Tag: fake news

  • Cobra sucuri gigante “entala” em rio da Amazônia e intriga internet: vídeo é real?

    Cobra sucuri gigante “entala” em rio da Amazônia e intriga internet: vídeo é real?

    Imagine sobrevoar um dos rios da imensa Amazônia e, de repente, avistar uma cobra tão grande que parece não caber no leito do rio. Foi isso que um vídeo viral mostrou recentemente: uma sucuri gigantesca, captada por uma aeronave, deslizando pelas águas turvas da floresta, com um tamanho tão absurdo que deixaria qualquer filme de Hollywood no chinelo.

    O vídeo rapidamente se espalhou pelas redes sociais, acumulando milhares de visualizações, curtidas e, claro, teorias. “Isso aí é o monstro do Lago Ness brasileiro”, brincou um internauta. Outro escreveu: “É por isso que eu não entro nem na banheira de casa”.

    Mas a dúvida que paira no ar (e na água): é real ou não é?

    Vídeo de sucuri gigante na Amazônia impressiona, mas especialistas desconfiam de IA

    Sucuri monstruosa aparece em rio amazônico — verdade selvagem ou mentira digital?

    Especialistas em fauna amazônica dizem que sucuris realmente podem atingir tamanhos impressionantes — algumas com mais de 6 metros de comprimento. Mas a cobra do vídeo em questão parece ultrapassar qualquer recorde conhecido. Além disso, a qualidade das imagens, a ausência de referências claras de escala e o movimento da suposta sucuri levantaram suspeitas.

    Segundo pesquisadores que analisaram o vídeo, há grandes indícios de que se trata de uma montagem com uso de inteligência artificial — o famoso deepfake animal. “A movimentação da água, o reflexo do sol e a sombra da cobra têm inconsistências”, explica um biólogo consultado para a matéria. “Tudo indica que alguém usou IA para criar uma imagem impactante — e conseguiu.”

    sucuri
    sucuri

    A febre dos vídeos criados com IA já gerou desde “avistamentos” de tubarões em piscinas até “felinos gigantes” no quintal de casa. Agora, parece que chegou a vez da nossa sucuri amazônica virar estrela (ou lenda?) digital.

    Seja real ou não, uma coisa é certa: a cobra viralizou — e continua dando o que falar!

  • Cobra ou Computação? Vídeo de “sucuri com boi na barriga” levanta debate entre internautas

    Cobra ou Computação? Vídeo de “sucuri com boi na barriga” levanta debate entre internautas

    Você já viu uma cobra que parece ter engolido um boi inteiro? Pois é, um vídeo postado nas redes sociais recentemente está deixando internautas com a pulga — ou melhor, a sucuri — atrás da orelha.

    Nas imagens, uma cobra enorme aparece imóvel, com a barriga absurdamente dilatada, como se tivesse acabado de almoçar um animal de grande porte.

    A narração do vídeo garante: é real! E ainda provoca os mais céticos dizendo que muitos iriam achar que é montagem ou coisa de inteligência artificial.

    Sucuri engoliu um boi? Internautas duvidam e vídeo viral vira caso de investigação animal

    Mas… será que é mesmo?

    Especialistas no mundo animal apontam que, sim, sucuris são predadores poderosos e podem abocanhar presas bem grandes. Já houve registros confiáveis dessas serpentes engolindo capivaras, veados e até bezerros de médio porte. Mas daí a devorar um boi inteiro? A coisa começa a parecer um pouco “indigesta”.

    Além disso, o vídeo apresenta algumas características suspeitas: a movimentação da cobra é mínima, o “inchaço” parece exagerado até para os padrões de uma sucuri adulta e, claro, o cenário genérico e a qualidade da imagem levantam dúvidas. Muitos internautas comentam que tudo não passa de uma brincadeira, talvez feita com efeitos digitais ou inteligência artificial.

    Registro impressionante mostra a harmonia selvagem entre predador e presa no coração de um dos rios mais cristalinos do Brasil

    Enquanto isso, a discussão ferve nos comentários: uns juram que é verdade, outros dizem que é impossível, e tem até quem peça um “raio-X” da cobra pra tirar a dúvida de vez.

    Fato é que, no mundo animal, muita coisa impressiona — mas nem tudo o que brilha é sucuri com almoço bovino.

  • Dia dos jornalistas: como conteúdos profissionais podem vencer fakes

    Dia dos jornalistas: como conteúdos profissionais podem vencer fakes

    De um lado do front, postagens com conteúdos que se assemelham a notícias ou mesmo aqueles com aparência de amadorismo, mas que se apresentam como se estivessem interessados em denunciar irregularidades. Do outro lado, notícias e reportagens produzidas por jornalistas profissionais baseadas em apuração e checagem de fatos. Eis o duelo.

    Vencer essa disputa pela atenção da sociedade tem sido um dos maiores desafios da categoria e dos veículos de comunicação, e esse é um debate que se impõe em datas como o Dia dos Jornalistas, celebrado nesta segunda, 7 de abril.

    De acordo com pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil, o que pode estar em jogo nessa batalha é a garantia do direito humano à informação e também a manutenção da democracia. Mesmo não se tratando de um contexto simples de ser enfrentado, quem estuda o tema garante que há estratégias em diferentes dimensões para proteger a sociedade.

    Apelo da desinformação

    O interesse maior de parcela da sociedade por esses conteúdos desinformativos pode ser explicado também pela elitização no acesso a conteúdos profissionais até a revolução digital, no final do Século 20. Segundo a professora Sílvia Dal Ben, que faz pesquisa de doutorado na Universidade do Texas, em Austin (EUA), sobre jornalismo automatizado, a internet gerou um processo de democratização, tanto do acesso ao conteúdo quanto dos meios de produção dos conteúdos.

    Se o jornalismo sensacionalista atrai muito os leitores, isso ocorre, no entender dela, tanto por causa do ponto de vista estilístico, mas também pelas condições tecnológicas de infraestrutura.

    “Essa democratização dos meios de produção e da mídia, nos últimos 30 anos, abriu espaço para públicos, leitores, espectadores, terem contato com mensagens e conteúdos jornalísticos de comunicação e de mídia que antes não tinham”, pondera.

    O problema é que também abre espaço para disseminação de conteúdos que não são confiáveis e com interesse de gerar manipulação. “É como se a gente vivesse hoje numa Torre de Babel. As pessoas se comunicam, têm muita informação, mas parece que elas não se entendem”, diz Silvia Dal Ben.

    “É preciso mudar a mentalidade”

    A pesquisadora brasileira, que conclui a tese este ano nos Estados Unidos, avalia que foi um “tiro no pé” a ideia de que, com a internet,  a informação deveria ser em um formato mais conciso, simples e curto. “A gente abriu espaço para uma alfabetização de conteúdo digital muito superficial. Nós, jornalistas, precisamos mudar essa mentalidade e as práticas jornalísticas de ficar produzindo notinhas mal apuradas e pouco aprofundadas”, critica.

    Ela não entende que postagens apenas em nome de audiência possam fortalecer o jornalismo profissional. “A base do jornalismo é informação checada. Com boa apuração, informação checada e de qualidade”. Para vencer a “batalha”, o fundamental, como defende a pesquisadora, é, em primeiro plano, oferecer para as audiências um conteúdo de qualidade proporcionado por uma estrutura que garanta aos profissionais tempo e recurso.

    “Mais apuração”

    No campo das estratégias, inclusive, a professora Fabiana Moraes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), avalia que materiais desinformativos já têm sido combatidos pelo jornalismo profissional com estéticas semelhantes às das fakes, mas com conteúdos responsáveis.

    Para ela, pode ser útil buscar semelhanças à estética desses tipos de postagens e incorporar informações socialmente responsáveis. “A estética é a forma, mas [é necessário] preenchê-la com um conteúdo profissional, bem escrito e apurado. Ou seja, jornalismo”, diz a docente que teve, na carreira jornalística, a marca de pautas aprofundadas em direitos humanos, que lhe renderam, por exemplo, três prêmios Esso e seis livros.

    Ela considera que está incluída, nesse contexto de batalha, outra “densidade de disputa”, tanto nas redes sociais quanto fora delas. Isso porque, conforme considera, as fake news têm facilidade de capturar essa atenção por conta do “espírito de achaque”, com elementos de sensacionalismo e de baixa qualidade informativa.

    “Nova distribuição”

    Outra estratégia que precisa ser reconfigurada nesse cenário, segundo Sílvia Dal Ben, é o da distribuição de conteúdo para as pessoas.

    “Os jornalistas e os meios de comunicação têm que utilizar as mesmas ferramentas que os influenciadores e as personalidades de redes sociais. E distribuir os seus conteúdos de qualidade em diferentes formatos”, receita.

    Da mesma forma, a professora de comunicação Thaïs de Mendonça Jorge,  da Universidade de Brasília (UnB), defende necessidade de aperfeiçoar as estratégias de chamada de atenção, uma vez que existe uma queda no interesse da leitura no País. “Nós temos que interpretar mais e fazê-las compreender como aquele tema pode ser interessante para a vida delas”.

    A professora da UnB organizou a publicação do livro o livro Desinformação – O mal do século – Distorções, inverdades, fake news: a democracia ameaçada, resultado de uma parceria entre a UnB e o Supremo Tribunal Federal

    A pesquisadora defende que a indústria de desinformação tem tentáculos que organizam e distribuem os materiais para enredar o público. “Eles usam esse artifício do bombardeamento. Muita gente não tem instrução e se deixa levar por essa onda, que é uma ‘modalidade’ de informação”, lamenta.

    “Alfabetização para a mídia”

    Aliás, sobre o desafio diante das audiências, segundo o que argumenta a professora Silvia Dal Ben, é necessária a alfabetização de mídia para ensinar diferentes públicos a diferenciar um conteúdo profissional com credibilidade de conteúdos falsos e manipuladores. Em acréscimo, a professora considera que o caminho da distribuição é outra ação importante nessa guerra, uma vez que há um fenômeno internacional de se “evitar notícias”.

    Inclusive, para o pesquisador Josenildo Guerra, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), diante da dificuldade notória de enfrentamento, são necessários produtos que possam conciliar uma qualidade informativa com uma narrativa que possa se tornar também interessante para esse público.

    “É muito desafiador, porque as fake news operam com informações truncadas e de certo apelo que se tornam objetos de consumo fácil”. Por isso, ele defende mais pesquisas para desenvolver novos produtos que aliem qualidade informativa com uma narrativa que seja interessante e acessível para o público.

    “Escuta plural”

    A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Samira Castro, pondera, entretanto, que o jornalismo profissional tem uma força que as fake news não têm: o compromisso com a verdade, com a apuração séria, com a escuta plural e com a responsabilidade pública.

    A representante da categoria defende que, quando o jornalismo consegue traduzir temas complexos de forma acessível, com rigor e sensibilidade, conquista confiança.

    “E é essa confiança que pode vencer o ruído das mentiras. A credibilidade, construída com ética e consistência, é o nosso maior trunfo nesse duelo”.

  • Haddad desmente fake news sobre aumento de contribuição do MEI

    Haddad desmente fake news sobre aumento de contribuição do MEI

    Diante de uma nova onda de fake news sobre a contribuição dos microempreendedores individuais (MEI), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi às redes sociais desmentir as falsas informações. Em postagem na rede social X, o ministro reiterou que o pagamento à Previdência Social permanece em 5% do salário mínimo.

    “Os bolsonaristas começaram a divulgar mais uma fake news. A contribuição social do MEI continua em 5% do salário mínimo, como sempre. E só pode ser alterada pelo Congresso Nacional. Não há nenhuma iniciativa parlamentar nesse sentido. Quem espalha essas mentiras está atrapalhando o empreendedor brasileiro”, postou o ministro no X.

    A partir de fevereiro, a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passou para R$ 75,90 para os MEI em geral e para R$ 182,16 para os MEI caminhoneiros. No caso dos caminhoneiros, o valor poderá chegar a R$ 188,16, dependendo do tipo do produto transportado e do destino da carga.

    A alta, em valor nominal, reflete o aumento do salário mínimo, que passou de R$ 1.412 em 2024 para R$ 1.518 em 2025. No entanto, a proporção permanece em 5% do salário mínimo para o MEI em geral e em 12% para os caminhoneiros, mais o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ou o Imposto sobre Serviços (ISS).

    Os novos valores estão em vigor desde 1º de janeiro, mas só começaram a ser pagos em fevereiro. O pagamento é feito por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), que vence todo dia 20 de cada mês. O documento pode ser emitido diretamente no portal do Simples Nacional ou pelo aplicativo MEI, disponível para os sistemas iOS e Android.

  • PF deflagra Operação Fake News contra crimes eleitorais em MT

    PF deflagra Operação Fake News contra crimes eleitorais em MT

    A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (14), a Operação Fake News com o objetivo de combater crimes eleitorais e contra a honra praticados durante as eleições de 2022 em Mato Grosso. A ação ocorreu nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande.

    Os policiais cumpriram três mandados de busca e apreensão expedidos pelo Núcleo Regional Eleitoral das Garantias I, do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT).

    A investigação apura a atuação de um grupo que produzia e disseminava fake news e conteúdos caluniosos com o objetivo de influenciar o pleito eleitoral de 2022. Segundo a PF, o grupo divulgava vídeos com informações falsas e ofensivas contra o atual governador de Mato Grosso.

    Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu celulares e outros materiais de interesse para a investigação. Um secretário municipal de Várzea Grande foi preso em flagrante por desacato aos policiais ao tentar obstruir as buscas. Ele foi encaminhado à sede da PF, onde responderá em Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e será liberado após os procedimentos legais.

    A Operação Fake News é parte dos esforços da Justiça Eleitoral para combater a desinformação e garantir a integridade do processo eleitoral.

  • Moraes desbloqueia redes sociais do influenciador Monark

    Moraes desbloqueia redes sociais do influenciador Monark

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (7) o desbloqueio das redes sociais do influenciador digital Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark. Ele é alvo de um inquérito no Supremo pela acusação de espalhar “notícias fraudulentas” sobre as eleições.

    Apesar de liberar as redes sociais, Moraes determinou a aplicação de multa de R$ 20 mil em caso de reiteração e a retirada de postagens consideradas ilegais.

    Os bloqueios foram autorizados após Moraes receber um relatório no qual o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),  que foi presidido pelo próprio ministro, constatar que Monark continuava postando vídeos em novas contas após a primeira decisão que determinou o bloqueio.

    Além do bloqueio das redes sociais, Monark também teve as contas bancárias bloqueadas, e a monetização de seus canais foi suspensa.

    A defesa de Bruno Aiub sustenta que o inquérito aberto contra o influenciador é ilegal por tratar a suposta conduta de divulgar fake news como crime.

    Para os advogados, a conduta de desinformação ou fake news tem natureza cível e não autoriza a decretação das graves medidas contra o influenciador.

    Atualmente, Monark vive nos Estados Unidos.

  • Redes da Meta facilitam aplicação de golpes financeiros, aponta estudo

    Redes da Meta facilitam aplicação de golpes financeiros, aponta estudo

    O Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab), vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicou nesta quarta-feira (5) os resultados de um estudo sobre a presença de anúncios maliciosos nas redes sociais administradas pela Meta, como Facebook, Instagram e WhatsApp. O objetivo foi ampliar o conhecimento sobre a publicidade enganosa, por meio da qual são aplicados golpes aos cidadãos brasileiros. Os resultados indicam que as plataformas da Meta estão sendo vistas por golpistas como um terreno fértil para a prática de fraudes.

    O estudo envolveu um intenso monitoramento entre 10 e 21 de janeiro deste ano. Esse período coincide com os desdobramentos da edição da Instrução Normativa 2.219/2024 pela Receita Federal. O texto fixou a obrigatoriedade de operadoras de cartões de crédito e instituições de pagamento apresentarem semestralmente determinadas informações sobre operações financeiras de contribuintes. A medida, que passou a valer a partir de 1º de janeiro de 2025, desencadeou uma onda de notícias falsas, segundo as quais as transações por Pix passariam a ser taxadas. Pressionado pela disseminação das fake news, o governo federal acabou decidindo revogar a nova regra no dia 15 de janeiro.

    De acordo com a pesquisa, a onda de notícias falsas fomentou dúvidas na população, e estelionatários aproveitaram o momento para aplicar golpes. Ao todo, foram identificados 151 anunciantes que compartilharam 1.770 anúncios com conteúdo malicioso. Também foram mapeados 87 sites fraudulentos para os quais os usuários eram redirecionados. Ao anunciar a revogação, o governo se justificou afirmando que o recuo buscava, entre outras coisas, frear a circulação da desinformação. A análise do NetLab indica que, em relação aos anúncios fraudulentos, o objetivo não foi atingido. Ao contrário, nas plataformas da Meta, esses conteúdos cresceram 35% após o recuo.

    Em muitos casos, os anúncios recorreram à simulação de páginas de instituições públicas e privadas. Em 40,5%, eles foram veiculados por anunciantes que se passavam pelo governo federal. Os pesquisadores do NetLab observam que os anúncios exploram a desinformação em torno das políticas públicas voltadas à inclusão financeira. Chamou a atenção deles que, entre as peças publicitárias fraudulentas, aparecem promessas de acesso tanto a programas governamentais reais como também a outros fictícios. Resgata Brasil, Benefício Cidadão, Brasil Beneficiado e Compensação da Virada são alguns nomes utilizados.

    “O fato de estas páginas terem obtido a permissão para veicular anúncios em nome do governo evidencia as fragilidades dos processos de verificação de anunciantes da Meta”, registra o estudo. Os golpistas ofereciam serviços para identificar valores que os usuários teriam direito a receber ou anunciavam a possibilidade de resgate de dinheiro de determinado benefício. Os usuários eram eventualmente levados a crer que precisavam pagar taxas antecipadas para ter acesso a estes serviços. Alguns desses anúncios também promoviam guias fraudulentos que instruíam consumidores a “driblarem a taxação do Pix.”

    Para os pesquisadores, o alcance das fraudes tem sido maximizado pela utilização das ferramentas de marketing disponibilizadas pela Meta, que permitem o impulsionamento de anúncios maliciosos e seu direcionamento para públicos segmentados de acordo com critérios demográficos, geográficos e interesses dos usuários. Eles criticam a falta de transparência no tratamento dos dados pessoais e veem uma falta de controle e de segurança contra a publicidade enganosa, o que favorece a aplicação de crimes digitais no Facebook, no Instagram e no WhatsApp.

    De acordo com o NetLab, ao permitir o direcionamento de anúncios fraudulentos para públicos específicos, as ferramentas da Meta dão aos golpistas a capacidade de atingir as vítimas ideais. “Há no país uma vasta população ávida por oportunidades de ascensão social, que precisa de suporte e políticas públicas do Estado para mudar de vida, o que faz com que os mais necessitados se tornem um alvo prioritário de golpes online”, registra o estudo.

    Procurada pela Agência Brasil, a Meta afirmou em nota que anúncios que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidos em suas plataformas. “Estamos sempre aprimorando a nossa tecnologia para combater atividades suspeitas. Também recomendamos que as pessoas denunciem quaisquer conteúdos que acreditem ir contra os Padrões da Comunidade do Facebook, as Diretrizes da Comunidade do Instagram e os Padrões de Publicidade da Meta através dos próprios aplicativos”, acrescenta o texto.

    Inteligência artificial

    O estudo revelou que em 1.244 dos anúncios fraudulentos, 70,3% do total, houve uso de ferramentas de inteligência artificial. Foram encontrados vídeos que podem ser enquadrados como deepfakes (falsificação profunda, em tradução livre). As ferramentas foram largamente utilizadas para manipular a imagem do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), protagonista da campanha pela revogação da Instrução Normativa 2.219/2024. Ao todo, adulterações envolvendo o parlamentar aparecem em 561 anúncios, sendo 70% destes veiculados após o recuo do governo federal.

    Um deles faz uso de uma publicação original compartilhada por Nikolas em suas redes sociais, na qual comemorava a revogação das novas regras e alegava que o trabalhador brasileiro poderia se tranquilizar por poder “usar o Pix sem a lupa do governo”. O anúncio, porém, manipula o trecho final do vídeo e mostra o parlamentar anunciando o lançamento de uma medida que garantiria o reembolso parcial de gastos realizados com cartão de crédito nos últimos meses.

    Embora tenha sido o principal alvo das manipulações, Nikolas não foi a única personalidade pública que teve sua imagem explorada nos anúncios fraudulentos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é outro que aparece em diferentes vídeos adulterados. Também há conteúdos que utilizam as imagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ex-presidente Jair Bolsonaro, dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL) e Fred Linhares (Republicanos) e do jornalista William Bonner, entre outros.

    Moderação de conteúdo

    Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha no ano passado aponta que fraudes baseadas em Pix e em boletos bancários são os tipos de crimes digitais que mais geram receitas no Brasil, causando um prejuízo de R$ 25,5 bilhões por ano aos consumidores. Também em 2024, identificar a origem dos golpes financeiros no país foi o foco de um levantamento realizado pela Silverguard, uma empresa de tecnologia que oferece serviços de proteção financeira digital.

    O trabalho revelou que 79,3% dos casos denunciados por vítimas por meio  da plataforma SOS Golpe se iniciaram em alguma das três plataformas da Meta, sendo 39% no WhatsApp, 22,6% no Instagram e 17,7% no Facebook. Os resultados apontaram também que 7,3% dos golpes tiveram origem no Telegram e 5% em uma das duas plataformas do Google: o sistema de busca ou o YouTube. O restante foi associado a aplicativos de jogos, TikTok, e-mail e outros.

    Para os pesquisadores do NetLab, diferentes estudos têm apontado as fragilidades no controle de conteúdo publicitário pelas plataformas da Meta. Eles apontam que uma das consequências é a perda de credibilidade das instituições governamentais e públicas. Isso porque, com o alto volume de anúncios fraudulentos, se reduz a capacidade dos usuários de identificar os anúncios autênticos.

    Há também preocupações envolvendo as alterações nas regras das redes sociais Facebook e Instagram que foram anunciadas recentemente por Mark Zuckerberg, presidente executivo da Meta. Entre elas está o fim do programa de checagem de fatos e outras mudanças envolvendo moderação de conteúdo, como a redução na utilização de filtros que buscam por publicações que violam os termos de uso.

    De acordo com o NetLab, há incertezas sobre o alcance dessas medidas. “A ausência de menção específica à moderação de conteúdo publicitário por Zuckerberg em sua fala não deixa claro se as mudanças impactam a circulação de anúncios fraudulentos”, registra o estudo.

  • Receita revoga ato normativo que previa fiscalização do Pix

    Receita revoga ato normativo que previa fiscalização do Pix

    Diante da onda de fake news em torno da modernização da fiscalização do Pix, a Receita Federal revogou o ato normativo que estendeu o monitoramento das transações aos bancos digitais, fintechs e instituições de pagamento. No lugar, o governo editará uma medida provisória (MP) para proibir a cobrança diferenciada por transações em Pix e em dinheiro.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, anunciaram há pouco a revogação da instrução normativa e a edição da medida provisória. A MP também reforçará princípios garantidos pela Constituição nas transações via Pix, como o sigilo bancário e a não cobrança de impostos nas transferências pela modalidade, além de garantir a gratuidade do Pix para pessoas físicas.

    “Essa revogação se dá por dois motivos: tirar isso que tristemente virou uma arma nas mãos desses criminosos e inescrupulosos. A segunda razão é não prejudicar a tramitação do ato que será anunciado [a medida provisória]”, explicou Barreirinhas.

    Com a edição da MP, nenhum comerciante poderá cobrar preços diferentes entre pagamentos via Pix e em dinheiro, prática que começou a ser detectada nos últimos dias. Para Haddad, a medida provisória extinguirá a onda de fake news em relação à taxação do Pix, que tomou conta das redes sociais desde o início do ano.

    “A medida provisória reforça os dois princípios e praticamente equipara o Pix ao pagamento em dinheiro. O que isso significa? Que essas práticas utilizadas hoje com base na fake news de cobrar a mais o que é pago em Pix está vedado. Ou seja, o que cobra em dinheiro poderá cobrar em Pix. Quem quer usar o Pix vai ter que pagar o mesmo valor em dinheiro, sem nenhum acréscimo”, disse Haddad.

    O ministro reforçou que a medida provisória, na verdade, reforça princípios já existentes em relação ao Pix, apenas esclarecendo pontos distorcidos por disseminadores de fake news nos últimos dias.

    “O Pix estará protegido pelo sigilo, como sempre foi. [O que estamos fazendo] é só a ampliação, o reforço da legislação, para tornar mais claro esses princípios já estão resguardados pela medida provisória. Para evitar a má interpretação, a tentativa de distorcer o intuito da Receita Federal, ela está tomando a medida que o Barreirinhas já anunciou”, explicou Haddad.

    “Tudo isso tem um único objetivo: salvaguardar a economia popular, salvaguardar as finanças das pessoas mais pobres, o pequeno comerciante e a dona de casa que vai fazer suas compras, e equiparar o pagamento em Pix ao pagamento em dinheiro”, completou o ministro.

    Haddad negou que a revogação do ato seja o reconhecimento da derrota para as fake news. “Pelo contrário. Isso é impedir que esse ato [a instrução normativa] seja usado como justificativa para não votar a MP. Estamos lançando uma medida provisória e queremos que ela seja discutida com sobriedade pelo Congresso Nacional”, justificou.

  • Mitos e verdades sobre o Pix acima de 5 mil reais

    Mitos e verdades sobre o Pix acima de 5 mil reais

    O Pix acima de 5 mil reais se transformou em um caldeirão fervente de informações aleatórias e erradas, que confundem a cabeça dos brasileiros. Para esclarecer algumas dúvidas dos leitores, a redação do CenárioMT fez algumas pesquisas em fontes seguras sobre a questão.

    Bem, a partir de 1º de janeiro de 2025, a Receita Federal passou a exigir que todas as transações financeiras realizadas por meio do Pix e de cartões de crédito, que ultrapassem o valor de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas, sejam informadas ao Fisco.

    Essa medida visa aumentar a transparência nas operações financeiras e combater a evasão fiscal.

    Sobre o Pix acima de 5 mil reais o que muda para o cidadão?

    Como se proteger do golpe do PIX?
    Sobre o Pix acima de 5 mil reais, o que muda para o cidadão?
    • Mais controle: A Receita Federal terá uma visão mais ampla das movimentações financeiras, o que pode ajudar a identificar irregularidades e fraudes.
    • Mais segurança: As novas regras podem contribuir para o combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
    • Sem custo adicional: A Receita Federal esclarece que não haverá cobrança de taxas adicionais sobre as transações.

    Atenção ao golpe da cobrança de taxa sobre Pix

    Esta é a verdade sobre o Pix parcelado
    Atenção ao golpe da cobrança de taxa sobre Pix

    Com a implementação das novas regras, surgiram relatos de um novo golpe que se aproveita da desinformação sobre as mudanças.

    Criminosos estão entrando em contato com as pessoas, alegando que é necessário pagar uma taxa para continuar utilizando o Pix. É importante lembrar que não existe cobrança de taxa sobre o Pix.

    Como se proteger:

    • Desconfie de mensagens não solicitadas: Não clique em links suspeitos e não forneça seus dados pessoais a desconhecidos.
    • Verifique a autenticidade da informação: Consulte o site oficial da Receita Federal ou entre em contato com sua instituição financeira para obter informações precisas.
    • Denuncie: Caso você seja vítima de algum golpe, denuncie às autoridades competentes.

    O que a Receita Federal faz com as informações?

    Brasília 17/03/2023 - Fotos para ilustrar matéria sobre imposto de renda, o prazo de entrega da declaração mudou. Começou às 9h desta quarta-feira (15) e vai até as 23h59min59s de 31 de maio. A mudança, segunda a Receita, foi necessária para que todos os contribuintes tenham acesso à declaração pré-preenchida, que é enviada duas semanas após a entrega dos informes de rendimentos pelos empregadores, pelos planos de saúde e pelas instituições financeiras. Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil
    O que a Receita Federal faz com as informações? Joédson Alves/Agência Brasil

    A Receita Federal utiliza as informações coletadas para:

    • Combater a evasão fiscal: Identificar pessoas e empresas que não declaram seus rendimentos corretamente.
    • Combater a lavagem de dinheiro: Rastrear o fluxo de dinheiro ilícito.
    • Combater o financiamento do terrorismo: Monitorar transações suspeitas.

    É importante ressaltar que a Receita Federal não tem acesso aos detalhes das suas transações, como o nome do destinatário ou o motivo do pagamento. As informações coletadas são agregadas e utilizadas para fins estatísticos e de fiscalização.

  • Meta remove vídeo falso de Haddad após notificação da AGU

    Meta remove vídeo falso de Haddad após notificação da AGU

    A empresa Meta, que controla as redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, removeu das plataformas um vídeo adulterado com o uso de inteligência artificial (IA) em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aparece fazendo declarações inexistentes.

    Em notificação extrajudicial à empresa, enviada nesta quinta-feira (9), a Advocacia Geral da União (AGU) argumentou que a postagem manipulada contém informações fraudulentas e atribui ao ministro declarações inexistentes “sobre a criação de um imposto incidente sobre animais de estimação e pré-natal”.

    O órgão deu 24 horas para que a empresa removesse o vídeo de um link informado no pedido. Na tarde desta sexta-feira (10), a própria AGU confirmou a remoção.

    “A empresa Meta manifestou-se oficialmente por e-mail informando que fez a remoção da postagem indicada na notificação extrajudicial enviada pela AGU”, disse a instituição.

    O link indicado não está, de fato, mais acessível, em consulta feita pela reportagem.

    Já em outro vídeo postado nas redes sociais, este verdadeiro, o próprio ministro Fernando Haddad desmente as informações falsas sobre a taxação de animais de estimação e a criação de um imposto sobre o Pix, para rebater as postagens fraudulentas nas redes.