Tag: Escoamento

  • Ferrogrão: esperança do agronegócio vive a expectativa de decisão no STF

    Ferrogrão: esperança do agronegócio vive a expectativa de decisão no STF

    O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a defender a construção da Ferrogrão (EF-170), ferrovia de 933 quilômetros de extensão que promete ligar Sinop (MT) a Itaituba (PA) com investimentos estimados em R$ 28 bilhões. Durante evento do programa Minha Casa, Minha Vida, realizado no último dia 24 em Sinop, Fávaro reforçou que a posição do governo Lula é favorável à obra, considerada estratégica para o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste. “O governo passado não cuidou da Ferrogrão. A posição do presidente Lula é clara: somos a favor da Ferrogrão, que é ambientalmente correta”, afirmou.

    Apesar do apoio explícito, a construção da ferrovia segue paralisada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu os estudos do projeto desde 2021. A judicialização envolve questões ambientais, especialmente a possível necessidade de supressão de área do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, e a falta de consulta às comunidades tradicionais, em descumprimento a tratados internacionais assinados pelo Brasil. Recentemente, no entanto, a União apresentou ao STF novos documentos para tentar destravar o projeto, indicando a possibilidade de traçar a ferrovia ao longo da faixa já degradada da BR-163 e relatando avanços nas consultas às comunidades.

    O projeto da Ferrogrão é defendido como solução para antigos gargalos logísticos que encarecem o transporte de grãos e geram desperdícios. Atualmente, a maior parte da produção do Centro-Oeste depende do transporte rodoviário, sobrecarregando rodovias como a BR-163, aumentando o custo dos fretes e provocando atrasos. Com a nova ferrovia, o governo estima uma redução de R$ 7,9 bilhões por ano em custos logísticos e a diminuição de 3,4 milhões de toneladas de emissões de CO₂ anuais durante os 69 anos de concessão previstos.

    A expectativa é que a Ferrogrão transporte até 52 milhões de toneladas de commodities agrícolas por ano, fortalecendo os portos do Norte como principais rotas de exportação. Para o presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, a obra é urgente e fundamental para o futuro do setor. “Estamos terminando mais uma safra recorde, mas continuamos enfrentando velhos problemas para escoar nossa produção. Precisamos de soluções concretas, e a Ferrogrão tem tudo para amenizar os gargalos logísticos que tanto nos penalizam”, destacou.

    Embora o Ministério da Agricultura e o Ministério dos Transportes estejam alinhados na defesa do projeto, há divergências internas no governo. O Ministério do Meio Ambiente e o Ministério dos Povos Indígenas manifestam oposição à obra, preocupados com os impactos socioambientais. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por sua vez, mantém a previsão de lançar o edital de leilão da ferrovia em 2026, desde que haja aprovação do novo traçado pelo STF.

    Além de impulsionar o agronegócio, a Ferrogrão é vista como fundamental para a competitividade internacional dos produtos brasileiros, reduzindo o custo do frete e tornando a logística mais eficiente. Em um cenário de margens apertadas e concorrência global acirrada, cada ganho logístico pode fazer grande diferença para o produtor.

    O setor produtivo permanece mobilizado, na expectativa de que o Supremo libere o andamento do projeto, permitindo que a Ferrogrão finalmente saia do papel. Como enfatizou Isan Rezende, para quem trabalha de sol a sol produzindo alimentos para o Brasil e o mundo, infraestrutura eficiente não é luxo, é necessidade.

  • Fretes rodoviários sobem em Mato Grosso com avanço do escoamento da safra

    Fretes rodoviários sobem em Mato Grosso com avanço do escoamento da safra

    O aumento no volume de escoamento da safra de grãos pressionou a demanda por transporte e provocou alta nos fretes rodoviários em Mato Grosso na última semana. De acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a maioria das rotas registrou elevação nos preços.

    Entre os destaques estão a rota com origem em Campo Novo do Parecis (MT) e destino a Porto Velho (RO), que ficou cotada a R$ 256,67 por tonelada, com alta de 2,24%. Já o trajeto de Diamantino (MT) até Rondonópolis (MT) apresentou variação ainda mais expressiva, com acréscimo de 6,01%, sendo cotado a R$ 139,38 por tonelada.

    O cenário reflete o ritmo acelerado das entregas de soja e milho, típicas deste período, o que eleva a disputa por caminhões disponíveis e, consequentemente, os custos logísticos. A tendência é que os valores continuem voláteis nas próximas semanas, dependendo do fluxo da safra e da capacidade de atendimento do setor de transporte.

  • Governo Federal anuncia Plano de Escoamento da Safra 2024/2025 para otimizar logística agrícola

    Governo Federal anuncia Plano de Escoamento da Safra 2024/2025 para otimizar logística agrícola

    O Governo Federal anuncia nesta quarta-feira (5) o Plano de Escoamento da Safra 2024/2025, um conjunto de iniciativas estratégicas voltadas para a melhoria da infraestrutura e logística do setor agropecuário brasileiro. O objetivo é garantir o transporte eficiente da safra recorde de grãos prevista para este ano. O evento reunirá os ministros dos Transportes, Renan Filho, de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro. Também deverão estar presentes o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

    De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de grãos no Brasil deverá atingir um crescimento recorde de 8,3% em relação à safra anterior, totalizando 322,47 milhões de toneladas. Esse volume representa um acréscimo de 24,62 milhões de toneladas, impulsionado principalmente pela produção de soja e milho. Caso a estimativa seja confirmada, esta será a maior safra da história do país, reforçando a necessidade de uma logística eficiente para o escoamento da produção aos mercados interno e externo.

    O Plano de Escoamento da Safra 2024/2025 integra as ações do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e contempla a retomada e conclusão de obras de infraestrutura, concessões e melhorias estratégicas nos principais corredores de transporte. O foco está na ampliação da capacidade logística de rodovias, ferrovias e portos, assegurando que a produção agrícola brasileira seja transportada de forma ágil e segura, reduzindo gargalos e aumentando a competitividade do setor no mercado internacional.

    O evento reforça o compromisso do governo com a modernização da logística agrícola, priorizando investimentos em trechos estratégicos para atender ao crescimento da produção. A expectativa é que as novas medidas tragam maior previsibilidade ao transporte de grãos, minimizando desafios enfrentados pelos produtores, como custos elevados com frete e dificuldades de acesso a portos de exportação.

    As iniciativas detalhadas no Plano de Escoamento da Safra 2024/2025 serão acompanhadas de perto pelo Ministério dos Transportes e pelos demais órgãos envolvidos, garantindo a execução eficaz das obras e o cumprimento dos prazos estabelecidos. Com essas ações, o governo pretende consolidar um sistema logístico mais eficiente, assegurando que a safra recorde de grãos chegue ao destino final com segurança e competitividade no mercado global.

  • Produtores conhecem a realidade da principal rota de escoamento de soja de MT

    Produtores conhecem a realidade da principal rota de escoamento de soja de MT

    Produtores de Mato Grosso vão conhecer, nesta semana, a realidade da principal rota de escoamento de grãos do estado, a BR-163, entre Sinop e Santarém, no Pará, durante o primeiro Estradeiro de 2024. O projeto é realizado pela Comissão de Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT).

    De acordo com o produtor rural e coordenador da Comissão, Mateus Goldoni, o objetivo da programação é mostrar para os agricultores a evolução da logística de grãos no estado e entender como funciona o trabalho da entidade em prol de melhorias. Além disso, Goldoni pontua a necessidade de o produtor entender os processos que antecedem as obras.

    “Com esse conhecimento, o produtor pode ser mais assertivo no momento de sugerir ações para entidade ou fazer alguma crítica. É importante conhecer e entender. É claro que algumas coisas fogem da nossa alçada, mas a gente participa dos diálogos com as frentes parlamentares. O objetivo é mostrar os resultados desse trabalho”, aponta Goldoni.

    O consultor de logística da Aprosoja-MT e diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, explica o Estradeiro é um instrumento para que os produtores possam entender a situação de trafegabilidade das rodovias e as estações de transbordo de cargas e os portos que são a porta de saída para a produção mato-grossense.

    “É muito bom que o produtor entenda como funciona todo esse mecanismo, até para entender que ele pode absorver essa logística e poderia entregar o seu produto diretamente no navio, ao invés de entregar no armazém”, explica Edeon Vaz.

    Já o coordenador-técnico da Comissão, Orlando Henrique Vila, explica que o Estradeiro começa nesta segunda-feira (15), em Sinop, com cerca de 20 produtores. De acordo com Vila, os produtores vão conhecer a estrutura da Estação de Transbordo de Cargas (ETC) de Miritituba, além do Porto de Santarém.

    “As ETCs de Miritituba são responsáveis pelo transbordo de 17 milhões de toneladas de soja e milho de Mato Grosso, isso em 2023, é um número muito significativo, que segue para os portos de Santana, Barcarena e também para o Porto de Santarém, que é responsável por exportar mais de 8 milhões da soja produzida em Mato Grosso”, explica Vila.