Tag: enfermeiros

  • Hospital e profissionais de enfermagem de Sinop cumprem compromissos e dissídio é extinto

    Hospital e profissionais de enfermagem de Sinop cumprem compromissos e dissídio é extinto

    Foi extinto o dissídio coletivo envolvendo os profissionais de enfermagem do Hospital Santo Antônio, em Sinop, após nova audiência realizada na última quinta-feira (20) no Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT/MT). O processo foi ajuizado pela Fundação Comunitária de Sinop, mantenedora do hospital, com pedido de declaração de abusividade da greve. Com o cumprimento dos compromissos firmados entre as partes na audiência anterior, realizada em 29 de janeiro, o desembargador Aguimar Peixoto, vice-presidente do TRT, declarou encerrado o dissídio sem análise do mérito.

    Durante a audiência de quinta-feira passada, os representantes do hospital informaram que realizaram o pagamento dos salários e das horas extras aos trabalhadores nos primeiros dias de fevereiro, conforme compromisso firmado. O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen) também confirmou o cumprimento dos termos assinalados na primeira rodada de negociações, como a divulgação de uma nota pública esclarecendo à categoria sobre paralisações sem o respaldo legal, e destacou que as manifestações dos trabalhadores cessaram já no dia seguinte à audiência no Tribunal.

    O representante da Fundação Comunitária de Sinop relatou ainda que encaminhou ao Governo do Estado uma cópia da ata da audiência anterior, reforçando a necessidade de regularização dos repasses financeiros devidos ao hospital. “É uma situação complicada, mas a fundação vem trabalhando para solucionar esse problema”, afirmou.

    Diante do cumprimento dos compromissos e da ausência de novas ameaças de paralisação, o desembargador Aguimar Peixoto determinou a extinção do dissídio coletivo. “Foi muito válido, apesar de extinto sem julgamento do mérito, o diálogo aqui foi vitorioso e me sinto satisfeito com a solução que foi dada ao caso”, afirmou o magistrado.

    Início das negociações

    A disputa judicial teve início com a audiência de 29 de janeiro no TRT, quando hospital e sindicato foram chamados para buscar uma solução. A Fundação Comunitária de Sinop alegava que o movimento grevista teria sido iniciado sem negociação prévia, sem aprovação em assembleia e sem a devida notificação à administração do hospital.

    O Sinpen, por outro lado, negou que houvesse uma greve formal e explicou que as manifestações eram espontâneas e ocorriam fora do expediente, impulsionadas pelos constantes atrasos salariais e pelo descumprimento de direitos trabalhistas. Entre as reivindicações estavam a falta de recolhimento do FGTS nos últimos 10 anos e o não pagamento das cestas básicas há 42 meses.

    Na ocasião, o hospital justificou os atrasos nos pagamentos alegando problemas nos repasses financeiros do Governo do Estado. A direção destacou que tem cobrado insistentemente os valores devidos para manter o funcionamento da unidade de saúde, considerada a maior hospital filantrópico de Mato Grosso.

    Após quase duas horas de negociações, a Fundação se comprometeu a pagar os salários até o quinto dia útil de cada mês e a buscar formas de regularizar os benefícios pendentes. Já o Sinpen assumiu o compromisso de orientar a categoria sobre o encerramento das manifestações, publicando uma nota oficial nos meios de comunicação de Sinop e no próprio hospital.

  • Lei que limita cuidados íntimos a enfermeiros do mesmo sexo em Mato Grosso é inconstitucional , alerta Cofen

    Lei que limita cuidados íntimos a enfermeiros do mesmo sexo em Mato Grosso é inconstitucional , alerta Cofen

    Uma lei recente em Mato Grosso, denominada 12.542, de 11 de junho de 2024, está gerando grande polêmica e preocupação entre profissionais da saúde e especialistas em direito constitucional. A lei determina que os cuidados íntimos de pacientes, como banho, troca de roupas e fraldas, sejam realizados exclusivamente por profissionais de enfermagem do mesmo sexo que o paciente.

    Diversos órgãos e entidades ligadas à enfermagem, como o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e o Conselho Regional de Enfermagem do Mato Grosso (Coren-MT), condenam a lei por considerá-la inconstitucional e prejudicial à saúde pública. Argumentam que a lei fere princípios básicos da Constituição Federal, como o livre exercício da profissão (art. 5º XIII) e a igualdade perante a lei (art. 5º).

    Além disso, a lei ignora a realidade demográfica do país, onde a maioria dos profissionais de enfermagem são mulheres (cerca de 85% segundo o Cofen e Fiocruz). Se a lei fosse aplicada, haveria escassez de profissionais para atender pacientes do sexo masculino, colocando em risco o acesso à saúde de grande parte da população.

    Falta de diálogo e impacto na saúde pública em Mato Grosso

    Especialistas criticam a falta de diálogo com a categoria da enfermagem durante a elaboração da lei. Afirmam que, se o governo tivesse ouvido a expertise dos profissionais, a lei não teria sido aprovada, evitando-se assim os problemas que ela gera agora.

    Os impactos negativos na saúde pública são diversos. A lei pode levar à demora no atendimento, à recusa de pacientes em serem atendidos por profissionais do sexo oposto, e até mesmo ao abandono de tratamento por parte de alguns pacientes. Além disso, a sexualização do cuidado à saúde, como se a segurança do paciente dependesse do sexo do profissional, é vista como um retrocesso e uma atitude anticientífica.

    Medidas necessárias

    Diante do cenário, o Cofen e o Coren-MT informaram que já estão tomando medidas para recorrer ao Poder Judiciário e garantir a inconstitucionalidade da lei. A expectativa é que a lei seja suspensa o mais rápido possível para evitar danos ainda maiores à saúde da população mato-grossense.

  • Mediação feita pelo Ministério do Trabalho regulamenta salários dos enfermeiros no DF

    Mediação feita pelo Ministério do Trabalho regulamenta salários dos enfermeiros no DF

    Após negociações entre o Sindicato dos Enfermeiros do DF (SindEnfermeiros/DF) e o Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas (SBH), por meio do setor de mediações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), através da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE) no Distrito Federal, o piso salarial dos enfermeiros foi aprovado e registrado no MTE. Essa conquista representa um marco para a classe dos trabalhadores. Segundo a presidente do SBH, Danielle Feitosa, a área da saúde é a segunda maior economia do DF com 23 mil empresas, 124 mil empregados CLT, fora os beneficiados pelos serviços terceirizados.

    De acordo com Patrícia Moreira, chefe de relações do trabalho na SRTE/DF, após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto ao estabelecimento do piso salarial para enfermeiros, a questão foi tratada pelos sindicatos representativos, tanto dos trabalhadores quanto dos empregadores, devido à legislação vigente. O piso deveria ser implementado de forma escalonada, considerando as particularidades de cada região. Contudo, devido às condições específicas de algumas áreas, não foi possível alcançar integralmente o piso determinado. Diante desse impasse, a Superintendência do Trabalho mediou um acordo entre os sindicatos envolvidos, para a criação de uma nova convenção coletiva para os enfermeiros no Distrito Federal.

    O resultado foi um acordo escalonado, alinhado com a decisão do Supremo e em conformidade com a legislação do piso salarial da categoria. “Essa conquista não apenas demonstra a força da união e da solidariedade dos trabalhadores, mas também reafirma a importância do diálogo e da mediação coordenada pela chefe do setor de mediações, Fabiana Slles, na resolução de conflitos e na promoção de avanços para os trabalhadores do DF.” ressalta Patrícia.

    A nova convenção coletiva, assinada com a participação do Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas (SBH) e o Sindicato dos Enfermeiros do DF (SindEnfermeiros/DF), estabeleceu a implementação regionalizada do piso nacional da enfermagem. O acordo prevê a vigência da Convenção Coletiva de Trabalho a partir de 1º de março de 2024, alcançando oitenta por cento do piso salarial até 31 de agosto do mesmo ano, com a data-base da categoria estabelecida em 1º de setembro.

    Essa medida garante um aumento progressivo nos salários dos enfermeiros, mas também proporciona uma melhoria gradual em suas condições financeiras. Para muitos trabalhadores, essa conquista representa um além de aumento salarial propriamente dito, mas também o reconhecimento do valor do seu trabalho e a garantia de uma vida digna, respaldada pela Lei 14.434/2022.

    Jorge Henrique de Sousa e Silva Filho, presidente do SindEnfermeiros, ressalta a importância do estabelecimento do piso salarial na valorização da categoria, especialmente diante dos desafios enfrentados durante a pandemia de COVID-19. “Apesar das dificuldades enfrentadas, incluindo a necessidade de dotação orçamentária para o piso salarial e as negociações em curso com sindicatos patronais, a assinatura da nova convenção coletiva representa um passo importante na busca por melhores condições de trabalho e uma remuneração justa para os enfermeiros do Distrito Federal”, argumenta José Henrique.

    Por: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

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  • Prefeitos pedem aumento de 1,5% em fundo para pagar piso da enfermagem

    Prefeitos pedem aumento de 1,5% em fundo para pagar piso da enfermagem

    Em reunião nesta terça-feira (30) em Brasília, prefeitos de várias cidades brasileiras defenderam o aumento de 1,5% do Fundo de Participação dos Municípios para o pagamento do piso da enfermagem. A expectativa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) é que esse incremento resulte em uma arrecadação dos R$ 10,5 bilhões necessários para garantir o pagamento do piso da categoria de forma permanente. 

    O aumento no fundo está na Proposta de Emenda à Constituição 25 de 2022, em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

    O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski (foto), diz que os R$ 7,3 bilhões liberados para financiar o piso da enfermagem são insuficientes. Desse valor, R$ 3,3 bilhões ficariam com as prefeituras.

    “Um valorzinho, uma porcaria que não paga nem essa metade do restante do ano que tem, e como fica o ano que vem? Então estão votando agora lá se a liminar concedida vai ser cassada e entra em vigor a lei e aí no outro dia todo mundo tem que pagar o piso dos enfermeiros, ou não”, disse Ziulkoski.

    Para o Conselho Federal de Enfermagem, o piso não inviabiliza o funcionamento do setor. Isso porque o setor público e o filantrópico vão receber subsídios do fundo gerido pelo Ministério da Saúde.

    O pagamento do piso ainda depende da conclusão da votação no Supremo Tribunal Federal. O julgamento está parado desde o pedido de vista feito pelo ministro Gilmar Mendes há uma semana.