Tag: estupros

  • São Paulo tem recorde de estupros e queda histórica de homicídios em 2023

    São Paulo tem recorde de estupros e queda histórica de homicídios em 2023

    O estado de São Paulo registrou, no ano passado, recorde no número de estupros. Foram 14.504 casos, superando em 9,5% as ocorrências de 2022. O resultado é o maior desde 2001 – primeiro ano da série histórica disponibilizada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) paulista.

    De acordo com a SSP, do total de 14.504 estupros, 11.133 foram praticados contra vulneráveis. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (26), considera as ocorrências somadas de todos os meses de 2023.

    Segundo a secretaria, o aumento dos registros desse tipo de crime está ligado ao aumento no número de notificações e mostra que as mulheres estão “mais conscientes sobre a efetividade de denunciar os agressores”.

    A maioria dos casos de estupro ocorre em uma dinâmica na qual o autor é conhecido da vítima, muitas vezes dentro do ambiente familiar, destaca a SSP. “Isso dificulta não só a prevenção por parte da polícia, mas também a denúncia por parte da vítima, fazendo com que os crimes de estupro e estupro de vulnerável sejam os dois com os maiores índices de subnotificação.”

    Para o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, há falta de políticas públicas para combater esse tipo de crime. “Qual a política pública que foi implementada em São Paulo para enfrentamento de violência contra mulher e violência contra vulneráveis? A gente não vê nada nesse sentido, não vê nada que seja objetivo, que tente lidar com essa situação”, questiona Alcadipani.

    “Dizer que é porque é uma questão entre pessoas, e que é de difícil acesso, é apenas uma mera desculpa que não responde, não resolve o problema que, como a gente tem visto, tem batido recordes”, acrescenta.

    A SSP informou que conta com 140 unidades físicas de delegacias de Defesa da Mulher (DDM) e mais 77 salas DDM nos plantões policiais, e que as vítimas têm atendimento 24 horas por dia. “As denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia do estado, ou em uma das 140 unidades territoriais de DDM, nas DDMs online e nas 77 salas DDM em plantões policiais.”

    Menos homicídios

    O estado de São Paulo fechou o ano de 2023 com a menor taxa de homicídios dolosos desde 2001. No ano passado, foram 2.606 casos, contra 2.909 em 2022. De acordo com a SSP, foram 5,72 homicídios dolosos para cada grupo de 100 mil habitantes. Esta foi a primeira vez, desde o início da série histórica, que o índice ficou abaixo de 6.

    “As reduções consecutivas são resultado das políticas criadas pela gestão para combater este tipo de delito, como o Sistema de Informação e Prevenção aos Crimes Contra a Vida (SPVida). Lançada em fevereiro, a plataforma automatiza os dados e auxilia as polícias a analisarem a dinâmica criminal dos crimes contra vida, para que, desta forma, seja possível elaborar diagnósticos e planos de ações com o intuito de reduzir as mortes”, destaca a SSP em nota.

    Para o professor Rafael Alcadipani, o bom resultado pode ser atribuído à estruturação das delegacias de homicídios e à eficiência da Polícia Civil. “A gente vê uma manutenção desses indicadores [em patamar baixo], que já eram indicadores bastante positivos. Tem múltiplos fatores que afetam isso: a estruturação de delegacias de Homicídios, a Polícia Civil ter conseguido dar uma resposta efetiva e rápida para esse tipo de crime, principalmente no interior do estado”, afirma.

    Alcadipani diz ainda que a queda nos homicídios dolosos tem relação também com a dinâmica do crime organizado no estado. “Em São Paulo, há o monopólio do crime organizado por parte do Primeiro Comando da Capital, que exerce o controle, e a morte é regulada. Para acontecer, ela tem que ser regulada, tem um debate anterior [dentro do próprio crime organizado].”

    Os dados da SSP mostram ainda que houve aumento, em 2023 em comparação a 2022, dos casos de tentativa de homicídio (4,8%); e de lesão corporal dolosa (11,3%).

    Edição: Nádia Franco

    — news —

  • Casos de homicídio e latrocínio sobem em SP no primeiro semestre

    Casos de homicídio e latrocínio sobem em SP no primeiro semestre

     

    Apesar do período de quarentena contra a covid-19, com menor movimentação nas ruas, o estado de São Paulo registrou, nos seis primeiros meses de 2020, elevação no número de homicídios e latrocínios. Os dados, divulgados hoje (24), são da Secretaria de Segurança Pública do estado.ebc

    No primeiro semestre de 2020 foram contabilizados 1.460 casos de homicídio no estado, 4,7% a mais do que o registrado no mesmo período de 2019 (1.394). A quantidade de vítimas de homicídio também subiu, de 1.465, no primeiro semestre de 2019, para 1.522, em 2020, uma elevação de 3,8%.

    O número de casos de latrocínio – roubo seguido de morte – cresceu, de 87 casos, nos primeiros seis meses de 2019, para 95, em 2020, com alta de 6,8%. A quantidade de vítimas também sofreu elevação, de 91, no primeiro semestre de 2019, para 95, no mesmo período de 2020, crescimento de 4,3%.

    Reduções

    As ocorrências de estupro apresentaram redução, passaram de 5.960, no primeiro semestre de 2019, para 5.071, em igual período de 2020, queda de 14,9%. As extorsões mediante sequestro recuaram de seis casos no primeiro semestre de 2019 para quatro em 2020.

    Nos roubos em geral, a redução somou 8,3%: 116.084 roubos no primeiro semestre deste ano, contra 126.528 em igual período do ano passado. O estado registrou também queda no número de furtos em geral e de veículos, que recuaram 26,6% e 27%, respectivamente. No primeiro, o total passou de 271.311 para 199.219. No segundo, de 45.334 para 33.101.