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  • Debate da Embrapa discute desafios e transformações no emprego rural frente ao avanço tecnológico

    Debate da Embrapa discute desafios e transformações no emprego rural frente ao avanço tecnológico

    No dia 27 de fevereiro, a Rede de Socioeconomia da Agricultura da Embrapa (RSA) realizou mais um encontro da série Debates em Socioeconomia, desta vez com foco no mercado de trabalho na agricultura. Especialistas discutiram os desafios e transformações no emprego rural diante da mecanização e das novas demandas do agronegócio. O evento, transmitido pelo YouTube, foi coordenado por Job Lúcio Vieira e Pedro Abel, da Assessoria de Estratégia da Embrapa (AEST), e moderado por Décio Gazzoni (Embrapa Soja). Entre os debatedores estavam Isabel Mendes de Faria (Confederação Nacional da Agricultura – CNA), Hélio Zilberstein (USP) e Vahid Vahdat (Instituto Veredas e UFABC).

    Transformação do emprego rural e queda na ocupação

    A economista Isabel Mendes de Faria, da CNA, apresentou um panorama atualizado do emprego no agronegócio. Segundo ela, o setor respondeu por 26,8% dos empregos no Brasil em 2023, empregando 28,3 milhões de pessoas. No entanto, houve uma redução significativa na ocupação direta na agropecuária.

    “Entre 2012 e 2023, quase dois milhões de postos de trabalho foram extintos no campo, enquanto setores ligados ao agronegócio, como agroindústria e agrosserviços, registraram crescimento“, explicou Isabel. Esse fenômeno reflete a migração da mão de obra para outros segmentos da cadeia produtiva, impulsionada pela mecanização e pela necessidade de qualificação profissional.

    Ela também destacou que 45% da mão de obra rural ainda é informal, embora tenha havido avanços na formalização. O número de trabalhadores sem carteira assinada caiu 2,9% entre 2022 e 2023, enquanto os empregos formais aumentaram 6% no período. “A formalização ainda enfrenta entraves, principalmente os custos para o empregador. A solução passa por conscientização e pela incorporação progressiva desses custos ao preço dos produtos agrícolas”, pontuou.

    Impacto da terceirização no campo

    O professor Hélio Zilberstein, da USP, abordou o impacto da terceirização no setor agrícola. Ele ressaltou que a sazonalidade da atividade sempre exigiu modelos flexíveis de contratação.

    “A reforma trabalhista de 2017 ampliou a terceirização para atividades-fim, flexibilizando as relações de trabalho no campo. Isso trouxe benefícios para a organização do setor, mas também desafios para os trabalhadores, que enfrentam um mercado mais dinâmico e menos estável”, destacou. Para ele, as legislações trabalhistas precisam ser atualizadas para acompanhar as transformações tecnológicas e organizacionais do setor.

    Desafios da inclusão produtiva e o papel da agricultura familiar

    O pesquisador Vahid Vahdat, do Instituto Veredas e UFABC, abordou a inclusão produtiva no meio rural, com foco nos trabalhadores em situação de vulnerabilidade. Ele apontou que a modernização do setor tem reduzido empregos na agropecuária, mas nem todos os segmentos da população têm sido beneficiados igualmente por essa transformação.

    “O agronegócio exige cada vez mais qualificação profissional, o que cria barreiras para trabalhadores de baixa escolaridade. Sem capacitação adequada, muitos acabam excluídos desse novo cenário”, alertou. Para minimizar esses impactos, ele defendeu a criação de políticas públicas voltadas à formação profissional e a diversificação das atividades econômicas no meio rural, reduzindo a dependência exclusiva da agropecuária.

    Inovação tecnológica e qualificação profissional

    O mediador Décio Gazzoni destacou que houve consenso entre os participantes de que, no médio e longo prazo, as inovações tecnológicas levam à necessidade de maior qualificação profissional, o que impacta na melhoria da remuneração e das condições de trabalho.

    “A tríade crescimento econômico, educação (treinamento e capacitação) e desenvolvimento tecnológico é essencial para aumentar a ocupação e a qualidade do emprego no agronegócio”, ressaltou Gazzoni.

    O debate também enfatizou a importância do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) no treinamento e capacitação de trabalhadores do setor. “O Senar tem sido um grande vetor de inovação tecnológica e gestão, auxiliando na profissionalização da mão de obra rural”, concluiu.

    O futuro do emprego no campo

    Os debatedores concordaram que a modernização da agricultura é um caminho irreversível, e o grande desafio é garantir que essa transição ocorra de maneira equilibrada, minimizando impactos sociais. Entre os temas abordados, destacam-se:

    • A crescente necessidade de qualificação da mão de obra para acompanhar as transformações tecnológicas;
    • O papel da inovação e mecanização no aumento da produtividade, com estratégias para reduzir impactos negativos no emprego;
    • A importância das políticas públicas no desenvolvimento rural e no equilíbrio entre eficiência produtiva e inclusão social;
    • A necessidade de novas estratégias para gerar ocupação no meio rural, indo além da agropecuária e incluindo setores como serviços e agroindústria.

    O evento reforçou o papel da Rede de Socioeconomia da Agricultura (RSA), coordenada pela Embrapa, como um espaço colaborativo para discutir os desafios socioeconômicos do setor agropecuário. “A modelagem de soluções tecnológicas e políticas públicas integradas é fundamental para o futuro do trabalho no campo”, afirmou Job Vieira, um dos coordenadores da iniciativa.

    Com cerca de 170 especialistas, a RSA busca antecipar tendências e propor soluções para os desafios da agricultura, promovendo debates, estudos e eventos estratégicos. As discussões levantadas ao longo do ano culminarão em um grande evento em 2025, consolidando propostas para o desenvolvimento sustentável do setor agropecuário brasileiro.

  • Empresa de aviação apresenta projeto de voo regular para Lucas do Rio Verde

    Empresa de aviação apresenta projeto de voo regular para Lucas do Rio Verde

    Atraídos pelo desenvolvimento acelerado do município, empresários do ramo de aviação executiva estiveram em Lucas do Rio Verde, na última segunda-feira (23), para apresentar o projeto de voo regular de passageiros e carga ao prefeito Miguel Vaz. A iniciativa, conforme o chefe do Executivo, vai ao encontro com a proposta de consolidação de Lucas do Rio Verde como um grande polo econômico, considerando avanços em infraestrutura e logística como a duplicação da BR-163 e chegada da ferrovia nos próximos anos.

    “A proposta de um voo regular em Lucas do Verde é muito importante porque isso facilita muito a vinda ou a vida de quem quer economizar tempo através do meio de transporte aéreo para vir até a nossa cidade. Esse projeto é importantíssimo para o crescimento, para o desenvolvimento da cidade e para atrair novos investidores por conta dessa ligação com a capital Cuiabá”, comentou o prefeito, Miguel Vaz.

    De acordo com a empresa, inicialmente os voos regulares serão uma vez por semana, podendo ser ampliado conforme a demanda.

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    “A escolha do município de Lucas do Rio Verde ocorreu pelo fato da questão do desenvolvimento. A gente fala que foi a cidade que mais cresceu nesse eixo da BR-163, e a gente vê uma grande industrialização no município. Então, grandes empresas multinacionais têm essa demanda de deslocamento do restante do país, que se usa Cuiabá ou Sinop, e a gente está aqui para fazer essa ligação de Cuiabá para Lucas, otimizando o tempo. Então o nosso principal objetivo são dois: agregar no crescimento de Lucas, continuação do crescimento e economizar tempo”, destacou o diretor executivo da Soul Aviation, Hélio Vicente Filho.

    O prefeito destacou ainda a importância dessa iniciativa para a região. “Acredito muito no futuro de um crescimento muito forte, com a duplicação da BR-163, com a chegada do Terminal Ferroviário e que esse voo, começando agora, sinaliza que os empresários do ramo da aviação também acreditam nesta viabilidade daqui. Então, é só o começo e a gente espera que isso, num futuro não muito distante, seja uma linha diária, que Lucas e região, as cidades vizinhas como Tapurah, Santa Rita do Trivelato, Nova Mutum e Ipiranga do Norte, possam se beneficiar desse voo direto indo e voltando a Cuiabá no mesmo dia”, finaliza.

    A empresa deve finalizar nos próximos meses os estudos para dar início a operação, ainda sem data.

  • Condeprodemat aprova novos incentivos para sustentabilidade e inovação industrial

    Condeprodemat aprova novos incentivos para sustentabilidade e inovação industrial

    O setor industrial de Mato Grosso alcançou avanços significativos na integração de práticas sustentáveis e inovação tecnológica durante reunião do Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento de Mato Grosso (Condeprodemat), realizado na sexta-feira (05/07).

    Um dos principais destaques foi a aprovação do projeto que inclui o vapor, derivado do bagaço de cana, identificado pelo código NCM 27.05.00.00, (sigla para Nomenclatura Comum do Mercosul) na lista de produtos beneficiados com incentivo fiscal.

    Esta iniciativa promove tanto o crescimento econômico quanto a proteção ambiental. A geração de energia a partir do bagaço de cana é uma prática que apresenta vantagens ambientais consideráveis, tendo um impacto ambiental muito menor em comparação com fontes fósseis, que liberam componentes poluentes como óxido de enxofre.

    Outro ponto de destaque na reunião foi a prorrogação dos incentivos fiscais para produtos como farelo, demais produtos de soja e óleos vegetais de soja. Além disso, houve a extensão por mais um ano da cumulatividade dos benefícios para produtos de carne e miudezas comestíveis de carne suína, conforme solicitado pelo Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo).

    As aprovações do conselho, após solicitação da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), refletem o compromisso na entidade na busca de soluções que conciliem crescimento econômico com responsabilidade ambiental, reforçando sua posição de liderança no desenvolvimento sustentável das indústrias.

    A reunião foi conduzida pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec MT), César Miranda. O vice-presidente da Fiemt e conselheiro suplente do Condeprodemat, Gustavo de Oliveira, representou o setor industrial.

  • Governo zera tarifa de importação para garantir abastecimento de arroz

    Governo zera tarifa de importação para garantir abastecimento de arroz

    O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou nesta segunda-feira (20), durante reunião extraordinária realizada remotamente, proposta para zerar o imposto de importação de três tipos de arroz.

    Com isso, dois tipos de arroz não parboilizados e um tipo polido/brunido foram incluídos na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec), atendendo a pedido do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para evitar que a oferta nacional do produto seja comprometida pelas enchentes no Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 70% da produção nacional.

    “O governo está agindo de forma decisiva para garantir a segurança alimentar e o bem-estar de todos os brasileiros”, afirmou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. “Ao zerar as tarifas, buscamos evitar problemas de desabastecimento ou de aumento do preço do produto no Brasil, por causa da redução de oferta”.

    A redução a zero das tarifas das NCMs 1006.10.92, 1006.20.20 e 1006.30.21 passa a valer a partir da publicação no Diário Oficial da União e vale até 31 de dezembro deste ano. A Secretaria de Comércio Exterior do MDIC (Secex) vai monitorar a situação para reavaliação do período de vigência, caso necessário.

    Atualmente, a maior parte das importações de arroz no Brasil são intrabloco do Mercosul, nas quais a alíquota do II que já é de 0%, mas há potencial para importação de outras origens, como a Tailândia. Em 2024, até abril, as compras de arroz da Tailândia já representam 18,2% do total importado.

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  • Anvisa autoriza empresa a importar células germinativas e embriões

    Anvisa autoriza empresa a importar células germinativas e embriões

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a empresa Feher Serviços a desempenhar atividades essenciais de importação, transporte e distribuição de células germinativas, tecidos e embriões humanos no Brasil.

    “A análise da agência tem como objetivo assegurar a qualidade e a segurança do material importado. A autorização garante que a empresa cumpre as normas de Boas Práticas em Células Germinativas, Tecidos Germinativos e Embriões Humanos”, informou a Anvisa.

    De acordo com a agência, a empresa poderá realizar a importação de amostras seminais dos seguintes bancos estrangeiros: Seattle Sperm Bank, dos Estados Unidos; e European Sperm Bank, da Dinamarca.

    Outras empresas

    No ano passado, a empresa CrioBrasil Serviços foi habilitada pela Anvisa para importar amostras seminais do banco estrangeiro Fairfax Cryobank, dos Estados Unidos.

    “Outros estabelecimentos e centros de reprodução humana assistida brasileiros estão engajados no processo de aprimoramento e adequação de seus procedimentos operacionais para serem habilitados como importadores brasileiros de gametas e embriões”, destacou a agência.

    Importação de gametas e embriões

    Em nota, a Anvisa detalhou que as técnicas de reprodução humana assistida podem ser realizadas com gametas e embriões doados e processados nos centros brasileiros e por meio da utilização de material biológico proveniente de doadores estrangeiros.

    “Com o aumento global de importações de gametas e embriões, torna-se crucial estabelecer requisitos específicos para garantir a segurança e a qualidade desses materiais importados.”

    Segundo a agência, além de avaliar a qualidade das amostras, as empresas importadoras devem garantir a conformidade com a documentação, regulamentações estrangeiras e locais, bem como procedimentos padronizados.

    “Todos os lotes importados devem ser revisados e certificados quanto à qualidade antes de serem liberados para as clínicas brasileiras”, ressaltou. “Além disso, as empresas importadoras são responsáveis por aplicar mecanismos de controle das gestações, para cumprir com o disposto na resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM).”

    Edição: Valéria Aguiar

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