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  • O que faz um endocrinologista? Entenda mais sobre a profissão

    O que faz um endocrinologista? Entenda mais sobre a profissão

    O endocrinologista é mais um dentre os diversos especialistas que um médico pode tornar-se. Como sabemos, para que o profissional de medicina possa atuar em algumas modalidades, é necessário fazer antes a temida e desejada residência médica.

    Desse modo, depois de concluída a residência, o médico especialista estará apto para trabalhar em alguma área específica. Pela palavra, algumas especializações parecem mais óbvias: o cardiologista cuidará de problemas relativos ao coração, o neurologista, daqueles relativos ao cérebro etc.

    No entanto, para muitos, ainda é uma dúvida sobre o que fazem alguns especialistas, inclusive um endocrinologista. Esse tema é o que veremos hoje neste artigo, no dia 25 de agosto. Então bora lá aprender um pouquinho mais do assunto? Vem comigo!

    Leia mais: O que é a gastrite e como tratar? Entenda melhor agora mesmo

    O que faz um endocrinologista? Entenda mais sobre a profissão
    O que faz um endocrinologista? Entenda mais sobre a profissão – Pexels

    O que é a profissão endocrinologista?

    O endocrinologista é o médico responsável por tratar e identificar doenças relacionadas às alterações hormonais e ao metabolismo no nosso organismo. O nome origina-se no fato de ser o sistema endócrino aquele com a tarefa de produzir os hormônios no corpo.

    Desse modo, o endocrinologista cuida desde doenças mais comuns até algumas mais raras. Mas quando devemos nos consultar com ele e quais seriam essas doenças?

    O médico endocrinologista tem um campo bastante amplo. Ele é lembrado principalmente quando pensamos sobre as alterações de peso, como a obesidade. No entanto, há muito ainda que ele pode fazer.

    Além das alterações de peso, como a obesidade, o endocrinologista pode cuidar da osteoporose, a diabetes, distúbios da puberdade, ovários policísticos, disfunções da tireoide e até a rara Síndrome de Cushing. Abaixo detalhamos um pouco desses casos:

    • Obesidade: causada por má e excessiva alimentação e falta de exercício físico, aliadas a fatores genéticos;
    • Osteoporose: nessa doença, há a perda progressiva da massa óssea;
    • Diabetes: o hormônio insulina é insuficientemente produzido ou mal absorvido pelo corpo;
    • Distúrbios da puberdade: puberdade precoce, aparecimento de mamas em meninos, o surgimento precoce de pelos pubianos etc.;
    • Ovários policísticos: alteração hormonal que aumenta o tamanho dos ovários e ocasiona pequenos cistos em suas partes externas;
    • Disfunções da tireoide: hipotireoidismo (baixa produção dos hormônios da tireoide) e hipertireoidismo (alta produção desses hormônios);
    • Síndrome de Cushing: condição propiciada pela exposição ao cortisol (tipo de esteroide) a longo prazo.

    São muitas as doenças tratadas pelo médico endocrinologista, hein? Por isso, caso você tenha alguns desses problemas, não deixe de se consultar.

    Esperamos que você tenha aprendido um pouquinho mais sobre o assunto e agora possa cuidar melhor da sua saúde. E se gostou, não deixa de compartilhar e ler outros assuntos interessantíssimos no nosso blog. Até mais!

    Continue lendo: Como o anti-inflamatório age no nosso organismo? Descubra hoje mesmo

  • Descoberta da insulina, o “hormônio da vida”, completa 100 anos

    Descoberta da insulina, o “hormônio da vida”, completa 100 anos

    A descoberta da insulina – e de sua eficácia para o tratamento do diabetes – completa, em 2021, um século tendo o mérito de ter salvo milhões de vidas ao redor do mundo. Retratada como “hormônio da vida”, essa substância produzida pelo pâncreas pode ser obtida, visando tratamentos médicos em larga escala, tanto de animais quanto em laboratórios.

    “A insulina é o hormônio da vida. É importante para a saúde das pessoas porque é ela que vai dar a entrada do combustível principal do organismo, que é a glicose, para as células. É como se fosse a gasolina do motor. Se não tem glicose, o corpo não tem combustível. E o injetor dessa glicose nas células é a insulina”, explica didaticamente à Agência Brasil o presidente da Federação Internacional de Diabetes para a Região da América Central e América do Sul, Fadlo Fraige Filho.

    Segundo o médico endocrinologista, sem glicose, o corpo se deteriora e sintomas de diabetes, como emagrecimento acentuado e muita necessidade de urinar e de beber água, começam a surgir.

    “Sem tratamento, as pessoas podem entrar em coma, e o coma diabético é mortal, com altos índices de mortalidade quando não tratado adequadamente”, acrescentou Fraige, que é também especialista da Sociedade Brasileira de Diabetes e presidente tanto da Associação Nacional de Atenção à Diabetes como da Federação Nacional de Entidades de Diabetes do Brasil.

    O professor da Faculdade de Medicina do ABC acrescenta que o diabetes atinge cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. “É prevalente não apenas pelo número como também por suas comorbidades, uma vez que é a primeira causa de cegueira e de amputações de membros inferiores, bem como de doenças cardiovasculares.”

    Ainda segundo ele, uma parte considerável das hospitalizações está relacionada ao diabetes. “A internação não é feita por diabetes, mas por complicações dela decorrentes, em casos classificados como AVC, infarto, trombose, amputações, infecções, pneumonia e toda sorte de complicações. O diabetes vem [oficialmente] na segunda linha de internações, mas é a base de tudo isso”, acrescentou.

    Tendo por base estudos feitos em sete hospitais gerais nos Estados Unidos, bem como no Hospital da Beneficência Portuguesa em São Paulo, Fraige relata que o diabetes ocupa, com suas complicações, 44% de todos os leitos em hospitais gerais. “Felizmente, hoje em dia, quando tratada a tempo e com pessoal habilitado, é possível a reabilitação das pessoas, ainda que seja uma doença que não tem cura”.

    Tratamento

    O médico não esconde a dificuldade do tratamento do diabetes, mas diz que é a única saída para evitar as várias complicações da doença.

    “O grande desafio é fazer com que as pessoas controlem glicemia, colesterol e pressão. Chamo atenção para o fato de que o diagnóstico de diabetes não é um diagnóstico encerrado como, às vezes, é, por exemplo, o de câncer. É um diagnostico que dá opções. Você pode ir para o caminho do controle para ter uma vida saudável e sem complicações. A coisa complica para quem não a controla ou negligencia [o tratamento]”.

    Em muitos casos, o tratamento envolve controle por meio de dietas. Mas, em geral, são necessárias, no caso dos portadores de diabetes tipo 1, pelo menos quatro aplicações diárias de insulina, além da necessidade de várias picadas no dedo para fazer a medição glicêmica.

    A falta de familiaridade com a insulinoterapia entre uma parte considerável de profissionais da saúde, entretanto, preocupa o médico endocrinologista. “Infelizmente, a insulinoterapia é desconhecida da maioria dos profissionais não especializados, o que pode acarretar em riscos de se ter uma hipoglicemia que, às vezes, pode ser fatal”, disse.

    De acordo com o especialista, na maioria das vezes, o diabetes não é fatal, mas pode resultar em grandes complicações neurológicas quando a insulinoterapia não é feita da maneira adequada.

    “É fundamental que ela [insulinoterapia] seja conhecida, estudada e aprimorada pelos profissionais da saúde. No caso da diabetes do tipo 1, não há outro tratamento. Já muitas pessoas que têm a do tipo 2 passam a ter de tomar insulina nas situações em que os antidiabéticos orais deixam de fazer efeito.”

    Fraige defende que o diabetes deve ser tratado de maneira multidisciplinar. “Não só o médico, mas farmacêuticos e enfermeiros têm de entender do assunto. Nutricionistas, professores de educação física e todos os profissionais de saúde têm de ampliar os conhecimentos sobre diabetes para minimizá-lo e para melhor orientar as pessoas”, enfatiza.

    Inovação

    Graças a conhecimentos multidisciplinares, foi possível, inclusive, produzir insulina em laboratório, o que acabou por salvar também a vida de centenas de milhares de animais que não precisaram mais ser abatidos pela indústria farmacêutica. Para produzir 1 quilo de insulina (visando o tratamento de humanos), era necessário coletar o pâncreas de 50 mil animais.

    Por meio da biotecnologia, o biólogo e pós-doutor em Engenharia Genética Spartaco Astolfi Filho coordenou estudos que resultaram na produção de insulina humana em laboratório, a partir de fermentação bacteriana. Essa tecnologia inovadora foi desenvolvida pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a empresa Biobrás Bioquímica do Brasil.

    “O grupo da UnB ficou responsável pela construção da bactéria recombinante superprodutora de insulina humana. Todo o processo de desenvolvimento tecnológico da insulina humana recombinante foi concluído com sucesso resultando na construção do setor industrial de produção de insulina humana em 1998 em Montes Claros. Em 2000, a patente foi concedida nos Estados Unidos”, disse à Agência Brasil o pesquisador.

    Apesar de a técnica para a obtenção de insulina a partir de bactérias ser brasileira, a produção do insumo em território nacional acabou sendo interrompida após a aquisição da Biobrás por uma empresa multinacional, em 2001. Confira a seguir os principais eventos associados à descoberta da insulina (clique nas datas para abrir a descrição):

    Cronologia da Insulina*

    Os alemães Oskar Minkowski e Joseph von Mering demonstraram que a retirada do pâncreas de cães causava diabetes levando-os a óbito.

    O estadunidense Eugene Opie descreve que, em casos de Diabetes Mellitus grave, ocorria a degeneração das células das ilhotas de Langerhans do pâncreas.

    O inglês Edward Sharpey-Schafer levantou a hipótese de que o Diabetes seria causado pela deficiência de uma substância, produzida pelas células das ilhotas de Langerhans do pâncreas, razão pela qual ele a denominou de insulina, termo derivado da palavra latina insula (ilha).

    Confirmação da hipótese, pelos canadenses Frederick Banting e Charles Best. Eles injetaram, em cachorros diabéticos, extratos ilhotas de Langerhans de pâncreas de cachorros saudáveis, revertendo o quadro de diabetes. Trabalhando na Universidade de Toronto em colaboração com o escocês John Mcleod, os dois pesquisadores purificaram a insulina de pâncreas bovino e foram os primeiros a tratar um humano diabético com sucesso: um jovem canadense adolescente de 14 anos.

    Banting e Mcleod ganharam o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina. A partir de então, a empresa farmacêutica estadunidense Eli Lilly & Co, e empresas farmacêuticas da Europa passaram a produzir insulina bovina e suína em larga escala para tratamento do Diabetes Mellitus.

    *Fonte (das informações na cronologia): Spartaco Astolfi Filho: Biólogo (UnB), Mestre em Biologia Molecular (UnB), Doutor em Ciências (UFRJ) e Pós-Doutor em Engenharia Genética (UMIST – UK).

    Edição: Lílian Beraldo