Tag: Educação Profissional e Tecnológica

  • Governo expandirá rede federal de ensino, com 100 novos campi

    Governo expandirá rede federal de ensino, com 100 novos campi

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta terça-feira (12), o plano de expansão da rede federal de ensino técnico, com a criação de 100 novos campi de institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) pelo país. A iniciativa alcançará todas as unidades da federação e vai gerar 140 mil novas vagas, a maioria em cursos técnicos integrados ao ensino médio.

    A expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica foi anunciada por Lula em dezembro de 2023, durante sua participação na Conferência Nacional de Juventude. Os institutos federais são instituições especializadas na educação profissional e tecnológica, oferecendo também educação básica e superior. Os cursos são gratuitos.

    O objetivo do governo é aumentar a oferta de vagas na educação profissional e tecnológica e criar oportunidades para jovens e adultos, especialmente os mais vulneráveis.

    “É com base no investimento na educação que a gente pode ter a certeza de que esse país vai chegar a ser um país de primeiro mundo, um país desenvolvido, um país de uma sociedade composta pela grande maioria de gente de classe média. Porque nós não fizemos opção para ser pobre. Aliás, ninguém gosta de ser pobre, ninguém gosta de se vestir mal, ninguém gosta de comer mal, ninguém gosta de morar mal, ou seja, todos nós nascemos para ter acesso a tudo aquilo que a gente produz”, disse Lula, durante a cerimônia no Palácio do Planalto.

    “Então, quando a gente fala em investimento em educação é porque uma profissão dá a um homem e a uma mulher um estado de cidadania que sem educação a gente não conquista”, acrescentou o presidente, destacando ainda a importância da formação profissional para as mulheres, especialmente aquelas que vivem em contexto de violência doméstica.

    “A coisa mais importante na educação é que, a mulher tendo uma profissão, ela vai ter um espaço de disputar trabalho no mercado, fora de casa. Porque a mulher não nasceu só para fazer trabalho doméstico, a mulher nasceu para fazer o que ela quiser fazer e trabalhar fora de casa é uma oportunidade”, disse Lula. “Quando a mulher tem uma profissão, quando ela tem um salário e pode custear a vida dela, ela não vai viver com nenhum homem que não goste dela, ela não vai viver por necessidade, por dependência”, ressaltou o presidente.

    Serão investidos R$ 3,9 bilhões em obras nos institutos federais, por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desse total, R$ 2,5 bilhões são para instalação de novos campi e R$ 1,4 bilhão para melhorias em unidades já existentes, como a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.

    O ministro da Educação, Camilo Santana, explicou os critérios de escolha dos municípios que serão atendidos com os novos campi. “Primeiro, olhar para os vazios demográficos, olhar a proporção de matrícula de ensino técnico ofertado também em cada estado e olhar o número de institutos por população em cada estado”, disse.

    Rede federal

    O Nordeste é a região que receberá o maior número de novos IFs: serão 38 campi nos nove estados. O Sudeste aparece na sequência com 27 novos campi, seguido da Região Sul, com 13; do Norte, com 12; e do Centro-Oeste, com dez. Entre os estados, São Paulo é o mais beneficiado, com 12 novos campi. Minas Gerais e Bahia terão oito unidades, cada. Na sequência, aparecem Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro, com seis, cada, e Paraná, Rio Grande do Sul e Pará, cada um com cinco.

    Os institutos federais têm como obrigatoriedade legal garantir um mínimo de 50% de suas vagas para a oferta de cursos técnicos de nível médio, prioritariamente na forma integrada, ou seja, junto ao ensino médio. Mas, segundo Camilo Santana, está sendo pactuado com os reitores que as novas unidades tenham 80% das matrículas de ensino técnico profissionalizante.

    “Nós não queremos perder nenhum jovem no ensino médio brasileiro. A escola é a porta para o futuro melhor, a educação transforma vidas, a educação é o grande caminho para transformar uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais humana, mais fraterna. E é isso que nós precisamos”, ressaltou o ministro.

    De acordo com o governo, até 2002, o Brasil tinha 140 escolas técnicas. Em 2008, em seu segundo mandato, Lula sancionou a Lei nº 11.892/2008, que institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e criou 38 institutos federais.

    A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é formada pelos IFs, por dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets), escolas técnicas vinculadas às universidades federais, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná e pelo Colégio Pedro II. Cada uma destas instituições é composta por campi que atuam como unidades descentralizadas de ensino, dessa forma, o ensino dos IFs chega a mais locais.

    Atualmente, a rede possui 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Com os novos 100 campi, passará a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de IFs.

    Confira lista completa dos 100 novos campi:

    Unidade da Federação Novos campi Municípios REGIÃO NORDESTE Bahia 8 Santo Estevão, Ribeira do Pombal, Itabuna, Macaúbas, Poções, Salvador, Ruy Barbosa e Remanso Pernambuco 6 Goiana, Santa Cruz do Capibaribe, Recife, Araripina, Águas Belas e Bezerros Ceará 6 Fortaleza (2), Cascavel, Mauriti, Campos Sales e Lavras de Mangabeira Maranhão 4 Chapadinha, Colinas, Balsas e Amarante do Maranhão Paraíba 3 Mamanguape, Sapé e Queimadas Rio Grande do Norte 3 Touros, São Miguel e Umarizal Piauí 3 Barras, Esperantina e Altos Alagoas 3 Girau do Ponciano, Mata Grande e Maceió Sergipe 2 Japaratuba e Aracaju REGIÃO SUL Paraná 5 Maringá, Araucária, Cianorte, Cambé e Toledo Rio Grande do Sul 5 Caçapava do Sul, São Luiz Gonzaga, São Leopoldo, Porto Alegre e Gramado Santa Catarina 3 Tijucas, Campos Novos e Mafra REGIÃO SUDESTE São Paulo 12 São Paulo (Jardim Ângela e Cidade Tiradentes), Osasco, Santos, Diadema, Ribeirão Preto, Sumaré, Franco da Rocha, Cotia, Carapicuíba, São Vicente e Mauá Minas Gerais 8 João Monlevade, Itajubá, Sete Lagoas, Caratinga, São João Nepomuceno, Belo Horizonte, Minas Novas e Bom Despacho Rio de Janeiro 6 Rio de Janeiro (Cidade de Deus e Complexo do Alemão), Magé, Belford Roxo, Teresópolis e São Gonçalo Espírito Santo 1 Muniz Freire REGIÃO NORTE Pará 5 Barcarena, Redenção, Tailândia, Alenquer e Viseu Amazonas 2 Santo Antônio do Içá e Manicoré Rondônia 1 Butiritis Tocantins 1 Tocantinópolis Acre 1 Feijó Amapá 1 Tartarugalzinho Roraima 1 Rorainópolis REGIÃO CENTRO-OESTE Goiás 3 Cavalcante, Porangatu e Quirinópolis Mato Grosso 3 Água Boa, Colniza e Canarana Distrito Federal 2 Sol Nascente e Sobradinho Mato Grosso do Sul 2 Paranaíba e Amambaí

    Fonte: Ministério da Educação

    Edição: Juliana Andrade

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  • Semana em Brasília discute educação profissional e tecnológica

    Semana em Brasília discute educação profissional e tecnológica

    Começa nesta segunda-feira (16) em Brasília a 3ª edição da Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica, evento gratuito no qual serão apresentadas atividades desenvolvidas com o objetivo de divulgar e ampliar o conhecimento do público sobre essa modalidade educacional. O encontro vai até o próximo dia 22 no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

    O tema desta terceira edição, “Futuro Conectado: Educação Profissional para Reconstruir o Brasil”, busca desenvolver novas perspectivas a partir do intercâmbio de informações e ideias e da partilha de conhecimento.

    Segundo os organizadores, a ideia é “estimular a socialização do conhecimento científico como ferramenta de transformação social, de forma atrelada ao futuro e à conexão com a educação profissional e tecnológica”.

    De acordo com o MEC, serão apresentados mais de 280 projetos nos estandes, além de oficinas rápidas para o público em geral e uma área exclusiva para projetos de inovação e da cultura maker.

    Inscrições

    O acesso aos espaços da mostra tecnológica serão livres. Os organizadores, no entanto, informam que será necessário fazer inscrições para assistir seminários, oficinas, workshops e mesas-redondas. As inscrições podem ser feitas na internet.

    Mais de 50 instituições participarão desta terceira edição da Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica. Entre elas, institutos federais (IFs), redes estaduais de Educação, escolas técnicas vinculadas às universidades, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

    Haverá também unidades móveis educacionais interativas de instituições da educação profissional e tecnológicas (EPT ) e apresentações culturais. O Instituto Federal Goiano (IF Goiano) leva ao evento o Laboratório Itinerante para Difusão Científica. O Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) apresentará unidade móvel sobre as tecnologias de manufatura digital, com scanner e impressão 3D. O Planetário do Instituto Federal do Acre (Ifac) será outro projeto interativo com o público.

    Programação

    A programação contará ainda com eventos de futebol de robôs, vivência de terapias orientais, introdução à robótica, programação 3D, produção de biscoitos com carapaças de camarão, artes com conchas, classificação dos grãos e da bebida de café, entre outros.

    Estão previstos workshops sobre desenvolvimento da rede federal e sobre propostas metodológicas para a EPT. Haverá também workshops preparatórios para outros encontros relacionados ao tema – o 1º Encontro Nacional de Inovação e Empreendedorismo na Educação Profissional e Tecnológica (InovEPT); o 1º Seminário de Educação Profissional e Tecnológica na Educação Básica; o Seminário de Demandas Governamentais por Qualificação Profissional; o Educa + e o Economia Solidária (Ecosol).

    Entre os projetos expostos nos espaços do evento estão um mapa interativo do Brasil em relevo, do Instituto Federal de Farroupilha (IF); a cabeça robótica para interação e imitação afetiva (enquanto ferramenta educacional) e o mapeamento aéreo com utilização de Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) e de Machine Learning (para aplicações na agricultura de precisão), ambos do Instituto Federal do Ceará (IFCE).

    Também serão apresentados o Aplicativo de Encontros Esportivos Me2Play, do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG); o Bastão de locomoção acessível, do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS), entre outros.

    Estratégias e diretrizes

    Em nota, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Getúlio Marques Ferreira disse que o evento “é uma oportunidade para coletivamente traçar estratégias e diretrizes para uma educação mais cidadã, inclusiva e inovadora”.

    Prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a educação profissional e tecnológica é uma modalidade educacional desenvolvida com o objetivo de preparar os jovens para o exercício de profissões, de forma a inseri-los no mundo do trabalho e na vida em sociedade.

    Segundo o MEC, ela abrange cursos de qualificação, técnicos, tecnológicos e de pós-graduação, organizados de forma a propiciar o aproveitamento contínuo e articulado dos estudos.

    A programação completa pode ser acessada no site do MEC.

    Edição: Graça Adjuto
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  • Novas diretrizes aproximam educação profissional e tecnológica do mundo de trabalho

    Novas diretrizes aproximam educação profissional e tecnológica do mundo de trabalho

    A educação profissional e tecnológica tem novas diretrizes curriculares nacionais que orientam as instituições públicas e privadas na oferta de cursos dessa modalidade, desde a qualificação profissional, passando pela formação técnica de nível médio, até chegar aos cursos tecnológicos de graduação e pós-graduação. O documento com as diretrizes foi homologado pelo Ministério da Educação.

    O objetivo do novo documento é ampliar ainda mais a aproximação entre a educação profissional e tecnológica e o mundo do trabalho, atualizando essa modalidade de ensino com as transformações da sociedade, os avanços tecnológicos e do setor produtivo e assim formar profissionais cada vez mais preparados.

    É o que explicou a diretora de políticas e regulação de educação profissional e tecnológica da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marilza Machado Gomes Regattieri. “Esse momento atual de transformação digital tem um impacto extremamente grande trazendo mudanças muito rápidas e isso demanda mudanças no perfil dos profissionais, consequentemente, isso passa a exigir adaptações nos currículos, nos processos de formação, na atuação dos docentes.”

    Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na educação técnica de nível médio eram aproximadamente 1,8 milhão de alunos matriculados em 2019 e, nos cursos superiores de tecnologia, eram cerca 1,2 milhão de alunos.

    Diretrizes

    A educação profissional e tecnológica tem a finalidade de profissionalizar contribuindo para inserir o cidadão no mundo do trabalho.

    As novas diretrizes homologadas pelo ministério unificam e atualizam dois documentos que estavam vigentes e tratavam dessa modalidade em níveis distintos. Um de 2002 sobre os cursos superiores de tecnologia e outro de 2012 sobre os cursos técnicos de nível médio.

    Com isso, o tratamento da educação profissional e tecnológica deixa de ser segmentado e passa a ter articulação entre todos os níveis, o que traz vantagens para os estudantes ao permitir a eles melhores oportunidades de construir o próprio itinerário dentro da educação profissional e tecnológica.

    “Permite, portanto, ter estratégias mais efetivas para que os cursos técnicos passem a se articular de forma mais clara com os cursos superiores de tecnologia, envolvendo até reconhecimento de aprendizagem já desenvolvida no curso técnico que podem ser aproveitadas no curso superior de tecnologia, reduzindo o tempo dessa formação”, afirmou Marilza Machado.

    Construção das competências profissionais

    As novas diretrizes também introduziram uma nova categoria na classificação da educação profissional e tecnológica que ajuda a orientar as instituições de ensino a construírem a descrição das competências de cada perfil profissional.

    “Essa classificação vai trazer ainda mais aproximação dos setores produtivos com os perfis das atribuições por eles requeridos, com a descrição e possíveis funções que cada profissional deve desempenhar na sua ação laboral. É uma tentativa de qualificar ainda mais o profissional”, detalhou a diretora de políticas e regulação de educação profissional e tecnológica, Marilza Machado.

    Qualificação dos professores

    Outro ponto importante é o reconhecimento do notório saber para professores que atuarão na educação técnica e profissional no nível médio. Marilza Machado lembrou que esse ponto ficou previsto na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) após ser instituída a reforma no ensino médio, em 2017, mas diz que ainda precisava de um pouco mais de regulamentação.