Tag: Educação

  • Inauguração do Centro de Educação Infantil será na próxima terça-feira em Lucas do Rio Verde

    Inauguração do Centro de Educação Infantil será na próxima terça-feira em Lucas do Rio Verde

    A Prefeitura de Lucas do Rio Verde vai inaugurar o Centro de Educação Infantil Balão Mágico às 16 horas do próximo dia 10 de março. Criada em 11 de janeiro 2018 a partir de um desmembramento do Centro Integrado de Educação Infantil Anjo Gabriel, a nova unidade escolar, localizada na avenida Espírito Santo, no bairro Jardim das Palmeiras, passou a atender pouco mais de 400 crianças dos infantis III e IV.

    Posteriormente, a construção de uma nova ala permitiu ampliar o atendimento – a partir do segundo semestre de 2019 – com a abertura de mais 150 vagas, inclusive do Infantil V, totalizando 574 crianças atendidas atualmente.

    O novo bloco, medindo 557 metros quadrados de área construída – sem incluir a passarela –, tem três salas de aula, sala de professores, cozinha, refeitório, banheiros e área de serviço, totalizando R$ 971.723,85 de investimento.

    Segundo o prefeito Luiz Binotti, o foco em uma educação de qualidade e no atendimento das demandas setoriais fará com que até o final de 2020, com as ampliações e as novas unidades construídas, tenha havido um acréscimo de mais de 100 novas salas de aula, o equivalente a 50% de aumento no total de instalações existentes em toda a rede municipal de ensino.

    A projeção inclui a ampliação das escolas Caminho para o Futuro, já finalizada, da Fredolino Vieira Barros, da Cecília Meireles, ambas em andamento, totalizando 30 novas salas, a construção da Escola Cora Coralina, com 20 salas, a criação do Centro de Educação Infantil Paulo Freire, com 16 salas, entre outras obras executadas, em curso ou planejadas.

  • Mauro Mendes quer derrubar na justiça o aumento de investimentos da educação

    Mauro Mendes quer derrubar na justiça o aumento de investimentos da educação

    “Educação não é gasto, mas investimento”

    O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) utilizou a tribuna durante a sessão ordinária matutina de ontem, quarta-feira (11) para criticar a decisão do governo do estado de ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a emenda à Constituição de Mato Grosso que determina investimentos de 35% na educação.

    De autoria do deputado Wilson Santos, a emenda constitucional foi aprovada em 2015 pela Assembleia Legislativa e estabelece que o Executivo deva se comprometer a acrescentar anualmente um mínimo de 0,5% nos exercícios financeiros de 2015 até 2035 com o intuito de atingir o percentual de 35% de investimentos na educação mato-grossense.

    Não dá para saber qual a finalidade do estado com essa proposta de derrubar a vigência da emenda constitucional. Mato Grosso não tem obtido os melhores desempenhos nos índices de avaliação com relação ao ensino médio. Até mesmo o analfabetismo é algo que assombra municípios do interior”, disse.

    Em 2018, Mato Grosso foi o 21º no ranking nacional na qualidade do ensino médio de acordo com os critérios do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

    No nível médio, o melhor desempenho foi o das escolas privadas, que também ficaram abaixo da meta, mas tiveram nota 5,6, enquanto a meta era 6,4. Nas escolas públicas, a média foi de 3,2.

    O deputado Lúdio Cabral (PT) utilizou a tribuna para questionar a decisão do governador Mauro Mendes (DEM) de derrubar o aumento de investimentos da educação em Mato Grosso na Justiça.

    Educação não é gasto, mas investimento. E o propósito do estado é investir para gerar oportunidade aos mais pobres. São milhares de famílias que dependem da qualidade do ensino público para ter a expectativa de construir um futuro melhor. Essa é uma medida que deve ser duramente repudiada”, disse.

    O presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Cultura e Desporto, deputado Thiago Silva (MDB), lamentou a decisão do Executivo e diz que aguarda uma postura sensata do Supremo Tribunal Federal.

    “No momento em que dedico 50% das minhas emendas parlamentares para investimentos na educação, é com profunda tristeza que vejo essa iniciativa do Executivo. Mato Grosso não pode ser conhecido apenas como vocacionado ao agronegócio. A educação de qualidade e o acesso à pesquisa se constroem com investimentos. A partir daí,  teremos mão de obra qualificada para preencher vagas no mercado de trabalho”, comentou.

    https://www.cenariomt.com.br/2019/12/16/governo-de-mt-aumenta-carga-de-icms-para-o-algodao-em-2021/

    https://www.cenariomt.com.br/2019/12/10/tapurah-descumpre-repasse-de-25-para-educacao/

  • Deputado participa de audiência pública sobre escola cívico-militar em Vila Rica

    Deputado participa de audiência pública sobre escola cívico-militar em Vila Rica

    Pais de alunos, professores, comerciantes e moradores lotaram o plenário da Câmara de Vereadores de Vila Rica, na sexta-feira (6), durante audiência pública requerida pelo prefeito Abimael Borges, com a participação do deputado estadual Silvio Fávero (PSL). Durante o encontro, a população, por unanimidade, mostrou-se favorável à implantação da escola compartilhada cívico-militar no município.

    Em Mato Grosso, oito escolas são administradas pela Polícia Militar (PMMT) e Corpo de Bombeiros de Mato Grosso (CBMMT), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Isso porque, são professores da rede estadual de ensino os responsáveis por comandar as salas de aula. Já a parte administrativa é de competência da PM, inclusive na ministração das aulas de instrução militar, ordem unida além de outras atividades.

    Na audiência, foram esclarecidos diversos pontos que geravam dúvidas aos professores presentes e pais de alunos. A informação de que os profissionais da rede de ensino correm o risco de perderem o emprego, por exemplo, foi elucidada pelo deputado estadual.

    “Ninguém vai perder o emprego. O que deve acontecer é o professor ou funcionário da educação assumir mais horas aulas e serem remunerados por isso. A escola cívico-militar vem para somar e não prejudicar ninguém. Basta entender  a Lei”, defendeu o deputado.

    Fávero é autor da Lei nº 10.922/2019, que facilita a implantação da escola cívico-militar nos municípios mato-grossense. E, para debater sobre o assunto o parlamentar tem percorrido diversos municípios a fim de que o funcionamento dessa implantação e suas vantagens cheguem à população. Vila Rica é a décima cidade a receber o parlamentar. Na semana passada, o deputado esteve na Capital do Nortão, Sinop, onde deverá, a partir do ano quem, ser implantada essa modalidade de ensino.

    A estudante Miriã Félix, 15 anos, disse que sente falta de mais disciplina nas escolas e respeito ao professor, principalmente. Ela lembrou um caso ocorrido no ano de 2017, em Acorizal, em que a postura rígida de um professor quase o levou a morte. O profissional, segundo ela, foi alvejado por vários disparos de arma de fogo, crime cometido por um aluno.

    “Precisa acontecer mais o que para as pessoas entenderem que as escolas precisam ser mais rígidas. A falta de disciplina, de respeito, tem custado muito caro para todo mundo. Muitas atitudes irresponsáveis têm afetado alunos e professores. Eu apoio a implantação da escola militar em Vila Rica, sim. Não vejo a hora”, defendeu.

    De acordo com o chefe do Executivo municipal, a Escola Estadual Vila Rica, conforme levantamento, é a unidade apontada para dividir espaço com a cívico-militar.

    “Essa modalidade é extremamente importante para nós. Creio que obteremos bons resultados. Como temos o comando da Polícia Militar aqui em Vila rica, vai facilitar ainda mais a implantação. Saio dessa audiência pública bastante otimista, principalmente por ver que a nossa comunidade é totalmente a favor e apoia”, ressaltou Abimael.

    A dona de casa Cleomar Moreira Barros também manifestou apoio pela implantação. Para ela, a escola compartilhada vai melhorar a vida do aluno e também do professor em vários aspectos. “Não estou minimizando as escolas municipais ou estaduais, só acho que as escolas militares têm mais regras, até pela sua base pautada no respeito, na hierarquia, na disciplina, nos princípios básicos de vida. Até quando vamos ser plateia de tanta coisa ruim acontecendo. Eu quero muito essa escola aqui para os meus dois filhos”, concluiu.

    Outra questão debatida no evento foi à seleção dos alunos da escola. O Capitão PMMT, Jefferson Mascarenhas, diretor da Escola Militar no município vizinho, Confresa, explicou que a seleção através de exame é uma forma de classificar o aluno e avaliar que realmente quer estudar.

    “A diferença do sorteio para a o exame de seleção é que quem estudou mais vai conseguir, nisso já é demonstrado o interesse. Mas, quem irá definir o critério é o Poder Executivo estadual, por meio da Seduc (Secretaria de Estado de Educação), em parceria com a PMMT”, destacou o Capitão.

    Participaram também da audiência pública, o vice-prefeito João Salomão Pimenta; presidente da Câmara Municipal, Janovan Rios de Sousa; secretário Municipal de Educação, Ademar Schimitt; comandante do 10º comando regional da PMMT, tenente-coronel Rousevelt Escolástico; promotor de Justiça da Comarca de Vila Rica, Eduardo Antônio Ferreira Zaque; Assessora Pedagócica, Graciela Moraes Sales; Reverendo José Rosa, da AABB; Reverendo Benedito Silva, da Paróquia São Pedro dos Apóstolos; Carlos Eduardo, presidente do Conselho de Segurança (Conseg-Vila Rica); professores, pais de alunos e estudantes de Vila Rica.

    Investimento – Mato Grosso está na lista das escolas cívico-militares que receberão recursos do governo federal, a partir do ano que vem. Por meio do Ministério da Educação (MEC), serão injetados no setor, R$ 54 milhões para viabilizar o projeto piloto das escolas cívico-militares em 54 instituições de ensino no Brasil.

    Cada unidade escolar irá receber R$ 1 milhão para custear a infraestrutura e pagamento de pessoal. De acordo com o MEC, esse montante será injetado em 23 estados brasileiros e pelo Distrito Federal. O intuito é promover um salto na qualidade educacional do país. O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares será implementado em 38 escolas estaduais e 16 municipais. A Capital mato-grossense foi contemplada com investimento financeiro para duas escolas.

    “As escolas começam a funcionar já na volta às aulas. É um modelo que acreditamos que vai ter um amplo sucesso no Brasil”, afirmou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante coletiva à imprensa, em Brasília (DF).

  • Prefeito confirma instalação do Campus da Unemat em Lucas do Rio Verde

    Prefeito confirma instalação do Campus da Unemat em Lucas do Rio Verde

    Em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito Luiz Binotti, confirmou que Lucas do Rio Verde-MT será agraciado com a instalação de um Campus da Universidade Estadual de Mato Grosso – UNEMAT.

    PREFEITO“Uma notícia maravilhosa, especialmente para Lucas do Rio Verde, para nossos jovens, onde foi aprovada agora pela manhã (quarta-feira) pelo Conselho da UNEMAT, a criação do Campus Avançado da UNEMAT em Lucas do Rio Verde. Quero agradecer, primeiramente a Deus e depois a todas as pessoas que se envolveram para a realização dessa conquista. É uma alegria milito grande para mim em poder receber essa notícia e no ano que vem podemos entregar definitivamente, o Campus Avançado, especialmente para os jovens que precisam necessitam da Universidade Pública”, declarou o prefeito Luiz Binotti.

    De acordo com o diretor Político, Pedagógico e Financeiro do Campus de Sinop da Unemat, Roberto Arruda, o Campus Avançado de Lucas do Rio Verde criado hoje pelo Consuni é o primeiro campus avançado da instituição, assim como foi criado em Rondonópolis.

    “O Campus Avançado tem uma estrutura própria, com cursos a serem ofertados por todos os demais campus da universidade, nós somos hoje em 13 e o campus avançado tem essa possibilidade de receber esses cursos. O campus de Lucas terá uma estrutura própria, com cursos a serem ofertados de várias modalidades, tanto de graduação quanto de pós-graduação, e esses cursos não impactam no orçamento da instituição porque nós podemos fazer a remoção temporária de professores e servidores para atendimento ao campus e esse professor pode ofertar naquele momento uma disciplina no campus avançado e outra disciplina no campus de origem. Então, nós estamos com essa possibilidade de Lucas do Rio Verde, ampliando nossa oferta sem nenhum custo adicional para a Universidade do Estado de Mato Grosso e para a Prefeitura de Lucas”.

    Arruda também pontuou que a contrapartida com o município é a cedência de um espaço e futuramente a construção de um espaço físico para que essa estrutura funcione no município.

    “Temos uma parceria muito boa com a prefeitura, com o prefeito Luiz Binotti, a secretária Cleusa e toda a equipe da Educação, que nos têm apoiado porque o campus de Sinop, por exemplo, oferta já nessa modalidade o curso de Engenharia Civil e Barra do Bugres oferta Engenharia de Alimentos. Então dentro desta perspectiva, o campus tem essa estrutura mais leve, e tem a possibilidade de uma dinâmica de oferta de cursos variados, do hall de 62 graduações que nós temos aqui na Universidade do Estado de Mato Grosso”.

    A secretária de Educação, Cleusa De Marco, informou que para iniciar oficialmente as atividades do campus avançado, a Unemat vai utilizar a estrutura da Escola Municipal Olavo Bilac.

    “A partir de 2020 poderemos contar com mais cinco cursos da Unemat. Para fazer a escolha, vamos fazer uma pesquisa de opinião pública para identificar a preferência da população em cursos de ensino superior. O edital para contratar a empresa que vai realizar a pesquisa já está disponível e a licitação será no dia 09. Dessa forma, poderemos focar em cursos que atendam os anseios da população”.

    Binotti explicou que já está sendo planejado o projeto arquitetônico e providenciada uma área que será destinada para a instalação do campus avançado.

     

    https://www.cenariomt.com.br/2019/12/04/escolas-estaduais-de-lucas-do-rio-verde-serao-contempladas-com-r-164-mil/

  • Mato Grosso adere ao Programa das Escolas Cívico-Militares

    Mato Grosso adere ao Programa das Escolas Cívico-Militares


    O modelo chegará, em 2020, a 54 escolas


     

    Mato Grosso foi um dos 15 estados que aderiram ao modelo de escolas cívicos-militares, proposta de governo de Jair Bolsonaro (PSL) para que unidades escolares do Estado sejam transformadas em instituições como a Escola Tiradentes, que possui militares na direção e administração.

    As regiões Centro-Oeste, Sul e Norte tiveram adesão de todos os estados. No Nordeste, apenas o Ceará aderiu ao programa e, no Sudeste, Minas Gerais. Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a adesão “foi muito boa. Estamos animados e vamos começar o projeto”. Ele lembra que essa é uma das bandeiras presentes no programa de governo do presidente Jair Bolsonaro. “Agora está sendo implementado”.

    O modelo chegará, em 2020, a 54 escolas. O objetivo é selecionar duas instituições de ensino em cada estado. Entre os dias 4 e 11 de outubro, as prefeituras deverão solicitar participação. Podem solicitar a participação, inclusive os municípios em estados que não aderiram ao programa.

    “A gente quer colocar as primeiras escolas onde todo mundo está de acordo. A gente quer que o caso seja um sucesso muito grande. Então, o ideal é começar pelos estados que querem e pelos municípios que os prefeitos também querem”, diz Weintraub.

    Aderiram ao programa as seguintes unidades da Federação: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará, Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

    Orçamento

    O MEC vai liberar R$ 54 milhões para o programa em 2020, sendo R$ 1 milhão por escola. Segundo Weintraub, o orçamento está garantido. “No ano que vem a situação do orçamento começa a ficar mais normalizada. A gente pegou o país quebrado. O orçamento do ano que vem já é o orçamento que a gente fez. Está apertado, está difícil, mas sem surpresa negativa, sem inconsistências”.

    O dinheiro será investido no pagamento de pessoal em algumas instituições e na melhoria de infraestrutura, compra de material escolar e reformas, entre outras intervenções.

    As escolas em que haverá pagamento de pessoal são as que fizerem parceria com o MEC e o Ministério da Defesa, que contratará militares da reserva das Forças Armadas para trabalho nos estabelecimentos. A duração mínima do serviço é de dois anos, prorrogável por até dez anos, podendo ser cancelado a qualquer tempo. Os profissionais vão receber 30% da remuneração que recebiam antes de se aposentar.

    Os estados poderão ainda destinar policiais e bombeiros militares para apoiar a administração das escolas. Nesse caso, o MEC repassará a verba ao governo, que, em contrapartida, investirá na infraestrutura das unidades, com materiais escolares e pequenas reformas.

    Os militares irão atuar como monitores, acompanhando os alunos e fazendo contato com as famílias. Exercerão atividades como supervisão escolar e psicopedagogia, preservando, as atribuições exclusivas dos docentes. Atuarão também no fortalecimento de valores éticos e morais e exercerão ainda funções administrativas para aprimorar a infraestrutura das escolas e a organização escolar.

    Escolha das escolas

    Para participar da seleção, os colégios públicos devem ter de 500 a mil alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental ou do ensino médio. Terão preferência as escolas com estudantes em situação de vulnerabilidade social e com Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que mede a qualidade das escolas, abaixo da média dos estados. Além disso, a comunidade escolar precisa aprovar o modelo. O MEC disponibilizou o passo a passo para a realização da consulta à comunidade. A orientação está disponível na internet.

  • Professor da UFMT do campus de Barra do Garças é o primeiro Brasileiro indicado ao prêmio Nobel da Educação

    Professor da UFMT do campus de Barra do Garças é o primeiro Brasileiro indicado ao prêmio Nobel da Educação

    Márcio Andrade Batista é mestre em Engenharia química e está terminando seu doutorado na Universidade Federal de Uberlândia. Paulista, Marcio se mudou para Barra do Garças – MT em 2010, onde ministra aulas na UFMT. Mas o que tem de diferente na história de Marcio? Bem simples, ele está concorrendo o “Global Teacher Prize”, o prêmio Nobel da Educação, Marcio é o primeiro brasileiro a ser indicado ao prêmio.

    A premiação é nada mais nada menos do que US$ 1 milhão, são 50 candidatos de 29 países. O anúncio do vencedor será no mês de Março em Dubai.

    Márcio nos deu uma entrevista exclusiva, da qual falou a respeito da premiação, sua carreira profissional, perspectivas para a ciência brasileira e pontos de vista a respeito da educação do nosso país.

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    Batista ganhou recentemente o Prêmio Novelis de Sustentabilidade, desenvolvendo um tipo de carregador de baterias de celular movido a energia solar e que pode ser acoplado a bicicletas
    Foto: Divulgação

    Como funciona essa seleção?

    É o que chamam na academia de memorial, as coisas que você fez que podem ser consideradas relevantes e contribuiu para o status da sua profissão.

    Foram quantos projetos desenvolvidos até hoje?

    Nossa, mais de 50 projetos. Todos os alunos que eu orientei foram indicados a prêmios, alguns foram premiados e outros se tornaram professores.

    O senhor já está produzindo novos inventos?

    Já, estou produzindo a melhoria da lâmpada de Mozart, o filtro bactericida de casca de barú… tem muitas coisas que estou tocando simultaneamente.

    O senhor nunca comercializou algum desses inventos?

    Não, eu sou professor universitário, a universidade me paga para retribuir a sociedade, e é isso que eu faço.

    A sociedade é grata ao senhor?

    Eu não sei, não tenho esse retorno. Falando do prêmio Global Teacher Prize, foram 8 indicados americanos ao prêmio, eles foram recebidos pelo Obama, a indicada Argentina foi recebida na casa rosada, a indicada italiana foi recebida pelo primeiro ministro da Itália…

    E o senhor foi recebido pela Dilma?

    Não (risos), nem um tweet. Nem em Barra do Garças, nem um vereador, nada.

    Falta apoio do poder público para a ciência?

    Acho que cada sociedade valoriza os seus ícones.

    O Brasil valoriza o que?

    Não tem glamour nenhum em ser professor, não é uma profissão de status, não é tão legal quanto ser um jogador de futebol por exemplo. Esse cara que ganhou o prêmio Puskas (gol mais bonito do ano) foi recebido em Goiânia com o aeroporto interditado, foi um golaço, mas você não vai ver essa mesma repercussão com um professor que fez um projeto bacana.

    O que deve ser mudado no Brasil em relação a ciência?

    Ciência é um processo de longo prazo e investimento, não adianta você pensar que vai investir hoje e daqui um ano terá resultado, estamos falando talvez de décadas de investimentos pesados em ciência. Valorização da carreira docente, valorização do pesquisador, aliás, o pesquisador não é uma profissão, não existe essa classificação aqui. Para você se tornar um pesquisador no Brasil, deve-se tornar professor universitário e aí sim você acaba fazendo pesquisa. Nos Estados Unidos você pode optar por ser pesquisador ou professor, aqui não, eu por lei sou obrigado a fazer extensão, pesquisa e ensino. Agora você acha que é fácil eu sozinho fazer tudo isso? Eu tenho que ir na sociedade enxergar os problemas que ela precisa e propor uma solução, tenho que ir no laboratório desenvolver uma pesquisa e publicar e tenho que ir para a sala de aula. Se eu pudesse focar só na pesquisa, com certeza a minha produtividade com relação a isso iria aumentar. Então nós temos um longo caminho a percorrer. O sonho mesmo seria você ver um garotinho ou uma menininha falar “quando eu crescer, quero ser cientista ou pesquisador”.

    Parte da culpa pelas nossas crianças e adolescentes não se interessarem por ciência é da mídia?

    Eu gostaria de ver as grandes conquistas brasileiras aparecendo na TV, no jornal… a mídia poderia dar uma contribuição gigantesca para popularizar a ciência, a inovação e contribuir com a valorização da carreira docente e do pesquisador. Você já ouviu falar da Bianca, que ganhou o prêmio jovem cientista? Sendo a primeira Mato-grossense a ganhar o prêmio em 26 anos de história?

    Não conhecia…

    Foi a primeira do Mato Grosso, um prêmio que existe há 26 anos. Você não vê muito prazer pela ciência no Brasil. Se você digitar no “youtube” o nome “Kéfera”, vai ver vídeos com mais de 4 milhões de acessos, mais de 350 mil “likes” por vídeo. Se eu fizer um vídeo explicando o processo de fabricação da casca de castanha, que isso pode gerar um material de sustentabilidade, de baixo custo, de benefício… se eu tiver 100 likes é um efeito histórico. Eu assisti a entrevista do primeiro ministro de Portugal, cortaram ele para mostrar um jogador chegando no aeroporto. Eu gosto de futebol, adoro futebol, mas temos que colocar cada coisa no seu devido grau de importância.

    Uma profissão sem Glamour e sem grandes retornos financeiros. O senhor sempre quis ser professor?

    Sim, eu tive a influência de grandes professores que sabem muito bem o que é ciência, além de saber ensinar o que é ciência. Então eu já queria isso mesmo, eu fui apresentado a várias opções, mas escolhi ser professor.

    Se fosse para escolher um país a fim de atuar como professor, qual país o senhor escolheria?

    Brasil, sou brasileiro, gosto da terra, e já vou especificar, escolho a região em que estou. Sou Paulista. Fui convidado para dar uma palestra uma vez para uma turma de pós graduação da Univar (faculdade particular de Barra do Garças) e o pessoal falava assim, “Barra do Garças não tem opção”. Fiz uma experiência, fiquei uma semana na cidade, voltei e falei “gente, vocês estão em cima de uma mina de ouro, como não tem opções? A cidade tem um rio maravilhoso, você pode desenvolver a indústria pesqueira, você tem terra, você tem fruta, tem babaçu, barú, copaíba, mangaba. O que mais que precisa?” Eu olho e enxergo centenas de oportunidades nessa cidade, mas você tem que colocar a mão na massa e fazer acontecer.

    A universidade remunera o senhor pelas pesquisas?

    Não, pelo contrário, muitas vezes eu tiro dinheiro do meu bolso para bancar a pesquisa

    O senhor gosta do conceito de universidade pública?

    Gosto, mas a sociedade não sabe aproveitar a universidade. Enquanto existir o conceito de que a universidade é só para servir um grupo de pessoas que vão formar e ganhar dinheiro, nós estaremos andando por um caminho errado. A sociedade tem que dar uma despertada, por exemplo, vamos supor que eu tenho um açougue, preciso processar a carne, cortar, que tipo de embalagem eu vou colocar? Vai na universidade buscar ajuda, a universidade está lá para atender a sociedade. Em 5 anos de instituição eu nunca vi alguém bater na minha porta e dizer assim “eu sou um produtor de leite e quero agregar valor ao meu produto, me ajude a desenvolver uma bebida láctea?” Sim, é o meu papel, e eu não posso cobrar por isso, porque o estado já me paga para fazer isso. Esse tipo de coisa ainda precisa se espalhar um pouco mais.

    Por: Francisco José