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  • Detran-MT esclarece fake news sobre novas categorias de CNH

    Detran-MT esclarece fake news sobre novas categorias de CNH

    O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) alerta sobre um vídeo que circula nas redes sociais disseminando informações falsas sobre a criação de novas categorias da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), B1 e B2. Segundo o órgão, não houve qualquer alteração nas categorias de habilitação.

    De acordo com o Detran-MT, o vídeo menciona um suposto início da emissão de CNHs para as categorias B1, voltada a condutores de carros automáticos, e B2, para veículos automáticos e manuais, a partir de janeiro de 2025. Contudo, essa informação é baseada no Projeto de Lei nº 7746/2017, que ainda está em tramitação no Congresso Nacional e sendo analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

    “Mesmo que o projeto seja aprovado, haverá um prazo para que os Departamentos de Trânsito em todo o país se adaptem às novas regras”, explicou Gustavo Vasconcelos, presidente do Detran-MT. Atualmente, as categorias de habilitação permanecem inalteradas: A, B, C, D e E.

    O Detran-MT reforça que os cidadãos devem sempre buscar informações nos canais oficiais para evitar a disseminação de informações falsas. Para dúvidas, o órgão disponibiliza atendimento pelo site oficial (www.detran.mt.gov.br), pela central de atendimento Disque Detran pelo telefone (65) 3615-4800 e pelo WhatsApp (65) 9 9933-9318.

  • AGU notifica TikTok para que remova desinformação sobre direito trabalhista

    AGU notifica TikTok para que remova desinformação sobre direito trabalhista

    A Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), notificou a rede social TikTok, para que promova a retirada, no prazo máximo de 48 horas, de conteúdo desinformativo que coloca em dúvida a destinação da multa rescisória trabalhista de 40% paga pelos empregadores em caso de demissão de funcionários sem justa causa.

    Em um vídeo com mais de 40 mil “curtidas” e 30 mil compartilhamentos, um usuário afirma falsamente que, a partir de 18 de fevereiro de 2025, os valores em questão não mais seriam destinados à conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do empregado, mas sim ao Governo Federal.

    A AGU esclarece, na notificação, que se trata de patente desinformação, já que atualmente inexiste qualquer projeto de lei alterando a destinação da multa rescisória. “Busca o usuário descredibilizar a atuação do Governo Federal, fazendo crer que se estaria a modificar normas em prejuízo dos trabalhadores, além de contaminar o julgamento social sobre as políticas públicas relacionadas com a proteção do trabalhador, violando-se frontalmente o direito social à integridade informacional”, traz trecho da notificação.

    A Advocacia-Geral ainda ressalta que, no caso, há abuso do direito à liberdade de expressão, além de violação ao Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) e aos próprios Termos de Uso, Diretrizes da Comunidade e ao Guia sobre Desinformação do TikTok, os quais, nesse particular, afirmam que não é permitida a veiculação de conteúdo desinformativo que possa causar danos significativos a indivíduos ou à sociedade, independentemente da intenção.

    Responsabilização

    Ao final, a PNDD alerta o TikTok de que o descumprimento da notificação extrajudicial poderá implicar responsabilização da rede social, visto que o conteúdo veiculado deixará de se enquadrar como material gerado por terceiro, para se qualificar como produção endossada deliberadamente pela plataforma, dada sua ciência inequívoca quanto ao ilícito praticado pelo usuário.

    Segundo a procuradora nacional da União de Defesa da Democracia, Karina Nathércia Lopes, a proteção à integridade da informação é especialmente relevante na era digital. “A desinformação pode se espalhar rapidamente, causando prejuízo às políticas públicas federais, razão pela qual as plataformas digitais devem adotar práticas que promovam um ambiente informacional saudável e em respeito aos direitos humanos”, destacou.

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  • Moraes prorroga inquérito das fake news por mais 180 dias

    Moraes prorroga inquérito das fake news por mais 180 dias

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes prorrogou por mais 180 dias o inquérito das fake news, investigação aberta pela Corte em 2019 para apurar a divulgação de desinformação, ameaças e denunciações caluniosas contra os ministros do tribunal.

    De acordo com a assessoria de imprensa da Corte, a decisão proferida nesta segunda-feira (16) pelo ministro, que é relator do inquérito, a prorrogação é necessária para finalizar as investigações e identificar todos os envolvidos no chamado “gabinete do ódio”, grupo formado durante o governo de Jair Bolsonaro para atacar nas redes sociais pessoas que se manifestavam contra os atos do ex-presidente.

    “Com a finalidade de finalizar as investigações sobre a comprovação da existência, o financiamento e modus operandi do ‘gabinete do ódio’, bem como de todos os seus participantes, o Inquérito 4781 foi prorrogado pelo ministro Alexandre de Moraes por 180 dias, com a determinação de oitiva de mais 20 pessoas, a complementação da análise das informações obtidas mediante a quebra de sigilo fiscal e bancário e o término das diversas diligências em andamento na Polícia Federal”, diz nota da Corte.

  • Associação Brasileira de Imprensa pede punição a golpistas

    Associação Brasileira de Imprensa pede punição a golpistas

    A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em nota intitulada “Em defesa da democracia: ABI exige prisão de todos os golpistas”, defendeu a rigorosa punição de todos os militares das Forças Armadas, envolvidos na tentativa de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revelada ontem durante execução de mandatos de prisão de quatro militares e um policial federal pela Polícia Federal.

    Conforme o comunicado da ABI, “diante da ameaça ao Estado Democrático de Direito, a Nação exige a prisão de todos os envolvidos na conspiração palaciana, seja qual for a patente ou o cargo”.

    O documento cita as revelações descobertas de mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, vazamentos de vídeos com declarações “inequívocas” dos generais e almirantes “acólitos” o então chefe de governo, Jair Bolsonaro, assim como afirmar que o episódio do 8 de janeiro de 2023 “foi apenas a parte visível de um projeto de se perpetuar no poder a qualquer custo”.

    A nota também critica e contradita a postura do senador Flávio Bolsonaro, “de que não há crime quando o plano de assassinato não se concretiza, esquecendo que, sim, é crime planificar assassinatos e golpes de Estado contra instituições republicanas”.

    Assinada pelo presidente da ABI, Octávio Costa, a nota finaliza: “É neste contexto que a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entidade que teve marcante participação na resistência ao regime ditatorial surgido do golpe de 1964 contra o governo João Goulart, vem se somar às manifestações pelo fim da leniência com que vem sendo tratada essa facção criminosa das Forças Armadas, de seus financiadores e apoiadores na sociedade civil. As punições já aplicadas aos que participaram dos atos de vandalismo no 8 de janeiro têm que ser estendidas aos verdadeiros mandantes desses atos. Diante da ameaça ao Estado Democrático de Direito, a Nação exige a prisão de todos os envolvidos na conspiração palaciana, seja qual for a patente ou cargo. Sem anistia para golpistas! Democracia sempre!”.

    Redes Sociais

    A ABI, em nota conjunta com o Instituto dos Advogados Brasileiros, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a Federação Nacional dos Jornalistas, o Instituto Vladimir Hezog e a Comissão Arns, divulgou anteontem (18) um manifesto pela regulamentação das plataformas digitais no país. O documento foi encaminhado ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e aos líderes dos partidos na Câmara e no Senado.

    Conforme o documento, o objetivo com a regulamentação é “proteger a democracia, combater o discurso de ódio e a desinformação e, ainda, proteger crianças e adolescentes”. A nota aponta que a recente campanha eleitoral presenciou uma intensificação de Fake News, comprometendo o debate democrático.

  • Governo Federal não vai custear seguro-desemprego com multa do FGTS

    Governo Federal não vai custear seguro-desemprego com multa do FGTS

    Informações falsas estão sendo divulgadas sobre mudanças na multa em caso de demissão sem justa causa e no seguro-desemprego. Ambos são direitos que os trabalhadores possuem nos casos de demissões sem justa causa e são instrumentos de proteção social com previsão legal e constitucional. Portanto, as informações são infundadas e apresentam concepções equivocadas acerca da função social desses direitos, bem como das repercussões econômicas e inviabilidades inerentes a tal proposta que jamais esteve na pauta do Governo Federal.

    Sem citar fontes, os conteúdos desinformativos partem de premissas falaciosas. A começar pela suposição de que os pagamentos do seguro-desemprego e da multa rescisória ao trabalhador demitido sem justa-causa resultem em uma sobreposição de benefícios. O seguro-desemprego é um benefício previsto na Constituição Federal como um direito dos trabalhadores. A multa em caso de demissão sem justa causa é uma indenização prevista na lei do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) paga pelo empregador. Não se trata de um acúmulo de benefícios, mas sim do exercício de dois direitos diferentes: um custeado pelo Estado e outro pelo empregador.

    Outro engano é a vinculação da multa devida pelo empregador ao empregado demitido sem justa causa ao resultado primário das contas do governo. A multa de 40% do saldo repassado pelo empregador ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é uma indenização paga pelo empregador ao colaborador, e não um benefício repassado pela União para este trabalhador. Mais uma vez: quem paga a multa é o empregador, e não o Governo Federal. A lei que dispõe sobre o FGTS prevê essa multa e ela foi criada como forma de garantir um planejamento financeiro para o trabalhador manter sua família, bem como disciplinar o mercado de trabalho, evitando demissões injustificadas.

    A tese de transformação da multa em imposto é completamente infundada. A multa por demissão sem justa causa é um direito adquirido pelos trabalhadores brasileiros. A proposta vai contra a noção de segurança jurídica prevista no texto constitucional. De acordo com a lei que dispõe sobre o FGTS, as contas do Fundo vinculadas em nome dos trabalhadores são absolutamente impenhoráveis. Deste modo, o Governo Federal não pode destinar esses recursos para fins quaisquer.

    O seguro-desemprego é viabilizado pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que é financiado a partir das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), e sua gestão é do Ministério do Trabalho e Emprego. Recentemente, o Congresso Nacional aprovou uma lei que determina a reoneração gradual da folha de pagamentos e impacta positivamente no PIS e no Pasep reconstituindo esses dois instrumentos financeiros de proteção social.

    A revisão de gastos públicos incita diversas teses sem sustentação teórica ou prática. A realidade é que o Governo Federal adota medidas focadas naqueles benefícios concedidos a pessoas que não têm direito a estes pagamentos do governo. Quem de fato precisar dos benefícios, não será alvo de controle. O Ministério do Trabalho e Emprego já toma medidas para evitar fraudes e recebimentos indevidos do seguro-desemprego.

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  • STF marca para novembro julgamento sobre redes sociais no Brasil

    STF marca para novembro julgamento sobre redes sociais no Brasil

    O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 27 de novembro o julgamento de três ações que tratam da responsabilidade de provedores de internet na remoção de conteúdos com desinformação e disseminação de discurso de ódio de forma extrajudicial, sem determinação expressa pela Justiça.

    A data foi confirmada nesta quarta-feira (16) pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, responsável pela pauta de julgamentos do plenário.

    Na ocasião, o Supremo vai julgar ações relatadas pelos ministros Luiz Fux, Edson Fachin e Dias Toffoli. Os processos foram liberados para análise em agosto deste ano.

    No caso da ação relatada por Dias Toffoli, o tribunal vai julgar a constitucionalidade da regra do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos.

    No processo relatado pelo ministro Fux, o STF vai discutir se uma empresa que hospeda site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los ao ar sem intervenção judicial.

    A ação relatada por Fachin discute a legalidade do bloqueio do aplicativo de mensagens WhatsApp por decisões judiciais.

    No ano passado, o Supremo realizou uma audiência pública para discutir as regras do Marco Civil da Internet.

    O objetivo foi ouvir especialistas e representantes do setor público e da sociedade civil para obter informações técnicas, econômicas e jurídicas antes de julgar a questão

  • c disputam imaginário com humor, mas podem desinformar

    c disputam imaginário com humor, mas podem desinformar

    “O senhor é um padre de festa junina”, disse a candidata a presidente Soraya Thronicke (Pode) durante o último debate do primeiro turno da eleição de 2022. A declaração da presidenciável contra o também candidato Padre Kelmon (atualmente no PL e, na época, no PTB), em 29 de setembro, extrapolou o alcance do debate televisivo, foi repetida inúmeras vezes na internet em tom cômico e ganhou espaço na memória do eleitor até hoje. Virou “meme”.

    Definido como uma linguagem que viraliza no universo virtual, “o meme cumpre essa função de entreter e divertir, mas também têm outros objetivos, especialmente no ambiente político”, explica à Agência Brasil o professor do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Viktor Chagas.

    meme maicon

    Autor da pesquisa A política dos memes e os memes da política: proposta metodológica de análise de conteúdo de memes dos debates eleitorais de 2014, o pesquisador esclarece que o termo não surgiu diretamente da internet. Originalmente, a definição se refere à maneira como as informações culturais são transmitidas de geração em geração.

    “O conceito surge na década de 1970, portanto muito antes da popularização da internet. Ele foi cunhado pelo biólogo Richard Dawkins no livro O Gene Egoísta (1976) como termo análogo ao gene, só que na cultura”, conta Chagas.

    Com o passar do tempo, a palavra foi usada por diversos campos do conhecimento, até que no final da década de 1990 houve a sua apropriação definitiva pelos usuários da internet, que começaram a definir “meme” como o compartilhamento de imagens, vídeos e piadas virais.

    “Podemos falar que há dois memes, um antes da internet e outro depois dela, porque quando passamos a nos apropriar desse conceito, ele passou a representar algo completamente diferente e, então, nativo do ambiente digital”.

    Associada a nichos culturais específicos, essa linguagem também se caracteriza por camadas de informação combinadas ao humor, atendendo a uma lógica na qual os usuários buscam construção de identidade e pertencimento.

    “Hoje, há toda uma economia desenvolvida em torno dos memes. Os grandes responsáveis por diminuir a relação de custo-benefício na produção deles são o que chamamos vulgarmente de ‘geradores de meme’: pequenos aplicativos responsáveis por desenvolvê-los a partir de alguns modelos”, acrescenta.

    Âmbito político

    Pesquisadora do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NetLab-UFRJ), Débora Salles considera o período de 2008 a 2012 — momento em que os candidatos passaram a investir massivamente na internet — como o marco inicial da utilização de memes nas campanhas políticas.

    “O Obama (ex-presidente dos Estados Unidos) foi o grande ponto de virada na campanha política on-line. Com ele começa o uso de memes, ainda que algo restrito, mas que vai crescendo em importância social e cultural conforme o aumento do uso da internet e da penetração dos aplicativos na sociedade”.

    No Brasil, a introdução dos memes nos períodos eleitorais ocorreu logo depois, com as eleições gerais de 2014, quando Dilma Rousseff foi reeleita ao cargo de presidente do país.

    “As eleições de 2014 foram talvez o primeiro momento em que vimos efetivamente os memes entrarem na cena pública, com um caráter, inclusive, oficial”, destaca o professor da UFF. “A Dilma, na ocasião, foi vítima de muitos memes misóginos, assim como a Marina Silva”, relembra.

    Para Chagas, no cenário político os memes podem ser utilizados como estratégia para persuadir diferentes grupos e chamar a atenção para uma posição ideológica.

    “Eles podem contribuir para a construção de uma determinada leitura sobre um personagem da política, podendo atacar ou difamar. Nesse sentido, eles estão ali tentando convencer o eleitor de uma certa visão de mundo. Não à toa, muitas campanhas têm investido largamente na produção de memes ou no incentivo à comunidade de produtores e influenciadores digitais”, destaca.

    Também é comum os memes serem produzidos por apoiadores e movimentos organizados da sociedade com a intenção de criticar opositores e deslegitimar adversários. “Eles ajudam a deixar claro valores e conceitos, desarmar os críticos e aliviar a tensão. São uma tradução da criatividade das comunidades”, resume a pesquisadora do NetLab.

    Desinformação

    “É importante dizer que na maioria das vezes em que os memes são produzidos e divulgados, eles não têm necessariamente um conteúdo malicioso ou problemático”, ressalta Salles.

    “A questão é que eles têm sido cada vez mais utilizados por grupos extremistas, que se apropriam de certas imagens, piadas e acontecimentos para propagar desinformação e promover discursos de ódio”.

    À Agência Brasil, a pesquisadora traz que existe uma diferença entre informação falsa e a desinformação. No geral, a primeira é algo que pode ser desmentido, enquanto a segunda é um conceito além, que também engloba a informação falsa.

    “Muitas vezes, a desinformação está lidando com informações verdadeiras, mas tiradas de contexto e distorcidas. Já a informação falsa está inserida na desinformação, que inclui outras questões que não podem ser verificadas”.

    Para ela, os memes estão relacionados à desinformação na medida em que o humor é utilizado para criar uma “zona cinzenta” entre o “problemático e aquilo que é socialmente aceitável”, sendo usado para escapar desse tipo de moderação.

    Segundo Débora Salles, um dos grandes problemas no combate à desinformação gerada pelos memes é a dificuldade de moderação das plataformas digitais. “É difícil identificá-los e tirá-los do ar, porque as plataformas têm dificuldades em reconhecer os memes. Com isso, especialmente quando os memes são problemáticos ou divulgados por grupos extremistas, o principal desafio para combatê-los é que não sabemos muito bem como isso é administrado pelas plataformas que não liberam informações sobre os seus conteúdos para a sociedade, para os pesquisadores ou mesmo para o Estado”.

    A estudiosa alerta que os eleitores em geral “precisam lembrar que o humor pode ser sempre usado como estratégia para falar aquilo que você não falaria normalmente”.

    Assim, reforça haver uma necessidade de se investir em interpretação para que as pessoas possam identificar se aquela imagem, áudio ou vídeo se trata apenas de uma piada ou de uma estratégia para os apoiadores espalharem mensagens que não conseguiriam compartilhar diretamente.

  • STF suspende condenação de cientistas que desmentiram fake news

    STF suspende condenação de cientistas que desmentiram fake news

    O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a decisão da Justiça de São Paulo que condenou duas cientistas que desmentiram informações falsas na internet sobre as causas da diabetes. A decisão foi proferida no dia 28 de setembro.

    As defesas da bióloga Ana Bonassa e da farmacêutica Laura Marise de Freitas recorreram ao Supremo para derrubar decisões que as condenaram ao pagamento de R$ 1 mil em danos morais por terem desmentido um vídeo postado por um nutricionista na internet. Na publicação, foi afirmado que a doença é causada por vermes.

    A condenação foi motivada por uma ação protocolada pelo nutricionista, que alegou uso indevido de sua imagem. Além do pagamento da indenização, foi determinada a exclusão do vídeo da página Nunca vi 1 cientista, canal no qual o desmentido foi publicado.

    Ao analisar o recurso, o ministro Dias Toffoli afirmou que as declarações da bióloga e da farmacêutica estão baseadas em dados científicos.

    “Tem-se manifestação de pensamento crítico à atuação de perfil público e de teorização fundada tanto em fatos como em dados científicos acerca da diabetes, bem como afirmação veemente de que diabetes não é causada por verme e de que essa desinformação é utilizada para vender um produto denominado protocolo de desparasitação e, portanto, deve ser denunciada”, escreveu o ministro.

    Toffoli também disse que a manifestação das cientistas configura manifestação livre do pensamento.

    “Não identifico, ao menos em sede de cognição sumária, justificativa proporcional que demonstre a necessidade do afastamento excepcional da manifestação do pensamento e do direito à informação e à expressão científica que dela decorre para impor restrição à divulgação do conteúdo questionado”, completou.

  • Lideranças internacionais defendem ação conjunta contra fake news e ódio nas redes

    Lideranças internacionais defendem ação conjunta contra fake news e ódio nas redes

    A convite do Presidente da República do Brasil e do Presidente do Governo da Espanha, os líderes e representantes de Barbados, Cabo Verde, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, México, Noruega, Quênia, Senegal, Timor Leste, além do presidente do Conselho Europeu Charles Michel e do Secretário-Geral Adjunto das Nações Unidas, se reuniram em Nova York em 24 de setembro de 2024 para discutir as ameaças à democracia e à liberdade impostas por movimentos extremistas em diferentes partes do mundo.

    Durante a discussão, os participantes reiteraram seu compromisso com a defesa da democracia e expressaram profunda preocupação com o crescimento de grupos que promovem ataques contra o Estado de Direito, os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Eles reconheceram que a polarização, o extremismo e a disseminação de desinformação são fenômenos transnacionais que corroem o tecido social e alimentam a violência e a instabilidade.

    Alguns participantes destacaram como o aumento das desigualdades dentro e entre os países está na raiz do descontentamento que impulsiona essa tendência. O fracasso em proporcionar melhorias concretas na vida dos trabalhadores e a erosão das classes médias em muitos países contribuíram para um sentimento de frustração com os governos e a política.

    Outros manifestaram preocupação de que a disseminação de desinformação e fake news alimenta a desconfiança nas instituições e nos processos democráticos, além de dificultar a participação informada na vida pública, tornando mais difícil para os governos atenderem às demandas dos cidadãos por meio de políticas eficazes.

    A manipulação de opiniões por meio de discursos de ódio e o uso de exércitos virtuais para espalhar medo, desacreditar adversários e promover ataques aos sistemas eleitorais são elementos comuns desse fenômeno preocupante, que silencia minorias, restringe sua participação e liberdades, e reduz o espaço democrático e a confiança na própria democracia.

    Nesse contexto, as discussões na presente reunião destacaram que:

    •A democracia pode assumir muitas formas, mas compartilha características comuns, incluindo eleições livres e justas; processo político transparente; separação de poderes e o direito à proteção igualitária sob a lei; imprensa independente e um ecossistema de informação confiável e plural; a oportunidade de organizar e participar plenamente da vida política, econômica e cultural da sociedade; e a proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. Esses valores contribuem para sociedades prósperas, inclusivas e pluralistas.
    •A democracia não pode ser imposta. Ela se baseia na vontade livremente expressa do povo de determinar seus próprios sistemas políticos, econômicos, sociais e culturais.
    •Combater a fome e as desigualdades, promover o trabalho decente e melhorar as políticas de bem-estar social são essenciais para fortalecer a democracia.
    •Garantir a igualdade de gênero e a plena participação e liderança das mulheres em todos os aspectos da formulação e tomada de decisões políticas públicas é fundamental para construir democracias inclusivas e resilientes.
    •Racismo, xenofobia, intolerância religiosa e todas as formas de discriminação são incompatíveis com a democracia e constituem ameaças ao pluralismo político e à diversidade.
    •O uso de tecnologias digitais por grupos extremistas para promover discursos de ódio, espalhar desinformação e incitar atos de violência — amplificado pelos avanços na Inteligência Artificial — deve ser combatido em conjunto pelos governos, com o engajamento das empresas de tecnologia e da sociedade civil. Promover a integridade da informação será essencial para garantir o bom funcionamento das democracias.
    •Um ambiente democrático é a ferramenta mais eficaz para enfrentar desafios coletivos e, em particular, para pavimentar o caminho rumo a uma transição justa e ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

    Os líderes presentes nesta reunião estão comprometidos em fortalecer as instituições e processos democráticos, bem como em manter coordenação permanente sobre os desafios à democracia em seus países e ao redor do mundo.

    Eles agradeceram ao Presidente do Chile por sua oferta para acolher uma cúpula em defesa da democracia em Santiago num futuro próximo e esperam continuar o diálogo sobre formas de fortalecer a democracia, inclusive por meio do engajamento com grupos de reflexão e a sociedade civil.

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  • Vacinas: combate às fake news deve focar em quem tem dúvidas, diz Opas

    Vacinas: combate às fake news deve focar em quem tem dúvidas, diz Opas

    O combate às fake news envolvendo vacinação, sobretudo nas redes sociais, deve ter como foco quem tem dúvidas sobre a eficácia e a segurança das doses e não quem espalha boatos e notícias falsas. É o que defende a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross.

    “Temos que trabalhar muito, e temos que trabalhar juntos, contra essas pessoas [que espalham fake news], sabendo que não vão mudar. Mas há um outro grupo de pessoas. E são pessoas com quem ainda podemos falar porque têm dúvidas”, disse Socorro, ao participar da 26ª Jornada Nacional de Imunizações, no Recife.

    “Somos mais os que acreditam que as vacinas dão certo. Alguns dizem que vacinas não são boas. Estes são poucos, mas eles falam muito. E isso chega pelas redes sociais”, destacou Socorro. “Por isso, temos que falar com as pessoas que ainda podemos mudar porque têm dúvidas. Elas precisam de informação que dá certo.”

    Para a representante da Opas no Brasil, o país vive o que chamou de “momento de virada” no que diz respeito à vacinação. “Já se mostrou, ao mundo todo, que é possível, quando se tem decisão política e coordenação. Que dá certo”, disse, ao destacar que o Brasil, recentemente, deixou de integrar a lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas.

    “O Brasil tem elevado suas coberturas vacinais como nenhum outro país tem feito e mostra, novamente, a força proveniente da união, em meio a adversidades, de instituições que se juntam para cuidar de todos”, concluiu, destacando que a Opas segue como parceira do governo e de instituições brasileiras nesse processo.

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