Tag: estiagem

  • Seca deste ano foi mais branda no Norte e Centro-Oeste, revela monitor

    Seca deste ano foi mais branda no Norte e Centro-Oeste, revela monitor

    O período recente de seca, entre fevereiro e março, foi mais brando em estados das regiões Norte e Centro-Oeste, segundo registro do monitor das secas da Agência Nacional de Águas e Saneamentos Básico (ANA). Ao mesmo tempo, a seca foi mais intensa no Nordeste, Sudeste e Sul do país.

    Para o monitor, com a continuidade das chuvas acima da média, a seca melhorou na Região Norte. O destaque ficou por conta da estiagem no centro do Amazonas e da seca fraca no Acre e Rondônia, que ficaram parcialmente livres do fenômeno.

    Além disso, em fevereiro e março, o Amapá e o Pará ficaram livres da seca.

    Em relação ao Centro-Oeste, o monitor aponta que, em razão das “anomalias negativas de precipitação”, a seca moderada avançou em Goiás e no leste de Mato Grosso. E por conta da melhora nos indicadores, a seca fraca recuou no oeste mato-grossense e noroeste goiano.

    Na Região Nordeste, com a piora nos indicadores, houve expansão da área com seca moderada na Bahia e em Pernambuco, além do agravamento do período de estiagem, que passou de moderada a grave no sudeste do Piauí, sul de Pernambuco, oeste de Alagoas e de Sergipe e no sudoeste e nordeste baiano.

    Recuo da estiagem

    Em contrapartida, o monitor das secas destaca que as chuvas acima da média levaram a um recuo da estiagem fraca no centro do Ceará e norte do Maranhão.

    Na Região Sudeste, com chuvas abaixo da média e piora nos indicadores, houve avanço da seca moderada em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

    Na Região Sul, em decorrência da persistência de chuvas abaixo da média, anotou-se avanço da seca moderada no Rio Grande do Sul e da seca fraca no leste e norte de Santa Catarina e no leste e centro-sul do Paraná.

    O monitor apontou, ainda, um agravamento da seca, que passou de fraca para grave no nordeste gaúcho e Região Serrana de Santa Catarina, e de fraca para moderada no oeste catarinense e sudoeste paranaense.

    “Considerando as cinco regiões geopolíticas acompanhadas pelo Monitor de Secas, o Sudeste teve a condição mais branda do fenômeno em março, enquanto o Sul teve a situação mais severa, com 22% da sua área com estiagem grave. Entre fevereiro e março, no Centro-Oeste e no Norte o fenômeno se abrandou, enquanto no Nordeste, Sudeste e Sul a seca se intensificou nesse período”, informou a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico.

    Estados

    No período entre fevereiro e março, os estados da Bahia, Paraná e Santa Catarina registraram aumento da área sem chuvas. No Acre, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins houve diminuição da área sob estiagem.

    A situação permaneceu estável em 11 estados e no Distrito Federal: Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Entre fevereiro e março, o Amapá seguiu sem seca e o Pará ficou livre do fenômeno em março.

  • Colheita de milho avança lentamente no Brasil, com estiagem afetando produtividade

    Colheita de milho avança lentamente no Brasil, com estiagem afetando produtividade

    Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, até o fechamento do último levantamento, 34,5% da área da primeira safra de milho havia sido colhida no país. No entanto, a falta de chuvas em regiões produtoras tem impactado o potencial produtivo, especialmente em lavouras plantadas tardiamente.

    Em Minas Gerais, a colheita segue em ritmo lento, concentrando-se nas áreas irrigadas, enquanto a região Noroeste enfrenta redução na produtividade devido à seca. No Rio Grande do Sul, os rendimentos diminuem à medida que a colheita avança. Já na Bahia, a estiagem prejudica o desenvolvimento das lavouras no Centro-Sul e Norte.

    No Paraná, a diminuição das chuvas afeta o enchimento de grãos, mas facilita a colheita. Em Santa Catarina, as precipitações recentes beneficiaram as lavouras tardias.

    Quanto ao milho segunda safra, 83,1% da área já foi semeada. Mato Grosso apresenta lavouras com bom vigor vegetativo, enquanto no Paraná a escassez de chuvas prejudica o desenvolvimento no Oeste e Noroeste. Mato Grosso do Sul registra condições favoráveis de umidade, mas em Goiás, o plantio foi interrompido no Leste devido à seca. Em Minas Gerais, a semeadura também está paralisada, com impactos em algumas regiões.

    Exportações caem, mas cenário externo pode aquecer demanda

    Em fevereiro de 2025, as exportações brasileiras de milho totalizaram 5 milhões de toneladas, queda de 23% em relação ao mesmo período de 2024 (6,5 milhões de t). A demanda global, no entanto, pode ser impulsionada por possíveis restrições da China às importações dos EUA, o que beneficiaria o Brasil.

    Os portos do Arco Norte responderam por 30,5% do escoamento de milho, ante 43,9% em 2024. Santos liderou com 34,1%, seguido por Paranaguá (12,8%) e São Francisco do Sul (17,4%). Os maiores exportadores foram MT, PR, GO e RS.

    Com a estiagem pressionando a produção, o mercado segue atento aos efeitos no abastecimento e nos preços do cereal.

  • Rio Grande do Sul debate medidas para mitigar impactos da estiagem na agricultura

    Rio Grande do Sul debate medidas para mitigar impactos da estiagem na agricultura

    As chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias trouxeram um alívio momentâneo para as altas temperaturas, mas não foram suficientes para reverter os prejuízos causados pela estiagem na produção agropecuária. Diante desse cenário, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) reuniu-se nesta segunda-feira (17) com autoridades estaduais e federais para discutir soluções voltadas à sustentabilidade da agricultura familiar e ao agravamento do endividamento dos produtores.

    O encontro contou com a participação do governador Eduardo Leite e de diversas lideranças, incluindo os secretários estaduais Vilson Covatti (Desenvolvimento Rural), Clair Kuhn (Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação) e Ernani Polo (Desenvolvimento Econômico), além do presidente da Emater/RS-Ascar, Luciano Schwerz. Deputados, senadores e representantes do governo federal também marcaram presença na reunião.

    Leite destacou que o Rio Grande do Sul tem sido um dos estados mais impactados por eventos climáticos adversos e defendeu a necessidade de medidas emergenciais e estruturantes para apoiar os produtores rurais. Segundo ele, 111 municípios já solicitaram reconhecimento de situação de emergência devido à seca, e 33 obtiveram homologação estadual. Entre as ações do governo gaúcho, ele mencionou o Programa de Irrigação, que oferece até R$ 100 mil para projetos na área, além da modernização da legislação para destravar iniciativas de reservação de água. O governador também anunciou que, com recursos do Plano Rio Grande, será lançado em breve um amplo programa de recuperação de solos.

    O secretário Vilson Covatti ressaltou a importância da articulação entre governo, parlamentares e entidades para viabilizar soluções efetivas. Ele enfatizou que a recuperação do solo e a resiliência climática serão prioridades para os próximos dias. Já Clair Kuhn destacou que há um edital aberto para projetos de irrigação, oferecendo incentivo de 20% do valor do projeto, limitado a R$ 100 mil por beneficiário. Além disso, a secretaria trabalha na perfuração de poços, escavação de açudes e instalação de cisternas para mitigar os impactos da seca.

    O presidente da Fetag-RS reforçou que a reunião teve o objetivo de sensibilizar os gestores públicos sobre a realidade dos agricultores e destacou que os investimentos em manejo de solo são essenciais. Ele também cobrou melhorias na infraestrutura elétrica para o interior do estado.

    Entre as principais demandas apresentadas pela Fetag-RS estão a prorrogação automática das operações de crédito rural vinculadas ao Pronaf e ao Pronamp por 120 dias, além da renegociação das dívidas acumuladas em até 20 anos. Outra reivindicação foi a revogação de resoluções que limitam a cobertura do Proagro, incluindo a exigência do Cadastro Ambiental Rural (CAR), além da ampliação dos programas de irrigação para pequenos produtores.

    Com a estiagem impactando severamente a agricultura do estado, a expectativa dos produtores é de que essas medidas sejam implementadas rapidamente para garantir a sustentabilidade da produção e evitar prejuízos ainda maiores.

  • Pagamento do auxílio extraordinário a pescadores da região Norte começa na segunda (6)

    Pagamento do auxílio extraordinário a pescadores da região Norte começa na segunda (6)

    Nesta segunda-feira (6/1), inicia o pagamento do Auxílio Extraordinário aos pescadores de municípios da Região Norte do País afetados pela seca ou estiagem. A parcela única, no valor de R$ 2.824, será paga por meio de crédito em conta de titularidade do beneficiário, inclusive na conta Poupança Social Digital, aberta automaticamente pela Caixa.

    O pagamento do benefício está previsto para ocorrer em janeiro, de forma escalonada por CPF, conforme abaixo:

    Calendário de Pagamento

    Final de CPF Data
    – 0 e 1 06/01/2025
    – 2 e 3 07/01/2025
    – 4 e 5 08/01/2025
    – 6 e 7 09/01/2025
    – 8 e 9 10/01/2025

    A movimentação da Poupança Social Digital é realizada pelo Aplicativo CAIXA Tem, que permite pagar contas, efetuar transferências, pagar na maquininha e realizar compras com o cartão de débito virtual.

    ​O que é o Auxílio Extraordinário Pescador

    Instituído pela Medida Provisória n.º 1.277, de 28 de novembro de 2024, o Auxílio Extraordinário Pescador contempla os pescadores que recebem o Seguro-Desemprego do Pescador Artesanal e moram em municípios da Região Norte em situação de emergência decorrente de seca ou estiagem, reconhecida pelo Poder Executivo Federal.

    São elegíveis para o recebimento do Auxílio Extraordinário o pescador que teve o benefício do Seguro-Defeso concedido até o dia 29 de novembro de 2024, data de publicação da MP nº 1.277, de 2024, que não foram contemplados pela Medida Provisória nº 1.263, de 7 de outubro de 2024.

    Os municípios da Região Norte em situação de calamidade abrangidos pela referida Medida Provisória são os seguintes:

    ESTADO DO AMAPÁ: Santana, Macapá, Laranjal do Jari, Mazagão, Vitoria Do Jari, Amapá, Tartarugalzinho, Pracuúba, Itaubal, Calçoene, Oiapoque, Ferreira Gomes, Cutias, Pedra Branca do Amapari, Porto Grande e Serra do Navio.

    ESTADO DO AMAZONAS: Autazes, Codajás, Boa Vista do Ramos, Boca do Acre, Novo Airão, São Gabriel da Cachoeira, Nhamundá, Itapiranga, Nova Olinda Do Norte, São Sebastião do Uatumã e Barreirinha.

    ESTADO DO PARÁ: Cametá, Mocajuba, Baião, São Sebastião da Boa Vista, Ponta de Pedras, Curralinho, Tucuruí, Oeiras do Pará, Breu Branco, Bagre, Chaves, Acará, Almeirim, Anajás, Santa Cruz do Arari, Novo Repartimento, Senador José Porírio, Vitória do Xingu, Altamira, Rio Maria, Itaituba, Pacajá, São Geraldo do Araguaia, Faro, Anapu, Ipixuna do Pará, Concórdia do Pará, Capitão Poço, Ourém, Xinguara, Nova Esperanca do Piriá, Santa Luzia Do Pará, Bom Jesus do Tocantins, Belterra e Sapucaia.

    A Caixa atuará como agente pagador do Auxílio Extraordinário Pescador, sob gestão do Ministério da Pesca e Aquicultura.

    A Caixa disponibiliza a consulta do pagamento no Portal do Cidadão.

    Dúvidas sobre a concessão do Auxílio deverão ser verificadas junto aos canais do Ministério da Pesca e Aquicultura.

    Mais informações sobre o benefício podem ser conferidas no site da Caixa.

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  • Chuva chega ao distrito de São Cristóvão, mas Lucas do Rio Verde segue com ventos fortes e fumaça

    Chuva chega ao distrito de São Cristóvão, mas Lucas do Rio Verde segue com ventos fortes e fumaça

    Após meses de estiagem, calor intenso e muita fumaça no ar, a tão esperada chuva chegou para aliviar parte da população de Lucas do Rio Verde. Na tarde desta quinta-feira (26), moradores da região do distrito de São Cristóvão, localizada a cerca de 30 km do centro de Lucas do Rio Verde, foram surpreendidos com uma chuva que trouxe alívio ao tempo seco.

    Enquanto isso, no centro de Lucas do Rio Verde, os moradores ainda aguardam pela precipitação. A cidade foi atingida apenas por ventos fortes, poeira e a fumaça que continua cobrindo o céu, dificultando a respiração e afetando a qualidade do ar.

    Na cidade vizinha de Sorriso, a situação foi diferente. Uma chuva que caiu na tarde de quinta-feira (26) ajudou a amenizar o clima, trazendo alívio aos moradores locais. Diamantino e Cuiabá também já registraram chuvas durante esta semana, elevando as esperanças dos luverdenses para que o tempo mude nos próximos dias.

    A expectativa pela chuva permanece alta em Lucas do Rio Verde, à medida que outras regiões de Mato Grosso começam a sentir os efeitos do início da temporada de precipitações.

  • Defesa Civil de Lucas do Rio Verde alerta para riscos com baixa umidade do ar e orienta a população

    Defesa Civil de Lucas do Rio Verde alerta para riscos com baixa umidade do ar e orienta a população

    A Defesa Civil de Lucas do Rio Verde emitiu um alerta à população sobre a baixa umidade do ar, que pode atingir índices entre 20% e 12% nos próximos dias. Esse fenômeno, comum em períodos de seca na região de Mato Grosso, pode trazer consequências sérias tanto para a saúde quanto para o meio ambiente, aumentando o risco de incêndios florestais e afetando o bem-estar dos moradores.

    De acordo com o comunicado, que é válido até às 19h de hoje, sexta-feira (13), a baixa umidade representa um perigo direto à saúde, especialmente para crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios. A Defesa Civil reforça a necessidade de seguir medidas de prevenção, como aumentar a ingestão de líquidos, evitar atividades físicas intensas ao ar livre, e usar hidratantes para a pele.

    “O ar seco pode causar irritação nas vias respiratórias, problemas alérgicos e até agravar doenças preexistentes, como asma e bronquite. Por isso, é essencial que a população siga as orientações e fique atenta aos sinais de desidratação e desconforto respiratório”, destacou Edgar Savaris, coordenador da Defesa Civil em Lucas do Rio Verde. “Em qualquer situação, procure ajuda médica”, orientou.

    Além dos riscos à saúde, as condições climáticas elevam o perigo de incêndios florestais, que podem se espalhar rapidamente devido à vegetação seca e ao vento. A Defesa Civil alerta que qualquer sinal de fogo em áreas de vegetação deve ser comunicado imediatamente ao Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 ou à própria Defesa Civil pelo número 199.

    Este tipo de clima exige cuidados redobrados, especialmente em um momento em que Lucas do Rio Verde já enfrenta desafios com a seca prolongada. A população é encorajada a colaborar para evitar incêndios, mantendo a região segura e protegida.

    Medidas recomendadas pela Defesa Civil:

    • Beber bastante água ao longo do dia;
    • Evitar exposição direta ao sol nas horas mais quentes;
    • Não praticar exercícios físicos ao ar livre entre 10h e 16h;
    • Usar umidificadores de ar em ambientes fechados;
    • Aplicar hidratantes na pele para prevenir o ressecamento.

    A situação será monitorada pelos órgãos competentes, e novas orientações poderão ser emitidas caso necessário.

  • Senado aprova diligência em Mato Grosso para avaliar impactos da estiagem no Pantanal

    Senado aprova diligência em Mato Grosso para avaliar impactos da estiagem no Pantanal

    A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (11), o requerimento da senadora Rosana Martinelli (PL-MT) para realizar uma diligência externa em Mato Grosso. A visita tem como objetivo avaliar os efeitos da severa estiagem que atingiu o Pantanal, agravando os incêndios florestais na região.

    Martinelli ressaltou que Mato Grosso lidera os focos de queimadas no Brasil desde janeiro, com quase 25 mil focos, um aumento de 109% em relação ao mesmo período de 2023. Além disso, o volume de água no estado está abaixo do registrado em 2020, quando o Pantanal enfrentou o maior incêndio de sua história.

    Com o estado em situação de emergência por 180 dias, a senadora defendeu a urgência da visita, que ajudará a embasar políticas públicas para mitigar os danos à fauna, flora e às comunidades pantaneiras. Segundo ela, as lições aprendidas no Pantanal podem servir de exemplo para outras regiões vulneráveis.

  • Rio Paraguai atinge níveis críticos e ameaça fauna e flora de Mato Grosso e MS

    Rio Paraguai atinge níveis críticos e ameaça fauna e flora de Mato Grosso e MS

    O Rio Paraguai, em Mato Grosso e MS, enfrenta uma das piores secas de sua história, com níveis de água atingindo marcas recordes em diversos pontos de seu curso. Em Barra do Bugres, a 169 km de Cuiabá, o rio atingiu apenas 26 centímetros de profundidade no dia 5 de setembro, superando os registros de 1967 e 2023. O nível esperado para esta época do ano seria de 62 centímetros, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

    Imagens captadas em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, mostram o leito do rio quase seco, com extensos bancos de areia e pedras à mostra. A profundidade atual de 37 centímetros está bem abaixo da média histórica para o período, que é de 1,44 metro. A situação crítica do rio já causou, inclusive, uma fatalidade. Na última terça-feira (5), um turista morreu após o barco em que estava colidir com uma pedra submersa em Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

    A estiagem severa tem gerado grande preocupação entre as autoridades e a população local. A presença de bancos de areia, especialmente em trechos com maior profundidade, representa um sério risco para a navegação, alertou Magno Luis de Moura, agente fluvial de Cáceres. “Essas formações dificultam a passagem de embarcações, aumentando o risco de acidentes”, afirmou.

    Medidas emergenciais em Mato Grosso

    Nível do Rio Paraguai em Mato Grosso atinge recorde negativo
    Nível do Rio Paraguai em Mato Grosso atinge recorde negativo
    Foto: SGB/Divulgação

    Diante da gravidade da situação, 14 municípios de Mato Grosso já decretaram estado de emergência por causa da seca.

    As autoridades estão adotando medidas para minimizar os impactos da estiagem, como a distribuição de água para as comunidades afetadas e a implantação de políticas de racionamento.

    A previsão é de que a situação continue crítica nos próximos meses, já que não há previsão de chuvas significativas no curto prazo.

    A seca histórica que atinge o Rio Paraguai é um alerta para os desafios impostos pelas mudanças climáticas e a necessidade de ações urgentes para garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos.

    Situação crítica no rio 

    Ao longo de seus 1.693 km em território brasileiro, o Rio Paraguai é monitorado por 21 estações fluviométricas. No entanto, 18 dessas estações indicam níveis de água inferiores aos esperados, com três delas registrando marcas abaixo de zero. A situação mais crítica ocorre em Mato Grosso do Sul, onde a estiagem no Pantanal atinge níveis alarmantes. Em Ladário, a régua indicou que o rio estava 25 centímetros abaixo do nível zero na última sexta-feira (6).

    Impactos da seca

    A seca prolongada e intensa tem causado diversos impactos na região. A agricultura, a pesca e o turismo são os setores mais afetados.

    A falta de chuva e os baixos níveis dos rios comprometem a produção agrícola, a atividade pesqueira e o transporte aquaviário. Além disso, a seca aumenta o risco de incêndios florestais e prejudica a biodiversidade local.

  • Mato Grosso sofre com a pior seca em décadas e incêndios se alastram pelo estado

    Mato Grosso sofre com a pior seca em décadas e incêndios se alastram pelo estado

    Mato Grosso enfrenta uma grave crise ambiental e humanitária devido à seca extrema e aos incêndios que assolam o estado. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado concentra o maior número de focos de calor do país em agosto, com mais de 7 mil registros. A capital, Cuiabá, completa 128 dias sem chuva e a previsão é que as chuvas retornem apenas em setembro.

    A estiagem severa tem contribuído para a proliferação de incêndios em diversas regiões do estado. Nas últimas semanas, foram registrados incêndios em áreas urbanas, rurais e em unidades de conservação, causando prejuízos incalculáveis ao meio ambiente e à população.

    Em Cuiabá, um incêndio na região da Estrada da Guia destruiu um condomínio de chácaras e cerca de 80 árvores frutíferas. Na Grande Cuiabá, outros focos de incêndio foram registrados nos bairros Chapéu do Sol, em Várzea Grande, e na Rodovia Palmiro Paes de Barros, sentido Cuiabá-Santo Antônio do Leverger.

    Em Nossa Senhora do Livramento, um vídeo registrado por moradores mostra a comunidade quilombola Mata Cavalo em desespero diante das chamas. Já em Itiquira, um grande incêndio atingiu às margens da BR-163, causando susto aos motoristas.

    Diante da gravidade da situação, o município de Tangará da Serra decretou estado de emergência, o que permitirá a agilização de recursos para o combate aos incêndios.

    Impactos da seca e dos incêndios em Mato Grosso

    cenario

    A seca extrema e os incêndios têm causado diversos impactos negativos para o estado, como:

    • Degradação ambiental: Destruição da vegetação nativa, perda da biodiversidade e aumento da emissão de gases do efeito estufa.
    • Prejuízos econômicos: Perdas na agricultura, pecuária e turismo.
    • Problemas de saúde: Aumento de doenças respiratórias e alergias causadas pela fumaça.
    • Risco de desabastecimento: Redução dos níveis dos reservatórios de água, o que pode levar à falta de água para consumo humano e atividades econômicas.

    É fundamental que todos contribuam para combater os incêndios:

    • Não realizar queimadas: As queimadas são a principal causa dos incêndios florestais.
    • Denunciar focos de incêndio: Ao identificar um foco de incêndio, ligue para o Corpo de Bombeiros.
    • Economizar água: A água é um recurso essencial e cada gota conta.
  • Com seca severa, rio Madeira chega a menor nível em quase 60 anos

    Com seca severa, rio Madeira chega a menor nível em quase 60 anos

    Com registros alarmantes a cada dia e que indicam mínimas históricas no Rio Madeira, a prefeitura de Porto Velho divulgou nesta terça-feira (6) uma recomendação para que os cidadãos façam “uso essencial” de água e evitem ao máximo o desperdício.

    Em situação de seca crítica, a Região Norte enfrenta os reflexos de seguidas estiagens registradas nos últimos anos. Nesta terça-feira, o Rio Madeira registrou 2,07 metros em Porto Velho, o nível mais baixo já registrado para essa época do ano desde que os dados começaram a ser coletados, em 1967. No final do mês de julho, a situação era a mesma: 2,45 metros, a menor marca para o período.

    Ao se aproximar da cota dos 2 metros, os dados indicam a gravidade do cenário. No dia 6 de outubro de 2023, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), foi registrada a cota mais baixa da história: 1,10 m.

    Marcus Suassuna, engenheiro hidrólogo do SGB e responsável pelo monitoramento da Bacia do Rio Madeira, informa que, para o mês de agosto, a média histórica é de aproximadamente 5,3 metros, ou seja, a situação atual é de mais de três metros abaixo do nível considerado normal.

    “O fator principal é a chuva abaixo da média. Há uma anomalia de chuva significativa sobre toda a Bacia Amazônica”, explicou à Agência Brasil.

    Segundo Suassuna, a estiagem não é inédita este ano e é causada por fatores como o aquecimento do Oceano Atlântico Norte e o Fenômeno El Niño. Dos seis períodos mais críticos, cinco foram nos últimos anos.

    “A estação chuvosa inteira foi muito ruim, o que fez com que a seca no ano passado se prolongasse. Em consequência, o nível do Rio Madeira começou a subir muito tarde e de maneira muito fraca”, disse.

    Em relação às mudanças climáticas, o especialista diz que fenômenos como o El Niño mostram sinais mais evidentes em um planeta mais quente, como tem sido constatado recentemente.

    Menos consumo de água

    Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a prefeitura de Porto Velho orientou a população para que faça “uso essencial de água e que as pessoas evitem qualquer tipo de desperdício”.

    Ainda segundo o município, o transporte pelo rio segue com capacidade reduzida e, “para a segurança das pessoas, a Defesa Civil Municipal não recomenda que banhistas frequentem as praias do Madeira, por causa do perigo de afogamentos e ataques de animais como jacarés, cobras e arraias, entre outros”.

    Redução do impacto

    A prefeitura informou à Agência Brasil que, nas próximas semanas, cerca de 120 mil litros de água serão distribuídos para comunidades localizadas ao longo do rio Madeira. O apoio seguirá nos meses de setembro e outubro, conforme cronograma a ser definido pela Defesa Civil.

    “Por meio de transporte terrestre, 338 famílias cadastradas das comunidades Silveira, São Miguel, Mutuns, Pau D’Arco, Cujubim, Bom Jardim e Marmelo serão abastecidas com fardos de água mineral. Já pelo meio fluvial, as embarcações contemplarão 78 famílias das comunidades de Curicacas, Pombal, São José, Ilha Nova e Conceição do Galera”, afirmou o município.

    Já o SGB informou que tem realizado estudos no estado – em parceria com outros órgãos e prefeituras – para identificar os melhores locais para a perfuração de poços destinados ao abastecimento público, de modo a garantir água de qualidade para a população.

    Para que a situação se reverta, é necessário chover principalmente na Bolívia, já que 75% da bacia do Rio Madeira se encontra no país vizinho.

    Ainda de acordo com a prefeitura, as equipes da Defesa Civil estão verificando as condições dos poços amazônicos que abastecem as casas, e distribuindo hipoclorito de sódio com a finalidade de purificar a água para consumo humano.

    Bacia do Rio Amazonas

    No último dia 30 de julho, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos nos rios Madeira e Purus e seus afluentes, que correm no sudoeste do Amazonas. Uma semana antes, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reconhecera situação de emergência na capital e em mais 17 cidades do estado que enfrentam a seca severa.

    De acordo com Marcus Suassuna, a situação também é crítica nas bacias dos rios Acre e Tapajós, o que pode gerar consequências em outros estados da região amazônica como Acre, Pará e Amazonas.

    No Madeira, estão localizadas as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Além disso, o rio serve como importante hidrovia usada para transporte fluvial de carga e passageiros. O trecho navegável de 1.060 quilômetros entre Porto Velho e Itacoatiara (AM) transportou de 6.538.079 toneladas em 2022, o que corresponde a 9,2% do total transportado por vias interiores no Brasil.

    Edição: Carolina Pimentel

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