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  • Cafés do Brasil no ano-cafeeiro 2024 têm faturamento bruto calculado em R$ 79,59 bilhões

    Cafés do Brasil no ano-cafeeiro 2024 têm faturamento bruto calculado em R$ 79,59 bilhões

    No ano-cafeeiro de 2024, o valor total estimado para o faturamento bruto dos Cafés do Brasil atingiu o montante de R$ 79,59 bilhões. Tal cifra contempla R$ 57,63 bilhões da receita calculada para os cafés da espécie Coffea arabica (café arábica), a qual correspondeu a 72,4% do total estimado, e, adicionalmente, R$ 21,95 bilhões para os cafés da espécie Coffea canephora (café robusta + café conilon), cujo montante, no caso, equivaleu a 27,6% do total do valor do ano-cafeeiro ora em destaque.

    Tal desempenho do Valor Bruto da Produção – VBP, dos Cafés do Brasil, no ano-cafeeiro de 2024, que foi estimado em R$ 79,59 bilhões, conforme citado, correspondeu a um expressivo aumento de 50,8% em relação aos R$ 52,76 bilhões calculados para o ano-cafeeiro 2024. Vale ressaltar que o VBP é calculado pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA, tendo como base a média dos preços recebidos pelos produtores no período analisado.

    Nesse mesmo contexto, a SPA/MAPA fez também uma projeção do VBP dos Cafés do Brasil para o ano-cafeeiro 2025 com base nos preços médios recebidos pelos produtores exclusivamente no mês de dezembro de 2024, cuja estimativa apontou um montante de R$ 108,12 bilhões para o próximo ano-cafeeiro, o que poderá significar um aumento de 35,9% em relação ao VBP arrecadado em 2024, caso tal valor se confirme, e, ainda, um crescimento de 104,93%, se essa estimativa for comparada com o VBP do ano-cafeeiro de 2023.

    Como os Cafés do Brasil são produzidos nas cinco regiões geográficas brasileiras, caso seja elaborado um ranking em ordem decrescente do faturamento bruto dessa importante atividade agrícola nessas respectivas regiões, no ano-cafeeiro objeto desta análise, constata-se que a Região Sudeste, de forma absoluta, lidera o faturamento com o total calculado de R$ 68,57 bilhões, o qual equivale a 86,1% do valor bruto geral em nível nacional. E, na sequência, com R$ 5,62 bilhões de receita bruta, figura a Região Nordeste, montante que representa 7,1% do total do valor bruto arrecadado.

    Assim, complementando esse ranking, na terceira posição, destaca-se a Região Norte, que atingiu R$ 3,73 bilhões de faturamento, o qual corresponde a 4,7% do valor bruto nacional, seguida da Região Sul, na quarta posição, com R$ 969,70 milhões de receita, 1,2% do total nacional. E, por fim, vem a Região Centro-Oeste, a qual figura em quinto lugar com o faturamento do setor cafeeiro calculado em R$ 682,64 milhões, cifra que representa menos de 1% do faturamento bruto dos Cafés do Brasil no ano-cafeeiro 2024.

    Convém também destacar nesta divulgação do Observatório do Café que esta análise do faturamento dos Cafés do Brasil, do ano-cafeeiro 2023, tem como base e referência os dados constantes do Valor Bruto da Produção – VBP – Dezembro 2024, estudo que é elaborado e divulgado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária – Mapa, o qual também está disponível na íntegra, assim como todas as demais edições anteriores desse documento, no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, rede integrada de pesquisa coordenada pela Embrapa Café.

    Expandindo esta análise para o Valor Bruto de Produção das dezessete lavouras, que são utilizadas pela SPA/Mapa para a elaboração do presente estudo, constata-se que no ano-agrícola de 2024 o faturamento bruto em nível nacional atingiu o total de R$ 847,10 bilhões. Da mesma forma, se for elaborado um ranking da receita bruta estimada para os cinco principais produtos agrícolas, verifica-se que a soja se destaca na primeira posição com o faturamento bruto de R$ 300,87 bilhões, montante que representa 35,52% do total geral citado anteriormente.

    E, adicionalmente, que, na segunda posição desse ranking destaca-se o faturamento do milho, com R$ 125,81 bilhões (14,85%), seguido do valor da cana-de-açúcar, em terceiro lugar, com R$ 121,45 bilhões, o qual corresponde a 14,33% do total das lavouras. Na quarta posição do ranking vem a receita bruta dos Cafés do Brasil, com os R$ 79,59 bilhões destacados anteriormente, que equivalem a 9,4% desse total. E, por fim, na quinta posição, figura o algodão, cujo faturamento foi calculado em R$ 34,35 bilhões de reais, montante que representa 4% da mesma base comparativa em destaque.

  • Sistema de produção de sorgo granífero é assunto de palestra no Vale do Araguaia

    Sistema de produção de sorgo granífero é assunto de palestra no Vale do Araguaia

    Produtores e técnicos rurais do Vale do Araguaia participaram da capacitação “Sistema de Produção do Sorgo Granífero, dia 14 de janeiro.  O curso foi ministrado pelo pesquisador Flávio Dessaune Tardin, da Embrapa Milho e Sorgo, em parceria com a empresa Agrícola Alvorada. A iniciativa integra a programação da feira agropecuária Dinetec (Dia de Negócios e Tecnologias 2025), que acontece em Canarana-MT de 15 a 17 de janeiro.

    Mais de 60 profissionais do agronegócio, incluindo representantes técnicos de venda, time de geração de demandas e compradores de grãos, participaram da capacitação, que aconteceu de forma presencial e online. A programação inclui uma visita ao local em que está sendo construída uma usina de etanol de milho da Agrícola Alvorada, dia 15. Segundo Tardin, “a empresa Agrícola Alvorada também tem interesse em produzir etanol de sorgo e está fomentando o plantio dessa cultura”.

    Durante a Dinetec 2025, o pesquisador Flávio Tardin estará no estande da Agrícola Alvorada para atender produtores e demais interessados em obter informações técnicas sobre a cultura do sorgo.

  • Embrapa lança circular técnica sobre manejo integrado de pragas e doenças em café conilon e robusta

    Embrapa lança circular técnica sobre manejo integrado de pragas e doenças em café conilon e robusta

    A Embrapa Café, responsável pela coordenação do Consórcio Pesquisa Café, lançou a Circular Técnica nº 9, intitulada “Manejo integrado de pragas e doenças dos café conilon e robusta”. A publicação apresenta um detalhado panorama das principais pragas e doenças que afetam a produção de Coffea canephora no Brasil, além de informações sobre a biologia desses problemas fitossanitários e recomendações para sua gestão integrada.

    Esses desafios representam limitações significativas para a produtividade, afetando tanto pequenos agricultores quanto grandes produtores. Sem o manejo adequado, os prejuízos podem ser elevados. A circular destaca diretrizes para monitoramento e controle, visando reduzir os impactos ambientais e proteger a saúde dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que promove sustentabilidade e rentabilidade na cadeia produtiva.

    O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de C. canephora, com destaque para os estados do Espírito Santo e Rondônia. A produção da espécie, que inclui os grupos conilon e robusta, é responsável por cerca de 30% do total nacional, com a Coffea arabica representando os outros 70%. Os cafés conilon e robusta apresentam diferenças significativas em características como resistência a doenças, tolerância à seca e maturação, exigindo estratégias específicas de manejo.

    A publicação também se baseou em informações do Sistema Agrofit, do Ministério da Agricultura e Pecuária, para orientar o uso de defensivos agrícolas registrados. Além disso, oferece uma síntese prática com diretrizes de monitoramento e manejo, facilitando a aplicação no campo.

    A Circular Técnica nº 9 está disponível gratuitamente no site da Embrapa Café. A seção “Bibliotecas do Café” do Observatório do Café também disponibiliza um acervo temático com publicações científicas e técnicas sobre o setor, unificando conteúdos de instituições como a Embrapa, SBICafé/UFV e Incaper.

    Com essa iniciativa, a Embrapa busca fortalecer o conhecimento técnico dos produtores, promovendo a adoção de boas práticas que garantam qualidade, produtividade e sustentabilidade na cafeicultura nacional.

  • Uso de drones acelera melhoramento genético de plantas de milho em busca de tolerância à seca

    Uso de drones acelera melhoramento genético de plantas de milho em busca de tolerância à seca

    Pesquisadores brasileiros estão aplicando uma metodologia inovadora que acelera a seleção de plantas de milho geneticamente modificadas para resistir à seca e reduzir custos operacionais envolvidos na tarefa. A técnica utiliza drones fornecidos com câmeras RGB para capturar imagens dos experimentos de campo, convertendo-as em índices que avaliam a saúde das plantas. Com essas informações, é possível identificar mais rapidamente os exemplos mais promissores e simular seu desempenho em diferentes condições climáticas, tornando o processo de seleção mais eficiente e preciso.

    O estudo foi conduzido por pesquisadores do Centro de Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC), uma parceria entre a Embrapa e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os resultados foram publicados em 5 de janeiro na revista The Plant Phenome Journal.

    O aumento da frequência e severidade das secas devido às mudanças climáticas torna essencial o desenvolvimento de cultivares mais resilientes. No entanto, os métodos tradicionais de avaliação em campo são demorados e caros, dificultando avanços rápidos. “Nos métodos convencionais, é necessário esperar o ciclo completo da planta e realizar instruções manuais, muitas vezes com equipamentos caros e processos lentos”, explica Juliana Yassitepe, pesquisadora da Embrapa Agricultura Digital e autora do estudo.

    Com uma nova metodologia, a coleta de dados em campo foi significativamente otimizada. “Antes, levaríamos vários dias para medir a produção de grãos, tempo até a variação e altura das plantas. Agora, fazemos isso em poucas horas, com voos de drones e processamento de imagens”, destaca Yassitepe.

    Experimentos no campo

    Durante a estação seca de 2023, dois experimentos foram realizados em Campinas (SP), ao longo de cinco meses. Foram cultivadas 21 variedades de milho, sendo 18 com genes que foram testados para tolerância à seca e 3 sem alterações genéticas, para comparação. As plantas foram submetidas a condições controladas de manejo, com a diferença em uma única variável: específica. “Um grupo recebeu água durante todo o ciclo, enquanto o outro foi entregue à seca”, detalha Yassitepe.

    Os drones realizaram voos semanais no campo experimental, capturando imagens com câmeras RGB (convencionais) e multiespectrais (que capturam espectros não visíveis, como infravermelho). Uma análise revelou que as câmeras RGB, significativamente mais baratas que as multiespectrais, produzem resultados confiáveis, tornando a tecnologia acessível para programas de melhoramento genético em larga escala.

    Redução de custos e maior eficiência

    Além de reduzir os custos operacionais, a metodologia permite a realização de estudos em áreas menores, o que é especialmente útil em projetos com recursos limitados. “Essa questão da área plantada às vezes é um gargalo nos estudos de melhoramento genético de plantas, pois nem sempre o grupo de pesquisa apresenta de muitas sementes viáveis ​​para plantar em áreas muito grandes”, explica Yassitepe. “Com voos mais baixos, é possível obter imagens de alta resolução, permitindo testar mais variedades de milho em uma mesma área”, complementa Helcio Pereira, pesquisador de pós-doutorado no GCCRC e coautor do estudo.

    Essa abordagem também permite acompanhar o desenvolvimento das plantas ao longo de todo o ciclo de crescimento. “A análise temporal contínua foi essencial para entender como as plantas respondem ao estresse hídrico”, explica Pereira.

    Os dados detalhados encontrados pelos drones foram usados ​​para desenvolver modelos preditivos que ajudem a selecionar variedades de milho adaptadas a diferentes condições ambientais. “Com esses modelos, podemos prever o comportamento das variedades de plantas sem a necessidade de complexidade manual frequente, tornando o processo mais rápido e acessível”, afirma Pereira.

  • Cartilha da Embrapa orienta sobre cultivo sustentável de hortaliças

    Cartilha da Embrapa orienta sobre cultivo sustentável de hortaliças

    A Embrapa Amazônia Oriental lançou a cartilha Hortas – Recomendações para o Plantio de Hortaliças no Estado do Pará, um guia prático e gratuito voltado ao produtor rural e aos interessados em iniciar o cultivo de hortas. Com 55 páginas repletas de gráficos, tabelas e ilustrações, a publicação apresenta técnicas sustentáveis de cultivo, como a escolha de material vegetal de qualidade, manejo ecológico do solo e irrigação, e priorização de áreas apropriadas para plantio.

    As autoras, as engenheiras-agrônomas Mazillene Borges de Souza e Vitória Cunha Martins, destacam que o cultivo de hortaliças, essencial para a dieta humana, é especialmente relevante para a agricultura familiar, responsável por quase 100% da produção no Brasil. Dados apresentados na cartilha apontam que as hortaliças, como tomate, cebola e alface, movimentam bilhões de reais ao ano, representando mais de 50% da produção nacional.

    “O produtor que tem uma horta pode obter várias safras por ano, dependendo da espécie que cultiva”, ressalta Mazillene, destacando a importância econômica e social dessa prática.

    Compromisso com a sustentabilidade e a Agenda 2030

    A publicação se alinha ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 2 da ONU, que busca erradicar a fome, alcançar segurança alimentar e promover a agricultura sustentável. Para Walkymário de Paulo Lemos, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, a cartilha reforça o compromisso da instituição com a Agenda 2030 e a disseminação de práticas sustentáveis.

    O lançamento ocorre em um contexto de preparação para a COP 30, que será sediada em Belém em novembro de 2025, reforçando a relevância do estado do Pará no cenário global de discussões climáticas e sustentabilidade.

    Técnicas práticas e acessíveis para diferentes perfis de produtores

    Com linguagem simples e objetiva, o material é dividido em tópicos que abrangem desde a escolha do local de plantio e preparo do terreno até o manejo ecológico do solo e controle fitossanitário. Além disso, aborda diferenças entre hortas familiares e comerciais, trazendo informações sobre ferramentas, tratos culturais e até mesmo técnicas de compostagem caseira e produção de adubo orgânico.

    Segundo Vitória Martins, um dos pontos centrais da cartilha é a orientação sobre o controle de pragas e doenças, que é fundamental para a qualidade das hortaliças. “Por serem vendidas em grande parte in natura, é importante garantir padrões de qualidade que vão além da aparência, como a ausência de resíduos de agrotóxicos ou de organismos indesejáveis”, explica.

    Benefícios para o produtor e para a comunidade

    A cartilha ressalta que o cultivo de hortaliças é uma atividade acessível e altamente produtiva, proporcionando retorno financeiro rápido e variadas possibilidades de comercialização, seja in natura, processada ou em forma de temperos. A prática não apenas garante alimentos frescos e nutritivos, mas também gera empregos e complementa a renda familiar.

    Com recomendações específicas para o estado do Pará, a publicação da Embrapa Amazônia Oriental oferece um valioso instrumento para o desenvolvimento sustentável da agricultura local, reforçando seu papel na promoção da segurança alimentar e no fortalecimento da economia rural.

    A cartilha está disponível gratuitamente no site da Embrapa Amazônia Oriental.

  • Sanção da Lei de Bioinsumos é importante estímulo para pesquisas na área

    Sanção da Lei de Bioinsumos é importante estímulo para pesquisas na área

    A Lei nº 15.070, que dispõe sobre os procedimentos para produção de bioinsumos para uso agrícola, pecuário, aquicola e florestal, foi sancionada no último dia 24 de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um marco regulatório inédito e importante no País, posicionando o Brasil entre as lideranças na produção e uso de bioinsumos.

    A contribuição da ciência foi fundamental para a construção do Projeto de Lei 658/21 que deu origem à orientação. A Embrapa Agroenergia, como centro de pesquisa de referência na área, está entre as instituições que se desenvolvem tecnicamente com o PL. A Unidade tem, atualmente, cerca de 40% de sua carteira de projetos focados no desenvolvimento de bioinsumos, dentro do portfólio de “Economia Verde” da Embrapa.

    “Realizamos pesquisas que abrangem desde o isolamento, a caracterização e seleção de microrganismos até o desenvolvimento de biofertilizantes, bioestimulantes e biopesticidas que melhoram a produtividade agrícola, a saúde das plantas e do solo. Além do uso de microrganismos, também desenvolvemos bioinsumos à base de extratos vegetais e de algas, que também são importantes para reduzir o uso de insumos sintéticos e seu impacto ambiental”, explica Bruno Laviola, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia. Para o pesquisador, a sanção desta Lei vislumbra um estímulo ainda maior à pesquisa e ao desenvolvimento de bioinsumos, contando, agora, com um marco regulatório que garante a segurança jurídica e incentiva a inovação, ampliando as possibilidades de transferência de tecnologias ao setor produtivo.

    Além do desenvolvimento de novos produtos biológicos, nas pesquisas da Embrapa Agroenergia, os bioprocessos foram otimizados para incorporar resíduos agroindustriais como matéria-prima, promovendo maior circularidade nos sistemas produtivos. Essa abordagem está em consonância com o conceito de biorrefinarias, que visa maximizar o aproveitamento dos recursos, minimizando resíduos e aumentando a eficiência de produção em toda a cadeia de valor agrícola. “Dessa forma, a adoção e o desenvolvimento de bioinsumos não só impulsionam a sustentabilidade, mas também fomentam a inovação em diversos setores, como o da bioenergia”, destaca Bruno.

    Entendimento do tema

    Os bioinsumos são produtos ou processos agroindustriais desenvolvidos a partir de enzimas, extratos (de plantas ou de microrganismos), microrganismos, macrorganismos (invertebrados) e outros componentes utilizados para o controle biológico de insetos, bactérias e fungos, por exemplo. São tecnologias renováveis, não poluentes e que favorecem a regeneração da biodiversidade no meio ambiente, principalmente do solo.

    A nova Lei dispõe sobre a produção, a importação, a exportação, o registro, a comercialização, o uso, a inspeção, a fiscalização, a pesquisa, a experimentação, a embalagem, a rotulagem, a propaganda, o transporte, o armazenamento, como taxas, a prestação de serviços, a destinação de resíduos e embalagens e os incentivos à produção de bioinsumos para uso agrícola, pecuário, aquicola e florestal. E se aplica a todos os sistemas de cultivo, incluindo o convencional, o orgânico e o de base agroecológica, como também a todos os bioinsumos utilizados na atividade agropecuária.

    Uma regulamentação que segue na linha de promoção de uma economia mais verde no Brasil e no mundo. O que também vai ao encontro do que se busca quando se fala em transição energética. Nesse contexto, a regulamentação dos procedimentos de produção de bioinsumos impacta diretamente nas pesquisas com biocombustíveis, fora da frente de atuação da Embrapa Agroenergia.

    Laviola lembra que, em outubro passado, foi sancionada a Lei nº 14.993, conhecida como Lei do Combustível do Futuro, que institui programas nacionais voltados para a promoção de combustíveis sustentáveis, como o diesel verde, o biometano, o combustível sustentável de aviação (SAF) , além do biodiesel e etanol. A sinergia entre a Lei dos Bioinsumos e a Lei do Combustível do Futuro é um exemplo claro de como a regulamentação pode potencializar setores complementares.

    “A sinergia entre essas duas leis é evidente. Aos regulamentos e ao incentivo ao uso de bioinsumos, a agricultura brasileira torna-se mais sustentável e menos emissora de gases de efeito estufa. Culturas gerenciadas com bioinsumos tendem a apresentar menor pegada de carbono, fornecendo materiais-primas mais limpos para a produção de biocombustíveis. Consequentemente, os biocombustíveis produzidos a partir dessas matérias-primas possuem menor intensidade de carbono, alinhando-se aos objetivos da Lei do Combustível do Futuro de promover uma matriz energética mais limpa e sustentável”, explica Laviola.

    “Na Embrapa Agroenergia, trabalhamos intensivamente para integrar essas frentes de pesquisa, promovendo soluções tecnológicas que atendam às demandas da transição energética e da bioeconomia”, conclui.

  • Capacitação sobre recuperação de pastagens no cerrado promove sustentabilidade no campo

    Capacitação sobre recuperação de pastagens no cerrado promove sustentabilidade no campo

    A nova capacitação on-line “Recuperação e Renovação de Pastagens Degradadas no Cerrado”, oferecida gratuitamente pela Embrapa Cerrados (DF) por meio da plataforma e-Campo, surge como uma oportunidade estratégica para impulsionar a sustentabilidade na região do Cerrado. Voltada para produtores rurais, técnicos extensionistas, consultores, gestores públicos, professores e estudantes, a iniciativa aborda soluções práticas e sustentáveis para reverter os impactos da degradação do solo nos pastos, um desafio significativo para a agropecuária no bioma.

    Com uma carga horária de 50 horas, o curso é coordenado pelo pesquisador Luiz Adriano Cordeiro e conta com a participação de especialistas renomados, como Giovana Maciel, Gustavo Braga, Lourival Vilela e outros pesquisadores da Embrapa Cerrados. A capacitação foi estruturada em dois módulos que oferecem um conteúdo abrangente, indo desde diagnósticos básicos da degradação até estratégias avançadas de manejo e renovação de pastagens.

    No módulo básico, os participantes aprendem sobre as causas e estágios da degradação, gramíneas forrageiras adaptadas ao Cerrado, manejo do pastejo, estratégias de recuperação, uso do aplicativo Pasto Certo, além de técnicas de correção do solo e adubação. Já no módulo avançado, o foco está em análises econômicas das estratégias aplicadas, sistemas de Integração Lavoura-Pecuária, manejo de plantas daninhas e insetos-pragas, certificação de pecuária de baixa emissão de carbono e práticas para melhorar a qualidade do solo.

    A relevância da capacitação está na busca por soluções integradas que permitam não apenas recuperar áreas degradadas, mas também potencializar a produtividade de forma sustentável. O Cerrado, reconhecido como um dos biomas mais ricos e importantes para a agropecuária brasileira, enfrenta desafios crescentes com a degradação de pastagens, que comprometem a rentabilidade das propriedades e o equilíbrio ambiental.

    Além das aulas, os inscritos têm acesso a materiais complementares, como o folder “Estratégias de Recuperação e Renovação de Pastagens Degradadas no Cerrado”, disponível para download. Outro diferencial do curso é sua flexibilidade: autoinstrucional, pode ser realizado a qualquer momento, permitindo que os alunos conciliem os estudos com suas atividades diárias.

    Ao concluir as atividades obrigatórias e atingir a nota mínima de 70%, o participante recebe um certificado de conclusão emitido pela Embrapa. O documento é uma comprovação não apenas do aprendizado adquirido, mas também do compromisso em adotar práticas sustentáveis que transformem o cenário do Cerrado.

    Com o crescimento da agropecuária brasileira e a necessidade de equilíbrio entre produção e preservação ambiental, iniciativas como esta se tornam essenciais para capacitar agentes do campo e garantir que o Cerrado continue sendo um celeiro de riqueza agrícola, mas com práticas que respeitem e valorizem seus recursos naturais.

  • Concurso inédito vai escolher as melhores geleias artesanais e tradicionais do Brasil

    Concurso inédito vai escolher as melhores geleias artesanais e tradicionais do Brasil

    Já estão abertas as inscrições para o  Prêmio CNA Brasil Artesanal 2025 Geleias. Fruto de uma parceria entre  Embrapa Agroindústria de Alimentos,  Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital/SAA-SP) e Sebrae, o concurso é destinado a quem produz nacionalmente até 50 toneladas de geleia por ano.

    Serão dez premiados nas categorias geleias simples e geleias mistas, que receberão valores entre R$ 4 mil e R$ 12 mil. Os três primeiros colocados em cada categoria ainda receberão selo de participação (ouro, prata e bronze, conforme a classificação). Pelo regulamento, são consideradas simples as geleias produzidas apenas com uma fruta ou hortaliça, enquanto são consideradas mistas as geleias que contêm diferentes frutas, hortaliças, especiarias e condimentos.

    Na 1ª etapa da seleção, as amostras inscritas serão submetidas a um processo de avaliação por um Júri Técnico, formado por especialistas reconhecidos nacionalmente, com experiência na avaliação técnica de qualidade de geleia. Desse júri, três são as pesquisadoras Renata Torrezan, Virgínia Martins da Matta e Daniela de Grandi Freitas Sá, da Embrapa Agroindústria de Alimentos.

    Os critérios avaliados serão: cor, aroma, sabor, consistência e conjunto.  Dez produtos serão selecionados nessa primeira etapa e submetidos em seguida a um Júri Popular, composto por pessoas anônimas.

    A pontuação de cada produto será composta por 40% da avaliação do júri técnico, que definirá os cincos melhores de cada categoria, 50% da avaliação do júri popular, a partir da degustação dos dez classificados, e 10% da história do produto.

    A origem da matéria-prima pode garantir mais 10% de pontuação extra aos participantes. Isso porque os(as) produtores(as) de geleias que cultivem matérias primas essencial para fabricação de seus produtos, receberão um bônus de 10% sobre a sua pontuação final.

    O Prêmio CNA Brasil Artesanal é realizado desde 2019. Já foram realizados concursos para produtores de chocolates, queijos, salames, cachaças, charcutaria, azeites e vinhos, cafés especiais, mel e cerveja.

  • O calor e a seca, associados à volta das chuvas, e seus efeitos na ocorrência de lagartas em pastagens

    O calor e a seca, associados à volta das chuvas, e seus efeitos na ocorrência de lagartas em pastagens

    A seca prolongada e o calor excessivo que predominaram em grande parte do país até outubro deste ano têm provocado, após o início do período chuvoso, mudanças na ocorrência de insetos-pragas que infestam nossas pastagens, uma delas são os ataques de lagartas.

    Essas condições, além da adubação nitrogenada normalmente feita pelos produtores nesta época, provocam a explosão populacional de uma praga importante em pastagens: as lagartas desfolhadoras.

    São muitos os relatos de casos de ataque, com altas infestações de lagartas em pastagens. Não bastasse a diminuição da precipitação, que castigou nossos capins há alguns meses, a ocorrência de chuvas esporádicas, após um período quente e seco, favorece o ataque de lagartas que, em poucos dias, podem acabar totalmente com o pasto.

    As espécies de lagartas mais comuns em pastagens são a curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes) e a lagarta-militar (Spodoptera frugiperda) (Lepidoptera: Noctuidae). Contudo, a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus) (Lepidoptera: Pyralidae) e a Helicoverpa (Helicoverpa sp.) (Lepidoptera: Noctuidae) também podem estar presentes.

    As lagartas têm hábito alimentar mastigador, sendo a curuquerê uma das mais comuns. Ela começa seu ataque com raspagem na face inferior das folhas jovens, em seguida corta as bordas, deixando as nervuras intactas. Tem comportamento tipo “mede-palmo” e não apresenta canibalismo, podendo ser encontradas mais de uma lagarta juntas.

    Outra bastante comum em pastagens é a lagarta militar. Apesar de iniciar também raspando as folhas, esta, à medida que se desenvolve, corta a partir do centro, deixando buracos nas folhas. A principal característica que a difere das outras lagartas é a presença de um Y invertido na cabeça. Em altas infestações possui comportamento de canibalismo, sendo raramente vistas juntas.

    É possível ainda encontrar em pastagens a lagarta elasmo e a helicoverpa. A primeira é conhecida por sua perfuração no colmo, o que causa o sintoma de “coração-morto”. Já a helicoverpa ataca as pastagens em frutificação, podendo se tornar um problema em área de produção de sementes, exigindo cuidado caso seja detectada.

    O controle de lagartas em pastagens requer vistorias frequentes, sendo necessária maior atenção em áreas recém-formadas, recém-cortadas e após aplicação de fertilizantes nitrogenados, em clima quente e com chuvas espaçadas.

    Um dos aspectos mais importantes a se observar é que as medidas de controle devem ser tomadas em focos iniciais, até o 3º instar de desenvolvimentos das lagartas. Uma lagarta grande, já em fase final de desenvolvimento, chega a comer 80% do que comeria em toda sua vida.

    Assim, para o controle ser mais eficiente, seja ele biológico ou químico, o limite para sua realização é quando o dano perceptível ainda é a raspagem das folhas, ou seja, quando as lagartas estão bem pequenas, sendo difícil até de encontrá-las sem uma observação criteriosa da planta.

    Para não perder o momento correto de controle, o acompanhamento da área poderá ser feito monitorando as mariposas. É possível fazer isso visitando a área costumeiramente, para visualizar as mariposas voando sobre as folhas, ou utilizando armadilhas luminosas ou de feromônios, que atraem e aprisionam as mariposas.

    Uma vez identificada a presença na área, será possível se preparar para aquisição do produto escolhido para controle e efetuar a pulverização em lagartas ainda bem jovens, tendo um intervalo para essa preparação de dois a três semanas após a captura de adultos.

    Para o controle pode-se fazer uso de inseticida microbiano à base de Bacillus thuringiensis, que possui diversas marcas comerciais disponíveis, ou de inseticidas químicos. No caso destes últimos, existem apenas dois produtos registrados para controle de lagartas em pastagens, sendo estes a base de lambda-cialotrina e bifentrina + zeta-cipermetrina. Ainda sobre os químicos, deve-se atentar para a necessidade de retirada do gado da área pelo período recomendado pelo fabricante.

    O manejo de lagartas em pastagens não é novidade, mas muitas vezes não é eficiente devido à perda do momento ideal de controle, o que faz do monitoramento a principal ferramenta para evitar prejuízos decorrentes.

    Este artigo foi escrito pela entomologista Fabrícia Zimermann Vilela Torres, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte.

  • Pesquisa avalia o Lithothamnium como tecnologia para correção da acidez do solo e nutrição da cultura do milho

    Pesquisa avalia o Lithothamnium como tecnologia para correção da acidez do solo e nutrição da cultura do milho

    Estudos da Embrapa Cocais vem pesquisando os Granulados Bioclásticos Marinhos (GBM), conhecidos como lithothamnium, cujas maiores reservas do mundo estão no Maranhão, como corretivo da acidez do solo e fonte de nutrientes para as plantas, como alternativa aos calcários, que são os corretivos agrícolas mais empregados no Brasil para neutralização da acidez dos solos.

    O objetivo é avaliar a viabilidade agronômica do lithothamnium na correção da acidez do solo e como fonte de nutrientes para cultura do milho cultivada em latossolos. Espera-se que, com os estudos, dúvidas sobre a dose mais adequada para garantir a neutralização da acidez do solo e maior produtividade da cultura do milho seja identificada e, assim, poder oferecer ao setor agrícola um insumo de disponibilidade nacional e com eficiência comprovada.

    Segundo explica a pesquisadora Ivana Machado Fonseca, da Embrapa Cocais, líder do projeto de pesquisa, além de corrigir a acidez do solo, o lithothamnium possui em sua composição química mais de 20 elementos o que, constatando sua capacidade em fornecer nutrientes para as plantas, poderá reduzir a demanda das culturas agrícolas por fertilizantes convencionais.

    “Acredita-se que o poder corretivo do lithothamnium pode ser superior, por apresentar uma atividade muito intensa no solo devido à elevada superfície específica que é decorrente da porosidade do corpo da alga, o que, teoricamente, pode permitir maior reatividade com o solo e um efeito mais rápido na mudança do pH do solo quando comparado ao calcário. A pesquisa tem avaliado o potencial do lithothamnium na correção da acidez do solo e também seus efeitos na nutrição vegetal, uma vez que os materiais corretivos impactam a fertilidade do solo, na disponibilidade dos nutrientes e, consequentemente, na absorção e translocação de nutrientes nas plantas”, adianta.

    Nesta primeira etapa, os testes estão sendo realizados em latossolos e suas variações (textura arenosa e textura argilosa), conhecidos pela baixa fertilidade natural, em ambiente controlado da Unidade de Execução de Pesquisa – UEP/Balsas-MA em parceria com a inciativa privada.

    A partir da comprovação do produto como corretivo de acidez do solo, alterando significativamente os valores de pH do solo, o fornecimento de cálcio, magnésio e outros nutrientes para as plantas, bem como na produtividade de biomassa da cultura do milho, a Embrapa seguirá com a etapa de validação dessa tecnologia em ambientes de produção relevantes.

    Além da viabilidade agronômica, é preciso também realizar a viabilidade econômica do produto, juntamente com a empresa parceira, para que se obtenha o devido sucesso mercadológico do lithothamnium para a agricultura.

    Saiba mais

    O lithothamnium é uma alga marinha, conhecida como alga vermelha, que acumula carbonato de cálcio em seu interior. Vive até aproximadamente 15 anos e é encontrada em águas profundas (até 200 metros de profundidade). É comercializado no Brasil e no exterior para uso na agricultura como fertilizante 100% natural, condicionador de solo, ativador microbiológico e bioestimulante de plantas.

    Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), os Granulados Bioclásticos Marinhos (GBM) são areias e cascalhos inconsolidados, constituídos por fragmentos de algas coralíneas (algas vermelhas), artículos de Halimeda (algas verdes), moluscos, briozoários, foraminíferos bentônicos e quartzo. Os depósitos mais importantes do ponto de vista econômico são os que formam acumulações em que predominam as algas coralíneas não articuladas ou incrustantes, sob a forma de nódulos esféricos, discoides ou elipsoides (rodolitos) ou como fragmentos ramificados do gênero Lithothamnium (mäerl).