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  • Alta nos custos de fertilizantes pressiona produção agrícola e contribui para inflação de alimentos

    Alta nos custos de fertilizantes pressiona produção agrícola e contribui para inflação de alimentos

    O Brasil tem enfrentado, nos últimos anos, uma escalada nos desafios relacionados à inflação, com impactos cada vez mais evidentes no preço dos alimentos. O cenário é moldado por uma combinação de fatores econômicos, climáticos e geopolíticos, agravados pela volatilidade do dólar e pela alta dos fertilizantes, insumos essenciais para a produção agrícola.

    De acordo com o Relatório Focus, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para 2025 é de 5,65%, enquanto a taxa Selic permanece em 14,25%. Esses índices impactam diretamente os custos de insumos, como os fertilizantes, que estão vinculados às variações cambiais e à dinâmica global de oferta e demanda. O dólar, cotado a R$ 5,88, eleva os custos dos insumos importados e pressiona os preços dos alimentos.

    A análise do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), destaca que a aquisição de fertilizantes para a safra 2025/26 em Mato Grosso segue em ritmo lento, refletindo o aumento dos custos de produção e a instabilidade nas condições econômicas. Apenas 38,4% dos produtores haviam comprado fertilizantes até fevereiro deste ano, índice significativamente inferior à média registrada nas últimas cinco safras.

    O custo da soja para a safra 2025/26, conforme o IMEA, aumentou 4,5%, atingindo R$ 7,43 mil por hectare. Os fertilizantes tiveram um incremento de 7,6%, representando R$ 1,86 mil por hectare. A relação de troca também se tornou menos favorável, exigindo mais sacas de soja para adquirir insumos como MAP e KCl. Houve queda no volume total importado de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássicos, cenário que reflete disponibilidade reduzida nos países de origem, como Rússia, Egito e China, e tem implicações diretas nos custos internos. Por exemplo, o MAP sofreu uma alta de 20%, alcançando em março, R$ 4.750 por tonelada no Mato Grosso.

    O custo dos insumos, especialmente os fertilizantes, tem pressionado o planejamento financeiro no campo. No estado de Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, o uso de fósforo, potássio e micronutrientes é vital para garantir a produtividade, mas seus preços têm dificultado a aquisição.

    A relação de troca entre grãos e insumos é considerada desfavorável por 56% dos produtores, o que significa que é necessário entregar mais sacas de soja para adquirir a mesma quantidade de fertilizante, prejudicando a margem do produtor. Fatores como alta do dólar, juros elevados, volatilidade internacional e incerteza quanto à rentabilidade da próxima safra agravam esse cenário.

    Como reflexo direto, muitos agricultores planejam reduzir o uso de adubação. No caso do MAP, por exemplo, 10,6% dos produtores indicam que irão diminuir as doses aplicadas, enquanto 47,3% afirmam que não utilizarão o insumo na próxima safra. Tendências semelhantes foram identificadas com o Super Simples, Super Triplo e o potássio (KCl). Essa redução pode comprometer o desempenho nutricional das lavouras e, consequentemente, impactar negativamente a produtividade.

    “O produtor está sendo forçado a fazer escolhas difíceis. Com custos altos e crédito escasso, a tendência é cortar onde dá e o fertilizante é um dos primeiros alvos. Mas isso tem um efeito em cadeia: menor investimento na lavoura, menor produtividade e, por fim, alimentos mais caros chegando à mesa da população”, avalia o Presidente da Aprosoja MT, Lucas Costa Beber.

    A projeção preocupa também pelo potencial impacto inflacionário. A queda na produtividade agrícola pode reduzir a oferta interna de alimentos e pressionar os preços no varejo, especialmente em um momento em que a inflação dos alimentos já é sentida pelas famílias brasileiras.

    Outro ponto de atenção é o atraso nas compras no segundo semestre, período tradicionalmente mais crítico para a distribuição de fertilizantes. Além disso, o levantamento do IMEA revela que 43,5% dos produtores ainda não definiram como irão financiar suas compras de fertilizantes, evidenciando o grau de insegurança que paira sobre o setor.

    Os dados evidenciam como os desafios econômicos, aliados ao aumento dos custos dos fertilizantes, impactam diretamente a produção agrícola e contribuem para a inflação dos alimentos no Brasil. “Cabe ao governo federal fazer sua parte, ajustando os próprios custos e promovendo equilíbrio fiscal, para que o peso da instabilidade econômica não continue recaindo sobre quem produz e sobre quem consome” finaliza o presidente da Aprosoja-MT.

  • Fertilizantes: vulnerabilidade brasileira e algumas ações para revertê-la

    Fertilizantes: vulnerabilidade brasileira e algumas ações para revertê-la

    Diversos fatores influenciam a produtividade das culturas, podendo ser classificados como bióticos, relacionados aos seres vivos ligados ao processo produtivo, além de fatores abióticos, dentre os quais destacam-se o clima, a física e a fertilidade do solo. Dentre esses últimos, a fertilidade do solo é o mais facilmente manejável, sendo inegável a relevância do uso de fertilizantes, corretivos e condicionadores de solo para proporcionar um melhor ambiente produtivo.

    No entanto, o Brasil importa aproximadamente 85% dos cerca de 41 milhões de toneladas de fertilizantes que consome anualmente. Entre os macronutrientes essenciais, importamos 90% dos nitrogenados (Rússia, China e Oriente Médio), 75% do fosfatados (China, Marrocos e Rússia) e 90% dos potássicos (Belarus, Canadá e Rússia). Registre-se que, afortunadamente, nossa principal commoditie agrícola, a soja, não depende de fertilizante nitrogenado, resultado obtido por intensas pesquisas na fixação biológica de nitrogênio (FBN).

    Essa dependência externa, uma questão de segurança e soberania nacional, é extremamente desconfortável para um player de nossa importância na agricultura mundial, principalmente porque uma parte expressiva desses fertilizantes provém de regiões politicamente instáveis, o que facilita a ação de especuladores e tem ocasionado elevações bruscas em seus preços.

    Entre os fertilizantes consumidos em maiores quantidades, o fósforo (P) e o potássio (K) dependem exclusivamente de reservas minerais, mas o nitrogênio (N) pode ser obtido a partir do gás natural ou de processo que fixa o N atmosférico, este último com grande consumo de energia elétrica.

    Importante destacar que essa situação incômoda não ocorre em relação ao calcário (corretivo de acidez) e do gesso agrícola (condicionador do solo), nos quais somos autossuficientes.

    As ações para reverter parcialmente essa dependência externa na obtenção dos fertilizantes, visando reduzi-la para 50% até 2050, incluem a prospecção de jazidas, o estímulo ao aumento da produção interna e o equacionamento de questões ambientais e logísticas, detalhadas no Plano Nacional de Fertilizantes, elaborado por um Grupo de Trabalho Interministerial, que foi recentemente revisto em suas metas. Ainda próximo dessa linha de ação, podemos citar o uso, como fertilizantes, de resíduos minerais ou orgânicos oriundos de cadeias industriais ou agroindustriais, o que proporciona adicionalmente uma oportunidade tangível de reduzir a geração de gases de efeito estufa e de reciclar nutrientes que, de outra forma, seriam destinados a aterros sanitários.

    Uma outra abordagem para equacionar esse problema é através da redução das quantidades requeridas de fertilizantes, decorrente do aumento da eficiência de uso desse insumo, sem comprometimento das produtividades. Constata-se que depois do advento dos fertilizantes minerais, a forma de fertilizar as culturas ficou praticamente inalterada durante décadas: fontes solúveis de N, P e K ainda são aplicadas ao solo, frequentemente com reduzida taxa de aproveitamento pelas culturas. Para exemplificar, estima-se que apenas 50% dos nutrientes aplicados sejam efetivamente utilizados pelas plantas, havendo perdas por fixação ao solo (P), lixiviação (N e K) e volatilização (N).

    Eficiência de uso dos fertilizantes

    O aumento da eficiência de uso dos fertilizantes requer diferentes estratégias, sendo que a mais utilizada é sincronizar a liberação dos nutrientes com o desenvolvimento das culturas, de forma a deixá-los disponíveis à medida que avança o ciclo das plantas, que atinge demanda máxima na fase de enchimento de grãos. O exemplo mais notório envolve o nitrogênio, em que são utilizadas técnicas de encapsulamento físico dos grânulos dos fertilizantes e/ou uso de substâncias retardantes químicos ou bioquímicos, o que é amplamente utilizado com a ureia, fonte de N mais comum no mercado.

    A fonte natural de P mais utilizada é a rocha fosfática (fosfato de cálcio), que deve ser submetida a tratamento ácido para aumentar sua solubilidade no solo. No entanto, formas muito solúveis, como o MAP (monoamônio fosfato), quando aplicadas em solos argilosos tropicais, estão sujeitas a fixação do P nos óxidos, ficando rapidamente indisponíveis para as plantas. Decorre desse processo que, embora nossos solos agrícolas já apresentem elevados níveis de fósforo devido ao longo histórico de fertilizações, parte expressiva desse elemento não permanece acessível às plantas. Para resolver esse problema, recentemente foram desenvolvidos produtos biológicos que conseguem disponibilizar parte desse fósforo, diminuindo a necessidade de adicionar fertilizantes.

    As abordagens acima citadas foram obtidas após anos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) pela Embrapa, universidades e outras instituições públicas de pesquisa e da iniciativa privada e não prescindem de soluções que envolvam o uso de plantas mais eficientes, bioestimulantes e aprimoramentos nos sistemas de produção. Apenas para exemplificar, o uso de plantas de cobertura pode reduzir alguns desses processos de perda de nutrientes ao proporcionar uma ciclagem entres as camadas mais profundas e a superfície do solo, sinalizando que estratégias combinadas podem ser mais eficientes para o aumento da eficiência das fertilizações.

    Dessa forma, entende-se que para manter o histórico de sucesso de nossa agricultura, com aumentos consistentes de produtividade, são necessários avanços constantes nas tecnologias de fertilidade do solo e manejo de plantas, proporcionando maior eficiência, menores custos e menores impactos ambientais.

  • Mais de 1,9 mil litros de fertilizantes irregulares são apreendidos em Mato Grosso

    Mais de 1,9 mil litros de fertilizantes irregulares são apreendidos em Mato Grosso

    • Estabelecimento em Matupá é multado em R$ 250 mil após fiscalização do Indea-MT identificar irregularidade

    A Polícia Civil de Mato Grosso apreendeu 99 galões de fertilizantes sem registro em um comércio localizado no município de Matupá. O total das embalagens somou 1.980 litros do produto.

    A ação foi conduzida pela Delegacia de Matupá e ocorreu na manhã de terça-feira (11), contando com o suporte de fiscais do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT).

    Conforme a Polícia Civil, a investigação teve início após denúncias de que uma mercearia na cidade estaria armazenando e vendendo fertilizantes de maneira ilegal.

    Durante a fiscalização, o proprietário confirmou a posse de 99 galões, cada um com capacidade de 20 litros. Segundo ele, os produtos foram enviados por um conhecido residente no Mato Grosso do Sul.

  • Estudo da CNA aponta impacto do ICMS nos fertilizantes e cobra revisão da medida

    Estudo da CNA aponta impacto do ICMS nos fertilizantes e cobra revisão da medida

    A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou um estudo na quarta-feira (19) sobre os impactos do Convênio ICMS nº 26/2021 nos preços dos fertilizantes em todo o país. O levantamento, elaborado pela E2+ Consultoria a pedido da entidade, revela que a mudança na tributação estadual elevou os custos dos produtores rurais em R$ 11,74 bilhões desde o início da vigência da medida.

    O convênio, que revogou a manutenção de créditos referentes ao imposto, estabeleceu alíquotas graduais até 2025, promovendo um aumento significativo nos custos de insumos agrícolas. De acordo com o economista Fábio Moraes, responsável pelo estudo, os estados mais impactados foram Mato Grosso, com um custo adicional de R$ 2,61 bilhões para os produtores, seguido pelo Paraná (R$ 1,32 bilhão) e Rio Grande do Sul (R$ 1,23 bilhão).

    Apesar do encarecimento da produção, Moraes destaca que a medida não gerou aumento na produção nacional de fertilizantes, um dos objetivos alegados para sua implementação. O coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, reforça que, além de prejudicar os produtores, a medida também afeta as contas públicas estaduais. A partir de 2025, a alíquota de 4% sobre fertilizantes exigirá que os créditos de ICMS relativos aos fretes desses produtos sejam concedidos integralmente, sem possibilidade de estorno proporcional, o que pode comprometer a arrecadação dos estados.

    A CNA defende que, após o prazo de vigência do convênio, em 31 de dezembro de 2025, o dispositivo seja revogado pelos estados e pelo Distrito Federal, garantindo maior segurança jurídica ao setor. O estudo será apresentado às Federações Estaduais de Agricultura e Pecuária para reforçar a necessidade de ajustes na tributação dos insumos agrícolas.

    A reunião contou com a participação de representantes da CNA, da E2+ Consultoria e das Secretarias de Fazenda dos estados e do Distrito Federal que compõem o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

  • Programa da Aprosoja MT proporciona maior segurança ao produtor para aplicação de fertilizantes

    Programa da Aprosoja MT proporciona maior segurança ao produtor para aplicação de fertilizantes

    Em cada safra, o uso de fertilizantes é fundamental para a boa produtividade das lavouras. Para garantir que os insumos que chegam até a propriedade sejam os mesmos que foram adquiridos, os associados da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) podem solicitar a coleta e análise laboratorial por meio do programa Fertilizante Certo. A iniciativa não só oferece segurança ao produtor quanto a composição dos produtos, mas reduz o prejuízo com fraudes e adulterações, garantindo a aplicação correta e eficiente.

    Conforme o vice-presidente oeste e vice-coordenador da comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja MT, Gilson Antunes de Melo, esse trabalho de conferência de qualidade ajuda o produtor a não ter perda econômica e nem falta de desempenho na cultura. “Estamos vendo na mídia, todo dia, casos de falsificação de fertilizantes, que são produtos de alto valor agregado. Com a análise feita pela entidade, sabemos que estamos usando material de qualidade e que não estamos caindo em golpes”, afirma.

    A produtora rural de Confresa, Natalia Dierings, conta que prioriza a solicitação da coleta em toda safra para verificar a integridade do insumo. “Esse ano a gente viu que é de suma importância, porque aqui no município teve cargas adulteradas. A gente solicita logo após a chegada do fertilizante e ela nos dá segurança, porque a gente sabe o que está colocando na terra”, explica Natalia.

    Guiverson Bueno, associado do núcleo de Ipiranga do Norte, destaca a rapidez e eficiência da coleta e análise das amostras. “Assim que recebemos o fertilizante, a melhor coisa é solicitar para a Aprosoja MT vir fazer essa coleta. Quanto antes temos o resultado da análise, mais rápido pode tomar as medidas necessárias, seja para corrigir algo ou, se tudo estiver certo, garantir uma aplicação 100% correta na lavoura”, justifica.

    O produtor tem optado pela análise de semente da soja e fertilizante para o milho, mas quer começar a solicitar a coleta de ambos em todas as safras. Ele acrescenta que o processo assegura um respaldo jurídico e a seriedade da entidade com resultados confiáveis.

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    Respaldado pela análise, o delegado do núcleo Araguaia-Xingu e produtor de Porto Alegre do Norte, Guilherme Cruvinel, pôde realizar a troca dos produtos adquiridos ao verificar irregularidade na composição por meio da análise.

    “Já tivemos uma situação em que o produto estava abaixo dos níveis mínimos de nutrientes, então solicitamos a empresa e eles fizeram a substituição do fertilizante. Com esse suporte, tendo o laudo e o relatório, nós conseguimos rever a situação e substituir quando possível, até para fazer a troca dentro do tempo hábil para não atrapalhar o início do uso do produto”, esclarece.

    Coleta

    Cada fertilizante, dependendo de sua composição, possui quantidade mínima de cada micro e macronutriente. Dessa forma, é necessário que o produtor esteja atento quanto as especificações do produto e caso desconfie de adulteração ou queira conferir se o produto está de acordo com a garantia fornecida, possa solicitar a coleta por um supervisor da associação.

    Para solicitar uma coleta de fertilizante, o produtor deve entrar em contato com o Canal do Produtor pelo número (65) 3027-8100 e solicitar a abertura de uma Ordem de Serviço (O.S.) que será direcionada ao supervisor responsável pela região, que realiza a coleta do fertilizante conforme os padrões oficiais estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e encaminha para análise laboratorial.

  • Importações de fertilizantes batem recorde em 2024, com crescimento de 8,3%

    Importações de fertilizantes batem recorde em 2024, com crescimento de 8,3%

    As importações brasileiras de fertilizantes atingiram o maior volume dos últimos cinco anos em 2024, totalizando 44,3 milhões de toneladas desembarcadas nos portos do país. O número representa um aumento de 8,3% em relação às 40,9 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na edição de janeiro do Boletim Logístico.

    O porto de Paranaguá, um dos principais pontos de entrada de fertilizantes no Brasil, recebeu 11 milhões de toneladas em 2024, ante 10,3 milhões no ano anterior. Já os portos do Arco Norte, que vêm ganhando importância logística, registraram um salto significativo, com 7,52 milhões de toneladas desembarcadas, contra 5,97 milhões em 2023. O porto de Santos, outro grande hub de importação, também apresentou crescimento, com 8,88 milhões de toneladas em 2024, comparadas a 8,56 milhões no período anterior.

    Crescimento das exportações de soja pelo Arco Norte

    Além dos dados sobre fertilizantes, o Boletim Logístico da Conab destacou o desempenho das exportações de soja, principal produto cultivado no Brasil. Em dezembro de 2024, os portos do Arco Norte foram responsáveis por 34,8% das exportações nacionais de soja, superando os 33,8% registrados no mesmo mês de 2023. Esse aumento reforça a tendência de diversificação das rotas logísticas do país, com o Arco Norte consolidando-se como uma alternativa estratégica para o escoamento da produção agrícola.

    Contexto e impactos

    O recorde nas importações de fertilizantes reflete a crescente demanda do agronegócio brasileiro, que busca garantir insumos para sustentar a produção de grãos, especialmente em um cenário de expectativas de safras recordes. O aumento das importações também está alinhado com a necessidade de reposição de estoques, após um período de volatilidade nos preços e na oferta global de fertilizantes, impactada por fatores como a guerra na Ucrânia e as restrições comerciais.

    Por outro lado, o crescimento das exportações de soja pelo Arco Norte evidencia a importância de investimentos em infraestrutura logística para reduzir custos e aumentar a competitividade do setor agrícola brasileiro no mercado internacional. A região, que inclui portos como Itaqui (MA), Santarém (PA) e Barcarena (PA), tem atraído volumes cada vez maiores de cargas, aliviando a pressão sobre os portos tradicionais do Sul e Sudeste.

    Perspectivas para 2025

    Com o agronegócio brasileiro em plena expansão, a tendência é que a demanda por fertilizantes continue elevada em 2025, especialmente com a proximidade do plantio da safra de verão. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de monitorar os preços internacionais e os custos logísticos, que podem impactar diretamente os custos de produção dos agricultores.

    Já as exportações de soja pelo Arco Norte devem continuar crescendo, impulsionadas por investimentos em infraestrutura e pela busca por maior eficiência no escoamento da produção. O fortalecimento dessa rota logística é visto como um passo estratégico para o Brasil consolidar sua posição como um dos maiores players globais do agronegócio.

    Os dados divulgados pela Conab reforçam a importância do setor agrícola para a economia brasileira e destacam os desafios logísticos e de suprimentos que precisam ser superados para manter a competitividade do país no mercado internacional.

  • Brasil e Argentina avançam na cooperação para fertilizantes e insumos agrícolas em seminário bilateral

    Brasil e Argentina avançam na cooperação para fertilizantes e insumos agrícolas em seminário bilateral

    Na última quinta-feira (12), a Embaixada do Brasil em Buenos Aires e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizaram um seminário sobre o potencial da cooperação Brasil-Argentina na produção e comércio de fertilizantes e insumos. O evento, promovido com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), reforçou a complementaridade entre os dois países no setor e buscou promover sinergias regionais para fortalecer o agronegócio.

    Representando o Mapa, o secretário-executivo adjunto, Cleber Soares, conduziu o primeiro painel do evento, intitulado “Políticas Públicas e Ações de Cooperação na América do Sul para a Produção de Fertilizantes”. Durante sua participação, Cleber destacou os avanços alcançados pelo Plano Nacional de Fertilizantes do Brasil, o papel estratégico da Argentina na produção de potássio e a relevância da política brasileira de bioinsumos, com ênfase na implementação do Programa Nacional de Bioinsumos.

    Ele ressaltou como a expertise do Brasil no desenvolvimento e aplicação de bioinsumos pode impactar positivamente os países do Mercosul e da região, promovendo a expansão dessa tecnologia sustentável. “O Brasil tem muito a contribuir na cooperação técnica e na troca de experiências, apoiando os países vizinhos na implantação de políticas que otimizem o uso de bioinsumos e beneficiem a agricultura regional”, afirmou Cleber.

    A adida agrícola do Brasil na Argentina, Andrea Parrilla, também participou do seminário, reforçando o papel das adidâncias agrícolas no fortalecimento das relações bilaterais. Sua contribuição destacou as oportunidades para ambos os países e as estratégias conjuntas para ampliar o comércio e o acesso a insumos agrícolas com preços competitivos.

    O seminário contou ainda com a presença do embaixador do Brasil na Argentina, Julio Glinternick Bitelli, do secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Sergio Iraeta, e do diretor-geral do IICA, Manuel Otero, além de representantes do setor público e privado de ambos os países.

    Um dos destaques do evento foi a assinatura de um Memorando de Entendimento entre o Mapa e o governo da província de Mendoza. O acordo busca fomentar a cooperação em áreas estratégicas do agronegócio, promovendo a troca de tecnologias e otimizando o comércio entre os dois países.

    “Agradecemos a todos que contribuíram para esse marco no fortalecimento das relações Brasil-Argentina. O seminário reforça a importância da integração regional para promover a competitividade do setor agrícola e a segurança alimentar na América do Sul”, concluiu Cleber Soares.

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  • Parceria entre Brasil e Estados Unidos fortalece inovação em fertilizantes

    Parceria entre Brasil e Estados Unidos fortalece inovação em fertilizantes

    A cooperação bilateral para o desenvolvimento de tecnologias que aumentem a eficiência de fertilizantes e contribuam com práticas agrícolas sustentáveis é o principal objetivo do Memorando de Entendimento assinado entre o Ministério da Agricultura (Mapa),  Embrapa e o IFDC (International Fertilizer Development Center), na cidade de Muscle Shoals, Alabama, EUA.

    O encontro entre as instituições ocorreu nos dias 29 e 30 de outubro, com a participação do coordenador do Labex América do Norte, Alexandre Varella, que representou a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, na assinatura da parceria, considerada estratégica na pesquisa envolvendo insumos de nutrição vegetal, assim como investimentos na industrialização no Brasil e em países de regiões tropicais.

    Da parceria, também colaboram universidades brasileiras, como a Universidade de São Paulo e Universidade Federal de Viçosa, além da Petrobrás. Uma das ações iniciais da cooperação será a fundação e a implantação do Centro de Excelência em Fertilizantes e Insumos para Nutrição de Plantas (CEFENP) no Brasil, onde o IFDC é um benchmarking internacional.

    Segundo Varella, a Embrapa e o IFDC têm uma longa história de parceria em ciência. “Recentemente, houve uma colaboração na iniciativa Fertilize 4 Life, em conjunto com outras instituições norte-americanas, com o objetivo de desenvolver tecnologias para otimizar o uso de fertilizantes, melhorando a saúde do solo e usando os nutrientes de forma mais eficiente em sistemas agrícolas nos EUA e no Brasil”, explicou ele.  A Fertilize 4 Life (F4L), articulada pelo Labex América do Norte, foi lançada em 2023, durante a programação de aniversário de 50 anos da Embrapa, em resposta à crise global de fertilizantes, de clima e de segurança alimentar.

    Além da Embrapa, participaram da delegação brasileira o secretário-executivo adjunto do Mapa, Cleber Soares; o secretário de Política Agrícola do ministério, Guilherme Campos; o assessor da secretaria-executiva, José Carlos Polidoro; e a adida agrícola do Brasil nos Estados Unidos, Ana Lúcia Viana.

    “A parceria com o IFDC é um passo essencial para fortalecer a inovação em fertilizantes e impulsionar a agricultura brasileira de forma sustentável”, afirmou Cleber Soares. “Esse avanço reforça nosso compromisso com a segurança alimentar e a redução da dependência externa, colocando o Brasil na vanguarda das práticas agrícolas modernas e sustentáveis”.

    Durante a missão, a comitiva brasileira participou de visitas a laboratórios e às instalações de inovação do IFDC, onde foram discutidas novas abordagens para ampliar a eficiência dos fertilizantes e examinadas as capacidades da planta-piloto do instituto. A programação contou com palestras sobre segurança alimentar e colaboração internacional, com a participação de empresas indianas e do IFDC.

    O grupo ainda foi recebido pela Embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti que destacou a importância das ações de colaboração internacional no tema de fertilizantes e saúde do solo para tornar a agricultura do Brasil menos dependente de importações. A Embaixadora também solicitou às instituições presentes apoio com informações científicas e materiais de comunicação à diplomacia sobre os avanços tecnológicos baseado em ciência do País na sentindo de usar melhor os nutrientes do solo e promover a sustentabilidade da agricultura brasileira.

    Ao final da programação, no dia 30, foi realizado o painel intitulado “Colaboração Global para a Segurança Alimentar Sustentável: Um Caminho Integrado para a Preservação Ambiental”, realizado no auditório da Embaixada do Brasil em Washington, D.C.

    Moderado pela adida agrícola, Ana Lucia Viana, o evento reuniu representantes do Mapa, Embrapa, IFDC, USDA e Petrobras, que discutiram políticas para uma agricultura mais eficiente e sustentável, alinhadas com a preservação ambiental. O coordenador do Labex, Alexandre Varella,  apresentou exemplos de tecnologias e inovações produzidas pela Embrapa que poderiam auxiliar outros países, como na África e América Latina, no combate à insegurança alimentar, enfrentar os impactos das mudanças climáticas e promover uma agricultura sustentável.

    Centro de Excelência em Fertilizantes

    Como parte do acordo com a IFDC, Mapa e Embrapa vão colaborar com a implementação do Centro Brasileiro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas (CEFENP). Segundo o coordenador da iniciativa, José Carlos Polidoro, faz parte das ações do Plano Nacional de Fertilizantes e envolve, além da Embrapa, universidades, institutos de pesquisa e empresas privadas.

    “O Centro vai ser um arranjo, cujo objetivo é criar condições para que o Brasil tenha autonomia tecnológica  no setor”, explica, ressaltando que hoje o País importa 90% das tecnologias utilizadas na indústria e  e dos fertilizantes aplicados no campo. “O IFDC é um benchmarking internacional, ou seja, contribui com a busca pelos melhores desempenhos a partir da análise das melhores práticas do mercado,  por isso a parceria”, completa.

    Polidoro explica que o IFDC vai instalar um escritório no Brasil,  provavelmente na cidade do Rio de Janeiro, junto ao hub que será coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Relações Internacionais do Rio, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Embrapa. “O Memorando de Entendimento visa também criar um marketplace para negócios tecnológicos, com ações que aumentem a eficiência agronômica e a difusão de tecnologias nos países da América do Sul. incluindo Brasil e África”, disse.

    A previsão é a de que o Centro de Excelência seja criado no primeiro semestre de 2025 de forma digital e a sua implementação física até 2026. A expectativa é a de que sejam sete hubs, cada um com um tema. A Embrapa vai liderar um no Paraná, voltado a bioinsumos, e outro em Goiás de agrominerais liderado pela Embrapa Cerrados.

    Sobre o IFDC

    O IFDC é um instituto de pesquisa internacional de excelência na área de tecnologia de fertilizantes. Trata-se de uma organização independente sem fins lucrativos que combina pesquisa inovadora, desenvolvimento de sistemas de mercado e parcerias estratégicas para disseminar soluções agrícolas sustentáveis para melhorar a saúde do solo, a segurança alimentar e os meios de subsistência em todo o mundo. As relações da Embrapa com o IFDC são históricas, porém tornaram-se mais efetivas a partir da iniciativa “Fertlize 4 Life” iniciadas em 2024.

  • Petrobras anuncia retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados em MS

    Petrobras anuncia retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados em MS

    O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a retomada do projeto da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), localizada em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, com previsão de operação para 2028. Com investimento estimado em R$ 3,5 bilhões, o projeto visa contribuir para a produção nacional de fertilizantes, com expectativa de produção anual de 1,2 milhão de toneladas de uréia e 70 mil toneladas de amônia. Essa iniciativa reflete a nova estratégia da Petrobras, alinhada ao seu Plano Estratégico 2024-2028, que reavalia sua atuação no segmento de fertilizantes para ampliar o mercado de gás e contribuir com a segurança do abastecimento nacional.

    A UFN-III estava hibernada desde 2015, mas a reavaliação do projeto no ano passado mostrou metas econômicas mesmo em propostas desafiantes, resultando na decisão de inclusão no portfólio de projetos da Petrobras. De acordo com a presidente da estatal, Magda Chambriard, o setor de fertilizantes é estratégico para a empresa, que agora busca minimizar a dependência do país de fertilizantes importados, sobretudo no setor agrícola. A unidade estará localizada nos próximos principais consumidores de uréia e amônia do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, abrangendo os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo, o que garante uma vantagem logística e melhor resposta à demanda crescente.

    Os produtos fabricados pela UFN-III têm um papel importante na agricultura e pecuária brasileira, sendo a uréia utilizada nas culturas de milho, cana-de-açúcar, café, trigo, algodão, além de servir como complemento alimentar para ruminantes. A planta contará com tecnologia de ponta, o que deverá aumentar sua eficiência e contribuir para atender a demanda nacional de fertilizantes, estimada em cerca de 7 milhões de toneladas anuais em 2024, atualmente suprida por. Segundo o diretor de Processos Industriais, William França, a localização estratégica da UFN-III será essencial para fortalecer o mercado nacional de fertilizantes e proporcionar mais estabilidade no fornecimento desses insumos.

  • Produtores de Mato Grosso reduzem compra de fertilizantes

    Produtores de Mato Grosso reduzem compra de fertilizantes

    O setor agrícola de Mato Grosso, um dos principais produtores de grãos do país, está passando por um momento de ajuste em suas práticas de cultivo.

    Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam uma redução de 4,8% na importação de fertilizantes no estado em 2024, um número que chama a atenção do setor.

    A decisão dos produtores mato-grossenses de diminuir a aquisição de fertilizantes é resultado de uma combinação de fatores.

    Leia também: Vazio sanitário do algodoeiro começa em Mato Grosso com alerta para controle fitossanitário

    A Aprosoja MT destaca que a maior disponibilidade de fertilizantes produzidos no Brasil, aliada ao aumento do preço do dólar, tornou as importações menos atrativas para os produtores mato-grossenses. No entanto, essa redução nas compras pode impactar a produtividade das lavouras no longo prazo.

    É importante ressaltar que a agricultura é um setor fundamental para a economia de Mato Grosso. A redução na utilização de fertilizantes pode ter consequências para a produção de grãos e, consequentemente, para a renda dos produtores e para a balança comercial do estado.