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  • FGV Arte inaugura exposição Brasília, a arte da democracia

    FGV Arte inaugura exposição Brasília, a arte da democracia

    A FGV Arte, espaço experimental e de pesquisa artística da Fundação Getulio Vargas, inaugurou sua segunda exposição intitulada Brasília, a arte da democracia, sob curadoria de Paulo Herkenhoff. De acordo com o curador, “a conceituação desta exposição perfaz um arco histórico, desde a criação da cidade até os atuais movimentos em defesa da democracia e da liberdade. Se Brasília é uma epopeia notável no plano internacional, sua história da cultura se desdobra, ao longo de seis décadas, por brasilienses e por brasileiros de todos os recantos”.

    Durante os últimos 4 anos, Herkenhoff levantou um material tão extenso que precisou dividir em etapas. Segundo o curador, a de Brasília, a arte da democracia reúne artistas das cinco regiões do país, que recorrem a uma vasta diversidade de técnicas e modos de vivenciar a arte, “como ‘exercício experimental da liberdade’, conforme o aforismo de Mário Pedrosa, considerado o maior crítico de arte de todos os tempos”.

    Com aproximadamente 180 itens de cerca de 80 artistas, incluindo documentos, como o diploma de candango conferido aos operários que levantaram a nova cidade por Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil, de 1955 a 1961, responsável pela construção de Brasília e a transferência do poder do Rio de Janeiro para o planalto central; o croqui do plano piloto assinado por Lúcio Costa; e o manuscrito de Oscar Niemeyer sobre o monumento JK.

    FGV Arte

    Localizada na sede da FGV, na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, a FGV Arte é um espaço voltado à valorização, à experimentação artística e aos debates contemporâneos em torno da arte e da cultura que busca incentivar o diálogo com setores mais criativos e heterogêneos da sociedade.

    A mostra fica aberta ao público até 14 de julho e pode ser vista de terça-feira a domingo. Nos fins de semana e feriados, a mostra fica aberta das 10h às 18h. A mostra tem recursos de acessibilidade, no formato de libras e audiodescrição.

    Edição: Fernando Fraga

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  • Mostra traz material inédito do criador do Zé do Caixão

    Mostra traz material inédito do criador do Zé do Caixão

    Além, Muito Além do Zé do Caixão é uma exposição que traz não só material inédito sobre o personagem de filmes de terror, como busca resgatar facetas menos conhecidas de seu criador, o ator e diretor José Mojica Marins. “A minha geração, por exemplo, conheceu o Zé como um cara de programa de auditório, uma coisa meio caricata, daquela figura com as unhas grandes. Não era todo mundo que sabia que o cara tinha feito mais de 100 produções”, explica o curador da mostra, Marcelo Colaiacovo.

    Nessa extensa carreira, que começa na década de 1940 e chega aos anos 2000, além do terror, Mojica dirigiu e atuou em filmes de faroeste, aventura, dramas sombrios (noir) e comédia. “Tem filmes de sexo explícito, que a gente deixou mais para o segundo andar, uma coisa mais 18 anos”, completa Colaiacovo sobre a organização da mostra. Podem ser vistos cartazes dos filmes, objetos cênicos, trechos de algumas produções e colagens inéditas.

    São Paulo (SP), 15/03/2024 - Mostra Além, muito além do Zé do Caixão, com curadoria de Marcelo Colaiácovo, homenageia o cineasta José Mojica Marins, no bar Soberano, em Santa Ifigênia. Foto: Rovena Rosa/Agência BrasilSão Paulo (SP), 15/03/2024 – Mostra Além, muito além do Zé do Caixão, com curadoria de Marcelo Colaiácovo, homenageia o cineasta José Mojica Marins, no bar Soberano, em Santa Ifigênia. Foto: Rovena Rosa/Agência BrasilSão Paulo – Mostra Além, muito além do Zé do Caixão homenageia cineasta José Mojica Marins – Foto Rovena Rosa/Agência Brasil

    Obras inéditas

    “Quando o cinema acabou na Boca do Lixo, nos anos 1990 no Brasil, o Zé ficava recortando revista, recortando paisagens, juntava com coisas dos cartazes dele, xerocava, pintava com canetinha [caneta hidrocor]. Fez um trabalho de artes plásticas”, explica o curador sobre as obras que compõem o acervo da família do artista, que morreu em 2020, aos 83 anos. Ele completaria 88 anos na última quarta-feira (13).

    Outra raridade é uma cena perdida do primeiro longa-metragem A Sina do Aventureiro, um faroeste de 1958. A película foi digitalizada artesanalmente pelo curador e faz parte do acervo que está sob sua guarda. Segundo ele, havia quem dissesse que a cena desaparecida por décadas, em que Mojica contracena com duas atrizes em um cabaré, não existia. “Os especialistas falavam que era mentira”, diz.

    Boca do Lixo e Cracolândia

    Para recontar a história de Mojica, Colaiacovo está resgatando também a história da chamada Boca do Lixo, área da região central paulistana que foi um polo de produção cinematográfica, principalmente entre as décadas de 1950 e 1980. Junto com sua sócia e companheira, Renata Forato, reabriu o Bar Soberano, que era ponto de encontro dos artistas à época. “O pessoal chegava aqui com um roteiro, e as produções eram formadas na mesa do bar. Atrizes escolhidas, eletricistas, maquinistas, era um lugar bem democrático”, conta sobre o espaço que foi reaberto próximo à Estação da Luz, em meio à aglomeração de pessoas em situação de rua e com consumo abusivo de drogas, conhecida com Cracolândia.

    São Paulo (SP), 15/03/2024 - Mostra Além, muito além do Zé do Caixão, com curadoria de Marcelo Colaiácovo, homenageia o cineasta José Mojica Marins, no bar Soberano, em Santa Ifigênia. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil São Paulo – Mostra Além, muito além do Zé do Caixão homenageia o cineasta José Mojica Marins – Foto Rovena Rosa/Agência Brasil

    “A gente não teria como acessar esse lugar se ele não tivesse tão degradado. A gente fez uma parceria independente com o antigo proprietário, porque era um lugar que, para ele, não valia a pena”, explica sobre como conseguiu realizar o sonho que alimentava há 15 anos de abrir um espaço sobre a história do cinema da Boca do Lixo.

    Durante a reforma para implantação do empreendimento, que funcionará como bar e centro cultural, o casal se aproximou das organizações que oferecem atendimento à população desprotegida socialmente. “Fomos conhecendo todo tipo de coletivo, ONG [organização não governamental], artistas independentes e foi uma surpresa incrível de respeito com as pessoas, de ver como é possível lidar com as situações mais difíceis de uma maneira humana”, diz.

    O curador lembra, inclusive, que mesmo antes da chegada do crack, já havia uma população marginalizada naquelas ruas. “À época da boca, do cinema, tinha um respeito mútuo com a marginalidade, a prostituição, o crime. O cinema aqui era uma coisa cara, que todo mundo respeitava: não ia vir aqui alguém assaltar as atrizes porque o negócio ficava feio”, lembra Colaiacovo, que foi assistente de Mojica por 15 anos.

    Ele também se diz tranquilo em lidar com a carga controversa de parte da produção de Mojica, como a violência e o machismo, vistos por vezes no seu principal personagem. “O Zé do Caixão é um assassino. Ele mata pessoas porque tem uma funerária. É um sádico que mata e ainda lucra”, explica sobre como o personagem é claramente um vilão e não há exaltação de suas condutas. “É um personagem desprezível”, enfatiza Colaiacovo.

    São Paulo (SP), 15/03/2024 - Mostra Além, muito além do Zé do Caixão, com curadoria de Marcelo Colaiácovo, homenageia o cineasta José Mojica Marins, no bar Soberano, em Santa Ifigênia. Foto: Rovena Rosa/Agência BrasilSão Paulo (SP), 15/03/2024 – Mostra Além, muito além do Zé do Caixão, com curadoria de Marcelo Colaiácovo, homenageia o cineasta José Mojica Marins, no bar Soberano, em Santa Ifigênia. Foto: Rovena Rosa/Agência BrasilSão Paulo – Mostra Além, muito além do Zé do Caixão homenageia o cineasta José Mojica Marins – Foto Rovena Rosa/Agência Brasil

    Além do caixão

    Os filmes feitos com baixo orçamento marcaram não só a história do cinema nacional, mas são referência do gênero em outras partes do mundo. Uma das filhas de Mojica, Liz Marins, lembra que o diretor norte-americano Tim Burton, nas vezes que esteve em São Paulo, se encontrou com o criador do Zé do Caixão e manifestou sua admiração pelo trabalho. Burton comandou grandes produções em Hollywood, como os filmes Edward Mãos de Tesoura e A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça. “Papai foi uma das referências do Tim. É muito forte isso, porque o trabalho do Tim é maravilhoso também”, diz Liz.

    Com criatividade, Mojica foi capaz de produzir cenas e efeitos que custariam muito mais do que os recursos que tinha disponíveis. Um desses momentos acontece, segundo Liz, em À Meia-Noite Levarei Sua Alma, quando o diretor simula uma cena externa em um bosque, dentro de um espaço do tamanho de um quarto. O negócio é impressionante, ele correndo, perseguido por mortos-vivos pela floresta, você vai pensar que isso foi um cemitério. uma gravação externa. Nunca você vai imaginar que aquilo lá era pessoal correndo meio que em círculos”, diz.

    O primeiro estúdio do criador do Zé do Caixão foi um galinheiro adaptado. De acordo com Colaiacovo foi ali que Mojica fez os primeiros filmes amadores na década de 1940. De uma família de artistas circenses espanhóis, o curador da exposição conta que desde cedo ele esteve em contato com a arte e com o cinema, até por esse ter sido um dos negócios do pai. “O pai e o tio eram toureiros e artistas. Eles estimularam muito o Mojica desde pequeno. Quando compraram o cinema, eles moravam nos fundos”, conta.

    A exposição pode ser vista na Rua do Triunfo, 155, no centro paulistano, de quarta-feira a sábado, das 10h às 16h. A entrada é gratuita.

    Edição: Graça Adjuto

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  • Fotógrafa luverdense realiza exposição na ALMT

    Fotógrafa luverdense realiza exposição na ALMT

    Durante a semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) abriu suas portas para duas iniciativas significativas. No saguão de entrada, uma exposição fotográfica intitulada “Além do Olhar – Interface” chama a atenção para a violência contra a mulher, por meio de cenas do cotidiano de mulheres vítimas de agressões físicas e psicológicas.

    A mostra, idealizada pela fotógrafa Natalia Mathis, de Lucas do Rio Verde, visa conscientizar sobre os perigos dessas violências, em um esforço para promover a reflexão e o combate a esse problema.

    Exposição

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    Foto: Ronaldo Mazza/ALMT

    A exposição, que retrata situações reais vivenciadas por mulheres, foi inaugurada com a presença da modelo Naiany Lima, cujas fotos ilustram o ensaio. Naiany destaca a importância de dar visibilidade a essas questões muitas vezes silenciadas.

    Programação

    Enquanto isso, no mesmo espaço, acontece uma feira que dá espaço para 21 mulheres empreendedoras mostrarem seus trabalhos e produtos. Organizada pelo Instituto Memória do Poder Legislativo (IMPL), a feira busca proporcionar independência financeira a essas mulheres, possibilitando que ampliem suas vendas e conquistem uma renda extra.

    A superintendente do IMPL, Mara Visnadi, enfatiza o propósito da feira como uma oportunidade para valorizar o empreendedorismo feminino e reconhecer o papel das mulheres como provedoras e gestoras de seus negócios. A participação na feira é uma forma de reconhecer e valorizar o trabalho das mulheres em diferentes áreas de atuação, desde a moda íntima até o mercado de beleza.

    Além desses eventos, a ALMT também realiza outras atividades ao longo da semana em alusão ao Dia da Mulher, incluindo a transferência das sessões plenárias para quinta-feira, a posse de uma nova deputada e um seminário sobre violência doméstica e políticas públicas, que conta com a presença de autoridades de diversas áreas.

  • Exposição interativa leva público a encontro de personagens atemporais

    Exposição interativa leva público a encontro de personagens atemporais

    O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) recebe, a partir do dia 6 de março a exposição sensorial Mundo Zira – Ziraldo Interativo, onde toda a família poderá ter contato com os personagens criados pelo quadrinista e escritor brasileiro, que fazem parte do imaginário infantil de todas as idades. A mostra ficará em cartaz até 13 de maio, celebrando o talento do artista, que completou 91 anos em outubro do ano passado.

    A estreia ocorreu em 2022, em Brasília, onde a exposição imersiva foi vista por 65 mil pessoas. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados a partir do próximo dia 28 no site do CCBB RJ. A exposição funcionará todos os dias, exceto terça-feira, das 9h às 20h.

    Ziraldo parou de produzir textos e desenhos em setembro de 2018, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Seu estúdio, onde trabalhou durante 70 anos, instalado no bairro da Lagoa, zona sul do Rio, está sendo transformado no Instituto Ziraldo.

    Exposição leva visitantes ao mundo mágico do quadrinista e escritor Ziraldo. Foto: Mundo Zira/DivulgaçãoExposição leva visitantes ao mundo mágico do quadrinista e escritor Ziraldo. Foto: Mundo Zira/Divulgação

    Exposição leva visitantes ao mundo mágico do quadrinista e escritor Ziraldo – Mundo Zira/Divulgação

    As histórias infantis contadas por ele em mais de 200 títulos, incluindo Flics, Menino Maluquinho, Turma do Pererê, Menino Quadradinho, entre outros, ocuparão o saguão e o quarto andar do CCBB RJ, para serem apreciadas por cariocas e outrosvisitantes.. A direção artística e curadoria são de Adriana Lins e Daniela Thomas, respectivamente sobrinha e filha do artista. A exposição é realizada pela Lumen Produções e pelo Instituto Ziraldo, com patrocínio da PRIO, empresa do setor de óleo e gás do Brasil, e do Ministério da Cultura.

    Quem era criança e conheceu os livros e personagens de Ziraldo passou para os filhos e netos. “Flicts tem 60 anos, a Turma do Pererê também. São gerações. São avós, filhos e netos”, disse em entrevista à Agência Brasil a curadora Adriana Lins. Acrescentou que crianças de 10 e 12 anos, que atuam hoje em redes sociais, que nasceram quando Ziraldo tinha 80 anos, são leitores de suas histórias, o que comprova que os personagens são atemporais. “Elas conhecem os livros, os personagens e adoram”. Adriana afirmou que Flicts, lançado em 1969, é atual. “Ele fala de inclusão, de aceitação, das diferenças, da comunhão”. Sem ser didático, seus livros têm sempre uma lição para transmitir. “Ziraldo é tão literatura, poesia e sensibilidade que a mensagem chega. É por isso que tem tantos fãs. Ele conversa como leitor. Sua obra é pessoal”, destacou Adriana.

    Interatividade

    A exposição une interatividade e tecnologia com a arte tradicional, proporcionando nova leitura das obras icônicas do artista. “Quando pensamos na obra de Ziraldo, pensamos no prazer, no fascínio e na alegria que ele consegue transmitir com sua arte. Agora, nessa exposição, queremos ir além das páginas, sair do papel, recriando uma conversa com o seu acervo. Em Mundo Zira, livros, quadrinhos e personagens saem das páginas e ganham novas dinâmicas pelas mãos dos visitantes”, afirmou a filha mais velha de Ziraldo, Daniela Thomas, curadora artística do Instituto.

    Exposição leva visitantes ao mundo mágico do quadrinista e escritor Ziraldo. Foto: Mundo Zira/Divulgação

    Exposição leva visitantes ao mundo mágico do quadrinista e escritor Ziraldo – Foto Mundo Zira/Divulgação

    Quando o visitante entrar no saguão do CCBB RJ, já perceberá que Ziraldo está presente no prédio. Balões gigantescos. de 3 e 4 metros de diâmetro, estarão suspensos no ar com todas as cores do Flicts e com as figuras dos amigos do Menino Maluquinho, dando as boas vindas e convidando todos a brincar e a viajar no Mundo Zira. “A gente mais tura os universos de Ziraldo. A gente traz os meninos da lua, que são os meninos dos planetas, o Menino Maluquinho, a Turma do Pererê, o Planeta Lilás, Flicts, o Bichinho da Maçã, com o qual Ziraldo ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de arte em 1982”, lembrou Adriana.

    Quando a pessoa chega ao quarto andar, do lado de fora da galeria, já começa a ter contato com o mundo de Ziraldo. O próprio artista dá as boas vindas ao público em uma fotografia gigante em preto e branco. “É como se ele estivesse falando: Pode chegar que é aqui!”. O Menino Maluquinho aponta então para a direção que o visitante deve seguir. Na porta de entrada, Flicts recebe as pessoas que acabam parceiras dessa orquestra de cores e sons, disse Adriana. À medida que as pessoas movem os braços e as mãos como se fossem maestros, o livro vai surgindo em um telão e se animando, fazendo aparecer cores e palavras. “Você vira o condutor dessa história. Vai mergulhando no sensorial e se apropriando dos sentimentos, de percepções, ao mesmo tempo que está brincando, se divertindo”.

    Surpresas

    Mais surpresas esperam o público nos espaços dedicados ao Menino Quadradinho, que fala da passagem da criança para a vida adulta, e no Planeta Lilás, que é uma homenagem ao livro, em que o personagem vai descobrindo as palavras. Já o Saci Pererê leva os visitantes para outra sala, que é a Mata do Fundão, simbolizando todas as florestas brasileiras. Ali, projeções misturam personagens e barulhos de mata que vão surgindo a cada momento atrás dos galhos. “É um pega-pega, dentro da Mata do Fundão”, disse Adriana Lins.

    Exposição leva visitantes ao mundo mágico do quadrinista e escritor Ziraldo. Foto: Mundo Zira/DivulgaçãoExposição leva visitantes ao mundo mágico do quadrinista e escritor Ziraldo. Foto: Mundo Zira/Divulgação

    Exposição leva visitantes ao mundo mágico do quadrinista e escritor Ziraldo -Foto Mundo Zira/Divulgação

    Na verdade, a curadora explicou que se trata de um grande salão que vai criando ambientes. Em um desses ambientes, a imagem do visitante é capturada e projetada dentro de uma ilustração de Ziraldo na parede em frente a ele. “O visitante vira então um personagem do desenho, daquela cena. Tem um menu de desenhos e o visitante pode escolher em qual imagem ele quer aparecer”. Na parte de percepção pelo desenho, há outro ambiente com mesas digitais, que o público escolhe qual desenho quer colorir, por textura diferente . Em seguida, o desenho é projetado muito grande na parede e os outros visitantes passam a ver sua arte, como você se tornou coautor de Ziraldo naquela ilustração.

    A exposição destaca ainda outra linguagem ziraldiana, que são as onomatopeias. A interatividade funciona em alguns pontos do chão onde a pessoa passa e pisa, fazendo a onomatopeia surgir na parede com seu barulho característico. Daniela Thomas lembra que as exposições de Ziraldo, normalmente, são uma festa, porque seus desenhos são fascinantes. “São alegres, brilhantes, sedutores”, completou Adriana. “Isso encanta muito”. Em uma mostra interativa como essa, tudo vira festa.

    De acordo com ela, que também é diretora do Instituto Ziraldo, “é uma exposição imersiva, divertida, dinâmica, indo além da contemplação, convidando o visitante a atuar e fazer parte da brincadeira. De acordo com as curadoras, Mundo Zira – Ziraldo Interativo é um convite ao estímulo da criatividade e da reflexão. A interação com as obras oferece experiência educativa, unindo arte, tecnologia e mensagens sociais e ambientais. Os temas, tratados pioneiramente por Ziraldo desde os anos 60, permanecem não apenas contemporâneos, mas também urgentes.

    Edição: Graça Adjuto

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  • Mostra explora ligação entre língua portuguesa e canções brasileiras

    “Olá, como vai? Eu preciso saber da sua vida. Como vai você? Salve, simpatia”. É com uma colagem de trechos de diversas canções brasileiras que a nova exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa vai saudar o público que a visitar a partir desta sexta-feira (14), em São Paulo.

    Chamada de Essa Nossa Canção, a mostra explora a ligação entre a língua portuguesa e a música brasileira. Uma ligação tão profunda que é responsável por construir não só a nossa identidade, como também a  memória coletiva.

    “Todos nós temos as nossas canções. Aquilo que entra em você e resgata um sentimento, como uma dor ou uma alegria. Mas o Brasil também tem as suas canções. Então, a canção também define uma identidade”, diz Isa Grinspum Ferraz, uma das curadoras da exposição junto com Carlos Nader e Hermano Vianna. A mostra também tem consultoria de José Miguel Wisnik.

    “Com a exposição queremos mostrar a diversidade das canções no Brasil, os vários falares, as múltiplas vozes que podemos ouvir através das canções e que une classes sociais, o popular e o erudito, o individual e o coletivo”, acrescenta Isa.

    Percurso do sopro

    A colagem de versos de diversas músicas que saúdam o público faz parte da instalação sonora Palavras Cantadas, que compõem o primeiro momento da exposição. Nela, o visitante vai entrar em uma sala repleta de cortinas e 14 caixas de som acústicas, que apresentam versos de 54 músicas brasileiras, despidas de acompanhamento instrumental. É aqui que esses versos conversam entre si e criam uma nova e transformadora obra, elaborada pelo produtor cultural Alê Siqueira.

    Com isso, versos de canções de Adoniran Barbosa vão brincar e interagir com trechos de músicas de Chico Buarque, Martinho da Vila, João Gilberto ou Clara Nunes, em uma experiência que dura pouco menos de seis minutos.

    Mas a exposição tem início antes dessa sala. Já ao entrar no elevador, o público vai ouvir uma intervenção sonora, também criada por Alê Siqueira, e que reúne cantos famosos como Ôôôôô, Ilariê, Aê-aê-aê, que se unem para formar uma única canção.


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    Exposição fala da diversidade do idioma na canção popular brasileira, representada por diversos gêneros musicais. Foto – Paulo Pinto/Agência Brasil

    Garota de Ipanema

    Já na segunda sala da exposição, dez músicas emblemáticas do cancioneiro nacional ganham novos intérpretes, promovendo ligações inusitadas entre as interpretações clássicas e a música brasileira contemporânea. Juçara Marçal, por exemplo, canta Sinal Fechado, de Paulinho da Viola. José Miguel Wisnik e Xênia França cantam Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. E fãs dos Racionais MC’s cantam o clássico rap Diário de um Detento. “É importante dizer que não são as 10 melhores canções brasileiras. É sempre um recorte. Essas canções estão aí porque elas trazem algum aspecto inusitado ou desconhecido da relação entre língua e canção”, explica Isa.O terceiro ambiente da exposição é dividido em dois espaços. Em um deles, o público terá a oportunidade de assistir ao documentário As Canções (2011), de Eduardo Coutinho. No outro, os cineastas Quito Ribeiro e Sérgio Mekler realizam obra inédita composta por pequenos trechos de músicas que estão em vídeos do YouTube com interpretações de diversas músicas brasileiras.Na última sala da exposição, há reproduções dos manuscritos de canções escritas pela cantora sertaneja Marília Mendonça, o músico Tom Jobim e o sambista Cartola. Há, ainda, uma linha do tempo em que são apresentados aparelhos que reproduziram essas canções brasileiras ao longo dos anos, desde a vitrola, ao disco de 78 rpm, passando pelas fitas K7 e os iPods.

    A ideia da exposição é que o público faça o percurso como um sopro. Um sopro que vai se adensando e ganhando forma, corpo e elementos.

    “A canção é um sopro. E, no Brasil, é um sopro que oxigena e que reúne características da identidade brasileira, que é vastíssima, e da multiplicidade de Brasis que não é um país, mas [são] muitos. A canção une todas as pontas do Brasil. Une o erudito e o popular, o antigo e o mais moderno. É sempre uma recriação: você bebe da tradição, mas a reinventa o tempo todo. E você une classes sociais. Você pode contar a história do Brasil e todo mundo se identifica com ela, de algum jeito, através da canção. Cada um de nós tem canções que também traduzem nossas vidas. De fato, estão na alma do brasileiro a música e a canção”, analisa Isa.

    Experiência sensorial

    Segundo Carlos Nader, a exposição foi toda pensada curatorialmente para ser uma experiência sensorial. “Essa não é uma exposição sobre a história da canção. Não há nenhuma ambição totalizante nesse sentido de fazer uma tese sobre a canção. É uma exposição sensorial, fluída. Ela não é para ser entendida racionalmente, mas para ser sentida, aproveitada, como é a própria canção. A canção é esse sopro. A gente esquece que a fala é sopro, um sopro contínuo, cortada pelas cordas vocais. E a canção é esse sopro potencializado por um ritmo musical”, depõe.

    A mostra Essa Nossa Canção fica em cartaz até março de 2024. O museu tem entrada gratuita aos sábados. Mais informações podem ser obtidas no site do museu.

    Edição: Kleber Sampaio

  • Exposição no Rio mostra evolução do celular, inventado há 50 anos

    Exposição no Rio mostra evolução do celular, inventado há 50 anos

    O telefone celular, bem como a primeira ligação feita por ele, completaram 50 anos no último dia 3. Quando foi criado, pelo engenheiro americano Martin Cooper, ninguém imaginava que o aparelho seria responsável por uma revolução na comunicação e na vida das pessoas. Hoje, 5,22 bilhões de pessoas no mundo usam celulares. No Brasil, são 250 milhões de números. O primeiro aparelho foi desenvolvido pela Motorola, em 1973.A

    A partir do dia 23 de maio, a história dessa invenção será contada no Museu do Amanhã, na Praça Mauá, região portuária do Rio de Janeiro, na exposição Hi Tech Celular 50, que já está sendo montada e vai misturar tecnologia e arte.

    “É uma exposição que fala do passado e do futuro, porque não tem como compreender o futuro sem relembrar o passado”, disse à Agência Brasil o curador e idealizador da mostra, Miguel Colker, que acrescenta: “tem um caminho histórico mas, no final, [a exposição] questiona quais são as possibilidades de impacto do celular na saúde, na educação, na cultura, na democracia”.

    A narrativa leva o público por seis seções: Buraco Negro, Mobilidade e Liberdade, Popularização e Individualização, Multiplicidade, Excesso e Labirinto de Possibilidades. Em cada uma, o público poderá mergulhar em experiências que marcaram as gerações dos aparelhos celulares e seus devidos impactos, com um convite final a reflexão para o que ainda está por vir. Os visitantes também terão a oportunidade de conhecer um protótipo original do DynaTAC 8000x, relíquia cedida pela empresa Dyna LLC, do inventor e “pai” do celular, Martin Cooper.

    Brasil

    O celular chegou ao Brasil no final da década de 1980. O primeiro sistema de celular implantado no país foi em1989, no Rio de Janeiro.

    Uma curiosidade sobre o nome celular é que o sistema de telefonia móvel se chamava, originalmente, sistema de células, porque consistia em distribuir antenas em pequenas células geográficas espalhadas pela cidade. Como não era possível ter uma antena que cobrisse a cidade inteira, eram espalhadas antenas por toda cidade.

    Assim, se uma pessoa que estivesse em Santa Teresa, no centro do Rio, por exemplo, e se deslocasse para Botafogo, seria possível continuar conversando pelo celular durante o trajeto.

    Excessos

    A mostra também chama a atenção para o uso inadequado e danoso do celular. “O celular se tornou uma ferramenta para o bem e para o mal. Ele é fruto de uma necessidade humana. É algo, hoje, que a gente precisa olhar e refletir sobre o uso dele. Existe pouco debate sobre o uso do celular”, pondera Colker.

    Na avaliação dele, o debate que se faz hoje é raso. “Hoje, no Brasil, você tem mais celular do que brasileiros. Você tem mais linhas de celulares do que brasileiros. É verdade”. De acordo com relatório da ‘Mobility Report’, em 2028 haverá mais celular do que ser humano no planeta.

    “É uma ferramenta que, no Brasil, é usada, em média, cinco horas por dia, e deve fazer parte dos debates sobre áreas importantes do desenvolvimento, como saúde, educação”.

    Edição: Denise Griesinger

  • SP homenageia personalidades negras em exposição coletiva de grafites

    SP homenageia personalidades negras em exposição coletiva de grafites

    O Museu da Imagem e do Som (MIS) está homenageando em novembro, mês da Consciência Negra, 81 personalidades negras em uma megaexposição coletiva de grafites. As obras, realizadas por 81 artistas da periferia de cidades paulistas, estão expostas na sede do museu. Reproduções dos trabalhos estão espalhadas por quase uma centena de espaços culturais paulistas, como o Museu Afro Brasil, o Memorial da América Latina, e as Fábricas de Cultura.

    A exposição faz parte da programação da Virada da Consciência Negra, composta por 220 atividades nos museus, bibliotecas, teatros, Fábricas de Cultura e instituições da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

    “[A nossa intenção é] dar grande visibilidade aos artistas negros e suas obras de maneira a evidenciar a imensa contribuição que esses artistas deram para a cena cultural do nosso país ao longo do tempo. A ideia foi realizar atividades que sejam capazes de dar esta visibilidade, que é uma visibilidade mais do que merecida, mais do que justa”, destacou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão, em entrevista a Agência Brasil.

    “[Propusemos] atividades que estimulem o público a refletir sobre esse mal que é o racismo, que infelizmente ainda persiste na sociedade brasileira, e é um mal que precisa ser extirpado, que precisa ser combatido. A ideia é que essas atividades convidem a população a pensar e refletir sobre a questão do racismo, mas com este sentido, de gerar indignação em relação ao racismo e gerar o repúdio ao racismo”, acrescentou.

    Entre as personalidades negras homenageadas está Emanoel Araújo, fundador, diretor e curador do Museu Afro Brasil, falecido no último dia 7 de setembro, reconhecido por defender, valorizar e dar visibilidade à produção afro-brasileira nos mais diversos campos. Também é homenageada a cantora Elza Soares, falecida no início do ano, e referência da música negra.

    Grafite

    De acordo com o secretário, a escolha do grafite se deu em razão da representatividade desse tipo de arte. “O grafite é essencialmente uma linguagem artística urbana que nasce nas favelas e periferias e ganha o Mundo em que a grande maioria dos artistas é negra. Então portanto é uma manifestação ou é uma linguagem de artes visuais que está muito associada a contribuição da comunidade negra para a arte e a cultura do nosso país”.

    A escolha dos homenageados foi realizada pelo Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CPDCN) do estado de São Paulo, primeiro órgão do país criado para a defesa dos direitos da comunidade negra e enfrentamento ao racismo. De acordo com a Secretaria de Cultura do estado, as 81 personalidades negras foram selecionadas em razão da sua trajetória e biografia.

    A história de cada um dos homenageados pode ser lida aqui. A exposição ocorre, no MIS (Avenida Europa, 158) até 29 de janeiro de 2023, de terça a sexta das 11h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h;. O ingresso é gratuito.

    Edição: Nira Foster

  • Museu do Amanhã abre exposição sobre o coração

    Museu do Amanhã abre exposição sobre o coração

    A exposição S2 – Coração, Pulso da Vida, realizada pelo Museu do Amanhã em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apresenta, a partir de hoje (13), o coração como máquina de viver e sentir. A mostra ocorre paralelamente ao Congresso Mundial de Cardiologia, que também começa hoje e vai até sábado (15) no Rio de Janeiro.

    Distribuída entre as áreas Coração, Bem-Viver e Sentir Junto, a mostra oferece uma série de informações sobre o órgão vital, além de experiências imersivas. Entre os temas abordados, estarão a importância da saúde do coração, sua relação com a qualidade de vida, o impacto da desigualdade social nas doenças cardiovasculares, a relação entre saúde mental e física e o que pode ser feito para garantir uma vida melhor.

    De acordo com a diretora-geral do Museu do Amanhã, Bruna Baffa, saúde e longevidade são temas que têm muito a ver com os “amanhãs” que a instituição busca construir. “Quando imaginamos esses amanhãs, é preciso pensar em saúde, bem-estar e qualidade de vida para todos. Esse é um ponto importante da exposição: a gente fala do coração como órgão vital, mas também fala de saúde de forma ampliada”.

    Bruna destacou que um dos propósitos da mostra é discutir quem tem direito à saúde no Brasil. “Vivemos num país com desigualdade gigantesca e trazemos isso para dentro da exposição. Apesar de termos as inovações e tecnologias que fazem evoluir, não é todo mundo que tem acesso de forma igual. Provocamos esse olhar crítico aqui, durante a exposição”.

    Segundo o presidente do Conselho Administrativo da SBC, João Fernando Monteiro Ferreira, a realização do Congresso Mundial tornará o Brasil, por alguns dias, o centro global da cardiologia. Para o médico, a exposição aproxima, por meio da arte, a ciência da população.

    “É um convite à sociedade para que tome consciência da importância do coração em nossa vida. Dessa forma, criamos excelente oportunidade para que as pessoas sejam protagonistas na conquista da boa saúde e agentes na difusão de hábitos de vida mais saudáveis”, disse o cardiologista.

    A primeira seção da mostra, chamada “Coração”, abordará os aspectos referentes ao interior do corpo humano, com foco principal na estrutura do coração, seu funcionamento e condições que podem acometê-lo. Dessa forma, o público poderá se aproximar à fisiologia do coração e percebê-lo como órgão que funciona em conexão com diversos outros. Por meio de experiência interativa, será possível ouvir e visualizar seu batimento cardíaco, replicado no ambiente.

    Segundo os organizadores, a área “Bem-Viver” evidenciará os aspectos sociais, comportamentais, econômicos, étnico-raciais e ambientais que contribuem para escolhas individuais e expõem a complexidade de obter uma qualidade de vida dentro da construção social atual. Esse contexto revela a importância de um acompanhamento médico humanizado, multidisciplinar e individualizado, além de reforçar a necessidade de políticas públicas para a garantia do acesso à saúde.

    A última seção “Sentir Junto” traduzirá, com intervenção audiovisual de poesia e dança, a sensação do que é estar vivo, estar presente no mundo, sentir alegrias e dores e compartilhar vivências.

    Dia do Bem-Estar

    Como parte da programação alinhada à exposição, o Museu do Amanhã realizará, no dia 15 de outubro, o Dia do Bem-Estar. Haverá um dia inteiro de atividades dentro e fora do museu, para todas as idades, promovendo a prática do autocuidado e da qualidade de vida, além da troca de conhecimentos sobre saúde e longevidade.

    O dia começará com uma visita mediada de bicicleta pelo entorno do museu, em parceria com o Kit Livre e Transporte Ativo. Haverá bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência. A agenda também contará com aula de treinamento funcional, aula de yoga, roda de conversa sobre segurança alimentar e oficina na Horta do Amanhã.

    Congresso Mundial de Cardiologia

    Mais de 11 mil cientistas, acadêmicos e médicos estarão no Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro, para o Congresso Mundial de Cardiologia, que após 24 anos volta a ser sediado no país. O evento, que ocorrerá paralelamente ao 77°Congresso Brasileiro de Cardiologia, terá cerca de 250 sessões e mais de 600 conferencistas.

    Edição: Graça Adjuto

  • Força Aérea abre as portas da Base Aérea de Brasília para exposição

    Força Aérea abre as portas da Base Aérea de Brasília para exposição

    Após três anos de espera por causa da pandemia da covid-19, a Força Aérea Brasileira (FAB) retoma, neste domingo (18), o Portões Abertos. Na programação do evento, tradição na Base Aérea de Brasília, haverá exposição de aeronaves e equipamentos militares, carros antigos, paraquedismo, demonstrações e acrobacias aéreas, além de sorteios de brindes e shows com bandas.

    Os visitantes também poderão visitar 30 estandes de apoiadores do evento. A Inframerica, concessionária do Aeroporto de Brasília, por exemplo, vai exibir um dos seus carros de bombeiro, um Rosenbauer Panther.

    Segundo a Aeronáutica, o evento apresentará as atividades desenvolvidas pela Força Aérea, além de aproximar a população e dar a oportunidade de ver de pertinho os aviões usados pela FAB na proteção do espaço aéreo brasileiro.

    A visitação ficará aberta das 9h às 17h com atrações para todas as idades. Os organizadores pedem 1kg de alimento não perecível para doação.

    A partir das 16h está prevista a exibição da Esquadrilha da Fumaça, grupo composto por ex-pilotos de caça, que, mais uma vez, deve ser responsável pelo ponto alto do evento. A expectativa é que este ano o Portões Abertos repita o sucesso de 2018, quando recebeu 70 mil pessoas.

    Recomendações

    A organização do evento informa que não é permitido o acesso de animais e de bicicletas na Base Aérea. Por causa do tempo quente e seco em Brasília, aos visitantes é recomendado vestir roupas leves, boné, uso de protetor solar. Além de beber bastante água.

    Serviço:

    Portões Abertos 2022

    Local: Base Aérea de Brasília (Setor Militar do Aeroporto Internacional de Brasília)

    Data: Domingo, 18 de setembro

    Horário: 9h às 17h

  • Exposição mostra universo de mulheres ciganas de Mato Grosso

    Exposição mostra universo de mulheres ciganas de Mato Grosso

    A resistência, a diversidade e a beleza de mulheres ciganas de Mato Grosso podem ser vistas na Exposição Multimídia Calin, já disponível em plataforma digital. O trabalho registrou ciganas da etnia Calon, que no estado se autodenominam Calin. São mulheres de diferentes idades, em uma mostra que propõe novas possibilidades do que é ser Calin, cigana, mulher, mato-grossense e brasileira.

    A exposição Calin é um dos produtos transmídias que integram o projeto Diva e as Calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã; aprovado no edital Conexão Mestres da Cultura, da Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT). O projeto foi proposto pela Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (Aeec-MT), e homenageia a raizeira e benzedeira cigana Maria Divina Cabral, a Diva, como mestra da cultura mato-grossense.

    A exposição une as famílias da mestra Diva e suas parentes Nerana, de Tangará da Serra; Irandi e Terezinha, ambas de Cuiabá; e Nilva, da cidade de Rondonópolis. Todas elas são consideradas mestras da cultura cigana, pois conservam os saberes, as filosofias e as identidades dessa cultura milenar.

    Além de mostrar a diversidade, o projeto busca registrar e valorizar seus significados, tradições e saberes. Também é uma forma de combater estereótipos e preconceitos sobre as mulheres ciganas.

    Segundo os realizadores, trata-se da primeira exposição multimídia com foco no universo das mulheres ciganas Calon do país.

    “O material multimídia exposto é resultado de um encontro sutil e delicado entre nossa equipe e o modo como nos vemos, nos mostramos e, principalmente, queremos ser vistas. Assim, brindamos o público com novas autorrepresentações do universo romani, especialmente do tronco étnico Calon. Esperamos que a plataforma se transforme numa referência nacional, quiçá internacional”, disse a coordenadora geral do programa, Fernanda Alves Caiado, presidente da Aeec-MT.

    A teoria mais aceita entre os estudiosos é que os ciganos têm origem na Índia, a partir de uma dissidência de castas no país asiático, há cerca de mil anos, que fez com que o grupo se espalhasse primeiro pela Europa e depois para as demais partes do mundo (diáspora). No Brasil, acredita-se que os primeiros ciganos chegaram em 1574 ou um pouco antes, segundo registros dos padres jesuítas.

    Há três etnias mais importantes: os Calon, grande maioria no país, oriundos da Espanha e Portugal, os Rom, com origem na Romênia, Turquia e Grécia, e os Sinti, que vieram principalmente da Alemanha e da França.

    Exposição

    Em fotos, vídeos e textos, Calin vislumbra a criação de novas narrativas para que mais mulheres ciganas se inspirem e possam criar os próprios caminhos, informa a associação. O site é composto por menus explicativos apresentando a exposição, o projeto, a mestra Diva, e as mulheres que participam do trabalho. Além disso, disponibiliza vídeos e links para o blog e redes sociais da Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso.

    “Apresentamos um universo ora onírico, ora de realidade, que se revela através da compreensão feminina de uma cultura milenar de resistência, cuja medicina tradicional se baseia na natureza. Como as raízes profundas das árvores retorcidas e sertanejas do cerrado, que resistem ao fogo e a seca, produzindo flores e frutos, as mulheres ciganas produzem cultura e cura que precisam chegar a mais e mais pessoas, ainda mais nesses tempos em que vivemos de pandemia, em que a saúde tornou-se uma questão central”, enfatiza a fotógrafa e curadora, Karen Ferreira.