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  • Mato Grosso amplia oferta de cirurgias eletivas e reduz fila de espera

    Mato Grosso amplia oferta de cirurgias eletivas e reduz fila de espera

    A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso deu um importante passo para ampliar o acesso da população a procedimentos cirúrgicos eletivos. Através do programa Fila Zero na Cirurgia, foram incluídos 62 novos procedimentos, entre eles a cirurgia bariátrica e a reparação de queimaduras. A atualização foi publicada no Diário Oficial nesta quinta-feira (10).

    Com essa expansão, o programa passa a oferecer um total de 465 tipos de cirurgias, além de ajustar os valores de outros 64 procedimentos já existentes. A biópsia de punção, exame fundamental para o diagnóstico de câncer, foi um dos que tiveram reajuste.

    Desde o início do programa, foram investidos R$ 58 milhões, permitindo a realização de 73 mil procedimentos, incluindo 20 mil cirurgias e 53 mil atendimentos ambulatoriais. A adesão de 80 municípios e consórcios, com um total de 154 propostas, demonstra o sucesso da iniciativa.

    “O programa Fila Zero na Cirurgia tem sido um sucesso em reduzir a espera por cirurgias eletivas em Mato Grosso”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Juliano Melo. “Essas atualizações demonstram nosso compromisso em oferecer um serviço de saúde cada vez mais eficiente e acessível à população.”

    Parcerias e investimentos

    O programa conta com o apoio de emendas parlamentares, que destinaram R$ 72 milhões para a realização dos procedimentos. A secretária adjunta de Vigilância e Atenção à Saúde, Alessandra Moraes, destaca a importância das parcerias com unidades de saúde municipais, estaduais e privadas para alcançar o objetivo de zerar a fila de espera por cirurgias de média e alta complexidade em Mato Grosso.

    Como funciona o programa

    O Fila Zero na Cirurgia funciona através de parcerias entre o Estado e as unidades de saúde. O Estado repassa os recursos para a realização dos procedimentos, e os parceiros se beneficiam do incentivo para aprimorar outros serviços.

  • Fila para transplantes de córnea no país quase triplica em uma década

    Fila para transplantes de córnea no país quase triplica em uma década

    O número de pacientes na fila de espera por um transplante de córnea no Brasil quase triplicou nos últimos dez anos, passando de 10.734 em 2014 para 28.937 em junho de 2024. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram o ranking de espera, com cerca de 12,5 mil pacientes. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (2) pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

    Em nota, a entidade avalia que a pandemia da covid-19 impactou significativamente os procedimentos eletivos. O aumento mais expressivo na fila de espera por um transplante de córnea foi registrado exatamente em 2020, quando o total saltou de 12.212, em 2019, para 16.337, um crescimento de 33%.

    Nos anos seguintes, a lista de espera por um transplante de córnea continuou a aumentar: 20.134 em 2021; 23.946 em 2022; e 26.905 em 2023. Os dados se referem ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às redes privada e suplementar.

    Além da interrupção de cirurgias eletivas na pandemia, o CBO cita insuficiência de doadores e melhorias na gestão de transplantes.

    Número de pacientes

    De 2014 a junho de 2024, um total de 146.534 pacientes realizaram transplante de córnea. Atualmente, a Região Sudeste responde pelo maior número de pacientes em lista de espera ao longo dos anos. São Paulo lidera o ranking – no estado, a fila teve um aumento considerável, sobretudo entre 2019 (2.835) e 2023 (4.587).

    No Rio de Janeiro, houve um crescimento acentuado da fila entre 2021 (2.898) e 2023 (4.274) – quase 50% em apenas dois anos. Rio Grande do Sul e Pernambuco também mostraram avanço rápido no número de pacientes em espera. O primeiro passou de 52 em 2014 para 1.299 em 2023, enquanto o segundo passou de 86 para 1.272 no mesmo período.

    No Ceará e no Amazonas, a lista de espera por um transplante de córnea apresentou queda acentuada de 67% e 77%, respectivamente, durante o período. Amapá e Roraima não apresentaram dados durante o período analisado.

    Tempo de espera

    Em relação ao tempo de espera para realização dos transplantes, a média nacional é de 194 dias, pouco mais de 6 meses. Dos 26 estados e o Distrito Federal, encabeçam o ranking com maior tempo de espera o Maranhão (595 dias) e Pará (594 dias), ambos com algo em torno de 19 meses. No extremo oposto aparecem Ceará, com 63 dias de espera, Paraná, com 119, e Pernambuco, com 121 dias.

    Para o CBO, o modelo vigente tem levado a distorções na assistência, como a existência de filas onde pacientes levam anos para serem atendidos. “Há casos pontuais de pacientes que aguardaram 190 meses, ou seja, 16 anos para realizar uma cirurgia de transplante de córnea, como aconteceu no Rio Janeiro. Também há situações que chamam a atenção como no Ceará (159 meses), no Pará (152 meses), em Minas Gerais (129 meses) e em Goiás (94 meses)”.

    Capacidade

    O conselho estima que, para zerar a atual fila de espera por transplantes de córnea, seria necessário praticamente dobrar a capacidade anual de transplantes. “No ano passado, o país registrou 16.027 procedimentos, um aumento significativo em relação aos anos anteriores, mas ainda insuficiente para atender à crescente demanda”, informou o CBO.

    Este ano, até junho, foram contabilizados 8.218 transplantes de córneas, sendo que quase 3 mil deles em São Paulo.

    O Brasil conta, atualmente, com 651 equipes treinadas para realizar transplantes de córnea, distribuídas em 429 serviços habilitados. Alguns, segundo o conselho, destacam-se pelo maior número de especialistas preparados, como o Hospital de Olhos Capixaba, no Espírito Santo, e o Centro Oftalmológico de Minas Gerais, que têm 14 equipes cada um.

    “Todos os estados brasileiros contam com times preparados para execução desse procedimento, porém, a maioria dos especialistas está no Sudeste e no Sul”, destacou a entidade. São Paulo registra 210 equipes transplantadoras de córnea, seguido por Minas Gerais (72), Rio de Janeiro (65) e Espírito Santo (31). Fora desse eixo, surgem como destaques Paraná (30), Rio Grande do Sul (28) e Santa Catarina (24).

    Demanda

    “Apesar da capacidade operacional instalada e dos números crescentes no volume de transplantes, não tem sido possível absorver com rapidez a demanda crescente”, alerta a entidade, ao citar que os números mostram um aumento significativo na fila de espera em comparação aos transplantes efetivamente realizados.

    Outra demanda classificada pelo CBO como fundamental é assegurar uma distribuição equitativa dos recursos, sobretudo em regiões onde a infraestrutura de saúde ocular é menos desenvolvida. “A situação atual requer ações coordenadas entre o governo e as organizações de saúde para expandir e otimizar os serviços de transplante de córnea no Brasil”, defende o CBO.

    Conscientização

    Outra estratégia citada pela entidade no intuito de reduzir a fila de espera por transplantes de córnea consiste em aumentar a conscientização sobre a importância da doação de órgãos e também sobre os investimentos em infraestrutura dos chamados bancos de olhos em todo o país.

    Para isso, a entidade defende a continuidade de campanhas educativas sobre o tema e melhorias no sistema de captação e de distribuição de córneas como medidas necessárias para reverter uma tendência preocupante.

    Os números e toda a temática envolvendo transplantes de medula serão discutidos durante a 68ª edição do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, organizado pelo CBO e que acontece entre os dias 4 e 7 de setembro em Brasília.

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