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  • Nova cultivar de uva branca sem sementes reduz em 50% o custo de mão de obra do cultivo no Semiárido

    Nova cultivar de uva branca sem sementes reduz em 50% o custo de mão de obra do cultivo no Semiárido

    A Embrapa lança no mercado a BRS 54 Lumiar, uma nova cultivar de uva branca sem semente, capaz de reduzir em 50% os custos com mão de obra no manejo do cacho, que representa em torno de 40% do custo total da mão de obra, no Semiárido brasileiro. A inovação busca resolver os principais gargalos da produção de uvas de mesa, que são: a alta demanda de mão de obra para realizar o manejo de cachos e as poucas opções de cultivares brancas sem sementes. Com isso, oferece potencial para impulsionar o segmento no País. Além da economia no campo, a Lumiar se destaca pelo conjunto de qualidades sensoriais: bagas grandes e elípticas, textura crocante e macia, alto teor de açúcares, ausência de adstringência na película e acidez equilibrada ao final da maturação. Mais informações técnicas estão disponíveis na publicação.

    A nova cultivar é mais um resultado do portfólio de uvas de mesa sem sementes do programa de melhoramento genético “Uvas do Brasil” coordenado pela Embrapa, para cultivo na região do Vale do Submédio São Francisco (VSF). Segundo João Dimas Garcia Maia, um dos pesquisadores da Embrapa responsável pelo desenvolvimento da nova cultivar, a BRS 54 Lumiar atende a uma demanda histórica do semiárido por uma cultivar branca sem sementes.  Ele destaca que a operação de raleio, para descompactar os cachos (técnica de retirar frutos em excesso), melhora o aspecto visual e a qualidade.

    No geral, as cultivares estrangeiras de uvas sem sementes demandam, no mínimo, 50% a mais de mão de obra para a realização dessa prática. Além disso, geram outros custos para os produtores, que precisam arcar com royalties a cada quilo de fruta vendida. No caso das cultivares nacionais desenvolvidas pela Embrapa, é necessário pagar apenas pelas mudas, sem a cobrança dessas taxas.

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    Foto: João Dimas Garcia Maia

    Para o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho (RS), Adeliano Cargnin, essa é uma entrega de grande impacto e relevância para o Vale do São Francisco, por ser uma uva brasileira branca sem sementes de oferta pública. “A BRS 54 Lumiar atende e pode ser adotada por todos os produtores, desde os familiares, assentados até os grandes. A redução da mão de obra no manejo dos cachos vai impactar a redução do custo de produção e, consequentemente, aumentar o lucro do produtor com grandes possibilidades de baratear o preço desse alimento”, destaca ele, pontuando que a BRS 54 Lumiar representa uma entrega de valor da Empresa para o setor produtivo.

    Diferenciais da nova cultivar

    De acordo com Dimas, além de atender às exigências do mercado consumidor, que está cada vez mais exigente na escolha das frutas, uma nova cultivar de uva de mesa deve apresentar outras características determinantes. Entre as principais, destacam-se produtividade, tolerância ou resistência a doenças, presença de novos sabores e redução da necessidade de mão de obra para o manejo dos cachos.

    Desconsiderando a pós-colheita, em geral, o custo da mão de obra na produção de uvas de mesa para as cultivares tradicionais corresponde a cerca de 35% do custo total. “Nesse cálculo, consideramos etapas como poda, raleio de cachos, aplicação de defensivos e colheita”, afirmam os pesquisadores José Fernando Protas e Joelsio Lazzarotto, da área de socioeconomia da Embrapa.

    Para o produtor e consultor Newton Matsumoto, referência na viticultura do Vale do São Francisco e um dos 12 validadores da BRS 54 Lumiar no Semiárido, “além da economia com royalties e do custo de produção mais baixo, a cultivar entrega produtividade, sabor e aparência. É uma uva com grande potencial de mercado, que deve agradar tanto produtores quanto consumidores”, avalia.

    A BRS Lumiar também foi avaliada em outras regiões produtivas, como a Serra Gaúcha, sua recomendação de cultivo até o momento é para o submédio do São Francisco, como explica Dimas.

    Mudas da BRS 54 Lumiar

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    O produtor e consultor Newton Matsumoto é referência na viticultura do Vale do São Francisco (Foto: Divulgação)

    O viveiro Petromudas, em Petrolina (PE), já está realizando a reserva de mudas para plantio ainda em 2025 para os viticultores da região do Vale do São Francisco.

    Cabe destacar que a Embrapa disponibiliza mudas das cultivares BRS exclusivamente a partir de viveiristas licenciados. A listagem dos viveiristas licenciados pode ser consultada aqui.

    Para outros viveiristas, interessados em adquirir o material básico dessa cultivar, a reserva poderá ser realizada junto à Estação Experimental de Canoinhas, em Santa Catarina, por edital de oferta pública

    O atendimento aos pedidos de reserva dos viveiristas segue critérios definidos no edital e a entrega do material ocorre entre os meses de julho e setembro, até o limite disponível no matrizeiro da Embrapa.

    A oferta do material básico é contínua e os viveiristas poderão fazer a reserva do material ao longo dos anos.

    Origem do nome

    O nome da nova cultivar é inspirado no luar do Sertão. A BRS 54 Lumiar carrega no nome e na cor a poesia do Nordeste brasileiro. Suas bagas, de um amarelo claro com suaves tons esverdeados, lembram o brilho da lua cheia que há tempos ilumina e embala canções e corações na imensidão nordestina.

    É uma uva de mesa que encanta pelo visual delicado, mas conquista mesmo por seu sabor especial: equilibrado, refrescante e marcante. Desenvolvida especialmente para as condições do Nordeste brasileiro, a BRS 54 Lumiar oferece um novo sabor para a Região.

    “Uvas do Brasil” no semiárido nordestino

    Desde o final da década de 1970, a Embrapa coordena o programa de melhoramento genético “Uvas do Brasil”, que desenvolve cultivares de uva para vinho, suco e mesa. O polo vitícola do Vale do Submédio São Francisco (VSF) está localizado na região semiárida do Nordeste brasileiro, o maior polo nacional de produção e exportação de uvas de mesa do Brasil. Segundo dados do Hortifruti Cepea, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), são cerca de 16 mil hectares dedicados ao cultivo de uvas finas e sem sementes. Em função do clima e do uso da irrigação, as uvas são produzidas ao longo de todo o ano com a utilização de irrigação, permitindo dois ciclos vegetativos e duas podas, com a colheita de uma ou mais safras por ano na mesma área.

    O programa concentra a sua atuação no desenvolvimento de cultivares adaptadas às condições brasileiras, sem as restrições técnicas apresentadas pelas cultivares importadas, além de serem mais rentáveis por terem a cobrança de royalties atrelada às mudas e não à produção, como ocorre com as importadas.

    Nesse panorama, segundo estimativas da Embrapa, destaca-se o protagonismo da cultivar BRS Vitória, uva preta sem sementes, que atualmente é cultivada em aproximadamente 4 mil hectares no Vale do São Francisco. Essa cultivar apresenta grande demanda no mercado, tanto nacional como internacional, por ser uma uva sem sementes com um leve sabor de framboesa.

    Também se destacam, na região, outras cultivares desenvolvidas pela Embrapa, como a BRS Isis (foto à direita), uva vermelha sem sementes cultivada em 300 hectares; a  BRS Núbia, uva preta com sementes que encanta pelo grande tamanho da baga, também com cerca de 300 hectares de cultivo; e a BRS Melodia, uva vermelha sem sementes, de sabor  marcante de frutas vermelhas,  cultivada em 150 hectares.

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    Foto: Viviane Zanella

    Sobre o desenvolvimento da cultivar

    A BRS 54 Lumiar foi desenvolvida a partir de um cruzamento realizado, em 2010, na Estação Experimental de Viticultura Tropical da Embrapa Uva e Vinho, localizada em Jales (SP). Em 2019, foram implantadas as primeiras unidades de validação no Vale do São Francisco, envolvendo 12 empresas e abrangendo os municípios de Petrolina (PE) e Juazeiro, Curaçá e Casa Nova (BA).

    A ‘BRS 54 Lumiar’ apresenta vigor inferior ao de outras cultivares desenvolvidas pelo programa “Uvas do Brasil”, tais como as BRS Vitória, BRS Núbia e BRS Isis. Dessa forma, a recomendação é de realização de podas mais longas do que as praticadas para as cultivares BRS Vitória e BRS Isis. É recomendável também trabalhar com produtividades de 20 a 22 toneladas por hectare por safra (cerca de 50 toneladas por hectare/ano), contribuindo assim para a estabilidade de produção no decorrer dos ciclos e obtenção de cachos com melhor padrão comercial.

    Esse trabalho foi custeado pelo projeto Desenvolvimento de novas cultivares para a competitividade e sustentabilidade da vitivinicultura brasileira, desenvolvido em parceria entre a Embrapa e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

    As avaliações de compostos funcionais foram realizadas no âmbito do contrato de cooperação técnica entre o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Embrapa Uva e Vinho.

  • Brasil desenvolve cultivares de algodão com fibra longa e resistência a doenças

    Brasil desenvolve cultivares de algodão com fibra longa e resistência a doenças

    Duas novas cultivares de algodão com tecnologias genéticas avançadas acabam de ser disponibilizadas aos produtores brasileiros. Desenvolvidas pela Embrapa, em parceria com a IST Brasil – Lyntera, as variedades BRS 700FL B3RF e BRS 800 B3RF prometem atender demandas distintas do mercado: uma com fibra de alta qualidade voltada ao segmento de roupas premium e outra com forte resistência a doenças que desafiam a sustentabilidade da cotonicultura no País.

    A primeira, BRS 700FL B3RF, é indicada para quem busca agregar valor com uma fibra longa a extralonga, de espessura fina e resistência elevada. Seu desempenho se aproxima do algodão importado dos tipos egípcio e pima, tradicionalmente utilizados para a produção de tecidos finos e de alto valor agregado. Já a BRS 800 B3RF tem foco em sanidade e produtividade, sendo indicada para regiões onde a presença de doenças como a ramulária e pragas como o nematoide de galhas comprometem a viabilidade do cultivo.

    Ambas as cultivares são transgênicas e possuem a tecnologia Bollgard 3 RRFlex, que protege contra as principais lagartas do algodoeiro e permite o uso de herbicida glifosato. Segundo os pesquisadores responsáveis, essas características reduzem o número de aplicações de defensivos e os custos operacionais, além de contribuir para práticas mais sustentáveis.

    Fibra de excelência para mercados exigentes

    A cultivar BRS 700FL B3RF foi desenvolvida com foco na qualidade da fibra, alcançando comprimento médio de 33,5 milímetros e chegando a ultrapassar os 34 milímetros em mais da metade dos locais onde foi testada. O pesquisador Camilo Morello, coordenador do Programa de Melhoramento Genético do Algodoeiro na Embrapa Algodão (PB), afirma que esse desempenho é inédito no País. “Essa cultivar visa suprir uma demanda por fibras de alta qualidade, com maior valor agregado, já que o Brasil importa fibras de classificação extralonga, de algodoeiros dos tipos egípcio ou pima. Com a BRS 700FL B3RF, chegamos a uma qualidade de fibra bastante próxima, porém em algodoeiro herbáceo (Upland), preservando produtividade e sanidade”, declara Morello.

    Além do comprimento, a fibra apresenta resistência de 32,8 gf/tex e micronaire de 3,7, o que garante boas condições para fiação e acabamento. A produtividade média da cultivar é de 4.524 quilos por hectare, com rendimento de fibra de 38%, porte alto e ciclo longo. Esses números representam um avanço em relação à primeira cultivar transgênica de fibra longa lançada pela Embrapa, a BRS 433FL B2RF, cuja fibra alcançava em torno de 32,5 milímetros.

    A BRS 700FL B3RF é recomendada para cultivos nos biomas Cerrado e Caatinga, com destaque para os estados da Bahia, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Paraíba e Ceará.

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    Foto: Nelson Suassuna

    Redução de perdas e economia com defensivos

    A outra cultivar lançada, a BRS 800 B3RF, se destaca pela resistência a múltiplas doenças, incluindo a mancha de ramulária, a doença azul e a bacteriose (mancha angular). Além disso, apresenta resistência ao nematoide de galhas (Meloidogyne incognita), uma das pragas mais problemáticas do algodão, capaz de inviabilizar lavouras inteiras.

    De acordo com o pesquisador da Embrapa Nelson Suassuna, a ramulária é a doença que exige o maior número de aplicações de fungicidas no Brasil, até oito durante o ciclo em variedades suscetíveis.

    Ele conta que outro importante problema dos sistemas de produção com o algodoeiro é o nematoide de galhas, que causa drástica redução na produção das lavouras, muitas vezes inviabilizando a produção. “A nova cultivar oferece ao produtor uma forma de reduzir esses custos e ainda manter a produção em áreas afetadas, como no Mato Grosso e na Bahia, onde o nematoide está presente em cerca de 25% e 37% das áreas, respectivamente”, destaca Suassuna.

    Com ciclo precoce, a BRS 800 B3RF é ideal para a segunda safra – prática comum no Mato Grosso – e para cultivos tardios sob pivô, como ocorre na Bahia. A produtividade média alcança 5 mil quilos por hectare, com rendimento de fibra de 42% e comprimento de 29,5 milímetros.

    A cultivar é indicada para cultivos em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rondônia, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

    Tecnologia genética e adaptação regional

    Ambas as cultivares utilizam a tecnologia Bollgard 3 RRFlex, da Bayer, amplamente adotada por oferecer proteção contra as principais lagartas do algodão, como a Heliothis e a Spodoptera. Essa tecnologia transgênica também confere tolerância ao herbicida glifosato, facilitando o manejo de plantas daninhas.

    Outro ponto forte é a adaptação regional das cultivares. A BRS 700FL B3RF, com ciclo mais longo e exigência alta de regulador de crescimento, é indicada para áreas de maior controle técnico e ambiental. Já a BRS 800 B3RF, de ciclo curto e menor exigência de manejo, se adapta bem às áreas de segunda safra, ampliando as opções para os produtores em diferentes estados e climas.

    Mercado de algodão em transformação

    A disponibilização dessas cultivares ocorre em um momento estratégico. O Brasil é um dos maiores exportadores de algodão do mundo, mas ainda importa fibras especiais para atender indústrias têxteis voltadas ao segmento de luxo. Com a BRS 700FL B3RF, há a expectativa de que parte dessa demanda possa ser suprida internamente, agregando valor ao produto nacional e reduzindo a dependência de importações.

    Ao mesmo tempo, a BRS 800 B3RF representa um reforço importante para a sustentabilidade da cadeia produtiva, especialmente em regiões onde doenças e pragas vinham comprometendo a rentabilidade das lavouras. As novas cultivares estarão disponíveis aos produtores por meio da IST Brasil – Lyntera, empresa licenciada para a multiplicação e comercialização das sementes.

    Conheça os novos algodões

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    Foto: Camilo Morello

    A cultivar de algodão BRS 700FL B3RF *
    Ciclo: tardio

    Exigência regulador: alta

    Exigência em fertilidade: média-alta

    Aderência da fibra: média-forte

    Rendimento de fibra (%): 38

    Peso do capulho (g): 5,7

    Micronaire: 3,7

    Comprimento da fibra (UHML – mm): 33,5

    Resistência da fibra (gf/tex): 32,8

    Índice de fibras curtas (%): 5,1

    Produtividade média: 4.524 kg/ha

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    Foto: Camilo Morello

    A cultivar de algodão BRS 800 B3RF *:
    Ciclo: precoce

    Exigência regulador: média-baixa

    Exigência em fertilidade: média-alta

    Aderência da fibra: forte

    Rendimento de fibra (%): 42

    Peso do capulho (g): 5,5

    Micronaire: 4,7

    Comprimento da fibra (UHML – mm): 29,5

    Resistência da fibra (gf/tex): 29,0

    Produtividade média: 5.005 Kg/ha

  • Embalagem inteligente muda de cor para avisar que o peixe estragou

    Embalagem inteligente muda de cor para avisar que o peixe estragou

    Uma nova tecnologia desenvolvida por cientistas brasileiros promete revolucionar a forma como identificamos alimentos impróprios para consumo: uma embalagem que muda de cor conforme o alimento se deteriora. O sistema, que utiliza pigmentos naturais extraídos do repolho roxo, foi criado por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Universidade de Illinois, em Chicago, nos Estados Unidos (UIC).

    A inovação da ciência brasileira foi empregar atécnica de fiação por sopro em solução para produzir mantas de nanofibras inteligentes usando pigmentos vegetais naturais. As mantas, utilizadas como embalagens, são capazes de monitorar a qualidade de alimentos em tempo real pela alteração da cor. A alteração da embalagem édesencadeada pela interação química entre os compostos liberados durante a deterioração e o material da embalagem.Em testes em laboratórios, a mantaapresentou ótimos resultados, mudou de roxo para azuldurante omonitoramento do frescor do filé de merluza.

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    Foto: Matheus Falanga

    A cor roxa indicou que o alimento estava apropriado ao consumo. Mas, depois de 24 horas, a cor tornou-se menos intensa e, após 48 horas, surgiram tons azul-acinzentados. Passadas 72 horas, a coloração azul sinalizou a deterioração do filé de peixe armazenado, sem a necessidade de abrir a embalagem.

    Para os pesquisadores da Embrapa, os resultados mostram que mantas compostas de nanofibras se comportam como materiais inteligentes, exibindo mudanças visíveis na cor durante o processo de deterioração de filés de peixe. Porém, embora essa característica aponte uso potencial das mantas no monitoramento do frescor de peixes e frutos do mar, os cientistas dizem que há necessidade de ampliar os estudos para validar sua aplicação em diferentes espécies.

    SBS é alternativa à técnica convencional

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    Foto: Matheus Falanga

    A técnica de fiação por sopro em solução (SBS, do inglês Solution Blow Spinning), desenvolvida em 2009 por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Embrapa Instrumentação, em parceria com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), é capaz de produzir micro e nanoestruturas poliméricas, e apresenta diversas vantagens. Entre elas, a rapidez no desenvolvimento das nanofibras, que leva apenas duas horas.

    A técnica ainda apresenta escalabilidade, versatilidade, fácil manejo, além de ser de baixo custo e utilizar forças aerodinâmicas para a produção das nanofibras, o que reduz muito o consumo de energia. A técnica foi descrita pelos autores em artigo no Journal of Applied Polymer Science.

    As nanofibrassão estruturas em escala nanométrica que podem formar não tecidos. Um nanômetro é equivalente a um bilionésimo de um metro. “Os estudos anteriores sobre nanofibras inteligentes contendo antocianinas extraídas de alimentos haviam sido conduzidos exclusivamente usando a técnica de eletrofiação”, conta Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, que desenvolveu o processo em seu pós-doutorado.A eletrofiação, tradicionalmente utilizada com nanofibras, apresenta várias limitações, como baixa escalabilidade, altos custos, baixo rendimento, necessidade de 24 horas para produção e uso de altas voltagens.

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    Foto: Matheus Falanga

    Manta é reforçada com pigmentos naturais

    O estudo de Oliveira Filho foi supervisionado pelo pesquisador da Embrapa Luiz Henrique Capparelli Mattoso, no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA). Parte da pesquisa foi realizada no Departamento de Engenharia Mecânica e Industrial da Universidade de Illinois, em Chicago (EUA).

    No estudo, os pesquisadores utilizaram antocianinas e o polímero biocompatível e biodegradável, conhecido como policaprolactona. As antocianinas são pigmentos naturais encontrados em algumas plantas, frutas, flores e vegetais, que exibem uma ampla gama de cores como vermelho, rosa, azul, roxo, cinza, verde e amarelo.

    Elas mudam de cor conforme o pH (grau de acidez ou alcalinidade) do meio em que se encontram. Na pesquisa, as antocianinas foram extraídas de resíduos de repolho roxo. Como o repolho roxo é rico em antocianinas, pode ser utilizado como indicador de pH. O estudo testou mais de dez pigmentos, a maioria de vegetais. “As nanofibras demonstraram capacidade de monitorar a deterioração de filés de peixe em tempo real, revelando potencial como materiais de embalagem inteligentes para alimentos”, avalia Oliveira Filho.

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    Pós-doutorando apresenta a embalagem inteligente (Foto: Matheus Falanga)

    O pós-doutorando esclarece que, embora, as pesquisas sobre o uso de antocianinas de resíduos alimentares na produção de outros materiais inteligentes estejam documentadas na literatura, as informações são escassas sobre a aplicação desses extratos na produção de nanofibras inteligentes.

    Já Mattoso explica que a policaprolactona, polímero biodegradável usado na embalagem, possui boa flexibilidade e resistência mecânica, o que é vantajoso para a proteção de alimentos. Além disso, tem potencial para uso em uma ampla gama de solventes e baixa temperatura de fusão, o que facilita o processamento com menor consumo de energia.

    “Por isso, é considerada uma alternativa para o desenvolvimento de nanofibras para diversas aplicações. Quando combinadas com antocianinas, as nanofibras apresentam uma capacidade notável de monitorar mudanças de pH, detectar a produção de amônia e aminas voláteis, além de identificar o crescimento de bactérias. Esses indicadores são essenciais para sinalizar a deterioração em produtos como peixe e frutos do mar”, detalha o especialista em nanotecnologia.

    Uso de resíduos ajuda a reduzir perdas de alimentos

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    Foto: Matheus Falanga

    Oliveira Filho diz que a produção da manta de nanofibras e inicia com uma solução polimérica, obtida pela mistura e agitação da policaprolactona, extrato de repolho e do ácido acético. Em seguida, essa solução é introduzida no equipamento de SBS, que é composto por uma fonte de gás comprimido, um regulador de pressão para controlar o fluxo de gás, uma bomba de injeção que direciona a solução para a matriz de fiação com bico, e um coletor com velocidade de rotação ajustável, onde as nanofibras são depositadas para formar a manta. O processo final resulta em fibras em escala nanométrica, similares a fibras de algodão.

    Mattoso lembra que usar resíduos do setor varejista para extrair antocianinas e aplicá-las como indicadores colorimétricos pode agregar valor a esses alimentos descartados, ao mesmo tempo em que reduz o impacto ambiental negativo do descarte.Além disso, pode trazer segurança aos alimentos armazenados ao detectar rapidamente a sua deterioração.

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    Foto: Matheus Falanga

    Os dados da pesquisa foram publicados no artigo “Fast and sustainable production of smart nanofiber mats by solution blow spinning for food quality monitoring: Potential of polycaprolactone and agri-food residue-derived anthocyanins” na revista Food Chemistry.

    A pesquisa foi apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio do INCT Circularidade em Materiais Poliméricos, liderado pela Embrapa Instrumentação.

  • Embrapa e Ufersa disponibilizam cultivar de porta-enxerto de maracujá resistente à fusariose

    Embrapa e Ufersa disponibilizam cultivar de porta-enxerto de maracujá resistente à fusariose

    A Embrapa e a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) apresentaram na última quarta-feira (30), em Mossoró (RN), cultivar de porta-enxerto de maracujazeiro resistente à fusariose e tolerante a estresses hídrico e salino: a UFERSA BRSRM 153, validada no Rio Grande do Norte e na Bahia em condições do Semiárido e Cerrado. O evento foi realizado no auditório da Reitoria da Ufersa. Ao final do evento, foi realizada uma visita técnica na área de maracujá enxertado localizada na Fazenda Raio de Sol (Baraúna/RN).

    O pesquisador Fábio Faleiro, chefe de TT da Embrapa Cerrados, participou do evento e destacou a relevância da parceira e do estudo para a fruticultura brasileira. “Muitos produtores desistem do maracujá por causa da fusariose. Por isso, o desenvolvimento dessa cultivar de maracujá silvestre, para uso como porta-enxerto, representa um marco importante para a cultura no País”, afirmou. Segundo ele, a tecnologia já está sendo validada e adotada em vários estados da região nordeste e centro-oeste.

    Segundo o professor Eudes Cardoso, da Ufersa, responsável pela pesquisa na instituição de ensino, o novo porta-enxerto representa uma solução sustentável. “Hoje é um dia ímpar na minha vida profissional. Poder, após vários anos de pesquisa, entregar ao produtor de maracujá do Brasil uma planta resistente, tolerante, que ele pode plantar em áreas afetadas pela fusariose, é extremamente gratificante”, afirmou.

    Características da cultivar

    A cultivar foi obtida por meio do melhoramento genético convencional a partir de acessos e populações da espécie de maracujá silvestre Passiflora foetida L, conhecido popularmente como maracujá de estalo. Um ponto relevante para o processo de obtenção e lançamento da cultivar de porta-enxerto foi a busca de uma solução tecnológica para amenizar o sofrimento de produtores de maracujá com a fusariose em seus pomares na região da Caatinga e do Cerrado.

    De acordo com o pesquisador Fábio Faleiro, as principais características desta cultivar trabalhadas no melhoramento genético foram a alta produtividade e germinação de sementes, a resistência à fusariose, a compatibilidade do porta-enxerto com cultivares copa de maracujazeiro azedo e o desempenho agronômico das mudas enxertadas em relação às mudas obtidas por sementes.

    A validação da resistência à fusariose foi realizada em condições de laboratório, campos experimentais e plantações comerciais na região Nordeste e a validação está sendo realizada em outras regiões do Brasil com histórico de ocorrência da fusariose para a extensão da recomendação. Com base nos resultados positivos do desempenho agronômico, a cultivar foi registrada (RNC Nº 54598 de 18/07/2023) no Ministério da Agricultura e Pecuária.

    Origem do nome

    A denominação da cultivar de porta-enxerto UFERSA BRSRM 153 presta uma homenagem aos fatos históricos que ocorreram em Mossoró, RN. O termo RM 153 (Resistente de Mossoró) faz uma alusão aos 153 homens que resistiram à invasão do bando do cangaceiro Lampião a Mossoró, no dia 13 de junho de 1927. Neste dia, em uma batalha conhecida como “Batismo de Fogo de Mossoró”, os cangaceiros encontraram uma trincheira montada em frente à Igreja de São Vicente, localizada no Centro de Mossoró. Dessa forma, Mossoró foi a primeira cidade a resistir ao rei do cangaço.

    Esse ato heroico marca o começo de uma história que iria se espalhar por todo o Nordeste e marcar o início da queda do rei do cangaço. “Fazendo um paralelo com a fusariose do maracujá, a cultivar UFERSA BRSRM 153 marca o início de uma luta contra uma doença que é um verdadeiro pesadelo para os produtores de maracujá no Nordeste e em outras regiões do Brasil”, afirmou Faleiro.

    Como ter acesso ao material

    Os interessados em mudas enxertadas podem entrar em contato com o Viveiro CitroSol (84 99998 3120) que é parceiro da pesquisa no ajuste do sistema de produção de sementes da cultivar UFERSA BRSRM 153 e de produção de mudas enxertadas. Esse viveiro também é parceiro no processo de ampliação da validação da cultivar em outras regiões do Brasil com produção de maracujá e histórico de ocorrência da fusariose. O trabalho no momento está sendo conduzido no sentido de ampliar essas regiões de validação da cultivar e acertar a logística de produção de sementes e mudas.

    A cultivar UFERSA BRSRM 153 da espécie P. foetida desenvolvida em parceria com a UFERSA se junta às cultivares BRS Terra Nova (P. nitda) e BRS Terra Boa (P. alata) desenvolvidas em parceria com a Coopernova e a BRSRJ MD (P. phoenicea) em parceria com a Pesagro-Rio e Instituto Federal Fluminense.

  • Ferramenta da Embrapa facilita a gestão ambiental da produção agrícola

    Ferramenta da Embrapa facilita a gestão ambiental da produção agrícola

    Uma ferramenta digital desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente promete facilitar o trabalho de pesquisadores e técnicos interessados em medir os impactos ambientais de produtos agrícolas. Trata-se da ICVCalc-Embrapa, um sistema que organiza e processa dados para a construção de inventários ambientais, base dos estudos de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).

    De acordo com Marilia Folegatti, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e uma das idealizadoras, a ACV é um método que quantifica os potenciais impactos ambientais de produtos ou serviços, considerando todas as entradas e saídas de material e energia ao longo do seu ciclo de vida — da extração de matérias-primas até o descarte de resíduos. Essa análise é feita em quatro etapas: definição de objetivo e escopo, análise de inventário, avaliação de impactos e interpretação dos resultados.

    A ICVCalc-Embrapa atua justamente na segunda fase, a chamada Análise do Inventário do Ciclo de Vida (ICV). É nesse momento que são levantados dados como consumo de energia e materiais, e emissões para a atmosfera, para corpos hídricos e resíduos sólidos gerados ao longo do processo produtivo. A ferramenta permite registrar essas informações de forma sistemática, com planilhas específicas para cada tipo de dado, incluindo metadados, entradas de insumos e estimativas de emissões.

    “Os parâmetros de entrada se referem quase exclusivamente ao consumo de insumos e energia, explica a pesquisadora. Inicialmente desenvolvida em planilhas do Excel, a versão atual da ICVCalc-Embrapa é um sistema web. Ela contabiliza insumos agrícolas e tecnológicos, além dos produtos, coprodutos e resíduos gerados, permitindo construir inventários compatíveis com o banco de dados ecoinvent — a principal referência internacional em ACV. Os dados podem ser exportados em formato CSV para uso em softwares especializados na avaliação de ciclo de vida”, destaca Folegatti, uma vez que a ICVCalc tem embutidos bancos de dados e estrutura de cálculo, que converte os dados de entrada e um inventário de ciclo de vida do processo agrícola, por unidade de área ou de massa e esse inventário é processado em software de ACV, que gera o perfil ambiental do produto r aplica-se a culturas agrícolas temporárias, semiperenes ou perenes.

    A ICVCalc facilita a construção do inventário, a fase mais complexa de um estudo de ACV de produtos agrícolas pois traz modelos ambientais adequados para a agricultura brasileira. “Ela pode servir como ferramenta para gestão ambiental de empreendimentos agrícolas, assim concorrendo para o aumento da sustentabilidade da agricultura brasileira pois o inventário do processo agrícola traz a contabilidade das emissões de Gases de Efeito Estufa – informação crítica para o acesso a mercados de carbono”, enfatiza a pesquisadora.

    O desenvolvimento da ferramenta é resultado do trabalho da equipe temática de ACV da Embrapa Meio Ambiente, que buscou criar uma solução prática e adaptada à realidade da agricultura brasileira. A expectativa é que a ICVCalc-Embrapa contribua para ampliar o uso da ACV no campo, oferecendo informações detalhadas que podem embasar desde estudos acadêmicos até decisões de políticas públicas e estratégias empresariais mais sustentáveis.

    Para produção animal, a ferramenta adequada é a Calculadora para a Pegada de Carbono da Pecuária, em fase final de desenvolvimento pelas unidades Pecuária Sudeste, Gado de Corte e Meio Ambiente.

  • Novos acessos de grão-de-bico reforçam Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa

    Novos acessos de grão-de-bico reforçam Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa

    Desde março último, o Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de grão-de-bico da Embrapa Hortaliças passou a contar com um expressivo reforço representado pela chegada de 500 acessos da leguminosa, provenientes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – Serviço de Pesquisa Agrícola (USDA-ARS), envolvendo a Rede de Informações sobre Recursos de Germoplasma (Germplasm Resources Information Network-GRIN).

    As tratativas iniciadas em 2019 e que resultaram na recente entrega dos acessos estão em consonância com o projeto aprovado no Sistema Embrapa de Gestão (SEG) que trata de Bancos Ativos de Germoplasma de Oleaginosas, Fibrosas e Leguminosas. Assina o projeto o pesquisador Warley Nascimento, coordenador dos trabalhos de melhoramento genético de pulses na Embrapa Hortaliças, que têm no grão-de-bico um dos principais ativos, a partir do acervo de recursos genéticos com valor agregado da leguminosa.

    De acordo com Nascimento, o reforço proporcionado pelos novos acessos de grão-de-bico deverá se refletir na ampliação e organização dos acervos de recursos genéticos da leguminosa. A ideia, segundo ele, é reunir informações sobre a procedência, introdução, multiplicação, identificação, caracterização e disponibilização desses acessos, após o devido registro na Plataforma Alelo.

    “Para atender às demandas atuais e futuras fazem-se necessários repositórios de germoplasma com ampla variabilidade genética com valor agregado, de genes e de produtos de sua expressão para serem disponibilizados para a pesquisa científica e tecnológica”, observa Nascimento.

    Processo

    grao de bico

    A caracterização e a avaliação da coleção serão realizadas a partir de descritores morfológicos e agronômicos, ou seja, com a identificação das características botânicas – produtividade, tamanho e coloração do grão, precocidade e porte, entre outras – possibilitando a identificação de grupos de acesso com características de interesse científico e tecnológico. “Esse trabalho tem como objetivo geral enriquecer, conservar, caracterizar, documentar, divulgar e disponibilizar os acessos a essa leguminosa com vistas a valorizar e utilizar os recursos genéticos e sua disponibilidade estratégica para o Brasil”, resume o pesquisador.

    O processo de intercâmbio de recursos genéticos foi conduzido pela analista Danielle Biscaia, que atua na área de pesquisa e de transferência de tecnologia da Embrapa Hortaliças. Segundo ela, diversas equipes da Embrapa foram envolvidas em diferentes etapas: “Além da Embrapa Hortaliças, tivemos a participação da Coordenação Técnica do Sistema de Curadorias de Germoplasma (CTSC), do Núcleo de Intercâmbio de Germoplasma (NIG), do Núcleo de Gestão da Estação Quarentenária de Germoplasma Vegetal (NEQGV) e da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX)”.

    Bag-Vegetal

    Unidade conservadora de material genético para uso imediato ou com potencial de uso futuro, o Banco Ativo de Germoplasma Vegetal é definido como um conjunto de acessos conservado em campo, telados, na forma de sementes em câmaras frias, por técnicas de cultura de tecidos de onde se originam os materiais para intercâmbio e pesquisa.

  • Infestação de praga causa grandes prejuízos em plantações de mandioca no Tocantins

    Infestação de praga causa grandes prejuízos em plantações de mandioca no Tocantins

    Depois da vassoura-de-bruxa na mandioca provocar estado de emergência fitossanitária no Pará e no Amapá, agora, uma praga secundária, que até então não causava maiores problemas nas lavouras, tornou-se a principal preocupação dos mandiocultores no Tocantins. A chamada mosca-das-galhas da mandioca (Jatrophobia brasiliensis) está ocorrendo em altas infestações e, em alguns casos, acarretando perdas de até 100% em plantios novos do tubérculo no Tocantins e em outras regiões do país. A Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) está dando suporte aos extensionistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) e produtores da região.

    O manejo integrado de pragas (MIP) deve ser empregado com estratégia de controle, utilizando os métodos de controle de forma integrada, incluindo, em último caso, a aplicação de defensivos químicos. Pesquisadores e produtores ainda estão realizando experimentos e testes de produtos químicos e biológicos para combater a praga, sobre a qual praticamente não há estudos a respeito.

    Cristiano Barros, que planta mandioca no Polo de Fruticultura Irrigada São João, é um dos mandiocultores atingidos. “No final do ano passado, quando fizemos o plantio, ela apareceu, mas achamos que era como todos os anos, algo pontual aqui e ali, sem causar prejuízos. Entraram as festas de fim de ano e não demos muita atenção. Quando fomos ver, ela se instalou de uma maneira que precisamos gradear (passar a máquina, destruindo a plantação) e plantar tudo de novo”, lamenta ele.

    Morte de plantas jovens

    Segundo o entomologista Daniel Fragoso, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, os danos às plantas são causados pelas larvas, que se alimentam dos tecidos internos do vegetal. Quando atacadas, as plantas reagem formando galhas ou verrugas – estruturas que comprometem a fotossíntese e o vigor da planta.

    Como resultado, acontece a paralização do crescimento, perda da produtividade e, em casos severos, morte de plantas jovens. “Trata-se de pequenas moscas de coloração amarela que depositam ovos nas folhas, onde as larvas eclodem e começam a se alimentar do tecido foliar. A planta reage e forma as galhas ou verrugas”, explica ele.

    Algumas hipóteses estão sendo levantadas para justificar o surto. Entre elas, o maior uso de inseticidas para o combate à mosca branca na safra passada, que poderia ter reduzido a população de  parasitoides, que são agentes de controle biológico da mosca-das-galhas  da mosca-das-galhas da mandioca neste ano.

    Com a troca de informações entre pesquisadores da Embrapa e produtores, estão sendo realizados estudos e análises sobre formas mais eficazes de combate à praga. “A identificação precoce e o monitoramento são essenciais para o manejo”, destaca Fragoso.

    No contexto do manejo integrado de pragas (MIP), recomenda-se o plantio no período seco em áreas que possuem sistemas de irrigação; uso de cultivares resistentes (Maniçobeira, Jari e Santa Bárbara) nas bordaduras, eliminação de restos culturais, catação e destruição das folhas com alta infestação, rotação de culturas e práticas que favoreçam o controle biológico natural por inimigos naturais, como parasitóides.

    “Em casos de alta infestação, o controle químico é necessário, com critério técnico e rotatividade de ingredientes ativos, para evitar o desenvolvimento de resistência aos produtos usados”, ressalta Fragoso. “O manejo integrado de pragas visa o equilíbrio entre técnicas e medidas eficazes de controle, garantindo a produtividade com sustentabilidade nos sistemas produtivos”.

  • Silagem de inverno é alternativa para produção de leite na Região Sul

    Silagem de inverno é alternativa para produção de leite na Região Sul

    A alimentação do rebanho representa o principal custo na produção leiteira. O aproveitamento do inverno para produzir alimento conservado pode reduzir custos com fonte garantida de energia e proteína aos animais. Veja as orientações da Embrapa Trigo para produzir silagem a partir de cereais de inverno.

    Silagens são forragens úmidas, conservadas em ambientes anaeróbicos, que formam um alimento energético para suplementação alimentar de ruminantes domésticos, como bovinos e ovinos. Os cereais de inverno como aveia, cevada, triticale, trigo e centeio podem ser armazenados em forma de silagem para suplementação dos animais nos períodos críticos, quando há escassez de pasto, ou após vários dias consecutivos de chuva que impedem a entrada do rebanho nos piquetes.

    De acordo com o pesquisador Renato Fontaneli, da Embrapa Trigo, o produtor está acostumado a fazer silagem de milho como fonte de energia para os animais. Contudo, o milho concorre com a valorização da cotação da soja e acaba restando pouco espaço para o milho no verão, ao passo que, no inverno, grande parte das áreas produtivas ficam ociosas. Utilizar os cereais de inverno nestas áreas e guardar parte do pasto em forma de silagem é fonte garantida de proteínas ao rebanho, associada ao pastejo e à adição de ração animal.

    “Os cereais de inverno podem ser ensilados na forma de planta inteira, pré-secado ou grãos úmidos. Duas características são consideradas na escolha de uma espécie e cultivar: potencial de rendimento de biomassa seca e valor nutritivo”, explica Fontaneli, lembrando que além das vantagens na utilização integral da área produtiva, a silagem garante volumoso aos animais, já que os ruminantes precisam de forragem para produzir leite.

    A Embrapa já disponibilizou 15 cultivares forrageiras de inverno, com resultados de pesquisa que mostram que com apropriado manejo em pastagens é possível atingir 20 litros de leite por vaca por dia. Segundo pesquisas, o potencial produtivo de matéria verde dos cereais de inverno  chega, frequentemente, a 30.000 kg por hectare ou 10.000 kg/ha de matéria seca. Com 1 kg de matéria seca é possível produzir 1,1 kg de leite com silagem de trigo, ou 1,2 kg de leite com silagem de cevada ou 1,3 kg de leite com silagem de triticale.

    Como usar silagem de inverno

    Nas propriedades de agricultura familiar, a silagem costuma ser utilizada como complemento na alimentação do gado de leite, onde corresponde a 1/3 da dieta de uma vaca mediana ou altamente produtiva, que tem produção de 20 a 30 litros de leite/dia.

    Nas vacas criadas a pasto, existem diversas combinações de pastagens com silagem, suplementadas com ração, onde os grãos podem ser milho, soja ou cereais de inverno. Em confinamento, as vacas podem receber até 40% de silagem na alimentação, formada geralmente com a mistura de milho e cereais de inverno. Contudo, na falta do milho, os cereais de inverno podem compor a totalidade da silagem, com a desvantagem da menor concentração de energia (até 10% menos energia do que o milho), compensada pelo maior teor de proteínas (25% mais proteínas do que o milho).

    O pesquisador lembra que a colheita da silagem no momento apropriado é o principal fator de sucesso na produção de silagem de bom valor nutritivo. Silagens de cereais de inverno são colhidas a partir da fase de grão leitoso até o grão em massa firme, o que permite maximizar a produção de energia líquida de lactação. A digestibilidade das espécies se reduz rapidamente com o avanço da maturidade das plantas. Ainda, altas concentrações de proteína são encontradas no estágio vegetativo ou no emborrachamento, mas com comprometimento na produção de matéria seca. Com o atraso na colheita, tanto o consumo como a digestibilidade e a produção de leite serão reduzidos.

    “A variação de biomassa nas espécies de cereais de inverno pode apresentar resultados diferentes a partir da cultura e do momento de colheita da silagem, onde o volumoso pode variar de 15 a 40 toneladas silagem de planta inteira. Mas quando o objetivo é atender a demanda de uma vaca de leite que está produzindo entre 40 e 50 litros por dia, é preciso buscar silagem com mais grãos, que oferece mais amido e energia, ao invés de ofertar silagem com mais fibras”.

    Por que fazer silagem de cereais de inverno?
    Aproveitamento de área para produção de volumoso no inverno;
    Redução dos riscos de falta de alimento por intempéries climáticas;
    Liberação da área para outros cultivos no verão;
    Excelente valor nutricional;
    Manutenção do solo coberto por mais tempo;
    Grande diversidade de espécies aptas a ensilar: trigo, cevada, aveia, centeio e triticale;
    Potencial de produção: 15 a 40 toneladas de silagem/ha.

  • Embrapa e Vinhedos da Quinta apresentam projeto inédito com leveduras autóctones na Wine South America

    Embrapa e Vinhedos da Quinta apresentam projeto inédito com leveduras autóctones na Wine South America

    A autenticidade dos terroirs brasileiros  ganha destaque na Wine South America 2025 com o painel “Inovação e Autenticidade – O Poder das Leveduras Autóctones na Qualidade dos Vinhos Brasileiros”, que será realizado no dia 8 de maio, das 14h30 às 15h30, em Bento Gonçalves (RS).

    Com foco em um dos temas mais inovadores da enologia atual, o encontro reunirá especialistas para apresentar os avanços de um projeto de pesquisa iniciado em 2020 pela Embrapa Uva e Vinho, em parceria com a empresa Vinhedos da Quinta Ltda. que, dentre outras ações, selecionou leveduras autóctones, originárias dos vinhedos localizados em Encruzilhada do Sul (RS), na Serra do Sudeste e que, posteriormente foram utilizadas para produzir vinhos  finos varietais.

    “As leveduras representam uma ferramenta poderosa para a valorização da identidade sensorial dos vinhos, promovendo maior expressão do terroir e diferenciação no mercado”, destaca Celito Guerra, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, que liderou o projeto de pesquisa e será o mediador do painel.

    O evento abordará desde os avanços científicos no isolamento e caracterização de leveduras autóctones – tema que será apresentado por Gildo Almeida da Silva, pesquisador aposentado da Embrapa Uva e Vinho e referência nacional em microbiologia enológica, e Bruna Carla Agustini, analista da Embrapa que atua diretamente no desenvolvimento de tecnologias empregando leveduras como protagonistas – até os desafios e benefícios de sua utilização em escala comercial, com a experiência prática relatada por Gustavo Bertolini e Mônica Rossetti, da Vinhedos da Quinta Ltda e Manus Vinhas e Vinhos.

    O painel será uma oportunidade para produtores, enólogos e pesquisadores conhecerem em profundidade uma experiência pioneira no Brasil, além dos caminhos para o uso das leveduras autóctones como elemento-chave na construção de uma identidade enológica própria, alinhada ao terroir e à autenticidade dos vinhos brasileiros.

    A atividade faz parte da programação oficial da Wine South America 2025, maior feira de negócios do setor vitivinícola da América Latina, e reforça o compromisso do evento com a qualificação e o desenvolvimento da vitivinicultura nacional.

  • Novo sorgo granífero supera 6 toneladas por hectare e chega ao mercado com alta produtividade

    Novo sorgo granífero supera 6 toneladas por hectare e chega ao mercado com alta produtividade

    A Embrapa Milho e Sorgo (MG) e a empresa Latina Seeds lançam no mercado o híbrido de sorgo granífero BRS 3002, sob o nome comercial de LAS3004G. Essa nova cultivar se destaca por sua precocidade e estabilidade de produção em plantios na segunda safra, o que proporciona mais segurança ao produtor. Além disso, apresenta potencial de produtividade maior do que seis toneladas por hectare, superior à média nacional de produção por hectare.

    O novo sorgo é indicado para as regiões já consolidadas no cultivo dessa cultura, como Centro Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo).

    Lançamento

    O sorgo BRS 3002, nome comercial LAS3004G, será lançado no dia 5 de maio de 2025, às 13h30, durante a 16ª Semana de Integração Tecnológica (SIT). O evento faz parte da Jornada pelo Clima, iniciativa da Embrapa que visa promover a ciência e as práticas sustentáveis no ano em que o Brasil sedia a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, em Belém (PA).

    Com o tema “Oportunidades e desafios para a expansão da agropecuária sustentável”, a SIT acontece de 5 a 9 de maio em Sete Lagoas, Minas Gerais, e reúne entidades com o intuito de impulsionar o desenvolvimento rural sustentável.

    “Além do nível de rendimento, que garante a sua competitividade no mercado, o BRS 3002 (LAS3004G), apresenta boa sanidade em relação às doenças antracnose, helmiltosporiose e cercosporiose”, pontua o pesquisador Cícero Menezes. O uso de cultivares mais resistentes é o meio mais eficiente de controle de doenças, uma vez que alia vantagens, por ser econômico e seletivo e não deixar resíduos nocivos ao ambiente e ao produto. Dessa forma contribui para a sustentabilidade da produção.

    Menezes ressalta ainda a altura média da planta, que é de 130 centímetros, e a coloração vermelha dos grãos.

    Produção comercial

    A Embrapa e a Latina Seeds já são parceiras em várias frentes de atuação voltadas ao desenvolvimento de novos produtos para o mercado agrícola. O lançamento da nova cultivar de sorgo é mais um resultado nesse sentido. De acordo com o sócio-proprietário da Latina Seeds, Willian Sawa, “o híbrido de sorgo granífero visa atender a um mercado que busca estabilidade e segurança em sua produção. O sorgo por si só já é valente frente às adversidades de clima e pragas, mas esse híbrido, em especial, tem características que o produtor procura no que se refere à precocidade e à estabilidade produtiva”, enfatiza.

    Sawa afirma que, tradicionalmente, os sorgos graníferos vêm sendo utilizados pela indústria de ração, mas com essa nova cultivar, uma nova frente se abre com a utilização do grão de sorgo para a produção de etanol e DDG (Dried Distillers Grains) e WDG (Wet Distillers Grains), que são coprodutos da produção desse biocombustível, obtidos a partir da fermentação de grãos. “Esse novo nicho ganha força em regiões onde o milho tem uma janela limitada de plantio, como nos estados de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia, Alagoas e Sergipe. Considerando a precocidade e a estabilidade da BRS 3002 (LAS3004G), a expectativa é que tenha boa aceitabilidade”, complementa.

    Sawa informa ainda que foram estabelecidas áreas pré-comerciais desse híbrido do Rio Grande do Sul ao Maranhão e de Rondônia ao Alagoas, e os resultados comprovam sua ampla adaptabilidade e estabilidade.

    “A BRS3002 (LAS3004G) será comercializada em embalagens de 500 mil sementes. A recomendação por hectare é de 200 a 220 mil sementes, dependendo da região, época e investimento, ou seja, com uma saca será possível plantar de 2,27 a 2,5 hectares”, explica Sawa.  As sementes chegarão ao setor produtivo após receberem um Tratamento de Sementes Industrial (TSI), um processo que as protege antes do plantio, incluindo o antídoto para aplicação do herbicida S-Metalacloro. “Isso significa que estaremos oferecendo ao mercado materiais com genética de alto potencial, associada às melhores tecnologias disponíveis no mercado”, diz.

    O produtor e parceiro da Latina Seeds Darlan Niedermeyer, sediado em Palotina no Paraná, e que além de produtor nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, também atua como consultor na região, relata suas experiências com o BRS3002 (LAS3004G) nessas últimas safras.

    “O que eu mais gostei na cultivar é a precocidade e a estabilidade. É um material de ciclo precoce para a nossa região, com 120 dias para o ponto de colheita. Conseguimos colher uma área plantada, com esse tempo. Vimos que ele não apresentou manchas e aguentou bem a seca no Oeste do Paraná e no Sul do Mato Grosso do Sul.  O híbrido se comportou bem nas primeiras áreas vizinhas, possibilitando uma colheita de 100 sacas por hectare. Isso mostra que tem potencial e adaptabilidade para as áreas diversas. Quanto à sanidade, aparentemente, parece bem robusta”, relata Niedermeyer.

    O consultor Paulo Ferreira, de Naviraí (MS), ficou admirado com a recuperação desse sorgo após passar por um período de estresse abiótico.  “É um material que mesmo em situações extremas entrega seu potencial produtivo e adapta-se muito ao clima e ao tipo de solo que temos. Passamos por um calor intenso e o material está bonito e verde. Mesmo com a estiagem entregou acima de 50 sacos por hectare”, diz Ferreira.

    Sorgo no Brasil e no mundo

    O sorgo é o quinto cereal mais plantado no mundo, após o milho, o trigo, o arroz e a cevada. Nos últimos anos, a cultura vem se expandindo no Brasil, colocando o País entre os cinco maiores produtores do grão do mundo. “Essa expansão nas últimas safras, principalmente na safrinha, se deve principalmente a dois fatores: a demanda de mercado de bioetanol e ração, e as instabilidades climáticas da segunda safra. O sorgo é mais tolerante à seca, e possui maior janela de plantio no cultivo da segunda safra”, considera o engenheiro agrônomo da Embrapa Frederico Botelho.

    Nas últimas safras, a área nacional de sorgo aumentou consideravelmente, saindo de 864,6 mil hectares na safra 2020/21 para 1,46 milhão de hectares na safra 2023/24, com crescimento em áreas já consolidadas como Goiás e Minas Gerais, e com incremento em novas regiões pouco tradicionais para a cultura como Matopiba, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, e Paraná.

    O sorgo apresenta diversos usos, sendo mais utilizado no Brasil para a alimentação animal, podendo substituir o milho em 100% nas rações de aves, suínos e bovinos, mas também tem expandido seu uso na alimentação humana, na geração de bioenergia e biocombustível.

    Lançamento e Jornada pelo Clima: rumo à COP30

    O novo híbrido de sorgo granífero é uma tecnologia que impulsiona a produção de grãos, com qualidade, em regiões com restrições hídricas, o que é uma característica importante da cultura do sorgo. Além disso, sua resistência às principais doenças contribui para o seu potencial produtivo.

    Por isso, o lançamento da cultivar acontece durante a 16ª Semana de Integração Tecnológica (SIT), evento que integra o calendário oficial da Embrapa de ações na Jornada pelo Clima da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30).

    A Semana de Integração Tecnológica é uma realização da Embrapa Milho e Sorgo, em parceria com o Sistema Faemg (Faemg, Senar, Inaes e Sindicatos), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ). O evento tem apoio de unidades da Embrapa de outras regiões do Brasil, empresas privadas, cooperativas e fundações.

    A SIT é uma grande oportunidade para atualização de conhecimentos, troca de experiências, estabelecimento de negociações e parcerias.

    A chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, Sara Rios, destaca que o híbrido de sorgo BRS 3002 traz uma grande vantagem competitiva como genética brasileira de ampla adaptação (Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste), além da precocidade da cultivar, o que é muito relevante para as janelas curtas de cultivo em segunda safra, considerando as especificidades, desafios e também oportunidades no sistema brasileiro de produção de grãos.

    O híbrido foi desenvolvido em uma parceria de inovação aberta com a empresa Latina Seeds, permitindo a disponibilização comercial de uma nova cultivar para os produtores de sorgo granífero, com ganhos de produtividade. “O lançamento na SIT integra uma programação estratégica para o Brasil e para o mundo, com visibilidade como evento pré-COP30 na Jornada pelo Clima, além de uma programação técnica no dia 8 de maio, dedicada à cultura do sorgo, com o tema “Oportunidades para a produção de sorgo no Brasil: alimentos, alimentação e energia na nova matriz de produção nacional”.