Tag: energia

  • Deputados pedem a artistas brasileiros apoio para salvar o Pantanal

    Deputados pedem a artistas brasileiros apoio para salvar o Pantanal

    Lucélia Santos: “Todos sabemos que o sistema protetor do meio ambiente está sendo desmontado de forma criminosa e irreversível

    Artistas brasileiros foram convidados nesta quinta-feira (29) a emprestarem suas vozes e artes para defender o Pantanal – bioma brasileiro que teve 21,9% da área destruída por incêndios neste ano. O convite foi feito por parlamentares da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha o combate às queimadas em biomas brasileiros.

    “Com artistas e as mais variadas personalidades engajadas, certamente lançaremos luzes sobre os problemas e, de forma coletiva, enfrentaremos as causas e consequências dessa tragédia”, diz a carta-convite lida pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP) durante a reunião virtual. “O resultado desta comissão precisa ser comunicado”, acrescentou Teixeira.

    Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área total queimada no Pantanal em 2020 já é a maior desde 2002, atingindo 32.910 km² (21,9% de um total de 150 mil km² de área). No acumulado do ano, os dados revelam que o Pantanal já abriga 21.084 focos de incêndio, 68,18% acima do número recorde registrado em 2005: 12.536 ocorrências.

    Coordenadora do colegiado, a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) ressaltou que a carta é assinada pelos 23 deputados da comissão externa e pediu que os artistas sejam embaixadores da causa ambiental. “Cada artista que puder gravar um vídeo com cápsulas de educação ambiental já estará ajudando muito”, destacou.

    Ao comentar os incêndios no Pantanal, a atriz Lucélia Santos lamentou a morte de animais. “Vê-los em tanto sofrimento é insuportável”, disse. Comprometida em assinar a carta, a atriz disse que não se deve deixar de politizar a questão. “Todos sabemos que todo o sistema protetor do meio ambiente está sendo desmontado de forma criminosa e irreversível. E isso tem nome e sobrenome”, afirmou a atriz.

    Também com críticas à atual política ambiental do governo federal, o ator Marcos Palmeira mencionou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “É impossível não falar em um ministro do Meio Ambiente que odeia o meio ambiente. Nunca vi isso”, criticou Palmeira.

    Para ele, existe uma grande dificuldade de comunicar a importância do meio ambiente para as pessoas e o que está realmente acontecendo. “Ficar só batendo no inimigo não dá muito resultado e você acaba fortalecendo ele. Temos que pulverizar o discurso e mobilizar as pessoas”, observou.

  • NORTÃO: Queda constante de energia em Lucas do Rio Verde leva líder da bancada a buscar solução na Energisa

    NORTÃO: Queda constante de energia em Lucas do Rio Verde leva líder da bancada a buscar solução na Energisa

    Após centenas de reclamações e protocolos junto ao atendimento da Energisa em reclamação a constante oscilação na rede e queda de energia nas cidades do Norte de Mato Grosso, o deputado federal, líder da bancada, Neri Geller esteve nesta terça-feira (13.10) com o diretor-presidente da empresa Riberto José Barbanera.

    Segundo o parlamentar, os registros de queda e oscilação na rede estão causando transtorno a milhares de famílias luverdenses principalmente aquelas que moram nos bairros: Parque das Emas, bairro Bandeirantes 2 e 3, Cerrado e Veneza.

    Não só em Lucas do Rio Verde há centenas de reclamações. Estamos acompanhando isso de perto e o Norte de Mato Grosso tem sofrido com os picos de queda e oscilações. Fora o transtorno comum nessas situações, há também os prejuízos incalculáveis”, expôs Geller.

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    De acordo com o diretor-presidente da Energisa, Riberto José Barbanera, os últimos 20 dias foram atípicos em Mato Grosso e os recordes de calor aumentaram o consumo de energia em época de seca.

    As usinas hidrelétricas do Estado estão com geração abaixo da capacidade normal. Isso fez com que a demanda por energia elétrica chegasse próximo ao seu limite causando essas oscilações”, explicou.

    Riberto explicou ainda que no próximo dia 31 de outubro a Energisa irá inaugurar uma nova via de liberação de energia duplicando a já existente. “A Energisa fará uma intervenção na subestação de Santana do Araguaia (PA) até Vila Rica (MT) que vai aumentar a oferta de energia em toda a região e elevar a tensão fazendo com que não haja mais picos e oscilações”, concluiu.

  • Especialista alerta para o impacto das altas temperaturas no consumo de energia

    Especialista alerta para o impacto das altas temperaturas no consumo de energia

    O Brasil enfrenta uma onda histórica de calor extremo. Vários estados registram temperaturas acima da média para o período e em Mato Grosso a situação não é diferente. Os cuiabanos estão há dias convivendo com calor acima de 40°C. Com a temperaturas nas alturas o resultado é o aumento no consumo de energia e, consequentemente, no valor fatura. Isso porque, mesmo sem mudanças na rotina de uso, os equipamentos elétricos consomem mais energia somente com a temperatura elevada.

    No calor, geladeira e ar-condicionado, por exemplo, são mais exigidos para conseguirem rejeitar o calor e atingir a temperatura programada. “Por isso, as contas de energia devem chegar mais ‘salgadas’. De uma forma geral, estima-se que o calor excessivo influencia num aumento de cerca de 20% no consumo de energia – isso com os mesmos aparelhos sendo utilizados na mesma quantidade de horas de dias normais ”, explica o engenheiro eletricista Teomar Estevão Magri.

    Mas o engenheiro ainda chama a atenção para um agravante: o calor provoca hábitos diferentes, já que para escapar dos desconforto térmico as pessoas tomam mais banho, bebem mais água gelada, utilizam com mais frequência e por mais tempo ar condicionado e umidificadores. “Pelas horas a mais de uso, o consumo pode aumentar em torno de 50%, dependendo do perfil do consumidor e da quantidade de equipamentos que utiliza”.

    Soma-se a isso a tributação de ICMS, que em Mato Grosso é aplicado por faixa de consumo. Ou seja, consumo maior resulta também em uma taxa maior de tributo.

    Pandemia

    E em 2020, mais um fator tem influenciado no aumento da conta: a pandemia, alerta Magri.  A crise do coronavírus trouxe uma nova realidade, com as pessoas passando mais tempo em casa. Nesse cenário, o uso de aparelhos eletrodomésticos tende a ser maior, uma vez que as crianças estão assistindo mais TV, usando videogames e computadores, além de muitas pessoas estarem trabalhando de forma remota. Logo, altera-se toda a logística de uso dos equipamentos e a conta de energia elétrica fica ainda mais cara.

    Em razão da crise sanitária mundial, a bandeira tarifária segue verde até o final do ano, ou seja, sem acréscimos por condições de produção de energia elétrica. Entretanto, desde 1º de agosto de 2020 as concessionárias de energia retomaram o corte por falta de pagamento – que havia sido suspenso temporariamente.

    O secretário adjunto de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor, Edmundo Taques, lembra que ao receber a conta de energia elétrica o consumidor deve estar atento às informações contidas na fatura, como total de dias faturados e histórico dos 12 meses anteriores. Se perceber alguma inconsistência nas informações, o consumidor deve primeiramente procurar a concessionária.

    Caso não a demanda não seja resolvida, o consumidor pode registrar a reclamação via Consumidor.gov.br ou procurar a unidade de Procon mais próxima.

  • Cientistas e deputados sugerem medidas emergenciais e preventivas para o combate aos incêndios florestais

    Cientistas e deputados sugerem medidas emergenciais e preventivas para o combate aos incêndios florestais

    Bombeiros do Mato Grosso durante combate a queimadas no Pantanal

    Os especialistas debateram com os deputados sobre o controle e o manejo integrado do fogo nos vários biomas brasileiros. A ação imediata é apagar incêndios. O coordenador da frente parlamentar, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), avalia o tamanho desse desafio para o poder público e a sociedade civil.

    “O Brasil não está preparado para os incêndios florestais: são quatro ou cinco aeronaves enquanto o país tem metade do território com florestas, orçamento contingenciado, teto de gastos e todo mundo trabalhando no limite”, afirmou. “Precisamos do apoio dos vizinhos, como Bolívia e Paraguai, e unir o Mercosul nessa causa.” Segundo Agostinho, um dos projetos prioritários para votação no Congresso Nacional é o que estabelece uma política nacional de manejo integrado do fogo.

    Essa proposta (PL 11276/18) prevê medidas para reduzir o impacto dos incêndios florestais e do uso indevido ou não autorizado do fogo na vegetação. Rodrigo Agostinho também incluiu na lista o projeto PL 1974/20, da deputada Bia Cavassa (PSDB-MS), que aumenta a pena para o crime de incêndio em mata ou floresta.

    Orientações aos pantaneiros
    O diretor do Instituto do Homem Pantaneiro, Coronel Ângelo Rabelo, se queixou das políticas públicas para o Pantanal e da falta de diálogo entre governantes e cientistas. Rabelo sugeriu a criação de um grupo permanente para elaborar alertas e orientações aos pantaneiros quanto à prevenção de secas e enchentes severas.

    “Nós não temos preparação nem capacidade financeira e operacional para enfrentar o que estamos enfrentando. Há fatores climáticos mostrados pela ciência e que são indiscutíveis. No Pantanal, os brigadistas são contratados a partir de julho, mas eu estou combatendo o fogo desde fevereiro. Nós perdemos 1 milhão de hectares no Mato Grosso do Sul”, lamentou.

    Incêndios no Pantanal

    Degradação ambiental
    Especialista em Amazônia, Erika Berenguer é pesquisadora das universidades britânicas de Oxford e Lancaster. Ela apresentou estudos sobre o impacto da degradação ambiental no aumento dos níveis das emissões de gases do efeito estufa e o lento processo de regeneração florestal após as queimadas. Erika Berenguer fez cinco sugestões de enfrentamento desses problemas.

    “Criação de um sistema de previsão de secas extremas associado a alerta e monitoramento de incêndios em tempo real; fortalecimento e expansão de programas de sistemas agrícolas alternativos às queimadas; criação de incentivos ao manejo madeireiro de impacto reduzido; fortalecimento dos comitês estaduais de gestão do fogo; e, por último, a redução imediata das atuais taxas de desmatamento”.

    Manejo do fogo
    Assessora técnica do Instituto Sociedade, População e Natureza (Ispn), Lívia Carvalho mostrou resultados positivos de um projeto australiano de redução das emissões de gases do efeito estufa por meio do manejo do fogo em regiões de savana.

    “Eles conseguiram reduzir 50% das áreas queimadas por incêndio, evitaram a emissão de 10 milhões de toneladas de gases do efeito estufa e têm um lucro anual de 65,7 milhões de dólares com o programa”, explicou.

  • Frente Ambientalista e sociedade civil apresentam propostas de reforma tributária sustentável

    Frente Ambientalista e sociedade civil apresentam propostas de reforma tributária sustentável

    A Frente Parlamentar Ambientalista promove nesta terça-feira (25) a apresentação de nove propostas que o grupo nomeou de “Reforma Tributária Sustentável”. Na quarta-feira (26), a Frente debate, de forma virtual, o tema “Agrotóxicos e Reforma Tributária”.

    Segundo os organizadores, as propostas para uma reforma tributária sustentável visam responder a dois desafios que consideram cruciais para o desenvolvimento do Brasil: “por um lado, simplificar regras, reduzir a carga fiscal e eliminar subsídios perversos; por outro, favorecer o desenvolvimento de uma economia verde que coloque o país na vanguarda do paradigma de desenvolvimento do século XXI”.

    Foram convidados para a apresentação das propostas, na terça-feira:
    – o coordenador do Instituto Democracia e Sustentabilidade em Brasília (IDS), André Lima;
    – a gerente de projetos e produtos do Instituto Escolhas, Jaqueline Ferreira;
    – a especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo; e
    – o coordenador do portfólio de Economia de Baixo Carbono do Instituto Clima e Sociedade, Gustavo Pinheiro.

    Na quarta-feira (26), o debate será moderado pelo coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) e tem como convidados:

    – o procurador da República, mestre em Antropologia Social, doutorando em História Indígena, Marco Antônio Delfino;
    – a mestre e doutora em Geografia, Professora do Departamento de Geografia da USP, Larissa Bombardi;
    – a advogada na organização Terra de Direitos, Doutoranda em Direitos Humanos, Naiara Bittencourt;
    – a nutricionista, mestre em Ciências Gastronômicas, e vice-presidente do Instituto Brasil Orgânico, Bela Gil;
    – a representante da Campanha Permanentemente contra os Agrotóxicos e pela Vida, Juliana Acosta; e
    – o presidente da União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias, Francisco Dal Chiavon.

    Tanto o lançamento da Reforma Tributária Sustentável, na terça-feira, quanto o debate “Agrotóxicos e Reforma Tributária”, na quarta-feira, serão realizados a partir das 10 horas, pelo Facebook da Frente Parlamentar e canal do Youtube da Frente Ambientalista.

    Da Redação – RL

  • Frente Ambientalista discute atuação do TCU e da CGU em relação às unidades de conservação e ao Código Florestal

    Frente Ambientalista discute atuação do TCU e da CGU em relação às unidades de conservação e ao Código Florestal

    A Frente Parlamentar Ambientalista promove debate virtual nesta quarta-feira (19), às 10 horas, para discutir estudo sobre a atuação do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU) em relação a questões ambientais, como as unidades de conservação e o Código Florestal.

    Realizado pelo Observatório do TCU da Fundação Getúlio Vargas (FGV), pelo Imaflora e pelo WWF-Brasil, o levantamento aponta uma relevante contribuição da Corte de Contas e da CGU na política ambiental brasileira e destaca também que o governo federal não dá a devida atenção às recomendações sobre irregularidades ambientais apontadas pelos órgãos de controle.

    Foram convidados para a reunião:

    • a analista de Políticas Públicas do WWF, Clarissa Presotti;
    • o analista de Políticas do Imaflora, Bruno Vello;
    • o coordenador do Observatório do TCU, André Rosilho; e
    • o pesquisador do Observatório do TCU Rafael Feldmann.

    O debate será transmitido ao vivo nas páginas da frente parlamentar no YouTube e no Facebook.

    Da Redação – MO

  • Deputados defendem aprovação de novas leis para licenciamento ambiental e pagamento por serviços ambientais

    Deputados defendem aprovação de novas leis para licenciamento ambiental e pagamento por serviços ambientais

    Deputados defenderam nesta terça-feira (11) a aprovação do projeto que cria a Lei Geral de Licenciamento Ambiental (PL 3729/04) e do projeto que cria a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PL 312/15) como formas de promover a economia sustentável no Brasil. O assunto foi debatido em videoconferência promovida pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).

    Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) afirmou que a previsão é que em setembro entre na pauta da Câmara o projeto que trata da Lei Geral de Licenciamento Ambiental.

    A proposta está em análise na Casa há 16 anos e é alvo de polêmica. Porém, segundo Agostinho, agora estão sendo feitas reuniões semanais sobre o tema, e já há consenso em torno de 80% do texto.

    Acordo
    Agostinho também integra o grupo de trabalho criado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para tentar avançar na pauta ambiental neste ano. O grupo já concordou em recomendar a votação do PL 3337/19, que institui o programa Desmatamento Ilegal Zero.

    Rodrigo Agostinho sugeriu ainda ao presidente Rodrigo Maia que leve ao Plenário apenas a parte consensual da proposta sobre licenciamento.

    Segundo ele, alguns setores econômicos insistem numa desregulamentação excessiva do licenciamento, impedindo o acordo.

    Agostinho ressaltou a importância de uma nova lei federal para o licenciamento ambiental já que hoje muitos estados estão criando regras próprias para o setor, algumas muito ruins.  “Não é uma agenda que é positiva para a área ambiental, mas é uma agenda necessária para garantir segurança jurídica para quem quer investir e para garantir a conservação ambiental mais adequada”, avaliou.

    Burocracia
    Porém, segundo Rodrigo Agostinho, só aprovar uma nova lei não vai resolver a questão do licenciamento ambiental no Brasil, já que os maiores problemas não estão na legislação. Segundo ele, hoje os estados contam com estruturas precárias para analisar um grande número de processos.

    “Se a gente aprovar a lei e mantiver as estruturas arcaicas que a gente tem hoje, os problemas relativos a licenciamento vão continuar. Nós precisamos ter uma estrutura mais ágil, mais rápida”, disse.

    Pagamento por serviços ambientais
    Líder do Cidadania e coordenador da Frente Parlamentar da Economia Verde, o deputado Arnaldo Jardim (SP) defendeu a aprovação pelo Congresso do projeto que cria a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PL 312/15).

    O texto já foi aprovado pela Câmara em 2019, na forma de substitutivo elaborado por Jardim, e agora aguarda análise do Senado.

    A ideia da proposta é instituir um programa federal para incentivar produtores a conservar áreas dentro de suas propriedades.

    Legislação detalhista
    Na visão de Jardim, a legislação brasileira, na questão ambiental já é extensiva e detalhista, incluindo, por exemplo, a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), a Lei da Mata Atlântica (11.428/06) e o Código Florestal (12.651/12), que ainda precisa ser inteiramente implementado.

    “Se a nossa legislação é de comando e controle, é detalhista, nós precisamos ampliar a legislação que seja de estímulo, de compensação, de premiação às boas práticas ambientais, não só no campo como nas cidades também”, disse.

    Arnaldo Jardim e Rodrigo Agostinho também defenderam que a questão da sustentabilidade seja inserida na discussão da reforma tributária no Congresso. Para Agostinho, é importante manter, por exemplo, estímulo ao setor de energia limpa.

    Avanço do desmatamento
    Os dois parlamentares afirmaram ainda que o Brasil não precisa avançar no desmatamento para ampliar a produção agropecuária. Segundo Agostinho, o País já tem 40 milhões de hectares de áreas desmatadas e não usadas. “O Brasil já tem estoque de terra para continuar ampliando a agricultura e a pecuária sem precisar continuar derrubando floresta”, disse.

    “O Brasil é o país que tem mais floresta tropical, e o que mais derruba floresta. O mundo não aceita mais isso, o Brasil vai ter que mudar”, opinou.

    Conforme ele, para isso, não bastam leis, é preciso políticas públicas, incluindo estruturas de fiscalização, de incentivo e de apoio a estados e municípios, além de um plano para estabelecer como as áreas da Amazônia serão ocupadas.

    “Tem muita área desmatada na Amazônia que não está sendo usada por ninguém. Sem assistência técnica essas áreas não serão usadas com racionalidade”, alertou. Ele salientou ainda que, na Amazônia, a pecuária está avançando com velocidade muito grande.

    O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou um relatório no último dia 7 que mostra  aumento de 34,5% nos alertas de desmatamento da Floresta Amazônica entre agosto de 2019 e julho deste ano. Foi o maior crescimento dos focos de destruição da floresta dos últimos cinco anos.

  • Nos dez anos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, deputados defendem estímulos à  reciclagem

    Nos dez anos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, deputados defendem estímulos à  reciclagem

    Deputados defenderam nesta sexta-feira (7) a adoção de medidas voltadas à iniciativa privada e ao setor público para estimular ações de manejo sustentável do lixo. O tema foi discutido durante debate virtual promovido pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em razão dos dez anos da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

    O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) elogiou a lei e lembrou que o tema tem ganhado força em todo o mundo, inclusive agora no período de pandemia. “Quando a comunidade europeia definiu como será a retomada das atividades econômicas, elencou a sustentabilidade como prioridade.”

    A política nacional, aprovada em 2010 pelo Congresso, organiza a forma como o País deve lidar com o lixo, exigindo que os diferentes setores gerenciem o retorno e a reciclagem de seus resíduos. O objetivo é melhorar a saúde da população e ampliar os cuidados com o meio ambiente.

    Consumo responsável
    Para o deputado Carlos Gomes (Republicanos-RS), que já foi catador de recicláveis, a legislação continua atual. Na visão dele, a norma está em consonância com a mudança de mentalidade que vem ocorrendo, no sentido de incentivar o consumo responsável.

    “O consumidor tem buscado ser mais consciente, ao tentar descobrir, por exemplo, a origem dos produtos e ver se há um viés de sustentabilidade na fabricação”, disse.

    Campanha
    O presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho, aproveitou a ocasião para pedir apoio à campanha, da entidade, de estímulo ao reaproveitamento dos resíduos sólidos.

    “Estamos lançando, no encerramento da semana da Política Nacional de Resíduos Sólidos, uma nova campanha para incentivar a mudança de comportamento da sociedade como um todo”, declarou. “Agir agora para termos resultados já.”

    Reportagem – Marcelo Westphalem
    Edição – Marcelo Oliveira

  • Frente Ambientalista busca boas práticas estaduais para licenciamento ambiental e mudanças climáticas

    Frente Ambientalista busca boas práticas estaduais para licenciamento ambiental e mudanças climáticas

    Diante de crise na articulação nacional das políticas ambientais, a Frente Parlamentar Ambientalista reuniu na última quarta-feira (5) ações em curso em vários estados para a melhoria dos instrumentos de licenciamento ambiental, de mitigação das mudanças climáticas e de efetiva implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR).

    Todos esses temas são alvo de propostas em discussão no Congresso Nacional. O novo marco para o licenciamento ambiental, por exemplo, deve ser votado na Câmara dos Deputados após a pandemia. O coordenador da frente parlamentar, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), avalia que o foco desse debate deve estar na superação da atual falta de estrutura técnica para o licenciamento.

    Ele defende que a Lei 6.938/81, que estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente, não é o problema, mas o desaparelhamento dos órgãos ambientais e estudos muito mal feitos. “Enquanto alguns setores continuarem insistindo em soluções mágicas, como licenças por decurso de prazo e licenças automáticas, a gente não vai conseguir avançar. A gente quer um texto que garanta eficiência e conservação ambiental, com segurança em relação aos riscos das atividades. Aí, a gente pode avançar”.

    A Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) tem promovido intercâmbio e compartilhamento de soluções para os problemas do licenciamento nas 27 unidades federativas. Presidente da Abema, o secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais, Germano Gomes Vieira, sugeriu dois pontos principais na elaboração do novo marco do licenciamento ambiental.

    “O primeiro deles é o enfoque efetivamente no impacto ambiental sem usurpar competências, muitas delas constitucionais, de outros órgãos da federação, e tentar construir uma agenda técnica, dinâmica, com agilidade, segurança e desburocratização. O segundo ponto é trabalhar o estabelecimento da avaliação ambiental estratégica, em que as políticas ambientais, sociais e de desenvolvimento econômico são consideradas concomitantemente no estágio de planejamento.”

    A Abema também intensificou as ações compartilhadas em torno da mitigação das mudanças climáticas, sobretudo a partir da negativa do governo brasileiro de sediar, no ano passado, a COP-25, a conferência da ONU sobre o clima. Desde então, foi criada a Câmara Técnica do Clima, com representantes de 16 estados. Ainda em agosto, será lançada a publicação “Boas práticas estaduais pelos compromissos climáticos”, com um resumo das ações e articulações dos estados em relação à  Contribuição Nacionalmente Determinada, com as metas de redução dos gases do efeito estufa.

    Também integrante da Abema, o secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti Júnior, se queixou de uma série de medidas, principalmente do governo federal, que estariam atrapalhando a tentativa de os estados implantarem suas estratégias de uma economia de baixo carbono.

    “Temos assistido inúmeros ataques aos nossos instrumentos de proteção ambiental, como a MP 910/19, que não chegou a ser aprovada no Congresso Nacional; o PL 2633/20, sobre o processo de regularização fundiária em terras públicas, que anistia desmatamentos e promove destruição de florestas; o despacho 4.410, que elimina 200 mil hectares de áreas de preservação permanente; e o Decreto 6.667/20, que pretende tirar a Mata Atlântica do mapa literalmente. De maneira alguma, podemos permitir esses retrocessos”.

    Bertotti Júnior espera que a reforma tributária, em discussão no Congresso, ajude os estados a ampliarem os investimentos em meio ambiente.

    Reportagem – José Carlos Oliveira
    Edição – Geórgia Moraes

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