Tag: #drogas

  • Prevenção às drogas no transporte de Mato Grosso é destaque em ação educativa

    Prevenção às drogas no transporte de Mato Grosso é destaque em ação educativa

    Em Cuiabá, Mato Grosso, uma campanha educativa voltada aos trabalhadores do transporte de cargas está promovendo, durante o mês de maio, palestras sobre prevenção ao uso de álcool e outras drogas. A iniciativa integra o movimento global de conscientização Maio Amarelo, com foco na segurança viária e na responsabilidade humana no trânsito.

    Na primeira etapa da ação, realizada no dia 7, foram feitos 61 atendimentos a colaboradores de empresas do setor. Até o fim do mês, outras seis palestras devem ocorrer, com foco em orientação, prevenção e acesso à rede de apoio disponível para dependentes e familiares.

    O Maio Amarelo, instituído pela ONU em 2011, utiliza o símbolo da cor amarela — presente nos sinais de alerta do trânsito — para chamar a atenção da sociedade para o problema da violência viária. Neste ano, o tema central é “Mobilidade Humana, Responsabilidade Humana”, definido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária para reforçar o papel do indivíduo na construção de um trânsito mais seguro e humano.

    A campanha reforça o compromisso com a educação preventiva como ferramenta para melhorar a saúde dos trabalhadores e reduzir riscos nas estradas.

  • Facção é flagrada com supermaconha em região de mata no interior de Mato Grosso

    Facção é flagrada com supermaconha em região de mata no interior de Mato Grosso

    Em Glória d’Oeste, Mato Grosso, uma operação da Polícia Militar resultou na prisão de quatro pessoas por tráfico de drogas, nesta segunda-feira (5). Os suspeitos foram localizados em uma área de mata e detidos com sete tabletes de skunk, além de folhas de coca e cerca de R$ 3,5 mil em dinheiro.

    Durante patrulhamento em uma rodovia na zona rural, uma equipe do Comando Regional avistou um carro parado no acostamento e uma mulher entrando na mata em atitude suspeita. Ao abordá-la, os policiais encontraram uma mochila contendo um tablete de maconha e folhas de coca.

    Na sequência, outros três homens que estavam no local fugiram pela vegetação. Com o apoio da Força Tática e da equipe de inteligência, os suspeitos foram encontrados posteriormente em frente a uma residência na área urbana da cidade.

    Com eles, os militares apreenderam uma segunda mochila contendo sete tabletes de skunk, uma variação mais potente da maconha. Também foi localizado o restante da quantia em dinheiro.

    Segundo a polícia de Mato Grosso, os envolvidos são membros de uma organização criminosa e possuem antecedentes por tráfico de drogas e receptação. Todos foram levados à delegacia com o material apreendido.

    A população pode colaborar com denúncias anônimas à Polícia Militar por meio do 190 ou do Disque-Denúncia 0800.065.3939.

  • Homem é preso em Mato Grosso com armas, munições e maconha em zona rural

    Homem é preso em Mato Grosso com armas, munições e maconha em zona rural

    A Polícia Militar prendeu um homem em flagrante por posse ilegal de armas e tráfico de drogas em Mato Grosso, no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, na manhã deste domingo (5). A ação ocorreu nas proximidades da Ponte do Rio Jatobá, no km 20 da MT-199, após denúncia de disparos de arma de fogo.

    Durante patrulhamento intensificado na área indicada, os policiais encontraram um veículo Fiat Strada Adventure, prata, com duas mulheres a bordo. As ocupantes informaram que haviam chegado ao local acompanhadas do dono do carro.

    Pouco depois, os agentes flagraram o suspeito saindo de uma área de mata. Ao ser abordado, ele apresentou versões contraditórias sobre os fatos. Na vistoria do veículo, foram encontrados uma porção de maconha e três celulares.

    As buscas no local resultaram ainda na apreensão de duas armas de fogo e 26 munições, que estavam enroladas em um pano vermelho. O homem foi encaminhado à delegacia para registro da ocorrência.

    A população pode colaborar com denúncias anônimas pelo telefone 190 ou pelo Disque-Denúncia 0800.065.3939.

  • Menor é apreendido por sequestro e assassinato em Mato Grosso

    Menor é apreendido por sequestro e assassinato em Mato Grosso

    Em Sorriso, Mato Grosso — Durante a continuidade da Operação Tolerância Zero, a Polícia Militar apreendeu um adolescente de 16 anos, suspeito de envolvimento no sequestro e assassinato de um jovem de 23 anos. O crime também envolvia a tentativa de homicídio da namorada da vítima, conforme relataram as autoridades.

    As equipes receberam informações que apontavam o paradeiro de um dos envolvidos no bairro Mário Raiter. Em diligência, os policiais localizaram o menor na rua 07 de Setembro. Durante o interrogatório, ele confessou a participação no sequestro e na morte.

    Na residência do suspeito, foram encontrados meio tablete de substância análoga à maconha, três invólucros da mesma droga e um invólucro de substância semelhante à cocaína.

    Segundo relatos, o plano dos criminosos incluía a execução da companheira da vítima. “Armaram para pegar os dois”, destacou um dos policiais que atuaram na ocorrência.

    O adolescente foi conduzido para a delegacia, onde permanece à disposição da Justiça.

  • Homem invade hospital em Nobres, agride funcionários e assedia mulheres

    Homem invade hospital em Nobres, agride funcionários e assedia mulheres

    Um homem de 43 anos foi preso na madrugada desta terça-feira (1º), em Nobres, após invadir o Hospital Laura de Vicunã, causar danos ao patrimônio, agredir funcionários e assediar mulheres que trabalhavam na unidade. A Polícia Militar foi acionada por volta das 00h45 e, ao chegar ao local, encontrou o suspeito em luta corporal com um médico da unidade.

    Segundo relatos, o homem quebrou vidros e cadeiras dentro do hospital e passou a proferir palavras ofensivas de cunho sexual contra funcionárias. Uma das vítimas relatou que estava com um bebê de cinco meses no colo quando o agressor começou a importuná-la e precisou fugir para evitar um possível ataque. Outra profissional afirmou que o suspeito tentou beijá-la à força e tocá-la de forma inapropriada, precisando pedir ajuda dos colegas para se livrar da agressão.

    Diante da situação, os policiais utilizaram força moderada para conter o homem, que foi algemado e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Nobres. Durante a abordagem, o suspeito apresentava ferimentos no braço esquerdo, causados pelos vidros quebrados, além de um machucado no pé direito, que ele afirmou ter ocorrido em um acidente de moto enquanto ia comprar drogas.

    O caso foi registrado como dano ao patrimônio, lesão corporal e assédio sexual. O suspeito permanece à disposição da Justiça.

  • Confronto com a PM termina com suspeito morto e outro preso em zona rural de Sinop

    Confronto com a PM termina com suspeito morto e outro preso em zona rural de Sinop

    Um homem de  28 anos, morreu durante um confronto com a Polícia Militar na noite de terça-feira (4), na zona rural de Sinop, a 500 km de Cuiabá. Na mesma ação, um homem de 34 anos foi preso e a PM apreendeu duas armas de fogo, 18 munições e entorpecentes.

    De acordo com informações da polícia, a equipe foi acionada após uma denúncia anônima que indicava que suspeitos de envolvimento em roubos a residências em Sinop estariam a caminho de um esconderijo de armas, localizado na Estrada Nanci.

    No local indicado, os militares abordaram um veículo que estava estacionado próximo a uma casa. Dentro do carro estavam um dos suspeitos, sua esposa e um bebê de apenas 1 mês e meio. Ao ser questionado, o homem informou que o suspeito (que morreu) estava armado dentro do imóvel.

    Durante a abordagem, os policiais localizaram ele em um dos cômodos da residência. Segundo o boletim de ocorrência, ele desobedeceu às ordens dos militares e apontou uma arma de fogo na direção da equipe, que revidou.

    O homem foi socorrido e encaminhado ao Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade de saúde.

    Na casa, os policiais apreenderam duas armas de fogo calibre 38, 18 munições e uma quantidade de droga não especificada. O caso segue sob investigação.

  • Polícia Militar aumenta apreensões de drogas em 438% e número de operações cresce 148% nos últimos três meses

    Polícia Militar aumenta apreensões de drogas em 438% e número de operações cresce 148% nos últimos três meses

    A Polícia Militar de Mato Grosso apreendeu mais de 9,1 toneladas de drogas e aumentou em 438% as apreensões de entorpecentes nos últimos três meses, em todo o Estado. Os números são do período de 25 de novembro de 2024 até a última terça-feira (25.2), e são referentes às ações dentro do programa Tolerância Zero Às Facções Criminosas do Governo do Estado. No mesmo período do ano anterior, pouco mais de 1,6 tonelada foi apreendida.

    Os dados foram divulgados pela Superintendência de Planejamento Operacional e Estatística (Spoe) da Polícia Militar e também mostram que, de novembro de 2024 a fevereiro deste ano, as ações e operações em todos os Comandos Regionais da corporação saltaram de 1.449 para 3.594, representando um aumento de 148%.

    O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Claudio Fernando Carneiro Tinoco, destaca que a Operação Tolerância Zero é realizada diariamente em todos os 142 municípios do Estado e que todo o planejamento operacional está intensificado com ações de combate às facções criminosas e a segurança de todos os cidadãos mato-grossenses.

    “Este resultado mostra a consolidação dos investimentos realizados e que continuam sendo feitos pelo Governador Mauro Mendes na área da segurança pública e o compromisso da gestão em dar tolerância zero a todos os tipos de crime. Vamos continuar trabalhando firmemente, com nossos policiais cada vez mais equipados e capacitados, dando pronta resposta às facções e ao crime no combate às facções criminosas”, ressaltou o comandante-geral.

    Logo na primeira semana da operação, em novembro de 2024, a Polícia Militar, em ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), apreendeu 484 quilos de maconha, em Santo Antônio do Leverger. Um homem foi preso em flagrante.

    Ainda em 2024, no mês de dezembro, ação integrada da Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil e PRF resultou na apreensão de mais de 1 tonelada, em Alto Taquari. Mais uma pessoa foi presa em flagrante nesta ocorrência.

    Em janeiro de 2025, a Polícia Militar esteve à frente da retirada de circulação de mais 4 toneladas de entorpecentes. Entre os destaques, estão a apreensão de 1,1 tonelada de maconha, na cidade de Itiquira, logo na primeira semana do ano, onde uma pessoa foi presa. Além disso, mais 1 tonelada de cocaína foi apreendida, em conjunto com o Gefron, em Pontes e Lacerda, onde dois homens foram presos em flagrante por tráfico de drogas.

    Já no dia 15 de fevereiro, a Polícia Militar e a Polícia Federal realizaram a maior apreensão de drogas do ano, com o encontro de 1,5 tonelada de cocaína, na zona rural de Juruena. As drogas foram localizadas em uma pista clandestina de pouso, após denúncias de fazendeiros da região. Somente nesta ocorrência, mais de R$ 100 milhões foram contabilizados em prejuízo para as facções criminosas.

    Mais produtividade

    A Polícia Militar também ampliou os registros dos Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs). Nos últimos 90 dias, foram registrados 944 TCOs. O subchefe de Estado-Maior Geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel José Nildo de Oliveira, explica que os TCOs são registrados para ocorrências de menor potencial e agilizam o trabalho e a mobilidade das equipes policiais de serviço.

    “Os provimentos de TCO são aplicados a delitos com penas máximas que não sejam superiores a dois anos, onde as partes envolvidas já saem com encaminhamento ao Poder Judiciário para andamento do processo. Isso permite uma flexibilização e celeridade do trabalho das equipes de serviço, que ficam assim mais tempos nas ruas e empenhados no atendimento de mais ocorrências e no patrulhamento da segurança aos cidadãos”, explica.

    Além disso, a Polícia Militar já conduziu para as delegacias mais de 6,3 mil pessoas, sendo 2.680 prisões em flagrante. Ainda durante a Operação Tolerância Zero, 600 pessoas foragidas da Justiça tiveram mandados de prisões cumpridos, 357 armas de fogo e simulacros foram apreendidos e 238 veículos furtados ou roubados foram localizados pela corporação.

    Disque-denúncia

    A sociedade pode contribuir com as ações da Polícia Militar de qualquer cidade do Estado, sem precisar se identificar, por meio do 190 ou 0800.065.3939.

  • Mulher é flagrada por agentes tentando entregar droga a adolescente em unidade de internação no interior

    Mulher é flagrada por agentes tentando entregar droga a adolescente em unidade de internação no interior

    Agentes de Segurança Socioeducativo, da Secretaria de Estado de Justiça, flagraram a mãe de um adolescente tentando entregar entorpecentes ao filho na unidade socioeducativa de Sinop-MT.

    A mãe foi à unidade na sexta-feira (21.2) para visitar o adolescente que cumpre medida de internação na unidade.

    Acompanhada de outro filho, que é criança, ela entrou na unidade socioeducativa com entorpecentes na genitália, e quando estava dentro do local, tentou entregar a substância ao filho. Os agentes avistaram a ação ilícita pelo sistema de monitoramento do prédio e realizaram a detenção da suspeita.

    Em seguida, foi acionada a Polícia Militar para condução da mulher à central de flagrantes da Polícia Civil em Sinop. O Conselho Tutelar do município também foi chamado para acompanhar a criança que estava com a suspeita durante a visita.

  • Polícia Civil prende mulher durante operação de combate ao tráfico em Mato Grosso

    Polícia Civil prende mulher durante operação de combate ao tráfico em Mato Grosso

    A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Paranaíta, deflagrou na sexta-feira (22.2), uma operação para cumprimento de dois mandados de busca e apreensão em pontos alvos de investigação do tráfico de drogas na cidade. A ação resultou na apreensão de entorpecentes e prisão em flagrante de uma mulher de 31 anos por tráfico de drogas.

    A operação integra os trabalhos do Programa Tolerância Zero, deflagrado pelo Governo de Mato Grosso para combate às facções criminosas.

    Durante as buscas em um dos alvos, os policiais encontraram porções de maconha, diversos materiais para embalo da droga, além de diversos apetrechos reacionados ao tráfico. A suspeita foi conduzida à delegacia, onde foi lavrado o flagrante, sendo posteriormente colocada à disposição da Justiça.

    Na outra residência alvo da operação, nada ilícito foi encontrado. As investigações seguem em andamento para desarticular o comércio de drogas no município e região.

  • Luta contra alcoolismo envolve suporte do Estado e da sociedade

    Luta contra alcoolismo envolve suporte do Estado e da sociedade

    Ao ouvir experiências de outras pessoas, Bernardino Freitas, de 60 anos, descobriu que não estava sozinho. Nem havia motivo para se envergonhar. O homem, nascido em Miracema do Norte (TO) e que vive há sete anos em Brasília (DF), queria mesmo que a lembrança do copo com aguardente ficasse no passado. “Fui procurar ajuda no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) quando tinha passado do limite”.

    Ele percebeu o “limite” quando se viu de manhã até a noite nas mesas de bares e sentindo a saúde se deteriorar. Somaram-se aí os sentimentos da esposa e dos filhos. O aposentado procurou ajuda de profissionais de saúde e está há dois anos longe do vício. A vida sem álcool ganhou outro sabor.

    “Hoje eu me sinto muito melhor”, afirma Bernardino. Nesta quinta (20), Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, ele tem na rotina a participação em grupo terapêutico, em que se identifica com outras histórias. “Os profissionais de saúde do Caps fizeram com que eu me envolvesse com o tratamento”.

    A bebida, segundo Bernardino, ganhou importância quando se viu sem poder trabalhar como jardineiro, profissão da maior parte da vida. Uma cirurgia na coluna fez com que se aposentasse aos 45 anos. “Isso me empurrou para o vício. Eu fiz bem em pedir ajuda”.

    Papel do SUS

    No Brasil, o tratamento contra a dependência em álcool é especializado, gratuito e universal (nas unidades básicas e nos Caps). Questionado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou que os cuidados para pacientes com alcoolismo e outras drogas no Sistema Único de Saúde (SUS) são realizados pela Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que totalizam 6.397 unidades em todo o país, entre elas 3.019 centros de Atenção Psicossocial (Caps).

    “Essa estrutura faz do Brasil um dos países com a maior rede de saúde mental do mundo”, acrescentou o ministério. Os serviços incluem intervenções psicossociais para cada caso, que podem ser realizadas de forma individual ou coletiva, o que inclui o acolhimento da família.

    O ministério disse que os Caps têm acesso livre, não precisam de agendamento prévio para realizar o primeiro atendimento e têm equipes multiprofissionais. Essas unidades atendem pessoas de todas as faixas etárias. Existem unidades com essa característica que funcionam 24 horas e contam com camas para acolhimento noturno dessas pessoas por até 15 dias no mês.

    Serviço é gratuito, mas tem desafios

    Além de a rede de serviços ser gratuita e do acesso a toda a população, o que é fundamental para combater o problema do alcoolismo, há desafios no dia a dia dessa política pública, afirma a socióloga Mariana Thibes. Ela, que é coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), organização da sociedade civil de interesse público e referência em pesquisas sobre o tema, entende, porém, que “muitos desafios” permanecem nos trabalhos de prevenção às doenças causadas pelo etilismo.

    Para a pesquisadora, seriam importantes, nessa luta dos profissionais de saúde, maior qualificação para identificação precoce do problema nas abordagens de rotina, ampliação da disponibilidade de tratamento medicamentoso especializado na maioria dos municípios e aumento do número de profissionais de saúde especializados, como psiquiatras e psicólogos nos Caps-AD (tratamento contra a dependência em álcool e drogas).

    “Além disso, podemos destacar as barreiras de acesso por conta do estigma que a doença ainda tem, o que retarda a busca por ajuda”, alertou Mariana em entrevista à Agência Brasil. Ela entende que, dessa forma, embora o Brasil tenha avançado nos principais pilares do combate ao alcoolismo nas últimas décadas, ainda resta muito a ser feito.

    Efeitos da pandemia

    A pandemia de covid-19 (que, como medida sanitária, fez com que as pessoas precisassem se isolar em casa) representou um desafio para quem sofre com o alcoolismo. “Muitas pessoas passaram a beber mais para enfrentar as dificuldades do momento”, lembra a socióloga.

    Ela explica que pacientes ficaram sem tratamento por causa da superlotação dos serviços de saúde em vista das prioridades com a pandemia. “Houve aumento no número de mortes por alcoolismo, não só no Brasil, mas no mundo. Alguns estudos vêm mostrando que esses problemas ainda não foram totalmente revertidos. Esforços em políticas públicas precisarão ser feitos para isso acontecer”.

    Racismo e machismo

    Um dos dados que a pesquisadora cita é que 72% das mulheres vítimas de transtornos causados por dependência ao álcool são negras. Mariana Thibes explica que esse número não está relacionado ao maior consumo abusivo por essa população. São mais vítimas porque há desigualdade no acesso a serviços de saúde de qualidade.

    “Muitas pessoas negras residem em áreas com infraestrutura deficiente, escassez de recursos médicos e falta de profissionais capacitados, o que limita o acesso a cuidados de saúde adequados”, afirmou.

    Outro elemento trazido pela coordenadora do Cisa é que a discriminação racial no sistema de saúde pode resultar em diagnósticos tardios, tratamentos inadequados e menor qualidade no atendimento, prejudicando a saúde da população negra.

    “O estresse crônico, decorrente da discriminação racial, pode acarretar problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão, traumas psicológicos e abuso de substâncias, incluindo o álcool”. Além disso, no caso das mulheres, os impactos são maiores porque convivem com a discriminação de gênero.

    Publicidade abusiva

    A legislação brasileira (Lei 9.294), hoje, impõe restrições à publicidade de bebidas alcoólicas. Entre as limitações, estão a permissão de propaganda apenas entre as 21h e as 6h, e a obrigatoriedade de advertências sobre os malefícios e riscos do consumo. No entanto, conforme explica Mariana Thibes, os canais de influenciadores e as redes sociais no Brasil não são regulamentados.

    O alerta da pesquisadora é comprovado por pesquisa de 2021 feita pela publicação especializada Journal of Studies on Alcohol and Drugs (dos EUA), que mostrou que 98% das publicações sobre álcool no Tik Tok retratavam a substância de forma positiva.

    Sinais e sintomas

    A psiquiatra Olivia Pozzolo avalia que a prevenção das doenças relacionadas ao consumo de álcool é papel do Estado, mas as famílias também podem desempenhar apoio fundamental. “As famílias são essenciais, tanto na identificação precoce de um comportamento de risco, no suporte emocional, quanto no encorajamento à busca de tratamento adequado e na manutenção também do tratamento”, afirma a especialista, que também é pesquisadora do Cisa.

    Ela explica que a dependência do álcool pode ser reconhecida por sinais e sintomas característicos, como a incapacidade de reduzir ou controlar o consumo, o uso contínuo, apesar de ter consequências negativas na vida de alguém, e o aumento da tolerância.

    “Algumas formas de auxiliar são oferecer um ambiente de escuta sem julgamento, encorajar a pessoa a buscar tratamento especializado, participar de grupos de apoio para a família, onde é possível compartilhar experiências e estratégias e evitar situações que podem incentivar o consumo de álcool”. A recuperação é, segundo avalia, um processo contínuo e o suporte pode fazer diferença para quem enfrenta essa condição.

    Alcoólicos anônimos

    Além do suporte do Estado e da família, um serviço consolidado no Brasil (e também no mundo) partiu da sociedade organizada, a Irmandade de Alcoólicos Anônimos. Em 2025, essa iniciativa completa 90 anos de história e está presente em 180 países. No Brasil, há atualmente 3.802 grupos que realizam 8.665 reuniões todas as semanas. Ao todo, 93 grupos realizam 449 reuniões a distância. Segundo a presidente da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil (Junaab), Lívia Pires Guimarães, para que a pessoa possa ingressar na atividade o único requisito é o desejo de parar de beber.

    “Apenas isso. Havendo esse desejo, ela já está apta para ser membro. Não há restrição de idade ou de gênero, classe social e nenhuma outra questão complementar”, afirmou. Ela explica que a irmandade tem característica comunitária. Todo o serviço de AA é feito por alcoólicos que fazem parte do programa de recuperação. “Tudo sugerido, nada é imposto. Aqueles que querem, que se identificam, se voluntariam para poder servir. Não há profissionais contratados na Irmandade de Alcoólicos Anônimos”.

    No AA, há pessoas não alcoólicas na estrutura de serviços administrativos. “A irmandade não é secreta, mas guarda o anonimato dos seus membros”. Ela afirma que se trata de um programa que transcende o tratamento do alcoolismo. “Uma vez ingressando na Irmandade, a pessoa não será diagnosticada ou rotulada”.

    Uma pessoa que vive no Rio de Janeiro, identificada nesta reportagem como Ana, recorda que começou a consumir álcool aos 12 anos de idade. “Eu lidava frequentemente com apagões, comportamentos desmoralizantes, por vezes agressivos. A minha interação com o álcool me levou realmente ao fundo do poço”, recorda.

    Ana* lembra ainda que, aos 17 anos, a relação dela com o álcool passou a ser intensa e crônica. “Aos 18 anos, comecei a depender de estimulantes na tentativa de passar no vestibular, o que se transformou num ciclo de estudos e uso abusivo de substâncias”.

    Na faculdade, as pessoas não consumiam álcool. Assim, aos 19 anos, ingressou no AA. “Salvou minha vida. Consegui me graduar e conheci meu marido na irmandade. Celebramos um casamento lindo, sem envolvimento do álcool”. O casal faz projetos de longo prazo e vive um dia de cada vez, com a consciência de evitar o primeiro gole.

    Um homem, também integrante do AA e carioca, diz que tem consciência de que a regularidade nas reuniões fez com que experimentasse nova vida. “Esse espaço é fundamental para a minha permanência sem beber e para a minha vida continuar funcionando como funciona hoje. Eu ter restituído emprego, família, saúde, sanidade, propósitos objetivos, sonhos, enfim, tudo me foi devolvido”.