Tag: El Niño

  • Janeiro de 2025: O mês mais quente da história

    Janeiro de 2025: O mês mais quente da história

    Janeiro de 2025 entrou para a história como o mês mais quente já registrado no planeta. A temperatura média global ficou 1,75°C acima dos níveis pré-industriais, período em que a atividade humana começou a impactar o clima da Terra de forma significativa.

    O resultado surpreendeu os especialistas, já que o fenômeno La Niña, que resfria as águas do oceano, estava em curso, o que normalmente leva a temperaturas mais amenas. Em 2024, o ano mais quente da história até então, o fenômeno El Niño, que aquece as águas oceânicas, estava ativo, contribuindo para o aumento das temperaturas.

    Com a perda de força do La Niña, o risco de que 2025 bata um novo recorde de calor se torna cada vez maior. Os dados de janeiro servem como um alerta para a necessidade urgente de ações para combater o aquecimento global e seus impactos no planeta.

  • Brasil registra em 2024 aumento de 79% de áreas queimadas

    Brasil registra em 2024 aumento de 79% de áreas queimadas

    O Brasil registrou aumento de 79% nas áreas queimadas de seu território, entre janeiro e dezembro de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com dados do Monitor do Fogo do MapBiomas, divulgados nesta quarta-feira (22), 30,8 milhões de hectares foram afetados pelo fogo nesse período.

    A extensão da área queimada é superior à do território da Itália e a maior registrada desde 2019. O aumento representa crescimento de 13,6 milhões de hectares do que o fogo alcançou em 2023. A maior parte do território brasileiro consumido pelo fogo, 73%, foi de vegetação nativa, principalmente formações florestais.

    Segundo os pesquisadores, o aumento das áreas queimadas está relacionado a um longo período seco enfrentado pelo país em decorrência do fenômeno El Niño – aquecimento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico –, que ocorreu entre 2023 e 2024. “’Os impactos dessa devastação expõem a urgência de ações coordenadas e engajamento em todos os níveis para conter uma crise ambiental exacerbada por condições climáticas extremas, mas desencadeada pela ação humana como foi a do ano passado”, explicou a coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar.

    O estado mais atingido pelo fogo no ano passado foi o Pará, seguido de Mato Grosso e do Tocantins, com 7,3 milhões, 6,8 milhões e 2,7 milhões de hectares de área queimada, respectivamente. Somente em dezembro, o país teve área equivalente a território um pouco menor que o Líbano consumida pelo fogo. O período concentrou 3,6% de toda a área queimada no país, com 1,1 milhão de hectares.

    Biomas

    Somente na Amazônia, queimaram-se 17,9 milhões de hectares, o que corresponde a mais da metade, 58%, da área afetada no país. No bioma, cerca de 6,8 milhões de hectares atingidos eram de formação florestal, superando a queima de pastagens, que ficou em torno de 5,8 milhões de hectares. “A mudança no padrão de queimadas é alarmante, pois as áreas de floresta atingidas pelo fogo tornam-se mais suscetíveis a novos incêndios. Vale destacar que o fogo na Amazônia não é um fenômeno natural, nem faz parte de sua dinâmica ecológica, sendo um elemento introduzido por ações humanas”, destaca o pesquisador do MapBiomas Fogo Felipe Martenexen,

    Em dezembro, o bioma Amazônia respondeu por 88% do que se queimou no país, sendo 37,5% de área florestal. Foram 964 mil hectares de Amazônia, das quais 361 mil hectares eram de floresta.

    No Cerrado, queimaram-se 9,7 milhões de hectares, dos quais 85% de vegetação nativa, principalmente formações savânicas. Comparado a 2023, houve aumento de 91% da área queimada, sendo a maior atingida desde 2019. “Historicamente, o Cerrado é um bioma que evoluiu com a presença do fogo, mas o fogo de forma natural, que ocorreria, por exemplo, ocasionado por raios, durante a transição entre a estação seca e a chuvosa. O que se observa é que tem aumentado muito a área queimada, principalmente na época da seca, impulsionada principalmente, por atividades humanas e pelas mudanças climáticas”, afirma Vera Arruda, pesquisadora do Mapbiomas.

    No ano passado, o Pantanal teve 1,9 milhão de hectares atingidos pelo fogo; a Mata Atlântica, 1 milhão hectares; o Pampa, 3,4 mil hectares; e a Caatinga, 330 mil hectares.

    De acordo com o pesquisador do Mapbiomas Eduardo Vélez, desde o início da série histórica, em 2019, esta foi a menor área queimada no Pampa. “Esse padrão está associado aos fortes efeitos do fenômeno El Niño, que, no sul do Brasil, se manifesta de modo inverso Houve grandes acumulados de chuva no primeiro semestre de 2024, quando notavelmente ocorreram as enchentes de maio de 2024”, lembrou Vélez.

  • Quando começam as chuvas em Mato Grosso?

    Quando começam as chuvas em Mato Grosso?

    Mato Grosso enfrenta uma das piores secas dos últimos anos. A ausência de chuvas significativas por mais de 114 dias tem causado grande preocupação em todo o estado, afetando diretamente a agricultura, a pecuária e os recursos hídricos.

    Perspectivas para Setembro:

    Embora a seca tenha se prolongado por um período incomum, as previsões meteorológicas indicam uma possível mudança no cenário climático para a segunda quinzena de setembro. A expectativa é que as chuvas retornem ao estado, aliviando a situação de estiagem e trazendo esperança para os produtores rurais.

    Um alívio tímido:

    No entanto, é importante ressaltar que o acumulado de chuvas até o final de setembro deve ser pouco quando comparado aos índices históricos para o período. Essa situação pode não ser suficiente para recuperar completamente os prejuízos causados pela seca prolongada e garantir um abastecimento hídrico seguro para os próximos meses.

    A previsão indica que chuvas significativas para a região Centro-Oeste só devem retornar nas últimas semanas de setembro, atrasando consideravelmente o início da temporada de plantio.

    Impactos da estiagem:

    A falta de chuvas tem gerado diversos impactos negativos em Mato Grosso, como:

    • Redução da produção agrícola: A seca compromete o desenvolvimento das culturas, resultando em perdas significativas para os agricultores.
    • Escassez de água: Os reservatórios estão com níveis baixos, afetando o abastecimento de água para as cidades e o uso na irrigação.
    • Aumento dos incêndios florestais: A seca aumenta o risco de incêndios, causando danos ambientais e prejuízos econômicos.
    • Elevação das temperaturas: A ausência de chuvas contribui para o aumento das temperaturas, intensificando os efeitos da seca.

    O que esperar para os próximos meses:

    A previsão para os próximos meses ainda é incerta, e os meteorologistas acompanham de perto a evolução do fenômeno El Niño, que pode influenciar o regime de chuvas na região. É fundamental que as autoridades e a sociedade civil se preparem para um cenário de incertezas e adotem medidas para minimizar os impactos da seca.

    Medidas de adaptação e mitigação:

    Para enfrentar os desafios impostos pela seca, é necessário implementar medidas de adaptação e mitigação, como:

    • Gerenciamento eficiente dos recursos hídricos: Otimizar o uso da água em todos os setores da economia.
    • Incentivo a práticas agrícolas sustentáveis: Promover o uso de tecnologias que reduzam o consumo de água na agricultura.
    • Conscientização da população: Informar a população sobre a importância da economia de água e os impactos da seca.
    • Monitoramento constante das condições climáticas: Acompanhar as previsões meteorológicas e tomar decisões baseadas em dados científicos.

    A seca em Mato Grosso é um desafio que exige uma resposta rápida e eficaz de todos os setores da sociedade. A expectativa é que as chuvas retornem em setembro, mas é fundamental estar preparado para um cenário de incertezas e adotar medidas para minimizar os impactos da estiagem.

    Veja também:

  • Inmet: El Niño sai neste mês e La Niña chega em julho

    Inmet: El Niño sai neste mês e La Niña chega em julho

    A segunda semana de junho vai ser marcada pela ocorrência de chuvas nas regiões Norte, Nordeste e Sul, com previsões de pancadas que podem superar os 60 mm nas duas primeiras regiões e 70 mm no Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo o Inmet, junho marca o fim do fenômeno El Niño, com previsão de início do La Niña no mês seguinte.

    Na Região Norte, o Inmet aponta que os maiores acumulados de chuva devem ocorrer no noroeste do Amazonas, norte do Pará, Roraima, além de áreas do leste do Amapá com acumulados que podem superar 60 mm. Nas demais áreas, os volumes devem ser inferiores a 40 mm.

    Já na Região Nordeste, a previsão é de pancadas de chuva na faixa leste, que podem superar os 60 mm. Enquanto na faixa norte da região, há previsão de chuva com menores acumulados, no interior pode ocorrer tempo quente e seco.

    Em relação à região Sul, a previsão de chuvas se concentra nos estados do paraná e Santa Catarina.

    El Niño

    Caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico na sua porção equatorial, o El Niño ocorre em intervalos irregulares de cinco a sete anos e tem duração média que varia entre um ano a um ano e meio.

    De junho de 2023 a abril de 2024, o El Niño influenciou no aumento das áreas de seca na Região Norte, que passou de fraca a extrema em algumas áreas, enquanto na Rregião Sul, as áreas com seca moderada a extrema desapareceram gradualmente. Na Região Nordeste ocorreram áreas com seca grave, que retrocederam a partir de março de 2024.

    O fenômeno também contribuiu ativamente para os eventos de inundação de excepcional magnitude no mês de maio, o que caracterizou o maior desastre já ocorrido no Rio Grande do Sul.

    De acordo com boletim divulgado na última quarta-feira (12), o atual padrão observado de condições de temperatura da superfície do mar do oceano Pacífico equatorial indica valores próximos da média climatológica, apontando para o fim do fenômeno El Niño e a chegada do La Niña, marcado pelo resfriamento anormal das águas do Pacífico.

    “A maioria dos modelos climáticos aponta essa condição de neutralidade, com valores de anomalia da superfície do mar inferiores a 0,5°C. De acordo com as projeções estendidas do International Research Institute for Climate and Society (IRI), há possibilidade da formação do fenômeno La Niña partir do segundo semestre – julho-agosto-setembro de 2024 – com probabilidade de 69%”, informou o instituto.

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  • Soja: Produtores brasileiros esperam cenário melhor em 2024

    Soja: Produtores brasileiros esperam cenário melhor em 2024

    Após um período turbulento em 2023, marcado por intempéries e custos de produção elevados, os produtores brasileiros de soja demonstram um otimismo moderado para o ano de 2024. As projeções, embora não sejam as mais animadoras, indicam uma possível melhora nos preços da commodity, o que traria um alento ao setor.

    O fim do El Niño em abril, previsto pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), gera expectativas positivas, pois as fortes chuvas e temperaturas extremas de 2023 não se repetirão.

    No entanto, a La Niña preocupa por ocasionar seca na região Sul do país e chuvas excessivas no Nordeste, Norte e Centro-Oeste, o que pode afetar a produtividade da soja em diferentes regiões.

    Desafios Persistentes:

    • Produtividade: A soja semeada fora do fotoperíodo adequado no Mato Grosso, principal estado produtor do país, pode ter sua produtividade comprometida, impactando negativamente a safra.
    • Pragas: A pressão de pragas como percevejo e mosca branca exige alto investimento em controle e gera preocupações com a falta de defensivos no mercado, o que pode elevar ainda mais os custos de produção.

    Perspectivas para 2024:

    Segundo semestre: Espera-se uma recuperação gradual do setor, com impacto positivo nos preços da soja.

    Desafios persistentes: Efeitos do La Niña e custos de produção ainda elevados podem afetar o desempenho do setor, impedindo uma recuperação completa.

    Exportações em Alta:

    Janeiro de 2024: Crescimento de 14,8% nas exportações do agronegócio, totalizando US$ 11,72 bilhões.

    Volume de grãos embarcados: Aumento de 19,7%.

    Soja: Recorde de US$ 2,5 bilhões em exportações, com a China como principal importadora, responsável por 69% do valor total.

    • O ano de 2024 apresenta perspectivas mistas para os produtores de soja no Brasil.
    • A melhora dos preços é esperada, mas os desafios climáticos e de produtividade persistem, podendo afetar a safra e os resultados do setor.
    • O segundo semestre pode ser mais positivo, mas a recuperação completa ainda levará tempo, dependendo da superação dos desafios mencionados.
  • Ano de 2023 é o mais quente da série histórica no Brasil

    Ano de 2023 é o mais quente da série histórica no Brasil

    O ano de 2023 é o mais quente da história do planeta, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM). No Brasil, a média das temperaturas do ano ficou em 24,92ºC, sendo 0,69°C acima da média histórica de 1991/2020, que é 24,23°C. Em 2022, a média anual foi de 24,07ºC, 0,16ºC abaixo da média histórica.

    Segundo levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), dos 12 meses do ano de 2023, nove tiveram médias mensais de temperatura acima da média histórica (1991/2020), com destaque para setembro, que apresentou maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) desde 1961, com 1,6ºC acima da climatologia de 1991/2020 (média histórica).

    Ao longo do ano, o Brasil enfrentou nove episódios de onda de calor, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño (aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial), que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta. Além disso, segundo o Inmet, outros fatores têm contribuído para a ocorrência de eventos cada vez mais extremos, como o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos.

    Após análise dos desvios de temperaturas médias anuais do Brasil desde 1961 a 2023, o Inmet verificou uma tendência de aumento estatisticamente significativo das temperaturas ao longo dos anos, que pode estar associada à mudança no clima em decorrência da elevação da temperatura global e mudanças ambientais locais.

    As temperaturas mais elevadas foram observadas no sul do Pará, Mato Grosso, sul de Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, áreas de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará.

    Temperatura global

    De acordo com a versão provisória do Estado Global do Clima 2023, publicada pela OMM, em 30 de novembro de 2023, a temperatura média da superfície global ficou 1,4°C acima da média histórica de 1850/1900, até outubro do ano passado.

    Com este valor, o ano de 2023 já é considerado o mais quente em 174 anos de medições meteorológicas, superando os anos de 2016, com 1,29°C acima da média, e 2020, com 1,27°C acima da média.

    Ontem (9), o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, confirmou que o ano passado foi o mais quente registrado no planeta e provavelmente o mais quente do mundo nos últimos 100 mil anos.

    Edição: Valéria Aguiar
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  • Verão começa com previsão de calor acima da média histórica

    Verão começa com previsão de calor acima da média histórica

    Já é verão no Brasil. Mais precisamente desde a 0h27 desta sexta-feira (22), quando a estação começou em todo o Hemisfério Sul. Depois de um ano marcado por ondas atípicas de calor, a previsão é de temperaturas acima da média histórica, segundo relatório climático produzido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

    Normalmente, o verão no país é marcado pela elevação de temperatura, dias mais longos do que as noites, chuvas fortes, descargas elétricas e ventos de intensidade moderada a forte. Devido ao fenômeno El Niño, que alterna a distribuição da temperatura da água no Oceano Pacífico, as alterações no clima devem ser mais intensas. No Brasil, os efeitos do El Niño podem se prolongar por toda a estação, que termina em 20 de março de 2024.

    Entre os meses de janeiro e março, a Região Norte do país pode registrar calor com valores de 1ºC acima da média histórica. Em relação às chuvas, os estados do Acre, de Roraima, do Amapá e o sudoeste do Amazonas devem ter volumes próximos ou acima da média no trimestre. Outras regiões devem continuar enfrentando um período de seca. É o caso da maior parte do Amazonas, Pará, de Rondônia e do Tocantins.

    A Região Nordeste também tem expectativa de temperatura acima da média, principalmente nos estados do Maranhão, Piauí e no norte da Bahia. Há previsão de chuva próxima ou abaixo da climatologia no centro-norte da região. Já no centro-sul, por causa do padrão de águas mais aquecidas do Atlântico Sul, podem ocorrer chuvas mais volumosas.

    No Centro-Oeste, a tendência é de calor forte em todos os estados, com valores acima de 1ºC da média histórica. Também é esperada chuva próxima ou acima da média em praticamente toda a região, exceto no oeste de Mato Grosso, que deve ter volume ligeiramente abaixo da climatologia do trimestre.

    Na Região Sudeste, as temperaturas devem ficar elevadas em todos os estados, com previsão de valores acima de 0,5ºC da média. A expectativa é que haja maior volume de chuva, principalmente em Minas Gerais, onde ela pode ser mais frequente e mais intensa.

    No Sul, é esperado calor próximo ou ligeiramente acima do normal no Paraná, em Santa Catarina e no norte do Rio Grande do Sul. Nas demais áreas do último estado, possibilidade de valores na média ou abaixo dela. As chuvas devem ser mais intensas no Rio Grande do Sul, principalmente na parte sul do estado. Nas demais áreas da região, haverá chuvas irregulares, com totais próximos ou pouco abaixo da média.

    Impactos na safra

    O Inmet chama a atenção para os impactos do El Niño na safra de verão 2023/24. Nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e da Bahia, a chuva ficou abaixo da média em outubro e novembro. Assim, os níveis de água do solo estão muito baixos, o que não favorece as fases iniciais dos cultivos de verão. A previsão é que os níveis continuem baixos nos próximos meses, com déficit hídrico e aumento da evapotranspiração devido às altas temperaturas.

    No Brasil Central, houve elevação dos níveis de água no solo em algumas áreas, por causa do retorno da chuva nessa segunda quinzena de dezembro. Com exceção do norte de Minas Gerais, o cenário ficou favorável para a retomada do plantio de desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

    Para a Região Sul, os volumes de chuva previstos devem manter elevados os níveis de água no solo. Mas a probabilidade de excedente hídrico é menor em algumas localidades. Com a diminuição da chuva em relação aos meses anteriores, a expectativa é de retomar a semeadura das culturas de primeira safra em regiões que estão com atraso.

    Edição: Graça Adjuto
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  • Nova onda de calor deverá atingir regiões do Brasil nesta semana

    Nova onda de calor deverá atingir regiões do Brasil nesta semana

    A estação mais quente, o verão, ainda nem chegou e as temperaturas voltarão a subir em áreas de 15 estados, mais o Distrito Federal, a partir de meio dia desta quinta-feira (14) até 19h de domingo (17). O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, publicou, na manhã desta terça-feira (12), o aviso laranja de perigo devido à nona onda de calor de 2023.

    A cor laranja é do aviso intermediário de uma escala de riscos que varia de amarelo ao vermelho. Esta sinalização indica situação meteorológica perigosa, quando as pessoas devem se manter vigilantes e informadas regularmente sobre as condições meteorológicas previstas.

    Localidades em alerta laranja

    Para ser considerada onda de calor, a temperatura máxima do dia deve registrar 5° Celsius (°C) acima da média daquela localidade, por um período de três a cinco dias.

    De acordo com o instituto, as altas temperaturas serão verificadas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e parte do Norte e Nordeste. Os estados que serão atingidos pelo intenso calor e que estão nesta zona de perigo são os da região Centro-Oeste (GO, MT, MS e DF), os três da região Sul (SC, RS, PR), da região Sudeste (MG, SP, RJ, centro e noroeste do Espírito Santo). Na região Nordeste, os alertas de calorão vão para os moradores da faixa oeste da Bahia, além do sul do Piauí e do Maranhão. Já no Norte, a onda de calor atingirá o centro-sul do Tocantins e áreas de Rondônia. As temperaturas poderão alcançar os 39° C, em algumas cidades brasileiras. A previsão do Inmet aponta que, já nesta terça-feira, a umidade relativa do ar deverá ficar em torno de 40% no Centro-Oeste e 30% no Sul do Brasil

    Causas

    A meteorologista do Inmet, Naiane Araújo, aponta um conjunto de fatores responsáveis pelo fenômeno climático caracterizado pelo aumento anormal das temperaturas por um certo período. “Nos próximos dias, a chance de chuva já começa a diminuir novamente, principalmente, a partir da quinta-feira, devido a uma massa de ar mais quente e seco, que vai quebrar esse canal de umidade, justamente nesta época do ano, quando nos aproximamos do verão, que é uma época mais quente do ano. Conforme a gente tem o céu aberto, mais ensolarado, com a ausência de nuvens e de chuva, as temperaturas disparam mesmo”.

    A meteorologista aponta que o fenômeno natural El Niño é um motivo a mais para aumentar os termômetros, mas não é o único. “O El Niño é um agravante. A gente teve a configuração do fenômeno ao longo dessa primavera e, durante o verão, deve persistir. Quando se configura um El Niño, o fenômeno bagunça o regime de chuva na área central do Brasil e tem um impacto muito claro nessa elevação das temperaturas também. Então, ele é um combustível a mais, sem dúvida alguma.”

    Riscos

    Os recordes de temperatura aumentam os riscos de incêndios e prejuízos à agropecuária, com a perda de produção e mortes de animais.

    A sensação térmica muito alta também pode provocar riscos à saúde, como insolação em diferentes graus. Os mais vulneráveis e que precisam de mais atenção são pessoas idosas, bebês e crianças, gestantes e portadores de doenças crônicas, como problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação; além da população em situação de rua.

    Para a população em geral, para se proteger da insolação, o Ministério da Saúde recomenda hidratação, resfriamento e proteção do sol e calor. A pasta preparou um guia com dicas básicas sobre como lidar com as temperaturas extremas, entre elas:

    · beber águas e sucos com frequência, mesmo quando estiver sem sede;

    · evitar bebidas com álcool, açucaradas e os refrigerantes;

    · evitar refeições pesadas e condimentadas;

    · ingerir refeições leves, como saladas e frutas, a exemplo de melancia, melão e laranja;

    · permanecer em locais mais frescos e arejados: à sombra, com ar condicionado ou ventilador;

    · manter os ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água.

    · usar roupas com tecidos e modelos frescos para deixar a pele respirar;

    · tomar banhos frios ou com temperaturas mais baixas;

    · evitar mudanças bruscas de temperatura.

    · evitar se expor ao sol nos horários mais quentes, assim como não realizar atividades físicas nestes intervalos, principalmente, ao ar livre;

    · usar protetor solar, óculos escuros e chapéus.

    Aos tutores dos animais domésticos, especialistas recomendam.

    · manter a água dos animais sempre fresca, limpa e disponível. Pedras de gelo podem ser acrescentadas ao líquido;

    · não caminhar com os animais em piso quente para não queimar as patas;

    · evitar passeios em horários de pico de temperatura;

    · não deixar os pets expostos ao sol;

    · avaliar o uso de ar condicionado no local onde o pet fica;

    · verificar os comportamentos do animal;

    · se necessário, procurar um veterinário.

    Insolação

    Quando o corpo não dissipa bem o calor, pode ocorrer a insolação em diferentes graus. O corpo humano dá sinais deste aumento prejudicial da temperatura e um profissional de saúde deverá ser procurado. Os níveis de insolação e seus sinais são:

    · insolação leve: muito suor e câimbras;

    · insolação moderada: fraqueza, dor de cabeça, enjoo, vômito e irritabilidade;

    · insolação grave: confusão mental; tonturas; pele quente e seca; e até perda da consciência.

    Neste caso, a orientação é chamar o mais rápido possível o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192). A ligação para o telefone 192 é gratuita e o serviço público funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

    Enquanto os socorristas não chegam, o acompanhante deve buscar um lugar fresco e poderá esfriar o corpo da pessoa com panos úmidos ou spray com água.

    https://www.cenariomt.com.br/mato-grosso/previsao-aponta-nova-onda-de-calor-com-temperaturas-de-ate-40c-em-mato-grosso/
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  • El Niño: pesquisadores preveem mais calor no Sudeste e Centro-Oeste

    El Niño: pesquisadores preveem mais calor no Sudeste e Centro-Oeste

    A onda de calor sentida nos últimos dias nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país sofre influência do fenômeno El Niño, segundo apontam pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) estima que os efeitos do El Niño devem ser sentidos pelo menos até abril do próximo ano.

    “Tudo indica que teremos um verão extremamente quente. É um El Niño de intensidade muito forte que, juntamente com o aquecimento global, produz esses efeitos que nós estamos vendo”, diz o coordenador da Rede Clima da Universidade de Brasília (UnB), Saulo Rodrigues Pereira Filho. Como efeitos do fenômeno climático, ele cita ainda a seca no Amazonas, as chuvas intensas no Sul do país e o calor extremo no Sudeste e no Centro-Oeste.

    Os termômetros do Rio de Janeiro já haviam superado os 40°C em algumas ocasiões nesta semana. Na capital fluminense, a sensação térmica superou os 58°C nesta terça-feira (14). Já no Centro-Oeste, dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) relativos a ontem indicaram que Cuiabá foi a capital mais quente do país.

    Ricardo de Camargo, meteorologista do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) também crê que essa onda de calor intensa pode se repetir.

    “Realmente podemos enfrentar situações parecidas como essa justamente por conta da influência do El Niño. É bem provável que a gente tenha as condições propícias para o acontecimento de novas ondas de calor. O que não dá para fazer é uma antecipação tão fidedigna e tão assertiva de quando isso pode acontecer.”

    O fenômeno El Niño é caracterizado pelo enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de Leste para Oeste) e pelo aquecimento anormal das águas superficiais da porção leste da região equatorial do Oceano Pacífico. As mudanças na interação entre a superfície oceânica e a baixa atmosfera têm consequências no tempo e no clima em diferentes partes do planeta. Isso porque a dinâmica de circulação das massas de ar adota novos padrões de transporte de umidade, afetando a temperatura e a distribuição das chuvas.

    São Paulo SP 12/11/2023 Alta temperatura no Vale do Anhangabau com termometro marcando 39 garus. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
    Prefeitura de São Paulo distribui água no Vale do Anhangabau, onde os termômetros marcaram 39 °C nesta terça-feira (14) – Paulo Pinto/Agência Brasil

    O El Niño – que ocorre em intervalos de tempo que variam entre três e sete anos – persiste em média de seis a 15 meses. Segundo Saulo Rodrigues, no Brasil, o fenômeno provoca seca nas regiões Norte e Nordeste. Já o Sul registra ocorrência de chuvas torrenciais e ciclones extratropicais.

    No Sudeste, conforme observa Ricardo de Camargo, a transição para o regime de chuvas, como é esperada para essa época do ano, está demorando.

    “Estamos tendo um período extremamente longo em que não há atuação de nenhuma frente fria. Elas não estão conseguindo avançar em direção ao Sudeste e ao Centro-Oeste. Chove muito no Sul e as frentes frias vão embora direto para o oceano”.

    O meteorologista explica como a movimentação no Oceano Pacífico está ligada com essa situação. “A atmosfera sente a mudança do posicionamento das águas quentes que saem lá de perto da Ásia, da Austrália e da Oceania e vêm ocupar porções mais centrais ou até mais próximas da América do Sul. E aí existe um impacto. Uma das assinaturas é justamente essa dificuldade dos sistemas frontais conseguirem avançar mais em direção ao Sudeste e ao Centro-Oeste”.

    Aquecimento global

    Mas só o El Niño não é suficiente para explicar a situação, segundo avalia o pesquisador da UnB. Ele considera que o fenômeno tem uma influência importante, mas a análise desses eventos extremos deve considerar em primeiro lugar o aquecimento global. O pesquisador alerta para as projeções indicando que as ocorrências de fortes chuvas, calor extremo e secas severas deverão ficar mais frequentes e mais intensas. São episódios que podem desencadear desastres socioambientais e problemas de saúde.

    “Já existe um conhecimento científico sólido sobre a capacidade que as mudanças climáticas possuem de produzir grandes perdas e danos para a sociedade e para as atividades produtivas. As populações vulneráveis se tornam muito potencialmente vítimas desse cenário”, observa Saulo Rodrigues.

    De acordo com Ricardo de Camargo, não dá mais para colocar em dúvida que as mudanças climáticas estão em curso. “É inegável que as temperaturas estão cada vez mais altas em todos os lugares do planeta de uma maneira quase geral. Não há mais espaço para negacionismo com relação a isso. As projeções indicam que os sistemas transientes e os eventos extremos devem ficar mais frequentes, mais comuns e irão atingir com maior severidade. Se fizermos uma análise do que tem sido divulgado na mídia, veremos que realmente o mundo todo está enfrentando essas situações de episódios severos”.

    O meteorologista, no entanto, faz uma ponderação. “É difícil atribuir um percentual de responsabilidade da mudança climática nessa onda de calor que estamos vivenciando agora”, avalia. Segundo ele, considerando a mudança no regime de precipitação que tem se observado, é possível fazer a associação, mas com algum cuidado.

    Políticas Públicas

    Saulo Rodrigues observa que os principais responsáveis pelo aquecimento global são os países desenvolvidos, que emitem maior quantidade de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, ele avalia que o Brasil tem um desafio.

    “Nós temos uma matriz energética com grande percentual de energia renovável. A matriz elétrica brasileira é 90% composta de energia renovável. Poucos países do mundo tem essa capacidade de produzir energia com baixas emissões de carbono. O Brasil tem esse ativo. O Brasil também tem a Floresta Amazônica e o Cerrado que retiram carbono da atmosfera. Isso é muito importante para o equilíbrio climático. Então o Brasil é parte da solução. O principal problema brasileiro é a questão do desmatamento”.

    O pesquisador da UnB cita alguns resultados positivos neste ano, com o registro da queda das taxas de desmatamento, mas faz um alerta. Segundo ele, o governo deve elaborar políticas públicas que considerem os efeitos de médio e longo prazo.

    “Somos reconhecidamente um dos países mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, porque [o Brasil] se localiza em uma faixa tropical onde as temperaturas normalmente já são mais elevadas. O aquecimento global tende a intensificar essas temperaturas.”

    Segundo o pesquisador da UnB, a regulamentação do mercado de carbono, em discussão da Congresso, é positiva. Mas ele defende que o agronegócio não pode ficar de fora dos setores que deverão cumprir metas de descarbonização. Essa é uma questão que tem gerado divergências.

    “O mercado voluntário de carbono, sem a regulação do estado, tem apresentado muitas imperfeições. Muitas empresas estão vendendo crédito de carbono de forma irregular, não apresentando os resultados que oferecem e isso traz muita insegurança para os investidores. Por isso é tão importante a regulação desse mercado”.

    Edição: Denise Griesinger
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  • Inmet divulga detalhes sobre os impactos do fenômeno El Niño no Brasil em 2023

    Inmet divulga detalhes sobre os impactos do fenômeno El Niño no Brasil em 2023

    O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastre (Cenad) divulgaram nesta terça-feira (20), um boletim com o objetivo de apresentar o monitoramento, previsões e os possíveis impactos do El Niño no Brasil em 2023.

    O documento é resultado do trabalho realizado em parceria pelos órgãos nacionais e oficiais sobre monitoramento, regulação do uso das águas, gestão de riscos e previsão do clima e tempo. Mensalmente, o conteúdo será atualizado para disponibilizar informações acerca do fenômeno e, assim, apoiar os órgãos federais e estaduais além de contribuir para a tomada de decisões governamentais referentes ao País.

    De acordo com o boletim, desde junho de 2023 as condições observadas de temperatura da superfície do mar mostram um padrão típico do fenômeno El Niño. Este padrão se apresenta na forma de uma faixa de águas quentes em grande parte do Oceano Pacífico Equatorial que, próximo à costa da América do Sul, são superiores a 3°C. Entre agosto e o início de setembro, essa região apresentou sinais de atividade convectiva anômala em associação ao desenvolvimento de nuvens profundas. Neste ano, um efeito do El Niño foram as chuvas registradas no Rio Grande do Sul, entre 1º e 19 de setembro, cujos volumes ficaram em torno de 450 milímetros (mm). Nos demais estados do País, foi registrado um déficit de precipitação, com volumes superiores a 50 mm, abaixo da média histórica, na Região Norte.

    Para o próximo trimestre (outubro, novembro e dezembro) a previsão indica maior probabilidade de chuva abaixo da faixa normal entre o leste, centro e faixa norte do Brasil. Entre a Região Sul, parte de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, a previsão indica maior chance de chuva acima da faixa normal. Esta previsão reflete as características típicas de El Niño sobre o Brasil. Já a previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima da faixa normal na maior parte do País.

    Em relação a previsão do armazenamento de água no solo, parte sul de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, além da Região Sul, indicam a manutenção da umidade no solo, com valores maiores que 70%. É importante ressaltar que com a atuação do El Niño, há probabilidade de ocorrência de grandes volumes que podem contribuir para a elevação dos níveis de água no solo, com valores superiores a 90%, ocasionando, inclusive, excedente hídrico.

    Já as vazões naturais no rio Madeira apresentam valores 35% abaixo da média para o mês, e no rio Xingu, valores próximos à média para o mês. A situação de armazenamento nos reservatórios do SIN atingiu 75,7% e, nos da Região Nordeste, 48,1%, uma realidade melhor que a observada nos últimos quatro anos para esse mesmo período, porém, com situação crítica em pelo menos 12 sistemas hídricos locais regulados pela ANA.

    Para acessar o boletim completo cliqueAQUI.

    O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.

    Por:Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)
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