Tag: Exportação

  • Exportações de carne bovina do Brasil indicam possível recorde mensal em abril

    Exportações de carne bovina do Brasil indicam possível recorde mensal em abril

    As exportações brasileiras de carne bovina in natura estão em ritmo acelerado neste mês de abril, apontando para um possível recorde mensal. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os embarques diários ultrapassaram as 10 mil toneladas até o dia 19, totalizando, até o momento, mais de 155 mil toneladas enviadas ao exterior. Esse volume já se posiciona como o segundo melhor abril da história, mesmo faltando sete dias para o fechamento do mês.

    Em comparação com abril de 2022, quando foi registrado o recorde histórico para o mês, com uma média diária de 8,29 mil toneladas, os números atuais indicam um crescimento significativo nas exportações. Essa tendência é um reflexo da forte demanda internacional pela carne bovina brasileira, impulsionada por diversos fatores, incluindo a qualidade do produto, a competitividade dos preços e a confiabilidade dos fornecedores brasileiros.

    Pesquisadores do Cepea destacam que o volume atual de exportações deve contribuir para um maior equilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno. Isso significa que a firmeza do mercado de carne bovina no curto prazo pode ser fortalecida pela redução dos estoques e pela alta demanda externa, o que pode beneficiar produtores e toda a cadeia de suprimentos do setor.

    Esses números ressaltam a importância do Brasil como um dos principais exportadores globais de carne bovina, consolidando sua posição no mercado internacional e contribuindo significativamente para a economia do país.

  • Alta nas negociações de soja no Brasil é impulsionada pela demanda externa

    Alta nas negociações de soja no Brasil é impulsionada pela demanda externa

    Na última semana, o mercado brasileiro de soja viu uma crescente demanda, especialmente no exterior, impulsionando as negociações. De acordo com análises do Cepea, esse cenário resultou em um aumento nos prêmios de exportação no país, que retornaram a patamares positivos após oito meses. A valorização do dólar em relação ao Real também contribuiu para tornar as commodities brasileiras mais atrativas para os importadores.

    Essa conjuntura influenciou diretamente os preços da soja em grão no mercado doméstico, impulsionando uma alta nas cotações. Além disso, a redução na produção nacional também contribuiu para esse movimento.

    Entre a primeira estimativa da Conab para a temporada 2023/24, divulgada em outubro de 2023, e a mais recente, deste mês, houve um corte significativo de 15,48 milhões de toneladas. Atualmente, o volume projetado é de 146,52 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 5,2% em relação à safra passada e 0,23% abaixo do previsto no relatório anterior, de março.

    Esses dados refletem a dinâmica complexa do mercado de soja no Brasil, com a demanda externa exercendo um papel crucial na determinação dos preços e nas negociações globais da commodity.

  • Exportações ajudarão Brasil a diminuir desigualdade social, diz Lula

    Exportações ajudarão Brasil a diminuir desigualdade social, diz Lula

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os estímulos que vêm sendo feito pelo governo federal para ajudar o país a produzir e exportar terão, como resultado, uma sociedade mais igualitária, formada majoritariamente por pessoas de classe média, em vez de estar dividida entre ricos e pobres.

    A declaração foi feita nesta sexta-feira (12) em Campo Grande (MS), onde o presidente participou de evento comemorativo ao embarque do primeiro lote de proteína animal exportada para a China, a partir da fábrica JBS. Em março, o país asiático habilitou 38 novas plantas para receber carne importada do Brasil.

    Com isso, o total de plantas habilitadas para operar na China passou de 107 para 145. Destas, 24 são voltadas ao processamento de carne bovina; oito de frangos; um estabelecimento de termo processamento de bovinos; e cinco entrepostos.

    Segundo o Planalto, somadas, essas unidades vão gerar um incremento de R$ 10 bilhões na balança comercial brasileira ao longo dos próximos 12 meses. O Mato Grosso do Sul tinha apenas três frigoríficos habilitados para exportar para a China. Agora são sete.

    Círculo virtuoso

    “Vocês estão percebendo que a economia brasileira voltou a crescer. Estão percebendo que a inflação voltou a cair e que a massa salarial votou a crescer. Antes, 80% dos acordos salariais nesse país eram abaixo da inflação. Hoje 87% é acima da inflação. E vocês estão percebendo que o salário mínimo voltou a subir”, discursou o presidente ao destacar que o crescimento de 11.7% na renda familiar é o maior em 28 anos.

    Lula acrescentou que, quando o trabalhador ganha mais, vira consumidor. “E na hora que vira consumidor, vai mais nas lojas e supermercados para comprar. Aí, a loja encomenda mais da fábrica e a fábrica produz mais. É um círculo virtuoso de geração de oportunidade para todos”.

    “Mas para isso, precisamos ter empresários que façam investimentos; precisamos ter países parceiros que comprem nossas coisas. É assim que o Brasil se transformará, um dia, em uma economia verdadeiramente rica e não dividida entre pobres e ricos. A gente quer uma sociedade de classe média”, completou ao reforçar que cabe ao Estado oferecer condições adequadas para esse cenário.

    Infraestrutura

    Segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, os investimentos que vêm sendo feito na infraestrutura do país fazem parte dessa estratégia de desenvolvimento associado à justiça social, defendida pelo governo.

    “Essa planta [frigorífico onde ela e Lula estavam, de onde foi enviado o primeiro lote de carne para a China] significa mais exportação, e esse evento significa abrir o mercado brasileiro para o mundo. Exportar significa mais empregos gerados, mais renda no comércio e, consequentemente, mais empregos sendo gerados, numa economia circular”, disse a ministra ao lembrar que cerca de R$ 70 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são investidos em infraestrutura.

    Ao apontar para um mapa com rotas de escoamento da produção brasileira, Simone Tebet disse que, de um tempo para cá, boa parte do PIB ( Produto Interno Bruto – Somas das riquezas produzidas no país) brasileiro se concentrou no Centro-Oeste brasileiro e em partes do Norte e do Sul do país.

    Atalho para a China

    “Quando olhamos o mapa, vemos que é muito mais rápido e lucrativo exportar pelo Oceano Pacífico. Há uma rota de integração que vai permitir à JBS e aos produtos que plantamos; à agricultura familiar; à pecuária do agronegócio possam chegar mais rápido e mais barato para China”, disse.

    “Esta rota já está [praticamente] pronta. Do lado do Brasil, falta a ponte em Porto Murtinho, que o presidente Lula inaugura no segundo semestre do ano que vem. Em 2025 começa também a construção, pelo PAC, de mais de R$ 400 milhões para interligar o asfalto da [BR] 419”, acrescentou.

    Segundo a ministra, com a conclusão dessas obras, esse produtos não precisarão mais ir para os portos do Atlântico. “Vão poder chegar numa distância inferior a 10 mil quilômetros para chegar na China. Estamos falando em diminuir a rota em até 21 dias, o que significa que os produtos vão poder ter entregues mais barato”, completou.

    Edição: Valéria Aguiar

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  • Exportações de carne suína recuam em março, mas ano segue positivo

    Exportações de carne suína recuam em março, mas ano segue positivo

    As exportações de carne suína brasileira enfrentaram um recuo em março, com queda de 14% no volume embarcado em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

    O total exportado em março atingiu 91,9 mil toneladas, contra 106,9 mil toneladas em 2023. A receita também apresentou queda, de 22,5%, somando US$ 192,8 milhões no mês.

    Primeiro trimestre positivo

    Apesar da retração em março, o primeiro trimestre de 2024 ainda apresenta um crescimento de 5,3% nas vendas externas de carne suína, com 289,4 mil toneladas exportadas. A receita, no entanto, recuou 7,5% no período, totalizando US$ 597,7 milhões.

    China compra menos, outros mercados crescem

    A China, principal destino das exportações brasileiras de carne suína, importou 46,8% menos em março do que no mesmo mês do ano passado, com 19,3 mil toneladas. Já Filipinas (+54,8%) e Hong Kong (-44%) se destacaram como outros mercados importantes, com 14,6 mil toneladas e 7,4 mil toneladas, respectivamente.

    Santa Catarina lidera, mas todos os estados exportam menos

    Santa Catarina se manteve como o principal estado exportador, com 53,9 mil toneladas embarcadas em março (-6,2%). Rio Grande do Sul (-27,8%) e Paraná (-31,6%) também registraram quedas nas exportações, com 18,7 mil toneladas e 10,2 mil toneladas, respectivamente.

    Diversificação de mercados e perspectivas positivas

    Luís Rua, diretor de mercados da ABPA, ressalta que, apesar da queda em março, os embarques de carne suína para mercados de alto valor agregado, como Japão, Estados Unidos, Canadá e Filipinas, apresentaram crescimentos acima de 100%.

    “Essa diversificação é fundamental para o setor, especialmente em um momento em que a China está comprando menos. No caso das Filipinas, que já é o segundo maior importador, esperamos um crescimento ainda maior nos próximos meses, após a recente acreditação do sistema brasileiro pelas autoridades do país asiático”, avalia Rua.

    Ricardo Santin, presidente da ABPA, reforça o otimismo para o ano: “Mesmo com a retração pontual em março, os embarques totais do ano seguem em níveis acima dos registrados no mesmo período do ano passado. Isso indica que as perspectivas para o ano continuam positivas, especialmente com a consolidação de novos mercados para a carne suína brasileira.”

  • Soja/Cepea: Exportações do 1º trimestre atingem recorde para o período

    Soja/Cepea: Exportações do 1º trimestre atingem recorde para o período

    As exportações brasileiras de soja em grão somaram 22,09 milhões de toneladas no primeiro trimestre, um recorde para o período e 15,7% acima do embarcado no mesmo intervalo de 2023 – dados Secex.

    Segundo pesquisadores do Cepea, o bom ritmo das vendas externas reflete as negociações de contratos a termo, realizados ainda em 2023. E agentes do setor acreditam que os embarques nacionais da oleaginosa devem seguir intensos, fundamentados na valorização do dólar frente ao Real.

    Já o preço médio recebido pelas vendas externas de soja no primeiro trimestre de 2024 foi de R$ 136,30/sc de 60 kg, o menor para o período desde 2019, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de mar/24).

    No spot nacional, consumidores estão limitando as aquisições, atentos à maior oferta na Argentina e à possível necessidade de produtores brasileiros de liberar espaço nos armazéns.

    Vendedores, por sua vez, seguem cautelosos nas negociações envolvendo grandes volumes, devido à menor produtividade e aos altos custos com a atual safra.

  • Brasil se especializa na produção de azeite extra virgem

    Brasil se especializa na produção de azeite extra virgem

    Produtores brasileiros de azeite de oliva têm chances de se beneficiarem da alta internacional do preço do alimento, e ganhar mais espaço para vender ao segundo maior mercado importador do mundo: o próprio Brasil.

    De todo azeite que o país consome, menos de 1% (0,24%) é produzido por sua lavoura. A maior participação no mercado interno poderá se dar pela qualidade do produto, o que permite crescimento de consumo mesmo quando o preço se eleva.

    Entre 2018 e 2022, a produção de azeite só no Rio Grande do Sul passou de 58 mil litros para 448,5 mil litros. O estado e outras regiões do país, como a Serra da Mantiqueira – entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro -, está se especializando na produção de azeite extra virgem, de menor acidez, reconhecido como artigo especial ou premium.

    De acordo com o Internacional Olive Council, entre 2013 e 2020, o Brasil importou uma média de 74 mil toneladas ao ano de azeite e óleo de bagaço de azeitona. No período de oito anos, a importação cresceu de 73 mil toneladas ao ano para 104 mil toneladas ao ano.

    Em 2020, oitenta por cento desse volume veio da Portugal e da Espanha. Os dois países da península ibérica diminuíram a produção de azeite nos últimos anos por causa do aumento de temperatura quando ocorre a floração das oliveiras, o que causou a elevação do preço do produto em cerca de 45% de 2020 para cá.

    Paralelo ao encarecimento do azeite, produção nacional começa a ter reconhecimento. No mês passado, por exemplo, um azeite de marca gaúcha (Potenza Frutado) foi escolhido como o melhor do Hemisfério Sul – Prêmio Internacional Expoliva de Qualidade dos Melhores Azeites Extravirgens, realizado na Espanha (22ª edição).

    Abastecimento mais rápido – Além de azeite extra virgem de qualidade reconhecida, o produtor nacional tem em seu favor a agilidade para abastecer o mercado interno. “Se eu colher uma azeitona hoje no pé aqui, eu posso tranquilamente em dez dias ter o azeite dela em uma loja do Pão de Açúcar em São Paulo”, calcula Luiz Eduardo Batalha, o maior produtor de azeite do Brasil e dono da marca que leva seu nome.

    Batalha, que acumula experiência com a produção de carne, café e cana-de-açúcar em diferentes partes do país, cultiva oliveiras em três fazendas com total de 3 mil hectares nos municípios de Pinheiro Machado e Candiota, no sudeste gaúcho, a cerca de 60 quilômetros da fronteira com o Uruguai.

    Segundo ele, o azeite extra virgem “é um produto que precisa de muito frescor” e as marcas estrangeiras apesar do domínio absoluto “não competem com a rapidez que a gente tem de colocar o azeite nas gôndolas do supermercado, nos lugares, nos restaurantes.”

    O argumento do produtor faz sentido para Ticiana Werner, dona de um restaurante em Brasília que leva o seu sobrenome. Ela pondera que além do maior tempo para chegar às redes brasileiras de abastecimento, o azeite importado pode não estar devidamente acondicionado em seu transporte.

    “Um azeite da Europa vem como? Em um contêiner. Como é esse contêiner, é refrigerado? Se não for refrigerado o azeite pode oxidar”, avalia a empresária que desde o início do ano começou a usar azeite nacional em saladas, pratos quentes e até sobremesas.

    O Brasil cultiva oliveiras desde o século passado, mas a perspectiva de ter uma produção mais robusta e virtuosa começou a se desenhar entre os anos de 2005 e 2006, quando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) demandou que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) avaliasse a possibilidade de o país cultivar oliveiras, como já acontecia com as vinheiras no Sul do Brasil e no Vale do São Francisco (Bahia e Pernambuco).

    O trabalho teve início com o plantio de mudas de oliveiras tradicionais em países de grande produção. As variedades de maior sucesso foram koroneike, de origem grega; as espanholas arbequina e arbosana; e a covatina, da Itália.

    Mudança no metabolismo – “Quando você traz uma espécie de uma condição adequada para uma condição como a nossa, a planta mexe no seu metabolismo e se adapta à nova condição”, explica o engenheiro agrônomo Rogério Oliveira Jorge, responsável técnico em laboratório da Embrapa Clima Temperado em Pelotas (RS), que faz pesquisas e avalia a qualidade dos azeites produzidos no Brasil.

    O desempenho da planta depende da capacidade de se adaptar ao clima e ao solo. A ciência sabe que as oliveiras não se desenvolvem bem em lugares com muita chuva e solos enxarcados.

    Além do baixo índice pluviométrico e da baixa umidade relativa do ar, a planta precisa de exposição ao sol e de temperaturas amenas. Nos períodos de florescimento pleno, polinização e frutificação efetiva “a temperatura diária deve ficar em torno de 20ºC, a fim de que todos os processos metabólicos ocorram normalmente”, descreve estudo da Embrapa sobre a distribuição potencial de oliveiras no Brasil e no mundo, feito em 2015.

    De acordo com os pesquisadores da empresa estatal, além do Rio Grande do Sul e de lugares de altitude como a Serra da Mantiqueira, há zonas “apontadas como mais favoráveis” no semiárido nordestino.

    O azeite de oliva é rico em ácidos graxos, pode ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue e contribuem para o fortalecimento do sistema imunológico. Em entrevista à Agência Brasil, a nutricionista Mônica Julien, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, aconselhou o consumo. “Eu recomendo que use azeite se possível, não em substituição a todas as outras gorduras, porque até as gorduras saturadas têm sua função também no organismo, mas se puder acrescentar e trocar uma boa parte das gorduras por azeite é bastante saudável.”

    Rotineiramente, o Ministério da Agricultura e Pecuária faz fiscalização e apreensões de azeites em supermercados. O Mapa orienta aos consumidores conferir a lista de produtos irregulares já apreendidos; não comprar a granel; optar por produtos com a data de envase mais recente; reparar a data de validade e o tempo dos ingredientes contidos – o tempo de colheita de azeitona para azeites extra virgem é de seis meses. Outra sugestão é observar se o óleo está turvo e se na embalagem há informação sobre mistura de óleos (adição de outro óleo vegetal).

    Edição: Valéria Aguiar

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  • Exportações de algodão brasileiro alavancam mercado internacional

    Exportações de algodão brasileiro alavancam mercado internacional

    Enquanto as negociações internas do mercado brasileiro de algodão permanecem em ritmo lento, o setor de exportação do produto está vivenciando um período de intensa atividade neste mês. De acordo com dados da Secex, em apenas 11 dias úteis de março, as exportações brasileiras totalizaram 125,03 mil toneladas, representando um aumento impressionante de 65% em comparação com todo o volume exportado em março de 2023.

    A média diária de exportação alcançou 11,366 mil toneladas, quase quadruplicando os números registrados em março do ano anterior, que foram de apenas 3,296 mil toneladas. Esse crescimento expressivo nas exportações é refletido também no acumulado da safra 2022/23, onde o Brasil já enviou ao exterior 1,754 milhão de toneladas até a parcial de março de 2024, um aumento de 21,1% em relação à temporada anterior.

    Pesquisadores do Cepea apontam que esse aumento nas exportações é impulsionado pela valorização internacional do produto, levando parte dos agentes brasileiros a priorizarem novas negociações no mercado externo, inclusive para a fibra das próximas temporadas. Esse cenário evidencia a competitividade do algodão brasileiro no mercado global e sugere um fortalecimento significativo do setor de exportação como um todo.

  • Imac contribui na habilitação de frigoríficos para exportar carne bovina

    Imac contribui na habilitação de frigoríficos para exportar carne bovina

    Mato Grosso atingiu um número histórico de frigoríficos habilitados para exportar carne bovina ao país asiático. Seis novas plantas foram habilitadas no estado recentemente, o que equivale a 25% do total de unidades brasileiras contempladas. Outras sete plantas frigoríficas já comercializavam carne bovina com os chineses. Grande parte desta conquista é resultado do trabalho que o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) promove junto aos mercados internacionais, especificamente o chinês.

    “Ações internacionais promovidas pelo Imac tendem a fortalecer ainda mais os laços entre parceiros comerciais. Há anos, participamos de feiras de negócios em diversos países mostrando a potencialidade na produção da carne bovina de alta qualidade de Mato Grosso”, destacou a diretora executiva do Imac, Paula Queiroz.

    Protagonista nesta aproximação comercial, o Imac tem realizado ações internacionais como a Missão China. As atividades são voltadas à divulgação da cadeia da carne bovina sustentável de Mato Grosso junto às empresas e representações provinciais na Ásia, o que resulta no estreitamento da comunicação de novos investidores.

    “Em 2023, recebemos comitivas chinesas em Mato Grosso. Esses grupos tiveram a oportunidade de visitar os principais frigoríficos mato-grossenses. Os chineses conheceram de perto mais sobre a produção da cadeia de carne no estado, que é referência internacional”, afirmou Bruno Andrade, diretor técnico operacional do Imac.

    Mato Grosso tem grande potencial para atender a demanda asiática, com rebanho comercial de pouco mais de 34 milhões de cabeças de gado e abate de bovinos em torno de 6 milhões de animais (ano 2023). As novas habilitações no estado irão trazer grandes benefícios econômicos. De acordo com o Bruno Andrade, há uma grande possibilidade do estado aumentar sua venda de carne para a China.

    “Resultaria em um maior volume de carne destinada para fora do Brasil o que aumenta a competitividade para o setor e consequentemente pode melhorar os preços para a cadeia produtiva”, pontuou.

    Negociações mato-grossense

    Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), os frigoríficos habilitados em Mato Grosso estão localizados nos municípios de Colíder, Várzea Grande, Diamantino, Confresa, Alta Floresta e Pontes e Lacerda. Todas essas plantas trabalham apenas com carne bovina.

    Em 2023, comitivas chinesas foram recebidas e acompanhadas em Mato Grosso pelo Imac. Uma delas, a companhia chinesa Sinomach Hainan Development, esteve em Cuiabá e visitou o Frigorífico Sul – Frigosul instalado em Várzea Grande. O grupo sinalizou interesse em negociar carne bovina produzida pela planta.

    “É uma grande oportunidade e anseio de todos os frigoríficos poderem habilitar suas unidades para exportação, porque garante empregos e gera divisas para o Estado. É muito importante a abertura do mercado principalmente para a China”, destacou – na época – o gerente administrativo, Jorge Brandão.

    Também em 2023, o Imac organizou reuniões da Optimize Integration Group – OIG, com representantes da indústria frigorífica mato-grossense. Essas interações contribuíram para que Mato Grosso pudesse se destacar.

    Regiões novas

    Com as novas habilitações, frigoríficos de Mato Grosso têm a oportunidade de expandir o mercado e fomentar a economia onde a indústria está instalada. A expectativa é no aumento do abate, o giro de recursos financeiros no município e a contratação de empregos.

    Instalada no município de Alta Floresta -MT, a Fazenda Tambatajá possui um sistema de recria e engorda de gado. A propriedade é responsável pelo abate de cerca de 1.600 animais por ano. O frigorífico para onde é destinada quase toda a produção é um dos novos habilitados para exportação asiática.

    Para o administrador da Tambatajá, o médico veterinário Silvio Adami, a habilitação do frigorífico de Alta Floresta irá gerar uma valorização da arroba do boi na região. A fazenda já engorda animais e os envia para abate com menos de 30 meses de idade, um dos requisitos que o mercado chinês exige.

    “A fazenda tinha uma dificuldade de colocar esses animais no mercado em consequência de não ter um frigorífico nas proximidades habilitado para a China. Com essa autorização, a expectativa é que a fazenda tenha uma opção a mais para escoar o gado nos padrões chineses exigidos, alcançando através disso mais valor agregado na nossa arroba produzida”, disse.

    Exportações brasileiras

    Conforme a Administração-Geral de Aduanas da China (GACC), foram concedidas 38 habilitações, incluindo oito abatedouros de frango, 24 abatedouros de bovinos, um estabelecimento bovino de termoprocessamento e cinco entrepostos, algo inédito com o comércio da China, dos quais um é de bovino, três de frango e um de suíno.

    A previsão do governo brasileiro é que as novas habilitações gerem R$ 10 bilhões adicionais à balança comercial.

  • Frango: enquanto preços variam no mercado interno, exportação é recorde em fevereiro

    Frango: enquanto preços variam no mercado interno, exportação é recorde em fevereiro

    As vendas domésticas de carne de frango no Brasil mostram uma realidade diversificada neste início de mês, com comportamentos variados entre as diferentes regiões monitoradas pelo Cepea. Os preços também têm flutuado entre as praças, apesar da expectativa de um aumento na demanda devido ao recebimento de salários.

    No entanto, o destaque fica para o desempenho das exportações brasileiras da proteína. Em fevereiro, o país registrou um recorde histórico, com o total embarcado atingindo a marca de 397,2 mil toneladas, considerando produtos in natura e processados. Esse volume representou um aumento de 4,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

    A China continua liderando como o principal destino da carne de frango brasileira, importando 42 mil toneladas em fevereiro. Esse número representa um crescimento expressivo de 9,4% em comparação com janeiro, conforme dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea. Essa forte demanda internacional pelo produto brasileiro tem impulsionado o setor de exportações.

  • Brasil assina acordo para elevar número de mulheres exportadoras

    Brasil assina acordo para elevar número de mulheres exportadoras

    O Brasil assinou nesta segunda-feira (26) um compromisso para elevar a participação das mulheres no setor exportador. O país tornou-se o décimo a aderir ao Arranjo Global sobre Comércio e Gênero.

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, assinou o documento em Abu Dhabi, em evento paralelo à 13ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC). A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Tatiana Prazeres, também representou o Brasil no evento.

    No ano passado, o Mdic publicou o estudo “Mulheres no Comércio Exterior – uma análise para o Brasil”. Segundo o levantamento, em 2019, 2,6 milhões dos empregos nas empresas que atuam no comércio exterior brasileiro eram ocupados por mulheres, representando 32,5% dos empregos totais nessas firmas. Em relação à propriedade, apenas 14% das empresas exportadoras pertenciam a mulheres ou tinham mais controle de mulheres que de homens.

    “Esses dados revelam haver ainda amplo potencial para que as mulheres se beneficiem do comércio exterior, seja como trabalhadoras ou empreendedoras”, destacaram em nota conjunta o Mdic e o Itamaraty. “A adesão vai ao encontro de outras iniciativas com o objetivo de permitir que o comércio promova o empoderamento feminino e a equidade de gênero, por meio da elaboração de políticas públicas e da cooperação internacional”, acrescentou o comunicado.

    O Arranjo Global sobre Comércio e Gênero foi originalmente assinado em 2020 por Canadá, Chile e Nova Zelândia. Nos últimos anos, também aderiram ao compromisso Argentina, Colômbia, Costa Rica, Equador, México e Peru. O governo chileno convidou o Brasil a aderir ao compromisso como parte da implementação do Acordo de Livre-Comércio Brasil–Chile, em vigor desde 2022.

    Segundo o Mdic e o Itamaraty, o tema “Mulheres no Comércio Internacional” representa uma das prioridades da presidência brasileira do G20. A redução da desigualdade de gênero no comércio exterior está sendo discutida no Grupo de Trabalho sobre Comércio e Investimentos das 20 maiores economias do planeta.

    Edição: Carolina Pimentel

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