Tag: esgoto

  • Câmara aprova alteração em lei para viabilizar operação de crédito destinada à ampliação da rede de esgoto em Lucas do Rio Verde

    Câmara aprova alteração em lei para viabilizar operação de crédito destinada à ampliação da rede de esgoto em Lucas do Rio Verde

    A Câmara de Vereadores de Lucas do Rio Verde aprovou nesta semana o projeto de lei que altera a redação da Lei nº 3.747/2024, permitindo que o Poder Executivo avance com a contratação de uma operação de crédito junto à Caixa Econômica Federal, com garantia da União. A medida tem como objetivo principal viabilizar investimentos em saneamento básico, especialmente na expansão da rede de esgoto em bairros ainda não contemplados no município.

    A alteração legislativa atende a recomendações técnicas emitidas pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e pela Advocacia-Geral da União (AGU), cujos pareceres foram repassados pela SADIPEM (Sistema de Análise da Dívida Pública, Operações de Crédito e Garantias da União, Estados e Municípios) durante a análise da lei original. Segundo a justificativa encaminhada pelo Executivo, a nova redação proposta é padrão em contratos firmados no âmbito do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

    Líder do governo na Câmara, o vereador Jackson Lopes comemorou a aprovação unânime do projeto. Para ele, a medida representa mais um passo para resolver uma demanda histórica de muitos bairros. “Com certeza, essa operação de crédito vai ajudar o município a avançar ainda mais nas redes de esgoto nos bairros de Lucas do Rio Verde que ainda não têm esse serviço. Sabemos das dificuldades enfrentadas em regiões como o Cidade Nova, Rio Verde e Alvorada”, destacou.

    Jackson também ressaltou o impacto positivo da iniciativa na saúde pública e na qualidade de vida dos moradores. “Investir em saneamento básico é investir diretamente em saúde. É uma demanda antiga, principalmente no período de chuvas, quando muitas famílias sofrem com a ausência de infraestrutura adequada”, afirmou. Segundo o vereador, poucos gestores municipais priorizam investimentos em esgoto, mas Lucas do Rio Verde está se diferenciando com planejamento e ações estruturantes.

    O projeto foi aprovado por todos os vereadores e agora segue para sanção do prefeito Miguel Vaz, que poderá dar continuidade aos trâmites para formalizar a operação de crédito com a Caixa. A expectativa é que os recursos sejam utilizados para iniciar a reestruturação da rede de esgoto em áreas urbanas que ainda não foram atendidas pelo sistema de coleta e tratamento.

  • Situação dos rios na Mata Atlântica é preocupante, aponta pesquisa

    Situação dos rios na Mata Atlântica é preocupante, aponta pesquisa

    Pesquisa da Fundação SOS Mata Atlântica coletou dados em 112 rios durante o ano de 2024, em 14 estados com incidência de Mata Atlântica, e percebeu ligeira piora e estagnação em alguns pontos, e poucos registros de melhora, restritos a projetos pioneiros, além de um aumento pequeno mas sensível de pontos em que a qualidade das águas foi considerada ruim.

    O estudo recebeu apoio de uma rede de voluntários e cobriu 145 pontos de coleta em 67 municípios do Nordeste ao Sul do país, 18 pontos a mais do que o estudo anterior, com dados coletados em 2023.

    Em 7,6% dos pontos (11), as amostras apresentaram qualidade boa, enquanto 13,8% (20) foram classificados como ruins e 3,4% (5) atingiram a pior classificação, péssima.

    A predominância da qualidade regular, em 75,2% dos pontos (109), reforça o alerta sobre a vulnerabilidade dos recursos hídricos na Mata Atlântica, segundo o relatório.

    A melhor classificação, ótima, não foi encontrada em nenhum ponto de medição. São 16 parâmetros analisados, que remetem à Resolução 357/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

    O levantamento produziu uma métrica batizada de Índice de Qualidade da Água (IQA), que atesta que os rios com qualidade ótima ou boa contam com condições adequadas para abastecimento, produção de alimentos e vida aquática equilibrada, enquanto aqueles classificados como regulares já apresentam impactos ambientais que podem comprometer seu uso para consumo ou lazer.

    Nos rios com qualidade ruim ou péssima, a poluição atinge níveis críticos, prejudicando tanto a biodiversidade quanto a população que depende desses recursos hídricos, e a saúde pública. É o caso do Rio Pinheiros, em São Paulo, há pelo menos 5 décadas com ocupação intensiva e despejo de esgoto direto.

    No começo dos anos 1960 ainda era possível navegar e pescar nele, assim como em centenas de rios menores, que foram canalizados na cidade, história que a TV Brasil contou em reportagem.

    Soluções

    “Por enquanto, o que a gente tem observado avançando a partir do marco legal do saneamento, de 2020, é o processo de privatização das empresas de saneamento, mas não necessariamente os investimentos estão aparecendo. O rio nos conta tudo, e ele está nos contando que ainda faltam esses investimentos”, explica Gustavo Veronesi, coordenador do programa Observando os Rios na SOS Mata Atlântica.

    “Também [o rio] nos conta que com as soluções tradicionais talvez a gente não chegue em 2033, que o marco preconiza como a data em que a gente tem que ter 99% das pessoas com acesso à água e 90% das pessoas com acesso à coleta e tratamento de esgoto”, alerta.

    Para Veronesi, as soluções convencionais não vão dar conta, em um cenário de emergências climáticas, sendo necessário aplicar soluções alternativas para atingir a universalização do saneamento, viáveis em áreas rurais ou em cenários isolados dentro de grandes cidades.

    “São comunidades isoladas, pequenas comunidades, em que o investimento para se levar a tubulações, quilômetros de tubulações para se coletar esse esgoto, não são viáveis”, diz o pesquisador.

    São Paulo (SP), 20/03/2025 - Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara, instalou um Tanque de Evapotranspiração – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Uma dessas iniciativas para melhorar a qualidade de rios acontece no coração da maior cidade do país, São Paulo, no Butantã. O bairro na zona oeste é cortado por diversos riachos e córregos. Alguns deles correm próximos e afloram  em uma fonte, com construções que nos remetem a antes da ocupação portuguesa.

    O Parque da Fonte Peabiru, em um terreno tombado, tornado de utilidade pública e municipalizado após décadas de luta da comunidade do Morro do Querosene, enfrentou por muitos anos poluição de esgoto doméstico, uma vez que a rede de saneamento da Sabesp não atendia a todas as casas do bairro.

    Em um projeto apoiado pela SOS Mata Atlântica e organizado por moradores, foi construído um sistema para descontaminação do Córrego da Fonte constituído por uma pequena rede coletora desse esgoto que o despeja em um Tanque de Evapotranspiração (Tevap), isolado do lençol freático. É um projeto de permacultura com conceitos de Soluções Baseadas na Natureza, que impede que os efluentes de cerca de 30 pessoas sejam lançados no parque, que ainda não foi oficialmente aberto à população.

    Parte dos moradores se junta todo domingo de manhã para limpeza e melhorias no espaço. Moradora da região há algumas décadas, Cecília Pellegrini considera que esse tipo de esforço, de soluções no micro, são necessárias.

    “Nós do bairro convivíamos com o mau-cheiro e a poluição, mas desde dezembro, quando terminamos o sistema Tevap, o problema acabou. A água está limpa. É o tipo de solução que representa o futuro, que trata aqui, no local, ao invés de jogar esse esgoto para ser tratado longe, com perda e contaminação no caminho”, comemora Cecília Pellegrini.

    Para Cecília, é uma solução que ainda beneficia o bairro com bananeiras, girassóis e uma dezena de plantas que fazem a filtragem e devolvem a umidade ao entorno, que conta com árvores centenárias e o carinho da comunidade.

    São Paulo (SP), 20/03/2025 - Cecília Pellegrini no Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Cecília Pellegrini participou do projeto de descontaminação do Córrego da Fonte, no Parque Municipal da Fonte – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    O estudo reforça que a insuficiência das estruturas de saneamento básico ainda é o principal elemento a determinar a ausência de melhorias. Cerca de 35 milhões de brasileiros seguem sem acesso à água potável e metade da população do país não têm tratamento de esgoto.

    Foram identificados casos pontuais de melhoria, que “demonstram o potencial de recuperação quando há mobilização e políticas adequadas, mas exige um esforço coordenado entre sociedade, governos e empresas”, segundo a pesquisa.

    Um desses exemplos é o Córrego Trapicheiros, na cidade do Rio de Janeiro, que apresentou uma melhora de qualidade regular para boa, assim como os rios Sergipe e do Sal, em Sergipe. Em São Paulo, o Córrego São José, na capital, saiu da classificação ruim para regular. O relatório apontou a piora no Rio Capibaribe, em Pernambuco, e no Rio Capivari, em Florianópolis, onde houve impacto significativo de despejo irregular de esgoto.

    “A ausência de fiscalização adequada e a expansão urbana desordenada contribuem para esse cenário de degradação progressiva”, denunciam os pesquisadores.

    Para Malu Ribeiro, diretora de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, o Brasil ainda enfrenta dificuldades para integrar políticas de água, clima, meio ambiente e saneamento, “um desafio essencial para a gestão sustentável dos recursos hídricos”.

    “A sociedade civil precisa estar cada vez mais ativa nos comitês de bacias hidrográficas e na defesa da água limpa, porque o cenário não melhora sozinho. Enquanto a ONU reforça a urgência de políticas integradas até 2030, o Brasil ainda precisa avançar para transformar compromissos em ações concretas. O retrato da qualidade da água dos rios da Mata Atlântica, construído por meio da ciência cidadã, reforça essa necessidade e evidencia o papel crucial da mobilização social para garantir um futuro sustentável para todos”, destaca a diretora.

    Para Veronesi, essa participação também passa pela pressão direta com o poder público municipal, que é o titular do saneamento e responsável pelas políticas públicas e obras, assim como pelas concessões, quando ocorrem.

    “Também as pessoas podem cobrar das empresas das quais elas consomem produtos, porque muitas vezes a gente esquece das empresas nesse processo”, defende Veronesi.

    De acordo com o pesquisador, “se a gente pensar o saneamento como quatro pilares, água potável para as pessoas, coleta e tratamento de esgoto, disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos e o manejo das águas da chuva, nesse quesito dos resíduos, as empresas são fundamentais”.

    Veronesi avalia que a disposição dos resíduos sólidos, como embalagens, é importante na poluição dos rios do bioma, e seu manejo fica muitas vezes sem um responsável definitivo, entre empresas e prefeituras.

    Outro fator importante e pouco considerado na região de Mata Atlântica, segundo Veronesi, é o controle de agrotóxicos e outros agentes químicos, que chama atenção geralmente em situações limite, como acidentes com grande mortandade de peixes, mas normalmente não é feito com a constância necessária.

    Veronesi acredita que além de medidas mais urgentes, há medidas de longo prazo que são importantes para melhorar esse cenário.

    “A gente precisa de nascentes de rios protegidas, a gente precisa das margens dos nossos rios protegidos, com mata ciliar, com parques lineares, parando o desmatamento e restaurando florestas, inclusive em áreas urbanas”, defende Veronesi.

  • Hoje sexta-feira (27), celebra Dia do Encanador e Instalador hidráulico

    Hoje sexta-feira (27), celebra Dia do Encanador e Instalador hidráulico

    Nessa sexta-feira (27), é celebrado Dia do Encanador e Instalador hidráulico, o encanador é um profissional indispensável nas construções de moradias e nos serviços de água e esgoto de uma cidade. É o encanador quem faz a ligação da água no canteiro, portanto, sem ele a obra não começa.

    Durante a execução dos alicerces, o encanador coloca tubos de esgoto e, enquanto a laje está sendo concretada, instala o encanamento. Muitos encanadores são empregados fixos em grandes empresas ou na prefeitura. Outros são autônomos, atendendo chamados, nos apartamentos e casas residenciais e comerciais.

    Os serviços que um encanador executa são: a instalação dos canos para a ligação de água e esgoto, instalação de banheiros e cozinhas com pontos de água quente e fria, rede interna de esgoto, lavatório, chuveiro, vaso sanitário, bidê ou ducha higiênica, colocação de peças sanitárias, pias, tanques e torneiras.

    As instalações hidráulicas são feitas em residências, indústrias e estabelecimentos comerciais e se referem aos mecanismos que servem para abastecer, escoar e distribuir água. Isso inclui a instalação de água fria e quente, redes de esgoto, abastecimento e águas pluviais, caixas d’água e sistemas para combater incêndios.

    Com base nos projetos hidráulicos, quem trabalha com instalações consegue definir os materiais que serão usados, fazer os cálculos e as montagens necessárias e realizar testes para evitar vazamentos. Em resumo, o projeto hidráulico de uma construção cuida dos detalhes relacionados a itens como sistema de encanamento, rede de esgoto e instalações diversas.

    Monta, instala e conserva sistemas de tubulações de material metálico e não metálico de alta e baixa pressão para condução de ar, água, gás, vapor, esgoto, soluções químicas e outros fluídos em edifícios, laboratórios e outros locais.

  • Falta de saneamento afeta 75% dos que ganham até um salário mínimo

    Falta de saneamento afeta 75% dos que ganham até um salário mínimo

    A Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon-Sindcon) divulgou, nesta quinta-feira (4), um levantamento que mostra que os mais pobres são os mais afetados pela falta de saneamento básico no país.

    Segundo o Panorama da Participação Privada no Saneamento, 75,3% das pessoas que não estão conectadas à rede de água vivem com até um salário mínimo. O levantamento mostra que 74,5% das pessoas que não estão conectadas à rede de coleta de esgoto também têm rendimento mensal abaixo de um salário mínimo.

    Tanto a coleta de esgoto quanto o fornecimento de água atingem níveis superiores a 90% para as pessoas que recebem mais de cinco salários mínimos. Já a universalização do saneamento no país é prevista para 2033, segundo o marco legal do setor.

    “Após quatro anos em vigor, o Marco Legal do Saneamento já conseguiu incrementar investimentos e promover avanços importantes, mas ainda temos grandes desafios pela frente até a universalização dos serviços de água e esgoto até 2033. O saneamento precisa ser considerado uma prioridade nacional, inclusive no âmbito da reforma tributária”, disse a diretora executiva da Abcon Sindcon, Christianne Dias.

    Edição: Nádia Franco

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