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  • Entenda: tarifaço de Trump é capaz de reindustrializar Estados Unidos?

    Entenda: tarifaço de Trump é capaz de reindustrializar Estados Unidos?

    A guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos (EUA) por meio do tarifaço contra todos os parceiros comerciais é capaz de reindustrializar o país norte-americano, como promete Donaldo Trump?

    Para especialistas em economia política e desenvolvimento econômico consultados pela Agência Brasil, é improvável que a política de tarifas de Trump possa reverter um processo que começou na década de 1970. Por outro lado, apontam que alguns objetivos de Trump podem ser alcançados devido ao controle que Washington ainda exerce sobre a economia do planeta.

    O professor de sociologia econômica Edemilson Paraná, da LUT University da Finlândia, avalia que a sociedade norte-americana não tem unidade política e ideológica, nem coordenação estatal suficiente para reindustrializar o país.

    “O governo Trump não tem um programa de investimentos em infraestrutura, não tem política industrial coordenada, não tem política racional para os preços macroeconômicos, taxa de juros, câmbio, não tem política fiscal consequente, e você não tem regulações. Uma industrialização precisa de alta mobilização social e esforço político brutal. Não por acaso, muitas vezes, os processos de industrialização são feitos no contexto de unificação, de guerra e de ditadura”, explicou.

    Edemilson afirma que a desindustrialização dos EUA foi consequência das políticas neoliberais do republicano Ronald Reagan de desregulamentação dos mercados, avanço da globalização e financeirização da economia, políticas essas aprofundadas pelos demais presidentes.

    Entre 2001 e 2023, a produção industrial dos EUA caiu de 28,4% para 17,4% da produção industrial global, segundo dados da Casa Branca.

    O especialista em sociologia econômica destaca que a intervenção do Estado é fundamental para qualquer industrialização, mas diz que a contradição ideológica do governo com setores ultraliberais limita a capacidade do Estado de coordenar esse processo. “É muita contradição. Como é que você vai fazer isso com Elon Musk [bilionário e chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos], falando que tem que privatizar o Estado?”, questionou Paraná.

    Imprevisibilidade

    O professor associado de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Pedro Paulo Zaluth Bastos disse que não está certo de que as tarifas vão se manter no médio ou longo prazo, o que inibe decisões empresariais.

    “As decisões de investimento precisam de um horizonte muito mais amplo de estabilidade, de previsão, e é muito pouco provável que essas decisões sejam tomadas em função dessa grande imprevisibilidade da política dos EUA”, afirmou.

    Bastos avalia que as tarifas terão um efeito inflacionário de curto prazo que pode corroer o apoio político de Trump, trazendo de volta os democratas ao poder no Parlamento, nas eleições de novembro de 2026.

    “Ele está taxando produtos que os Estados Unidos não têm sequer capacidade de produzir internamente, como o café, o abacate, frutas e legumes. O país importa 60% das frutas e 40% dos legumes. As roupas também não vão ser substituídas em curto prazo porque os EUA perderam a indústria têxtil”, destacou Pedro Paulo.

    Para Bastos, ainda que a política das tarifas se mantenha no longo prazo, o efeito de reindustrializar os EUA vai ter relativamente limitado. Talvez setores intensivos em capital, como e de automóveis e alumínio, tenham alguma reindustrialização, disse o professores. Nos setores de semicondutores [chips], porém, vai ser complicado por causa da mão de obra insuficiente nos EUA. “Na China, tem muitos mais engenheiros do que nos EUA. Para formar um conjunto grande de engenheiros, vai levar uns seis anos. Não é de uma hora para outra”, ponderou.

    No mês passado, Trump esvaziou o Departamento de Educação e tem promovido demissões em massa de funcionários públicos.

    O professor da Unicamp cita ainda obstáculos para reindustrialização de produtos baratos, como os da indústria têxtil. “Os imigrantes estão sendo expulsos. Isso vai aumentar o preço da mão de obra. E o trabalhador branco não quer trabalhar em indústria têxtil”, disse.

    Não é estúpido

    O professor Edemison Paraná pondera, por outro lado, que a estratégia de Trump “não é completamente estúpida” e que eles esperam conquistar alguns objetivos com o tarifaço.

    “As pessoas não são tão burras assim no governo dele. A ideia é botar essas tarifas para fazer os países sentarem-se à mesa para negociar país a país. Ele está usando o poder enorme de vantagem dos EUA, do mercado americano, que todo mundo quer acessar, e do poder do dólar, para dobrar os países a fazerem o que ele quer”, analisou.

    De acordo com o professor, Trump calcula que ganha de toda forma porque, se o país não aceitar suas demandas, ele vai arrecadar impostos com as tarifas. “A tarifa tem um efeito fiscal na cabeça do Trump. Ele abaixa o imposto para empresas e corporações, de um lado, e arrecada com tarifas, do outro lado. Equilibra-se o déficit fiscal”, afirmou;

    Edemilson destacou ainda que é muito alta uma tarifa de 30%, ou até mais, para acessar o mercado americano. “É muita coisa. Às vezes, compensa abrir uma fábrica nos EUA.”

    Energia e inflação

    Trump espera impulsionar a reindustrialização ainda por meio da redução do valor da energia com a expansão da produção de combustíveis fósseis, que causam o aquecimento da Terra, além da redução de impostos de empresas, como ocorreu em seu primeiro mandato do republicano, diz Pedro Paulo Bastos, da Unicamp.

    “Isso não significa que elas [empresas] vão investir. Se as empresas tiverem mais lucros com redução de impostos, podem simplesmente aumentar a distribuição de dividendos. Para investir, é preciso previsibilidade de longo prazo e do crescimento da demanda. No momento de recessão, não vai ter ninguém investindo”, destacou.

    Sobre a inflação causada pelas tarifas, Edemilson Paraná diz que o governo americano espera reverter isso com crescimento industrial. “Eles estão dizendo: olha, vai atrair investimento, vai gerar emprego, vai gerar produção, vai gerar demanda, e isso vai segurar a lógica dos preços porque é um choque momentâneo que vai se pagar no médio e longo prazos”, analisou.

    Dólar

    Outro objetivo da política de Trump para reindustrializar os Estados Unidos é desvalorizar o dólar frente a outras moedas para tornar as exportações do país mais baratas e, por isso, mais competitivas. Para o professor Pedro Paulo Bastos, no entanto, será muito difícil para os EUA executarem uma política que, de fato, reduza o valor do dólar de forma permanente e sustentada para favorecer suas exportações.

    “A desvalorização do dólar prejudica os interesses de Wall Street, que poderia deixar de ser o centro do sistema financeiro internacional. Trump não é uma pessoa contrária aos banqueiros. Pelo contrário, ele é muito próximo desse pessoal”, avaliou.

    Já o professor Edemilson Paraná explicou que, como o dólar é a moeda padrão do comércio internacional e usada para acumular riqueza, dá enorme poder aos EUA, mas, ao mesmo tempo, traz prejuízos para exportações do país.

    “Com isso, o mercado consumidor dos Estados Unidos fica enorme. É uma máquina de comer o mundo. Afinal, consome-se tudo, inclusive a poupança global que flui para os EUA. Estava tudo indo muito bem, até que a China começou a aumentar o controle em todos os setores de tecnologia de ponta”, afirmou.

    Para Paraná, uma coisa é dominar as finanças e a tecnologia, e os outros países produzirem bens materiais; “outra coisa é perder o monopólio sobre essas tecnologias. Isso ameaça o poder econômico dos EUA”.

    China

    Edemilson Paraná diz que faltam aos EUA a unidade e a capacidade de gestão do Estado chinês, mais estável e previsível e com capacidade ampla de coordenar inúmeras políticas, o que explica o sucesso da industrialização do gigante asiático.

    “A China consegue fazer o que os Estados Unidos não vão conseguir. Os Estados Unidos acharam que iam continuar para sempre tendo a China como um sócio menor, que ela seria apenas produtora de bugigangas. Porém, os chineses foram se utilizando dessa posição para ir subindo nas cadeias globais de valor.”

    Edemilson pondera que o Estado chinês tem um elevado grau de integração da política industrial, fiscal, macroeconômica, controlando as principais variáveis dos preços macroeconômicos, como salários, juros, renda da terra e câmbio, que não é flutuante na China, mas regulado para justamente privilegiar as exportações.

    “O plano de Trump não considera que a economia contemporânea é mais complexa, de um lado, e de outro, que os Estados Unidos já passaram por um processo de desindustrialização de 40 anos. Na década de 70, um a cada cinco empregos americanos eram industriais. Hoje é um em doze”, finalizou.

  • Brasil conquista vitória histórica sobre os EUA no futebol feminino

    Brasil conquista vitória histórica sobre os EUA no futebol feminino

    “Um dia histórico”. Foi desta forma que o técnico Arthur Elias qualificou a vitória de 2 a 1 do Brasil sobre os Estados Unidos em partida amistosa disputada na madrugada desta quarta-feira (9) no estádio PayPal Park, em San Jose. Este foi o primeiro triunfo da história da seleção feminina sobre as atuais líderes do ranking de seleções da Fifa em território norte-americano.

    “Fizemos mais um dia histórico para a seleção brasileira, com uma vitória aqui, no território americano, contra uma seleção muito vitoriosa, com uma mentalidade forte e com muitas opções de jogadoras extremamente qualificadas. Estou muito, muito satisfeito, pois a equipe foi consistente e merecedora de um resultado histórico e muito difícil de acontecer”, declarou o comandante do time brasileiro.

    O jogo

    Apesar de garantir a vitória após o apito final, a seleção brasileira ficou em desvantagem no marcador com menos de um minuto de bola rolando. Com 35 segundos, Catarina Macario aproveitou falha da goleira Natascha para chutar para o fundo do gol.

    Porém, ainda no primeiro tempo, aos 23 minutos, a camisa 10 Kerolin recebeu na ponta direita, avançou com liberdade e bateu cruzado para deixar tudo igual. A partir daí tanto Brasil como Estados Unidos partiram em busca da vitória, deixando o confronto aberto.

    Na etapa final a seleção brasileira mostrou mais eficiência para ficar com a vitória final. Já aos 49 minutos, o Brasil aproveitou o ímpeto ofensivo das norte-americanas para encaixar rápido contra-ataque que culminou em passe de Luany para Amanda Gutierres, que teve apenas o trabalho de escorar para o fundo do gol.

    Próximo compromisso

    Após a vitória sobre os Estados Unidos a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou o próximo compromisso da seleção feminina. O Brasil medirá forças com a França no dia 27 de junho em Grenoble. O jogo faz parte da preparação da equipe para a disputa da Copa América, que será disputada no Equador entre os dias 12 de julho e 2 agosto.

    “O amistoso [com a França] fechará a preparação para a Copa América, que terá enfrentamentos diferentes na maneira de jogar das seleções. Mas quando enfrentamos seleções de alto nível, nos preparamos para qualquer cenário”, declarou o técnico Arthur Elias.

  • Em 1º amistoso do ano, seleção feminina perde por 2 a 0 para os EUA

    Em 1º amistoso do ano, seleção feminina perde por 2 a 0 para os EUA

    No primeiro jogo do ano, a seleção brasileira feminina tropeçou fora de casa diante dos Estados Unidos, atual campeão olímpico, ao perder por  2 a 0 no SoFi Stadim, em Los Angeles. Logo aos cinco minutos, Trinity Rodman abriu placar para a alegria dos 32 mil torcedores presentes no estádio e,  na etapa final, Lindsey Heaps selou a vitória com gol de pênalti.

    O encontro entre as duas equipes foi o primeiro duelo após o revés do Brasil para os Estados Unidos (1 a 0) na final olímpica ano passado, nos Jogos de Paris. O jogo teve clima de gala no SoFi Stadium, futuro palco do Mundial masculino de 2026 e também da abertura da Olimpíada de Los Angeles 2028.

    A seleção volta campo contra as norte-americanas no segundo e último amistoso das Data Fifa na próxima terça-feira (8), às 23h30 (horário de Brasília), em San José. Os dois jogos são preparatórios para a Copa América, principal competição do ano, em julho, no Equador.

    No primeiro tempo, as brasileiras foram surpreendidas aos cinco minutos, na primeira jogada de ataque das norte-americanas, que começou com Alyssa Thompson a partir do no meio-campo. Ela se aproximou da área e tocou para Trinity Rodman acertar o fundo da rede, sem chances para a goleira Lorena. A equipe brasileira sofreu para se ajustar em campo. A partir dos 20 minutos melhorou a marcação e passou a enfileirar chances de empatar. Aos 31 minutos, Angelina recebeu a bola na entrea da área e desferiu um bomba, que passou rente à trave. Depois, aos 40 minutos, Adriana disparou do meio de campo até chutar da entrada da área uma bola venenosa no canto esquerdo do gol, mas Tullis-Joyce defendeu.

    Após o intervalo, a seleção adiantou a marcação e antes do primeiro minuto completo, Ludmila quase empatou com um chute forte que estourou na trave. A seleção parecia mais entrosada, mas aos 15 minutos a entrada da meio-campista norte-americana Lily Yohannes, de 17 anos, mudou a história do jogo. Bastaram três minutos em campo, para ela sofrer pênalti aos ser derrubada por Ludmilla, quando tentava tocar a bola para Aly Thompson chutar para o gol. A camisa 10 Lindsey Heaps (ex-Horan) ampliou para as norte-americanas após bela cobrança de pênalti no canto direito do gol de Lorena, que não alcançou a bola. A partir daí, a seleção não se encontrou na partida e por pouco não levou o terceiro gol aos 30 minutos, após Aly Thompson tentar um desvio dentro da área, mas Lorena espalmou, salvando o gol brasileiro. Numa última tentativa para tentar diminuir o placar, Adriana invadiu a área em velocidade, mas antes de chutar foi derrubada por Sam Cofey. No entanto, a árbitra não anotou pênalti. Com a vantagem, as norte-americana administraram o resultado até o apito final.

  • Lula diz que governo tomará medidas para defender empresas nacionais

    Lula diz que governo tomará medidas para defender empresas nacionais

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (3) que o país vai tomar “todas as medidas cabíveis” diante da decisão do governo norte-americano de tarifar em 10% os produtos brasileiros. A sobretaxa foi anunciada na última quarta-feira (2) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em meio a uma espécie de tarifaço global sobre impostos de importação.

    “Defendemos o multilateralismo e o livre comércio. E responderemos a qualquer tentativa de impor um protecionismo que não cabe mais hoje no mundo”, disse.

    “Diante da decisão dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa aos produtos brasileiros, tomaremos todas as medidas cabíveis para defender as nossas empresas e os nossos trabalhadores, tendo como referência a lei da reciprocidade econômica, aprovada ontem pelo Congresso Nacional, e as diretrizes da Organização Mundial do Comércio”, disse Lula.

    Lula participou do evento intitulado O Brasil dando a volta por cima, que, segundo ele, foi “um breve balanço daquilo que fomos capazes de realizar em apenas dois anos”.

    “A começar pela reconstrução de um país deixado em ruínas pelo governo anterior. O Brasil é um país que volta a sonhar e ter esperança. Um Brasil que dá a volta por cima e deixa de ser o eterno país do futuro para construir hoje seu futuro”, completou.

    “Com mais desenvolvimento e inclusão social, mais tecnologia e mais humanismo. Um país menos desigual e mais justo. Que investe em saúde, educação e mais serviços públicos de qualidade. Que não tolera ameaças à democracia. Que não abre mão da sua soberania. Que não bate continência para nenhuma outra bandeira que não seja a bandeira verde e amarela. Que fala de igual para igual e respeita todos os países, dos mais pobres aos mais ricos. Mas que exige reciprocidade no tratamento”, destacou Lula.

    A solenidade ocorreu no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com a presença de ministros, parlamentares e representantes de movimentos sociais.

    Lula também voltou a prometer a ampliação do Minha Casa, Minha Vida para a classe média e anunciou a implementação da TV 3.0, sistema integrado de televisão aberta e internet.

    Balanço

    Brasília (DF) 03/04/2025 Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva e de seus ministros, participa do evento Brasil dando a Volta por Cima. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

    Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva e de seus ministros, participa do evento Brasil dando a Volta por Cima. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

    “Ao longo de 2023 e 2024, o governo federal se dedicou à reconstrução de políticas que, além de recuperar a economia, alcançaram resultados importantes na redução da fome e da pobreza, no acesso ao trabalho e em áreas como educação, saúde, infraestrutura e relações exteriores”, destacou a Presidência.

    Entre os números apresentados estão:

    Economia – O Brasil voltou para o ranking das dez economias do mundo. Nos últimos dois anos, o país cresceu duas vezes mais que a média registrada entre 2019 e 2022. O Produto Interno Bruto (PIB – soma dos bens e serviços produzidos) foi de 3,2% em 2023 e de 3,4% em 2024.

    Empregabilidade – O Brasil registrou em 2024 a menor taxa de desemprego dos últimos 12 anos, de 6,6%, “situação de quase pleno emprego”, disse a Presidência. Em 2021, o indicador havia chegado a 14,9%, o maior da série histórica. Desde 2023, mais de 3,2 milhões de empregos formais foram gerados. O salário mínimo também foi reajustado acima da inflação.

    Comércio internacional – Nos últimos dois anos, o presidente manteve reuniões com líderes de 67 países. Mais de 340 mercados foram abertos para produtos do agronegócio e a inserção comercial brasileira foi ampliada, em acordos com China, União Europeia e Oriente Médio. Em 2025, o país sedia a Cúpula do Brics, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) e assume a presidência do Mercosul.

    Combate à fome – “O Brasil retomou múltiplas políticas para nutrição e combate à fome e tornou-se uma das nações que mais reduziram a insegurança alimentar no período”, diz. Relatório das Nações Unidas apontou que a insegurança alimentar severa caiu 85% no Brasil em 2023. Em números absolutos, 14,7 milhões deixaram de passar fome no país. A insegurança alimentar severa, que afligia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões. Nesse sentido, o programa Bolsa Família protege mais de 20 milhões de famílias todo mês, com repasse mínimo de R$ 600.

    Mais Médicos – Para ampliar o acesso ao atendimento em saúde, o Mais Médicos dobrou o número de vagas. São mais de 26 mil profissionais atuando, após o programa ter sido reduzido a 13 mil. Hoje, eles chegam a 4,5 mil municípios e cobrem uma região com 64 milhões de brasileiros.

    Farmácia Popular – O Farmácia Popular, hoje, oferece 41 medicamentos de forma gratuita, incluindo fraldas geriátricas.

    Cirurgias no SUS – Houve recorde de cirurgias eletivas no SUS, com mais de 14 milhões de procedimentos em 2024, alta de 37% em relação a 2022.

    Ambulâncias – O Ministério da Saúde aumentou em cinco vezes a entrega de ambulâncias do Samu. Entre 2019 e 2022, 366 foram distribuídas. Nos últimos dois anos, o número subiu para 2.067.

    Vacinação – “Após superar um período de negacionismo, o Brasil saiu da lista de países com mais crianças não vacinadas no mundo, segundo o Unicef”, diz o governo. A cobertura vacinal aumentou consideravelmente para 15 das 16 vacinas infantis.

    Pé-de-meia – O programa Pé-de-Meia é um dos destaques no estímulo à educação. Criado para garantir a permanência de estudantes do ensino médio em sala, o incentivo financeiro já chega a 4 milhões de jovens. O programa transfere até R$ 9,2 mil por alunos durante os três anos do ensino médio.

    Escola integral – “Mais tempo na escola, atividades esportivas, culturais e científicas, além de tranquilidade para os pais trabalharem”. É essa a perspectiva do governo para o ensino em tempo integral, que chegou a mais de 1 milhão de estudantes, o equivalente a 33 mil salas de aula.

    Ensino superior – O governo federal anunciou 10 novos campi de universidades, 400 obras em universidades e hospitais universitários pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e 102 novos institutos federais de educação. As bolsas de estudo da pós-graduação também foram reajustadas depois de 10 anos.

    Nova indústria – Criado para fomentar o desenvolvimento produtivo, o programa Nova Indústria Brasil estimula o setor. A indústria cresceu 3,3% em 2024 e foi um dos destaques para puxar o PIB de 3,4% do Brasil. O setor sozinho gerou quase 200 mil empregos formais no ano.

    Novo PAC — Desenvolvido pelo governo federal a partir de prioridades de estados e municípios, o Novo PAC envolve mais de 20 mil obras e ações. Os investimentos superam R$ 1,8 trilhão para acelerar o crescimento do Brasil.

    Habitação – O Minha Casa, Minha Vida foi modernizado e ampliado, com a contratação de mais de 1,2 milhão de moradias em dois anos.

    Agronegócio — O Brasil tem o maior volume de investimentos da história do agronegócio, superando R$ 765 bilhões de crédito para a produção agropecuária pelo Plano Safra.

    Servidores – O Concurso Público Nacional Unificado atraiu mais de 2 milhões de candidatos para 6.640 vagas na administração pública. O formato inclusivo, com provas em todas as unidades da federação, será adotado novamente em 2025.

    Imposto de renda – O governo federal isentou do Imposto de Renda (IR) 10 milhões de pessoas com renda de até dois salários mínimos. Além disso, já foi enviado ao Congresso o projeto que concede isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês e desconto progressivo até R$ 7 mil, o que deve tirar outros 10 milhões de brasileiros do IR a partir de 2026.

    Turismo – O Brasil teve recorde de 6,7 milhões de turistas estrangeiros em 2024. O número é maior do que os registrados em 2014, ano de Copa do Mundo no país, e 2016, quando foram realizados os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.

    Queda no desmatamento – A Amazônia atingiu a menor taxa de desmatamento da década em 2024, com a maior redução em 10 anos: 46% de queda em relação a 2022. No Cerrado, a redução de 25,7% em 2024 foi a primeira em cinco anos.

    Cultura – A Lei Paulo Gustavo e a Política Nacional Aldir Blanc garantiram R$ 6,86 bilhões em investimentos para o setor cultural. Na Lei Rouanet, houve a nacionalização dos investimentos, com novas linhas especiais alcançando territórios e comunidades que, historicamente, não eram beneficiados. Só em 2024, foram R$ 3 bilhões de recursos, mais de 14 mil projetos aprovados e mais de 5,6 mil empresas patrocinadoras.

    *Matéria ampliada às 12h56

  • Para CNI, momento é de detalhar impactos e reforçar diálogo com os EUA

    Para CNI, momento é de detalhar impactos e reforçar diálogo com os EUA

    A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou nesta quarta-feira (2) que o Brasil deve fazer uma análise detalhada das medidas divulgadas pelo presidente americano, Donald Trump, e insistir no diálogo para preservar uma relação bilateral histórica e complementar entre o Brasil e os Estados Unidos.

    “Claro que nos preocupamos com qualquer medida que dificulte a entrada dos nossos produtos em um mercado tão importante quanto os EUA, o principal para as exportações da indústria brasileira. No entanto, precisamos fazer uma análise completa do ato. É preciso insistir e intensificar o diálogo para encontrar saídas que reduzam os eventuais impactos das medidas”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban, em nota.

    Trump, anunciou na tarde de hoje um “tarifaço” global sobre impostos de importação e confirmou uma taxa de 10% para os produtos brasileiros.

    A CNI confirmou ainda que levará um grupo de empresários brasileiros aos Estados Unidos na primeira quinzena de maio. Segundo a entidade, a comitiva deverá se reunir com representantes da indústria e do governo norte-americano para discutir agendas de facilitação de comércio e “abertura de mercados de forma equilibrada”.

    “Reiteramos a disposição da indústria de contribuir com as negociações com os parceiros americanos. A missão empresarial estratégica para os EUA tem justamente o objetivo de aprofundar o relacionamento e discutir caminhos para fortalecer a cooperação e o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”, disse Ricardo Alban.

    Mercado

    De acordo com a CNI, os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras da indústria de transformação, especialmente de produtos de maior intensidade tecnológica, além de liderarem o comércio de serviços e os investimentos bilaterais.

    Em 2024, a indústria de transformação brasileira exportou US$ 31,6 bilhões em produtos para os EUA. Nesse ano, a cada R$ 1 bilhão exportado para os EUA, foram criados 24,3 mil empregos no Brasil, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,6 bilhões em produção.

    FercomercioSP

    A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) afirmou que a decisão dos Estados Unidos poderá se tornar uma oportunidade para a expansão do comércio brasileiro. Segundo a entidade, o Brasil deverá aproveitar da conjuntura para fechar acordos bilaterais.

    “Já que muitas nações terão dificuldades em levar seus produtos aos EUA, por conta das tarifas, esse é o momento ideal para o Brasil reforçar sua participação nesses mercados. Sobretudo no Japão, na China e na União Europeia, para citar alguns”, disse a entidade, em nota.

    Segundo a FecomercioSP, o governo brasileiro deve se valer da conjuntura tarifária vinda dos Estados Unidos para assinar acordos bilaterais, diminuir tarifas e facilitar mecanismos aduaneiros.

  • Seleção feminina treina nos EUA para reencontro com donas da casa

    Seleção feminina treina nos EUA para reencontro com donas da casa

    A seleção feminina de futebol está em Long Beach, na Califórnia (Estados Unidos), para dois amistosos contra as donas da casa. A equipe chegou na cidade na última terça-feira (1º) e, desde então, segue em preparação até quinta (4). O primeiro duelo será nesta sexta (5), no SoFi Stadium, em Los Angeles, às 18h (horário de Brasília). Depois, na próxima terça (8), os times medem forças no PayPal Park, em San José, às 23h30.

    “Minha função é que a gente consiga ser uma equipe que marque muito bem, que anule os principais pontos que os Estados Unidos têm a seu favor: a qualidade do meio-campo, a velocidade das atacantes, a eficiência delas, as bolas paradas. Então, é uma equipe que realmente vai nos testar muito defensivamente, mas também que a gente consiga criar mais oportunidades de gol e que, obviamente, consiga ter eficiência para sair com resultado positivo”, disse o técnico Arthur Elias, em entrevista à CBF TV.

    Entre as convocadas, a novidade é Luany. A atacante de 22 anos, do Atlético de Madrid, da Espanha, foi chamada para treinos que antecederam a Olimpíada de Paris, na França, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), mas não fez parte do grupo que conquistou a medalha de prata, superado na final justamente pelos EUA, por 1 a 0. Cerca de nove meses depois, a ex-jogadora de Fluminense e Grêmio vive a expectativa de, enfim, estrear pela seleção principal.

    “Era um objetivo meu me destacar ao máximo no Atlético e voltar para a seleção. Consegui e estou muito feliz, estou com as meninas que conheço, em um ambiente muito bom, com uma comissão técnica muito boa. Estou muito ansiosa, mas também tranquila e muito confiante para, se receber uma oportunidade, aproveitar da melhor forma possível”, comemorou Luany, também à CBF TV.

    Luany - seleção brasileira feminina - abril/2025 - treino nos EUA
    Convocada para treinos que antecederam a Olimpíada de Paris, Luany não chegou a entrar em campo com a seleção, vice-campeã em Paris.A atacante vive a expectativa de estrear com a amarelinha – Rafael Ribeiro/CBF/Direitos Reservados

    Nos EUA, a jogadora do Atlético de Madrid pôde reencontrar a zagueira Tarciane, ex-Corinthians, que atualmente joga no Lyon, da França. As duas foram reveladas no Daminhas da Bola, projeto social de Duque de Caxias (RJ) idealizado por Thaissan Passos, hoje técnica do Grêmio, e também atuaram juntas no Fluminense. Pela seleção Sub 20, as amigas foram campeãs sul-americanas em 2022 e ficaram em terceiro lugar no Mundial da categoria, no mesmo ano.

    “É uma parada muito doida que só eu e ela entendemos. Fico muito feliz porque a vejo voando. Era um objetivo nosso sair para um time junto, só que ela foi para o Corinthians e me deixou, já fiquei brava com ela. Mas é claro que estou sempre torcendo por ela, não consigo explicar a amizade que tenho com ela”, brincou Luany, que passou por Seattle Reign (dos EUA) e Madrid CFF (da Espanha), antes de chegar ao Atlético de Madrid.

    Nos jogos contra as atuais campeãs olímpicas, Luany vestiará a camisa 19, enquanto Tarciane, prata em Paris, será dona da camisa 3. A numeração foi divulgada pela CBF nesta quarta-feira (2).

    Numeração da seleção feminina

    GOLEIRAS

    Lorena – 1

    Natascha – 12

    Camila – 22

    ZAGUEIRAS

    Tarciane – 3

    Isa Haas – 23

    Kaká – 16

    Lauren – 4

    LATERAIS

    Bruninha – 13

    Antônia – 2

    Yasmim – 6

    Fê Palermo – 15

    MEIO-CAMPISTAS

    Duda Sampaio – 5

    Angelina – 8

    Laís Estevam – 17

    Mariza – 20

    ATACANTES

    Adriana – 9

    Gio Queiroz – 21

    Jheniffer – 7

    Amanda Gutierres – 11

    Kerolin – 10

    Gabi Portilho – 18

    Ludmila -14

    Luany – 19

  • Fundo de Quintal leva música brasileira aos Estados Unidos

    Fundo de Quintal leva música brasileira aos Estados Unidos

    A turnê pelos Estados Unidos do tradicional grupo de samba Fundo de Quintal termina neste domingo (23) em Los Angeles. Referência histórica da música brasileira, o grupo, formado na década de 70, atraiu público por onde passou. As apresentações de Sereno, Ademir Batera, Márcio Alexandre, Junior Itaguay e Tiago Testa, começaram na sexta-feira (14) em Nova York, seguiram para Boston e depois Miami.

    O grupo também fez shows na capital, Washington, e em Houston.

    “Começamos lá em Nova York, o público foi simplesmente maravilhoso, e a gente realmente não esperava que fosse desse jeito. Foi muito emocionante. Em Washington, a galera não queria deixar a gente sair do palco. Foi muito bacana. Turnê maravilhosa, e o pessoal pedindo para o Fundo de Quintal voltar”, disse Ademir Batera, em áudio encaminhado a pedido da Agência Brasil.

    Jovens estudantes

    Além da turnê, no dia 17, os músicos tiveram um encontro cultural na Ronald W. Reagan/Doral Senior High School, em Doral, na Flórida, onde conversaram com estudantes bilíngues participantes do projeto Que Beleza Brasil!. A iniciativa busca fortalecer a integração das novas gerações com a cultura brasileira. O grupo teve oportunidade de compartilhar suas histórias e mostrar a importância do samba no Brasil e no cenário internacional.

    “Foi uma troca de energia muito gostosa, a gente poder falar de samba, do surgimento do grupo Fundo de Quintal para os estudantes, uma troca de energia muito boa. Primeiro, a surpresa de nós, do grupo Fundo de Quintal, ao ver que há interesse da nova geração em saber como começou tudo. Segundo, é saber que, seja em qualquer canto do planeta, tem muita gente querendo saber do grupo Fundo de Quintal. Isso para a gente é surpreendente e prazeroso. A rapaziadinha estava muito a fim de saber como cada um teve o primeiro contato com a música. Eu, Sereno e Ademir respondemos, a pergunta foi muito boa e foi bom saber que estavam interessados nisso”, disse Junior Itaguaypor meio de áudio.

    Para Sereno, de 84 anos, um dos fundadores do Fundo de Quintal, a turnê representou um sentimento profundo.

    “Isso aí é simplesmente maravilhoso. O Fundo de Quintal tem esse direito de fazer uma palestra com jovens que estão começando a vida e querem galgar algo de útil e dessa nossa cultura. Foi radiante, não tem elogio maior a se fazer”, afirmou Sereno.

    Constatar o envolvimento do público nas composições que marcam a história do grupo como, Lucidez, A Amizade e O Show Tem Que Continuar, que atravessam gerações, foi um dos destaques da turnê para Tiago Testa. “Maravilhoso a gente ver o povo cantando o nosso samba, cantando nossas músicas, também tem muito brasileiro aqui nos Estados Unidos. Uma experiência nova, mais uma para o currículo, mais uma para a história, graças a Deus, e ao Fundo de Quintal”, disse Tiago Testa à Agência Brasil.

    O músico contou o que representa para ele integrar esse tradicional grupo de samba.

    “Ser do Fundo de Quintal é como se eu jogasse na seleção brasileira. É uma experiência maravilhosa. É o maior grupo do universo. Costumo dizer que estou sonhando ainda por estar aqui, responsabilidade imensa, é uma alegria, é tudo junto. Uma ansiedade, aquele friozinho na barriga. É maravilhoso!”, afirmou.

    Ausência

    Essa viagem não teve a presença de Bira Presidente, líder do bloco Cacique de Ramos, em cujas as rodas de samba surgiu o grupo, do qual é também um dos fundadores. O encerramento da turnê coincide com o aniversário de 88 anos de Bira, personagem importante na história do Fundo de Quintal. “Bira é um cara que no grupo faz falta. Infelizmente, a saúde o impediu de estar presente, mas Deus é pai e está de ronda”, completou, confiante na recuperação do amigo. Sereno também é fundador do Fundo de Quintal.

    Perto de completar 50 anos, as rodas de samba do Fundo de Quintal, na sede do Cacique de Ramos, na zona norte do Rio, têm tradição de reunir desde o começo estrelas da música brasileira como Almir Guineto, Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e Sombrinha.

    O grupo é também reconhecido como inovador. Ubirany, também fundador, foi o criador do repique de mão, que é uma característica do Fundo de Quintal, levando outros grupos a usarem o instrumento. Além do repique de mão, o tantã e o banjo com cabo de cavaquinho, esse criado por Almir Guineto, outro fundador, são inovações do grupo, que, entre tantos prêmios, conquistou um Grammy Latino.

  • “Se fizer olho por olho, vai ficar todo mundo cego”, diz Alckmin

    “Se fizer olho por olho, vai ficar todo mundo cego”, diz Alckmin

    A sobretaxação em 25% do aço e do alumínio pelos Estados Unidos não foi decidida por causa do Brasil, mas prejudicará o país e o comércio global, disse nesta quinta-feira (13) o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ele classificou de “equivocada” a decisão do governo de Donald Trump.

    “Entendemos que o caminho não é olho por olho. Se fizer olho por olho, vai ficar todo mundo cego. Comércio exterior é ganha, ganha. Ganha quem tem mais competitividade para exportar e ganha o conjunto da sociedade. O caminho é a reciprocidade e buscar diálogo”, declarou o vice-presidente após anunciar a confirmação da tarifa zero para nove tipos de alimentos.

    O vice-presidente reiterou que os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil, com tarifa zerada para a maioria dos produtos. “A medida tomada de aumentar para 25% a tarifa de aço e de alumínio não foi contra o Brasil, foi uma medida geral. Não foi específica. Entendemos que a decisão é equivocada porque o Brasil não é problema comercial para os Estados Unidos. Eles têm superávit comercial com o Brasil”, destacou.

    Nos dois primeiros meses de 2025, o Brasil acumulou déficit comercial de US$ 342,9 milhões com os Estados Unidos, com a segunda maior economia do planeta exportando para o Brasil mais do que importa. “Contando bens e serviços, o superávit comercial dos Estados Unidos com o Brasil [déficit do Brasil com os Estados Unidos] chega a US$ 25 bilhões”, acrescentou Alckmin.

    Dos dez produtos que os Estados Unidos mais vendem para o Brasil, ressaltou Alckmin, oito têm tarifa zero porque estão na lista de ex-tarifários, que isenta de Imposto de Importação bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) e bens de telecomunicações. A tarifa comercial média aplicada pelo Brasil aos produtos norte-americanos está em 2,7%, com 72% do que os Estados Unidos exportam entrando no país com alíquota zero.

  • Medidas unilaterais são ruins para economia global, diz Haddad

    Medidas unilaterais são ruins para economia global, diz Haddad

    Medidas unilaterais como as tarifas comerciais impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, são ruins para a economia global, disse nesta terça-feira (11) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, o impacto sobre a economia brasileira ainda não foi avaliado e o governo ainda está levantando informações para decidir se reagirá à sobretaxação em 25% do aço e do alumínio importados pelos Estados Unidos.

    “A avaliação é de que medidas unilaterais desse tipo são contraproducentes para a melhoria da economia global. A economia global perde com isso, com essa retração, a desglobalização que está acontecendo. Isso não significa defender a velha globalização que trouxe outros desequilíbrios, mas defender um tipo de globalização sustentável do ponto de vista social, do ponto de vista ambiental”, declarou Haddad.

    Haddad informou que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) está organizando as informações sobre a decisão de Trump. Segundo o ministro, os dados sobre o impacto na economia brasileira serão levados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomará uma decisão.

    Ressaltando que a tarifa sobre o aço e o alumínio não se refletem apenas sobre o Brasil, Haddad disse que há espaço para o governo brasileiro negociar, com base nas diretrizes do G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana).

    “Não é uma decisão contra o Brasil. [A sobretaxação do aço e do alumínio] é uma coisa genérica para todo mundo. Então, observamos as reações do México, do Canadá, da China a esse respeito”, declarou Haddad. “Na linha do que nós propusemos no G20, estamos imaginando voltar para a mesa de negociação com propostas nessa direção. Acho que há espaço então para negociar.”

    O ministro comentou que o Itamaraty também está participando das discussões e que não há, até agora, avaliações sobre os impactos na economia brasileira. Sobre as reações das indústrias de alumínio e de aço, Haddad informou que deve se reunir com os setores afetados pelo tarifaço após voltar da viagem que fará ao Oriente Médio, nesta e na próxima semana.

    CNI

    Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamentou a decisão de Trump. Segundo a entidade, a decisão atinge diretamente a indústria brasileira porque o Brasil é o quarto maior exportador de ferro e de aço aos Estados Unidos, destino de 54% das vendas externas dos dois produtos.

    A confederação ressaltou que o Brasil não representa uma ameaça comercial aos Estados Unidos. “A balança comercial entre os países é, desde 2008, favorável aos americanos, ao contrário do que ocorre entre os EUA e Canadá, China e México. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões e importou US$ 40,7 bilhões”, prosseguiu o comunicado.

    A CNI informou que buscará diálogo e negociará alternativas para reverter a elevação das tarifas. “O caminho do diálogo, portanto, é preferencial a medidas de retaliação que podem prejudicar outros setores produtivos cuja importação de produtos norte-americanos seja importante para a produção brasileira”, destacou o presidente da CNI, Ricardo Alban, na nota.

  • Brasil espera EUA concretizarem taxação do aço para se manifestar

    Brasil espera EUA concretizarem taxação do aço para se manifestar

    O governo brasileiro aguarda o governo dos Estados Unidos (EUA) oficializar a taxação do aço em 25% sobre as importações de aço e alumínio para se manifestar sobre o tema, assim como anunciar medidas em resposta ao aumento dos custos para exportar esses produtos para o país da América do Norte.

    A informação é do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que comentou, nesta segunda-feira (10), o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump.

    “O governo tomou a decisão de só se manifestar, oportunamente, com base em decisões concretas, e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. O governo vai aguardar a decisão oficialmente antes de fazer qualquer manifestação”, disse Haddad a jornalistas.

    O Brasil é o segundo principal fornecedor de aço para os EUA, que são o principal destino das exportações do produto brasileiro. Questionado se o governo discute taxar, em retaliação, as big techs – as gigantes da tecnologia, como Google, Meta e X, Haddad respondeu que o governo vai “aguardar a orientação do presidente da República depois das medidas efetivamente implementadas”.

    Aço - CenárioMT
    Aço – CenárioMT

    Em entrevista a rádios mineiras na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil tem direito de usar a lei da reciprocidade. “Para nós, o que seria importante seria os EUA baixarem a taxação e nós baixarmos a taxação. Mas, se ele e qualquer país aumentar a taxação do Brasil, nós iremos taxá-los também. Isso é simples e muito democrático”, disse Lula.

    Durante o seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas sobre o aço e o alumínio, mas concedeu depois cotas de isenção para parceiros, incluindo Canadá, México e Brasil, que são os principais fornecedores desses produtos.

    Segundo dados da Administração de Comércio Internacional do governo dos EUA, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para o país em 2024, perdendo apenas para o Canadá. Já levantamento do Instituto do Aço Brasil, com base em dados oficiais do governo brasileiro, afirma que os EUA foram o principal destino do aço do país, representando 49% de todo o aço que o Brasil exportou em 2023.