Tag: emprego

  • Brasil tem mais de 18 milhões de pessoas com deficiência

    Brasil tem mais de 18 milhões de pessoas com deficiência

    No Brasil, cerca de 18,6 milhões de pessoas com dois anos ou mais de idade, 8,9% desse grupo etário, tinham alguma deficiência. Em 2022, 47,2% das pessoas com deficiência tinham 60 anos ou mais de idade. Os dados são do módulo Pessoas com deficiência, da Pnad Contínua 2022, do IBGE.

    A pesquisa comprova que a desigualdade se agrava entre as pessoas com deficiência. No terceiro trimestre de 2022, a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência foi de 19,5%, enquanto entre as pessoas sem deficiência essa taxa foi de 4,1%.

    Apenas 25,6% das pessoas com deficiência tinham concluído pelo menos o ensino médio, enquanto 57,3% das pessoas sem deficiência alcançaram esse nível de instrução.

    O IBGE também levantou informações sobre a empregabilidade da população com deficiência. No comparativo entre homens e mulheres sem deficiência no mercado de trabalho, a taxa de participação é de 25%, contra 57% das mulheres sem deficiência. Já 76% dos homens sem deficiência fazem parte da força de trabalho, contra 35% daqueles que têm alguma deficiência.

    A analista da pesquisa Luciana Santos observa que os estereótipos de gênero se reforçam quando há essa questão.

    “A mulher com deficiência está sempre na base da pirâmide quando a gente compara homem com deficiência, mulher sem deficiência, homem sem deficiência. Quando a gente vai acumulando marcadores de desigualdade da sociedade a mulher sem deficiência tem uma vantagem no mercado de trabalho em termos de remuneração e em termos de participação superior a do homem com deficiência. A mulher com deficiência está sempre em pior situação”.

    O rendimento médio real habitual das pessoas com deficiência ocupadas foi de R$ 1.860, enquanto o rendimento das pessoas ocupadas que não tinham deficiência era de R$ 2.690.

    Dos responsáveis pelos domicílios no país, 12% têm alguma deficiência.

    Já o percentual de desalentados, aquelas pessoas em idade de trabalhar que não procuram emprego, é de 6%, superior aos 3,7%, das pessoas sem deficiência.

    Edição: Vitória Elizabeth/Renata Batista

  • Mercado de chocolate é promissor em produção, exportação e empregos

    Mercado de chocolate é promissor em produção, exportação e empregos

    O cenário do mercado brasileiro de chocolates hoje é promissor, tanto em termos de produção e exportação, quanto de geração de empregos. A indústria de chocolates responde pela geração de cerca de 23 mil empregos diretos, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), relatório de informações socioeconômicas solicitado pelo Ministério do Trabalho e Emprego às pessoas jurídicas e outros empregadores anualmente.

    Para a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), o número evidencia a importância do setor para o mercado de trabalho. A entidade celebra nesta sexta-feira (7) o Dia Mundial do Chocolate.

    Levantamento realizado pela Abicab, em parceria com a Consultoria KPMG, revela crescimento de 9,8% na produção de chocolates no primeiro trimestre de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. O volume atingido foi de 219 mil toneladas. Em 2022, a produção chegou a 760 mil toneladas, representando expansão de 8% em relação a 2021.

    A Abicab analisou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o Brasil é um dos poucos países que tem toda a cadeia produtiva de chocolates, desde a produção de amêndoas de cacau até as indústrias responsáveis pela fabricação do produto final. Essa integração, segundo a entidade, permite uma produção de alta qualidade, apreciada pelo grande consumo nacional e internacional.

    Consumo

    O consumo de chocolates no Brasil atingiu 3,6 kg/per capita, ou seja, por pessoa, em 2022, contra 3,2 kg per capita em 2021. A Abicab avaliou que o consumo nacional aumenta a cada ano, porém ainda existe um grande mercado a ser aproveitado. Os fatores favoráveis para isso são o aumento da renda e a diminuição de desemprego, que ampliam o poder de compra da população.

    De acordo com pesquisa da Euromonitor, os países europeus são os que apresentam maior consumo per capita de chocolate. O ranking é liderado pela Estônia, com 8,5kg/por pessoa, seguido pela Alemanha (8,4 kg), Áustria (8 kg) e Suíça (7,9 kg).

    A Abicab informou que os produtos oferecidos pela indústria são de consumo eventual. “Assim, estimulamos o consumo responsável e consciente, sempre no contexto de uma dieta equilibrada, associada a hábitos alimentares saudáveis e aliada a exercícios físicos”.

    Destacou que as indústrias investem constantemente em inovação e estão empenhadas na melhoria constante de seus processos produtivos e portfólio para a oferta de produtos de qualidade. “As indústrias oferecem ampla variedade de produtos de diferentes tamanhos, pequenas porções e demandas específicas dos consumidores, como zero açúcar, diferentes intensidades de cacau, sem lactose”. A Abicab disse manter contato permanente com o Ministério da Agricultura, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a Câmara do Cacau e outras entidades, “para trabalhar em conjunto em favor da cadeia”.

    Exportações

    A Abicab destacou que o Brasil é reconhecido internacionalmente como produtor de chocolates de qualidade. “Atualmente, nossos produtos chegam a 135 países, com destaque para Argentina, o Chile e Paraguai”. Os dados são do ComexStat.

    Em 2022, as exportações totalizaram 35,8 mil toneladas, correspondendo a US$ 141,3 milhões. No primeiro semestre de 2023, já foram exportadas 17,5 mil toneladas, correspondendo a U$ 71,8 milhões.

    Levantamento do Instituto Kantar, divisão Worldpanel, feito para a Abicab, aponta crescimento de 16,2% em faturamento para o setor de chocolates em 2022, em comparação ao ano anterior. De acordo com a associação, o principal fator positivo para esse resultado, e que permanece em expansão após o período da pandemia da covid-19, é o consumo fora de casa, embora tenha sido registrado aumento também no consumo dentro de casa. As duas modalidades de consumo contribuíram com incremento no volume e valor arrecadados no período.

    Em relação aos benefícios trazidos pelo consumo de chocolates para a saúde, a Abicab citou o estudo Chocolates Industrializados: alimentos para socialização e nutrição, feito pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Com apoio da Abicab, foram analisadas as composições e os valores nutricionais de 483 produtos de chocolate, em que foi possível identificar que 99,6% não incluem antioxidantes, 98,1% não têm conservantes e 95,2% são isentas de corantes.

    O estudo comprovou ainda, segundo a Abicab, a presença de teores de proteínas, fibras e polifenóis, além dos estímulos sensoriais capazes de gerar bem-estar. Outras pesquisas destacam o potencial dos chocolates como alimentos provedores de compostos fenólicos, cuja presença faz com que o consumo de cacau e derivados mostre relação positiva com a saúde humana.

    Amêndoas da África

    Os produtores de cacau nacionais que fornecem a matéria-prima para as indústrias sediadas no país são contrários à importação de amêndoas africanas e alegam que esse produto não apresenta questões sanitárias adequadas. Indagada sobre essa questão pela Agência Brasil, a Abicab disse entender que a produção nacional de cacau não é autossuficiente. “Por esse motivo, é necessária a importação do produto para atender o consumo do mercado nacional e exportação. Desta forma, a indústria moageira já consome todo o cacau  produzido nacionalmente”.

    A Abicab explicou que todas as análises exigidas por resoluções dos órgãos competentes, como o Ministério da Agricultura, são realizadas para que não haja riscos fitossanitários à produção nacional. “O Mapa é responsável por garantir que tanto a importação quanto a exportação de produtos animais e vegetais ocorram dentro dos critérios mais rígidos, seguindo as legislações nacionais e internacionais. E, no cacau, é da mesma forma”, garantiu.

    Crise

    A presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC), Vanuza Lima Barroso, disse que o mercado do produto está em crise desde a década de 80, quando as lavouras da Bahia foram dizimadas pela doença chamada vassoura de bruxa. “De lá para cá, o mercado de cacau ainda não se recuperou”. Ela lembrou que os produtores estão conseguindo se reerguer sozinhos, sem ajuda de políticas públicas. “Não existe nenhuma política pública direcionada ao cacau”, afirmou.

    Segundo Vanuza, o grande problema enfrentado pelos produtores nacionais é a importação de amêndoas “desnecessária”, feita pela indústria. A entidade luta para conter essa importação porque traz risco de pragas e doenças inexistentes no Brasil e permite à indústria “manipular o preço das amêndoas brasileiras”. A entidade pede mudança da instrução normativa que liberou a importação do produto africano.

    Vanuza informou que a produção de cacau está aumentando no Brasil. Não há culturas somente na Bahia, no Pará e Espírito Santo, mas em outros estados, como Rondônia, Roraima, Acre, Amazonas, Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. “Mas a nossa produção nunca aumenta, apesar de o IBGE dizer que somos autossustentáveis”. Ela garantiu que o setor não tem nenhum incentivo para plantar. “Nós não temos previsão de safra”.

    Dados da ANPC relatam que a produção nacional foi de 290 mil toneladas no ano passado, atingindo 302 mil toneladas em 2021. Vanuza argumenta que se a produção atinge 290 mil toneladas, por que a indústria de moagem tem que importar? Disse ainda que o processo do cacau é todo manual, desde o plantio até a finalização da amêndoa. Diante desse cenário, afirmou que neste Dia Mundial do Chocolate, “não há nada a comemorar”.

    Outro lado

    A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) lançou nesta sexta-feira (7) vídeo comemorativo do Dia Mundial do Chocolate, dentro do projeto Educacau. Criado em março deste ano, o projeto visa a disseminar informações sobre diferentes aspectos da cacauicultura, que envolvem desde produtores rurais, técnicos, fornecedores de insumos e indústrias, até organizações sociais e os governos federal e estaduais.

    A AIPC tem como associadas, até o momento, três DAS maiores empresas de alimentos do Brasil e do mundo (Barry Callebaut, Cargill e Olam). Existem outras processadoras menores, mas não são associadas à entidade. A presidente executiva da AIPC, Anna Paula Losi, informou que a média, nos últimos cinco anos, é de 230 mil toneladas de amêndoas de cacau processadas por ano. Ela estima que, a partir deste ano, o número deve aumentar, porque será computado o processamento de algumas empresas de menor porte.

    As três companhias associadas à AIPC respondem pelo processamento de cerca de 95% do cacau produzido no Brasil. “No ano passado, recebemos mais ou menos 202 mil toneladas”. As chocolateiras artesanais utilizam cerca de mil toneladas de cacau/ano para fabricação de produtos próprios.

    Ao contrário da Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC), Anna Paula Losi afirmou que, tirando a previsão de safra feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – “dado estimativo”, em nenhum outro lugar se tem números que confirmem que a safra chega perto de 290 mil toneladas. “Muito pelo contrário”. Segundo a executiva, órgãos oficiais como o Ministério da Agricultura e a Ceplac trabalham com número inferior ao do IBGE. “Isso acontece porque não se verifica se a previsão do IBGE de fato aconteceu por ocasião da colheita”, explicou.

    Volume

    Para Anna Paula, a melhor forma de se ter noção da produção de cacau é o volume comercializado. Ela argumentou que se “no ano passado, foram recebidas mais ou menos 202 mil toneladas e as chocolateiras artesanais utilizam cerca de mil toneladas de cacau/ano, a produção em 2022 foi em torno de 215 mil toneladas”. De acordo com a presidente executiva da AIPC, não há nenhum dado que confirme que a produção nacional alcança perto de 290 mil toneladas.

    Para suprir a necessidade, a indústria importa cacau de outros países. Isso se deve porque o Brasil hoje é o único país da América do Sul que tem produção de derivados de cacau e consegue atender o mercado sul-americano com manteiga de cacau e cacau em pó. Os principais países compradores de derivados de cacau do Brasil são Argentina, Chile, Uruguai, Estados Unidos e Canadá. “O Brasil é um importante ‘player’ de derivados de cacau”. Cem por cento do que o país importa são para atender o mercado internacional.

    A importação depende do cenário da safra no país. No ano passado, foram importadas 11 mil toneladas, com uma safra de 200 mil, “muito boa”. Já teve ano, porém, em que foram importadas 60 mil toneladas. Em 2023, até agora, foram importadas 30 mil toneladas. O importante, disse Anna Paula, é que tanto a indústria moageira, qunto a chocolateira, os governos e outras instituições de produtores estão trabalhando em conjunto para que o país volte a ser autossuficiente até 2030. Ela já vê uma queda considerável na importação a partir de 2025, porque “novos projetos estão entrando e a produtividade está melhorando”.

    A Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC) combate a importação de amêndoas de cacau, sobretudo as provenientes da Costa do Marfim, na África, porque representariam riscos fitossanitários para o Brasil. Anna Paula Losi afirmou, contudo, que os critérios para importação são definidos pelo Ministério da Agricultura, após análise dos riscos, o que “gera análise super criteriosa, inclusive visitando in loco o país produtor e indicando critérios que devem ser adotados pela indústria daquele local.

    Praga

    A AIPC está empenhada, junto com a coalizão de produtores e o governo, no combate à monilíase, a grande praga que traz riscos sérios para a cacauicultura brasileira, uma vez que tem a capacidade de dizimar a produção. O risco apresentado pela monilíase é muito maior que o da vassoura de bruxa, disse Anna. A praga chegou no Brasil procedente do Equador e do Peru, tem foco no Acre e Amazônia “e está cada vez mais próxima da região produtora”. Nos locais onde são identificados focos, elimina-se a plantação e é estabelecida uma área de cuidado. Pessoas que procedem de áreas contaminadas têm que passar por quarentena e os equipamentos por elas usados, como celulares e computadores, passam por processo de desinfecção.

    Anna Paula informou que a indústria importa amêndoas secas e fermentadas, que têm pré-beneficiamento. Isso significa que o produto não vem in natura. Relatório do Ministério da Agricultura indica que os riscos são minimizados pelos procedimentos adotados na Costa do Marfim e pela indústria, seguindo a legislação nacional e internacional. Em relação aos riscos fitossanitários, de acordo com a entidade, “o Ministério da Agricultura já emitiu nota técnica informando que o risco é muito baixo para as pragas Striga spp (planta daninha) e Phytophthora megakarya (fungo) e, portanto, não justifica a regulamentação. Assegura também que, até o momento, não houve registro de interceptação dessas pragas nas importações da Costa do Marfim.

    Por ser produzido na floresta amazônica e na Mata Atlântica, conservando os dois biomas, o cacau brasileiro pode ser considerado o mais sustentável do mundo. “E se a gente conseguir ter volume para atender o mercado interno e volume para exportar, o nosso cacau vai ser disputado pelo mundo inteiro, porque é diferenciado”, afirmou Anna Paula Losi. Para 2023, a expectativa da AIPC é que a moagem ficará entre 230 mil toneladas e 235 mil. Para a produção, a previsão é de que não vai superar o resultado de 2022, “que foi uma safra muito boa”.

    Edição: Graça Adjuto

  • Desemprego atinge em abril menor patamar em oito anos

    Desemprego atinge em abril menor patamar em oito anos

    A taxa de desocupação, que mantinha relativa estabilidade em torno de 8,5%, voltou a recuar com mais força no último bimestre, atingindo em abril o patamar de 8% na série dessazonalizada, menor nível em oito anos.

    Os dados foram calculados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a partir da série trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A melhora de algumas variáveis ligadas aos rendimentos, subocupação e desalento confirmam esse cenário mais otimista para o mercado de trabalho.

    Em abril, na comparação com o mês anterior, a população ocupada apresentou a quarta expansão consecutiva, com aproximadamente 99,2 milhões de pessoas. “Adicionalmente, enquanto a ocupação formal registrou crescimento médio interanual de 3,2%, no último trimestre, encerrado em abril, a população ocupada informal apresentou retração de 0,6%, nessa mesma base de comparação”, diz o Ipea.

    Segundo a análise, o recorte setorial mostra que o crescimento da ocupação tem ocorrido de forma generalizada, mas com diferente intensidade. Nos últimos 12 meses, encerrados em abril, todos os setores tiveram criação de empregos, com destaque para o comércio (376,2 mil), os serviços administrativos (264,5 mil), a indústria de transformação (204,9 mil) e a construção civil (191,6 mil). Em abril, o contingente de 107,9 milhões de pessoas pertencentes à força de trabalho era 0,8% menor que o observado no mesmo período do ano anterior.

    De acordo com o estudo, nos últimos 12 meses a população desalentada registrou queda de 15,8%. Os números caíram de 4,3 milhões, em abril do ano passado, para 3,5 milhões em abril deste ano. Além da queda do número de desalentados, foi observada retração da parcela de indivíduos que estão fora da força de trabalho devido ao estudo, às obrigações domésticas, a problemas de saúde, entre outros motivos, que não desejam retornar à atividade, mesmo diante de uma proposta de emprego.

    “Uma possível explicação é a melhora do mercado de trabalho que pode estar gerando uma necessidade menor de compensar perdas de emprego e/ou rendimento domiciliares, possibilitando que demais membros da residência possam se dedicar exclusivamente a outras atividades”, diz o Ipea.

    Edição: Fernando Fraga

  • Divergências com Banco Central marcam 100 primeiros dias de governo

    Divergências com Banco Central marcam 100 primeiros dias de governo

    Ao longo dos 100 primeiros dias de governo, nenhum conflito teve temperatura mais alta que o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Banco Central (BC). Na última quinta-feira (6), em café da manhã com jornalistas, Lula voltou a declarar que os juros estão muito altos e disse que talvez seja necessário mudar a meta de inflação.

    Desde agosto do ano passado, o BC mantém a taxa Selic (juros básicos da economia), em 13,25% ao ano. A reação dos membros do governo varia.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem criticado o tom dos comunicados do Comitê de Política Monetária (Copom), que não descarta novos aumentos nos juros se a inflação continuar persistente. A ata do Copom, que sai seis dias depois de cada reunião, tem saído com tom mais ameno, o que faz o governo reduzir as críticas ao BC.

    O presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem dito que a redução da Selic não é fácil porque houve um “deslocamento de demanda” em relação a bens. “A gente tenta suavizar o ciclo. A gente olha para frente. A gente entende que os juros altos causam esses impactos na parte produtiva. A gente tenta suavizar isso, porque o nosso trabalho é fazer isso na forma que cause o mínimo de dano possível a economia”, destacou o presidente do BC em apresentação nesta semana a um banco de investimentos.

    Postura

    A postura do governo em relação ao Banco Central divide os especialistas. Para o professor do Departamento de Economia e de pós-graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF), André Nassif, as críticas são acertadas porque a atuação do BC impede a retomada econômica. “Eu me sinto um pouco desapontado em relação aos 100 primeiros dias. Não em relação ao governo Lula em si, mas porque existem travas institucionais, principalmente por parte do Banco Central, que reduzem a autonomia do governo para fazer uma política que gere empregos”, diz.

    Professora emérita de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Virene Matesco contesta e diz que a postura da autoridade monetária é acertada. “Qualquer outra política para combater a inflação fora da política monetária [aumento de juros] é paliativo. Quando o presidente Lula fica batendo no Banco Central, ele só piora a situação. Que a presidenta do PT fale é uma coisa, mas o presidente da República falar é outra coisa”, critica.

    Segundo ela, cada declaração de Lula contra a política monetária provoca turbulências no mercado financeiro. “É como se o presidente estivesse pagando [por meio de oscilações no dólar e nos juros futuros] para criticar o Banco Central”, compara.

    A divulgação do novo arcabouço fiscal parece ter distendido as relações. Na última quarta-feira (5), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse ter uma avaliação “superpositiva” das novas regras e declarou que o futuro marco fiscal evitará o descontrole da dívida.

    Paralelamente, o governo tem o poder de indicar dois novos diretores do BC cujos mandatos acabaram em 28 de março pela lei de autonomia do BC. Titular da diretoria mais importante, a de Política Monetária, Bruno Serra já foi exonerado. O diretor de Fiscalização, Paulo Sérgio Neves de Souza, pode ser reconduzido.

    Emprego e renda

    Para os próximos meses, o governo tem vários desafios. O principal é a aprovação do novo marco fiscal pelo Congresso sem grandes mudanças. A equipe econômica também terá de contar com a aprovação das medidas que revisam ou revertem incentivos fiscais concedidos há décadas para garantir as receitas necessárias para cumprir o novo arcabouço.

    Enquanto o governo está em compasso de espera, a economia sente os efeitos da desaceleração. A criação de empregos com carteira assinada nos dois primeiros meses do ano atingiu o nível mais baixo para o período desde 2020. A taxa de desemprego, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, caiu para 8,6% no trimestre encerrado em fevereiro, mas o recuo deve-se à criação de vagas com baixos salários.

    No curto prazo, dizem os especialistas, a única alternativa para destravar o mercado de trabalho depende da retomada dos investimentos públicos. “As obras públicas são um importante motor para contratar trabalhadores no curto prazo. Uma saída é a retomada de obras paradas, principalmente de creches. Além de amenizar o problema de emprego, as creches têm uma função social e ajudam mães que querem trabalhar fora e não conseguem”, diz Matesco.

    Nassif é mais pessimista e diz que os investimentos para gerar empregos dependem, neste momento, da queda de juros. “Não há outra solução que não passe pela redução dos juros o mais rápido possível. A inflação no Brasil não é de demanda, mas de choques nos preços de combustíveis e de alimentos provocados pela retomada da economia global no pós-pandemia e a guerra na Ucrânia”, declara.

    Para esta semana, está previsto o relançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do novo marco das parcerias público-privadas (PPP). Em relação às obras paradas, o governo lançou a plataforma Mãos à Obra, por meio da qual governos locais informam projetos interrompidos num banco de dados.

    Edição: Denise Griesinger

  • Indicador antecedente de emprego sobe 0,8 ponto, diz FGV

    Indicador antecedente de emprego sobe 0,8 ponto, diz FGV

    O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 0,8 ponto em fevereiro deste ano, em relação a janeiro, e chegou a 74,7 pontos. Com o resultado, o índice retoma o patamar de dezembro de 2022.

    O Iaemp busca antecipar tendências do mercado de trabalho com base em entrevistas com consumidores e empresários da indústria e dos serviços.

    Três dos sete componentes do Iaemp contribuíram para o crescimento do indicador de janeiro para fevereiro: o indicador de situação atual dos negócios da indústria, emprego previsto nos serviços e tendência dos negócios nos serviços.

    Edição: Denise Griesinger

  • Força Sindical pede que Marinho acompanhe negociações com Americanas

    Força Sindical pede que Marinho acompanhe negociações com Americanas

    Em reunião hoje (30) com lideranças da Força Sindical, os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Previdência, Carlos Lupi, discutiram a situação dos empregos dos trabalhadores da rede de varejo Americanas. A empresa teve o pedido de recuperação judicial aprovado no dia 19 de janeiro. Os sindicalistas querem participação direta do Ministério do Trabalho nas negociações para garantir os direitos e a renda das mais de 44 mil pessoas envolvidas na operação da empresa.

    Marinho disse que a pasta seguirá acompanhando a questão da recuperação judicial e a situação dos empregados para a preservação dos empregos. “Ele ficou de fazer uma reunião já esta semana, chamar a empresa e tentar achar caminhos que assegurem, garantam os empregos e a continuidade do negócio, mas ele vai nos informar”, disse Miguel Torres, da Força Sindical.

    Previdência

    Na reunião com o ministro da Previdência, as centrais sindicais reclamaram da fila para solicitação de benefícios previdenciários e também reivindicaram revisão de alguns pontos da reforma da Previdência, sancionada em 2019 e que aumentou o tempo de contribuição. Também foi abordada a necessidade de revisão de pontos da reforma trabalhista, sancionada em 2017.

    “Primeiro a gente tem que tratar de resolver os grande problemas de hoje, que são a fila, a falta de resposta mais rápida para atender a população, desde pensão, aposentadoria, o beneficiário BPC, a gestante, a pessoa que tem que sair por atestado médico. Isso merece uma solução imediata. A segunda é essa questão da Previdência, temos um grande conselho, que eu estou ampliando, colocando todas as representações sindicais, inclusive dos aposentados, empresariais, conversando para encontrar caminhos.”

    Segundo o ministro, o conselho vai debater propostas de revisão de alguns pontos da reforma. Sobre a questão das filas para pedidos de benefícios, ele lembrou que, no governo anterior, houve diminuição na força de trabalho da Previdência. Em 2014, eram 35 mil trabalhadores no ministério e, em 2023, são pouco mais de 19 mil. Mas Lupi garantiu que a questão da fila será tratada de forma prioritária nesses primeiros meses.

    Entenda o caso Americanas

    A descoberta de inconsistências contábeis no balanço fiscal do grupo Americanas, no começo de janeiro, resultou no pedido de demissão do presidente Sérgio Rial e do diretor de relações com investidores André Covre. Eles tinham sido empossados havia pouco mais de uma semana, mas anunciaram a decisão de deixar os cargos ao estimar um rombo de R$ 20 bilhões na empresa.

    A notícia gerou uma queda imediata de mais de 70% nas ações da Americanas cotadas na Bolsa de Valores. Na petição de recuperação judicial apresentada ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o grupo calcula que as inconsistências contábeis devem elevar as dívidas para um montante em torno de R$ 40 bilhões.

  • Desempenho na geração de empregos em Lucas do Rio Verde é ressaltado por Associação Comercial

    Desempenho na geração de empregos em Lucas do Rio Verde é ressaltado por Associação Comercial

    Lucas do Rio Verde continua figurando entre as principais cidades brasileiras na geração de empregos. No grupo de cidades com até 80 mil habitantes, o município mato-grossense figura na quarta colocação, atrás de Itapema (SC), Lençóis Paulista (SP) e Cristalina (GO). Em Mato Grosso, Lucas do Rio Verde lidera esse quesito seguido de Barra do Garças e Primavera do Leste.

    Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), Lucas do Rio Verde terminou 2022 com saldo total de 2.449 empregos gerados. Os setores de maior crescimento são indústria de alimentos, serviços, construção civil e agropecuária.

    Os números do Caged mostram que em 2022 foram 22.021 admissões e 19.572 desligamentos. O saldo de empregos é quando o número de admissões supera o número de desligamentos no período avaliado.

    O acumulado no saldo de empregos no ano passado foi ressaltando pelo presidente da Acilve (Associação Comercial e Empresarial de Lucas do Rio Verde) Vilson Gonzales Kirst. “O saldo positivo de empregos, mostra que nossa cidade hoje é um sinônimo de crescimento e desenvolvimento. Nós como associação comercial e empresarial do município, entendemos nosso papel e importância na construção deste patamar”, celebrou.

    Sine

    A participação do Sistema Nacional de Emprego (Sine) para chegar a esse nível foi importante. O levantamento mostra que 1.546 destes trabalhadores foram colocados em vagas de emprego por seu intermédio.

    Ao longo do ano passado, 6.137 pessoas foram encaminhadas para entrevistas de emprego junto a empresas. Em 12 meses foram oferecidas 2.349 vagas.

    O Sine informou também que 1.264 pessoas efetuaram novos cadastros em busca de oportunidades de emprego.

    O Sine é uma ferramenta do Ministério do Trabalho que facilita a intermediação da mão de obra com o empregador. Por meio das vagas captadas junto a empregadores, o sistema reduz o tempo de espera. Além disso, o Sine realiza o intermédio entre a vaga e o candidato, facilitando a seleção ao empregador.

    Atendimento

    O atendimento é gratuito tanto para a empresa como para o trabalhador. Para anunciar vagas, as empresas devem procurar o Sine e realizar o preenchimento do formulário.

    Em Lucas do Rio Verde, o Sine está localizado na Galeria Central de Serviços, na Avenida Paraná, nº 766 S, próximo à Avenida Goiás, no Centro. O horário de atendimento é de segunda a quinta-feira, das 7h às 15h, e sexta-feira, das 7h às 13h.

  • Concessionária Rota do Oeste tem vagas para Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso

    Concessionária Rota do Oeste tem vagas para Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso

    A concessionária Rota do Oeste realiza quarta a sexta-feira desta semana, processo seletivo presencial para contratação de colaboradores. As oportunidades são oferecidas nas cidades de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso para atuar na BR-163 sob concessão.

    A maratona de processos seletivos presenciais começa em Sorriso, onde três vagas são oferecidas para o cargo de operador de Tráfego I. A vaga exige ensino médio completo e Carteira Nacional de Habilitação (CNH) categoria D. Possuir experiencia prévia como motorista profissional é considerado um diferencial. A equipe estará no Hotel Opuka, na avenida Blumenau Sul a partir das 14h desta quarta-feira (18).

    Em Lucas do Rio Verde, a oportunidade para Técnico de Manutenção JR exige ensino médio completo, curso e experiência na área Elétrica, conhecimento do Pacote Office e CNH categoria B. Os candidatos devem comparecer no Terras Hotel, na avenida Universitária na quinta-feira (19) às 14h.

    A maratona será concluída em Nova Mutum na sexta-feira (20). São destinadas quatro oportunidades para operador de Tráfego I. O processo seletivo ocorrerá no Sine Nova Mutum, localizado na Rua dos Guaritas, centro, às 14h.

    Os interessados devem residir na cidade de atuação e comparecer no local indicado portando currículo e uma cópia da sua CNH. Todas as oportunidades oferecidas pela Rota do Oeste podem ser preenchidas por Pessoas Com Deficiência (PCDs).

    Além da remuneração, a empresa oferece benefícios como plano de saúde, de previdência privada, cartão alimentação entre outros.

  • Cate oferece mais de 500 vagas de emprego na capital paulista

    Cate oferece mais de 500 vagas de emprego na capital paulista

    O Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cate) da capital paulista oferece, a partir de hoje (16), mais de 500 vagas de emprego abrangendo diversos perfis, áreas de atuação e faixas etárias para quem está procurando recolocação profissional. Estão sendo oferecidas oportunidades em áreas administrativas, técnicas, de saúde, alimentação, construção civil e de manutenção, sendo a maior porção em cargos nos setores de varejo e serviços. As inscrições estarão abertas até quarta-feira (18) e podem ser feitas pelo portal do Cate, até as 18h, ou em uma das unidades da entidade, que funcionam das 8h às 17h.

    Segundo informações da prefeitura de São Paulo, há 107 vagas para atendente de lanchonete, com salário de R$ 1.054 a R$ 1.830. Alguns dos contratantes exigem ensino fundamental completo e outros, o ensino médio. Para a maioria, não é necessário ter experiência prévia. Dessas vagas, 15 são reservadas a pessoas com deficiência, com remuneração de R$ 1.384 por mês, sendo necessário ter o ensino médio completo, pelo menos três meses de experiência no cargo e morar próximo a bairros como Jardim Cidade Pirituba, Pinheiros, Vila Olímpia e Vila Prudente.

    Também estão abertas mais de 60 vagas para auxiliar de limpeza, com salário entre R$ 1.384 e R$ 1.600 mensais e exigência de experiência de pelo menos seis meses, além de ensino fundamental completo. Para porteiro estão sendo oferecidas 30 vagas, com salário de R$ 1.607 a R$ 1.799. O trabalhador precisa comprovar experiência e conhecimento em informática básica, além de escolaridade compatível com a atividade.

    “Estamos conseguindo oferecer um volume expressivo de vagas semanalmente, graças também às empresas que nos procuram e nos confiam a realização de seus processos seletivos. Planejamos manter esse ritmo e atrair mais parcerias a fim de contribuir com a inserção de trabalhadores dos mais diversos segmentos, sem deixar de lado a inclusão social. Nesta semana, por exemplo, temos mais de 100 vagas exclusivas para pessoas com deficiência”, explicou a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso.

    Há ainda, para as pessoas com deficiência, 50 vagas para técnico de enfermagem, com remuneração de R$ 3.586 por mês. As exigências são ensino médio completo, seis meses de experiência e morar nas zonas norte ou sul. Mais 50 vagas também são reservadas a esse público, para o cargo de assistente administrativo, com salário de R$ 2.815 e as mesmas exigências do item anterior.

    Ainda para o público com deficiência há dez oportunidades para operador de cobrança, em que as principais atividades incluem o registro e acompanhamento de informações sobre histórico de clientes. O salário é de R$ 1.218. É necessário ter quatro meses de experiência prévia e ensino médio completo. Também é desejável conhecimento em pacote Office e boa comunicação.

    Para consultar essas e outras vagas é preciso fazer o cadastro no Cate, presencialmente ou pela internet. É necessário ter em mãos o RG, CPF e a Carteira de Trabalho (que pode ser a digital).

    Edição: Graça Adjuto

  • SP: Centro de Apoio ao Trabalho oferece 700 vagas de emprego

    SP: Centro de Apoio ao Trabalho oferece 700 vagas de emprego

    O Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cate) da prefeitura de São Paulo está com processos de seleção abertos para 700 vagas de emprego em empresas parceiras na capital paulista e região metropolitana.

    São postos em diversas áreas para perfis variados, que abrangem pessoas que estão ingressando no mercado de trabalho ou profissionais especializados. As inscrições podem ser feitas até hoje (11), às 18h. Para se candidatar, o trabalhador deve se dirigir a uma das 26 unidades do Cate ou acessar o portal online.

    “Nesta semana há grande volume de vagas e nossas equipes estão organizadas para aproveitar esse fluxo de início de ano e ajudar os trabalhadores. É um período em que muitas empresas começam a contratar e até quem já estava parado há bastante tempo tem boas chances de conseguir emprego”, destacou a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso.

    Estão sendo oferecidas vagas nas áreas administrativas, técnicas, de saúde, alimentação, construção e de manutenção. O maior volume ocorre em cargos dos setores de varejo e serviços.

    Para se inscrever é necessário ter em mãos a Carteira de Identidade, o CPF e a Carteira de Trabalho.