roedores, mas podem fazer uso de seu veneno para fazerem outras vítimas, como pequenas aves, coelhos, lagartos, e, eventualmente, outras serpentes. Apesar de serem vistas durante o dia, predominam os hábitos crepuscular e noturno.

    Seu corpo possui entre 1,5 a 2 metros de comprimento e a fêmea, na fase adulta, gera entre 18 a 30 filhotes em cada gestação.

    Lembre-se: a cobra cascavel não é um monstro, mas sim uma parte vital da nossa fauna. Ao entendermos seu papel na natureza, podemos aprender a coexistir com ela em harmonia.

  • Estudo clínico com a vacina meningo C da Fiocruz obtém resultados positivos

    Estudo clínico com a vacina meningo C da Fiocruz obtém resultados positivos

    O Departamento de Assuntos Médicos, Estudos Clínicos e Vigilância Pós-Registro (Deame) do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) apresentou no final de abril o resultado do estudo clínico com a vacina meningo C, fase II/III, produzida para o Comitê Independente de Monitoramento de Segurança (Cims). O grupo foi composto pelos médicos pediatras Gabriel Oselka (online), Tania Petraglia e Isabella Ballalai.

    O estudo Ensaio clínico de fase II/III para avaliação de imunogenicidade, reatogenicidade e segurança da vacina contra a doença meningocócica do sorogrupo C produzida por Bio-Manguinhos/Fiocruz (MenCC-Bio) em lactentes, crianças e adolescentes – Projeto vacina conjugada contra meningococo C brasileira – foi realizado em quatro municípios – Belém, Rio de Janeiro, São João de Meriti e Duque de Caxias – de dois estados (PA e RJ), totalizando 11 centros de pesquisa.

    Os 1.683 participantes foram estratificados em três grupos etários: estrato I – 11 a 19 anos (625) de 25/09/2018 até 23/05/2019; estrato II – 1 a 10 anos (771) de 03/01/2019 até 29/07/202; e estrato III – menor de 1 ano de idade (287) de 02/01/2020 até 17/05/2021. A pesquisa tem como objetivos avaliar a imunogenicidade, em termos de proporção de soroproteção, da vacina MenCC-Bio em indivíduos de 3 meses a 19 anos de idade, em relação à vacina contra meningococo C atualmente disponibilizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), produzida pela Fundação Ezequiel Dias (FUuned); e avaliar a reatogenicidade da vacina menCC-Bio, neste grupo.

    Na avaliação dos desfechos de eficácia, foi possível observar uma similaridade entre as vacinas em relação aos títulos geométricos médios (TGM), à proporção de soroconversão e à soroproteção. Nas análises dos desfechos de segurança, as vacinas em estudo apresentaram todos os eventos adversos solicitados locais e sistêmicos e em percentuais bem semelhantes. Se mostraram seguras e todos os eventos foram acompanhados pelos médicos do estudo e evoluíram com regressão total.

    Também foi apresentado que os eventos adversos graves ocorridos durante todo o estudo clínico não tiveram relação causal com os produtos investigacionais. Quanto à hipótese de não inferioridade da vacina experimental em relação à de referência, após as análises, foi demonstrado que a referida hipótese somente será aceita caso a Vacina A seja a de referência (Funed) e a Vacina B seja a experimental (Bio-Manguinhos).

    A gestora do Departamento, Lurdinha Maia, comentou que a pandemia da Covid-19 foi um grande desafio para a continuidade deste estudo. Com esse resultado, após tantas dificuldades, a grande lição aprendida foi verificar a capacidade de união e superação de todos os profissionais envolvidos. “É muito emocionante e gratificante saber que estamos contribuindo para a Saúde Pública do nosso país”, afirmou.

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  • Bio-Manguinhos abre simpósio sobre futuro da produção de vacinas

    Bio-Manguinhos abre simpósio sobre futuro da produção de vacinas

    Profissionais, pesquisadores e instituições de desenvolvimento e produção de imunobiológicos de todo o mundo reúnem-se a partir desta terça-feira (7), no Rio, na 8ª edição do International Symposium on Immunobiologicals (ISI) para discutir o futuro da produção de vacinas, novas terapias promissoras e o uso da inteligência artificial a favor do diagnóstico preciso de doenças. Promovido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz), no campus da instituição e na Fundação Getúlio Vargas (FGV), o simpósio vai debater também o que há de mais atual no mercado de imunobiológicos.

    O encontro vai até sexta-feira (11) e tem como principal objetivo integrar pessoas, melhorar o conhecimento destas e, com isso, gerar um ambiente melhor para a inovação, disse o diretor de BioManguinhos, Mauricio Zuma, em entrevista à Agência Brasil.

    “Temos expectativa de encontrar pessoas que fazem inovação no mundo inteiro, e isso pode gerar interações, alguma coisa em termos de uma vacina nova, tecnologia que já dominamos”, acrescentou Zuma. Ele informou que haverá discussões sobre a plataforma tecnológica de RNA mensageiro (mRNA) e ressaltou que o principal é fazer a conexão entre os profissionais dessa área, para criar um ambiente mais propício à geração de inovações.

    Instituições como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Fundação Bill & Melinda Gates e o Instituto Internacional de Vacinas (IVI) têm participado ao longo dos anos do simpósio do ISI, que já faz parte do calendário de Bio-Manguinhos.

    Os debates vão se estender também às formas de preparação para enfrentar futuras possíveis pandemias, como a capacitação e o fortalecimento dos laboratórios regionais, inclusive por meio de parcerias e do intercâmbio científico e tecnológico. Zuma adiantou que uma das discussões será sobre vigilância para o preparo e identificação antecipada de pandemias, e sobre como o Brasil deve se preparar para possíveis emergências.

    “Outra coisa é falar de tecnologia para diagnósticos, vacinas e tratamento, que estão sendo pensados para dar conta mais rapidamente de possíveis pandemias. Não especificamente para identificar qual a pandemia, mas o preparo de uma maneira geral”, disse o diretor de Bio-Manguinhos.

    Ele explicou que a plataforma de mRNA é uma das formas de se preparar para o futuro. “Estamos nos preparando para que, seja qual for a epidemia ou pandemia que vier, tenhamos condição de, dominando essa plataforma, dar uma resposta rápida em termos de desenvolvimento, ou de chegar a uma vacina mais rápida do que a tecnologia que existia antigamente.”

    Para Zuma, a importância de BioManguinhos realizar o simpósio é ter a participação de especialistas de várias partes do mundo e integrar os estudos e pesquisas. “Estar junto com a comunidade internacional, entender o que eles estão fazendo lá fora e mostrar o que estamos fazendo aqui. Estamos realizando coisas aqui que podem ser do interesse das comunidades internacionais e, com isso, alavancar parcerias e atividades que resultem em algum projeto de desenvolvimento de produto.” É importante estar em constante contato com profissionais renomados, sejam pesquisadores, gestores de áreas estratégicas, universidades, institutos de pesquisa e instituições internacionais, para haver troca e melhorar a qualificação de todos, reforçou.

    A programação inclui um painel com a diretoria da Rede Internacional de Fabricantes de Vacinas dos Países em Desenvolvimento, aliança internacional de produtores da qual Bio-Manguinhos faz parte desde sua fundação. A reunião anual dessa rede está prevista para o segundo semestre deste ano no Brasil.

    O simpósio tem espaço também para trabalhos e intercâmbio entre os pesquisadores brasileiros, com exposição de pôsteres e apresentações sobre temas relacionados a vacinas, biofármacos, kits para diagnóstico e gestão voltada para produtos biológicos.

    O assessor científico sênior de Bio-Manguinhos e líder da comissão científica que coordena o evento e seleciona os conteúdos para exibição, Akira Homma, informou que os trabalhos expostos também concorrem a prêmios. “Desde a primeira edição, o ISI é planejado para oferecer aos estudantes e profissionais da área de biotecnologia uma oportunidade de compartilhar conhecimentos de ponta com pesquisadores de renome nacionais e internacionais, além de fomentar a produção científica brasileira”, destaca em texto da Fiocruz.

    A 8ª edição do International Symposium on Immunobiologicals vai ter também uma mesa destinada à colaboração em inovação, o Innovation Hub, com participação do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, que, segundo a Fiocruz, é o berço do acelerador de partículas brasileiro.

    Edição: Nádia Franco

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  • Internações e mortes por influenza e vírus sincicial aumentam no país

    Internações e mortes por influenza e vírus sincicial aumentam no país

    O número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) continua a aumentar no país, principalmente as infecções por vírus sincicial respiratório (VSR) e por Influenza. Os dados estão na nova edição do Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (2) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As informações levam em conta a Semana Epidemiológica 17, no período de 21 a 27 de abril.

    Segundo o boletim, a maior circulação do VSR tem gerado aumento expressivo da incidência e mortalidade de SRAG nas crianças de até 2 anos de idade. Outros vírus respiratórios que se mantêm com incidência alta na população infantil são Sars-CoV-2 (covid-19) e rinovírus. Entre os idosos, o número de mortes por SRAG continua mais elevado, com predomínio da covid-19.

    Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, os principais casos de resultado positivo para vírus respiratórios foram:

    . 58,0% para vírus sincicial
    . 7,9% para Sars-CoV-2 (covid-19)
    . 24,3% para Influenza A
    . 0,4% para Influenza B

    Em relação às mortes nas quatro últimas semanas, os principais responsáveis foram:

    . 46,4% para Sars-CoV-2 (covid-19)
    . 38,0% para Influenza A
    . 11,6% para vírus sincicial respiratório
    . 1,1% para Influenza B

    Quando se considera os casos positivos do ano corrente, os números são:

    . 35,8% de vírus sincicial respiratório (VSR)
    . 35,0% de Sars-CoV-2 (covid-19)
    . 16,3% são de Influenza A
    . 0,3% de Influenza B

    Diante desse quadro epidemiológico, a vacinação é fundamental, destaca o pesquisador do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz e coordenador do Boletim InfoGripe, Marcelo Gomes. “É muito importante que a população busque, em particular, se vacinar contra a influenza, que está com campanha aberta, ampliada nacionalmente pelo Ministério da Saúde para todas as faixas etárias. Mas como não é o único vírus respiratório que está com grande circulação, só a vacina da gripe não vai resolver todos os problemas. Ela vai ajudar, obviamente, a diminuir essas internações especificamente associadas ao vírus. Por isso, o uso de boas máscaras também é um aliado extremamente fundamental, especialmente para quem tiver indo para unidade de saúde, e também a pessoa que estiver com sintomas de infecção respiratória.”

    O pesquisador também reforça a importância do uso de boas máscaras (N95, KN95 e PFF2) para quem apresenta sintomas de resfriado. Elas ajudam a diminuir o risco de transmissão para outras pessoas. “Faça repouso, faça o isolamento, porque isso também vai ajudar não só na sua própria recuperação, como também diminuir a exposição do restante da população”, aconselha Marcelo Gomes.

    Estados

    Na análise por unidades federativas, 22 registram crescimento de casos de SRAG na tendência de longo prazo:

    . Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

    Em relação aos casos de SRAG por covid-19, o indicativo é de queda nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Nas demais regiões, a tendência é de estabilidade em patamares relativamente baixos.

    Capitais

    Na análise por capitais, 19 apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG:

    . Aracaju, Boa Vista, Plano Piloto e arredores de Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, São Luís, São Paulo e Vitória.

    Edição: Juliana Andrade

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  • Boletim InfoGripe diz que VSR supera covid-19 em mortes de crianças

    Boletim InfoGripe diz que VSR supera covid-19 em mortes de crianças

    A crescente circulação do vírus sincicial respiratório (VSR) gerou aumento expressivo da incidência e mortalidade de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de até dois anos de idade, ultrapassando as mortes associadas à covid-19 nessa faixa etária nas últimas oito semanas epidemiológicas.

    O VSR responde por 57,8% do total de casos recentes de SRAG com identificação de vírus respiratório. Outros vírus respiratórios que merecem destaque nas crianças pequenas são o rinovírus e o Sars-Cov-2.

    Os dados foram divulgados no Boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, nessa quinta-feira (25).

    Entre a totalidade de óbitos, o crescimento da influenza A faz com que o percentual associado a esse vírus comece a se aproximar do observado para a covid-19 nas últimas quatro semanas. Apesar disso, a covid-19 ainda tem amplo predomínio na mortalidade de idosos, que também é a faixa etária que mais se destaca em relação a mortes por SRAG.

    Prevalência

    Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (23%), influenza B (0,4%), vírus sincicial respiratório (57,8%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (10,7%).

    Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de influenza A (32%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (10,8%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (53,9%).

    Pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes destaca a importância da vacinação, que está com campanha para influenza A, o vírus da gripe, e do uso de máscaras adequadas (N95, KN95, PFF2) a qualquer pessoa que for a uma unidade de saúde e a quem estiver com sintomas de infecção respiratória.

    “A atualização do Infogripe continua apontando para o aumento no número de novas internações por infecções respiratórias em praticamente todo o país. E isso se dá, nesse momento, fundamentalmente por conta do vírus VSR, que interna especialmente crianças pequenas. E, além disso, o próprio vírus da gripe, o vírus influenza A, a gente vê aí também em clara ascensão em todo o país”, disse o pesquisador.

    Edição: Kleber Sampaio

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  • Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

    Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

    O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

    Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

    Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

    O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

    De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

    Edição: Carolina Pimentel

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  • Fiocruz defende a retomada do Programa Nacional de Saneamento Rural

    Fiocruz defende a retomada do Programa Nacional de Saneamento Rural

    Em nota nota técnica, elaborada pelo Grupo de Trabalho Águas & Saneamento, vinculado à Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde, a Fiocruz ressalta a importância de retomar as discussões e implementação do Programa Nacional de Saneamento Rural (PNSR) no país. O grupo reafirma seu compromisso em contribuir na institucionalização e fortalecimento do PNSR e das políticas públicas de saneamento em todo o país.

    O documento foi encaminhado em março de 2024 ao Ministério da Saúde. e tem por objetivo subsidiar os diálogos sobre o PNSR discutidos nas reuniões do Grupo da Terra – instituído pelo MS e que reúne técnicos das diversas Secretarias e Órgãos afins do MS, instituições do governo federal, pesquisadores e representantes dos movimentos sociais do campo e da floresta.

    Baseado nos princípios do PNSR, a nota reconhece o saneamento básico como um direito humano e um impulsionador da promoção da saúde, da erradicação da extrema pobreza e um catalisador para o desenvolvimento rural solidário e sustentável.

    O documento também destaca a importância do programa no que diz respeito às Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) e pontua as atuais epidemias de dengue ocorridas no país, que têm relação direta com o saneamento em âmbitos comunitários e domiciliares, além da infestação de animais peçonhentos, evidenciando a necessidade de manejo integrado em comunidades e domicílios.

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  • Estudo da Fiocruz acompanhará pacientes com covid longa em BH

    Estudo da Fiocruz acompanhará pacientes com covid longa em BH

    O Instituto René Rachou, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) situada em Belo Horizonte, deu início nesta terça-feira (2) a um estudo sobre a covid longa, que se configura quando os sintomas da covid-19 persistem após a fase aguda da infecção. Em alguns pacientes, os efeitos da doença são sentidos por diversos meses e até por mais de um ano.

    De acordo com os pesquisadores, existem situações nas quais as sequelas afetam a qualidade de vida e não se resolvem espontaneamente, demandando tratamento. São mencionados casos envolvendo perda de cabelo, cansaço, fraqueza, perda de memória, dificuldade de concentração, trombose, diabetes, alteração da pressão arterial, dentre outras manifestações.

    O estudo, conduzido em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte e com o Ministério da Saúde, foi batizado de Monitoramento Fiocruz Vita. O objetivo é caracterizar o perfil imunológico e hematológico dos pacientes com covid longa, verificando mudanças no sistema imune, no sangue e em diferentes órgãos e tecidos. Os pesquisadores pretendem avaliar as possíveis relações entre a doença e as alterações detectadas.

    Moradores de Belo Horizonte maiores de 18 anos, que tenham covid longa, podem se voluntariar para participar do estudo respondendo a um formulário on-line, o que leva aproximadamente cinco minutos. Crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos também poderão fazer parte da pesquisa. Nesse caso, o cadastro deve ser realizado pelo responsável legal.

    Após o preenchimento do formulário, é preciso aguardar o contato da equipe da Fiocruz, que informará sobre as próximas etapas. Os participantes do estudo serão atendidos por uma equipe clínica que vai avaliar a condição de saúde. Caso se confirme o diagnóstico de covid longa e se constate a necessidade de tratamento, o paciente será direcionado para o acompanhamento de uma equipe multiprofissional no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

    Os pesquisadores irão monitorar esse processo e, ao longo de 18 meses, realizarão cinco encontros presenciais com os participantes. Eles avaliam que há avanços no entendimento da covid longa, mas que estudos como esse são importantes para ampliar e aprofundar o conhecimento.

    Edição: Juliana Andrade

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