Tag: Dourados

  • Plantio de soja no Mato Grosso do Sul começa de forma lenta em meio a condições climáticas desfavoráveis

    Plantio de soja no Mato Grosso do Sul começa de forma lenta em meio a condições climáticas desfavoráveis

    Produtores de soja em Dourados, no sul de Mato Grosso do Sul, estão enfrentando dificuldades para avançar no plantio da safra 2024/25. De acordo com informações do departamento técnico da Coperplan, apenas 5% dos 223 mil hectares previstos foram cultivados até agora. As condições climáticas atuais, com tempo quente e seco, estão atrasando a continuidade dos trabalhos, especialmente em áreas de várzea e irrigadas.

    A maioria dos agricultores está aguardando a chegada das chuvas, previstas para amanhã, para retomar o plantio. Apesar do atraso, os produtores permanecem dentro da janela ideal e esperam que, com a regularização das chuvas, o desenvolvimento da safra ocorra sem maiores prejuízos.

    Expectativas para a safra 2024/25

    Segundo levantamento da Safras & Mercado, a área destinada ao cultivo de soja no Mato Grosso do Sul deve atingir 4,35 milhões de hectares, representando um aumento de 1,9% em relação ao ciclo anterior. Até o dia 4 de outubro, apenas 4% da área total foi plantada, comparado a 6% no mesmo período de 2023.

    Com uma expectativa de produção de 15,582 milhões de toneladas, um aumento de 19,3% em relação à safra passada, os produtores esperam um rendimento médio de 3.600 quilos por hectare, superando o desempenho registrado no ciclo anterior.

  • Médico desaparecido é encontrado morto em residência

    Médico desaparecido é encontrado morto em residência

    Gabriel Paschoal Rossi, um médico de 29 anos que estava desaparecido há uma semana, foi tragicamente encontrado morto em uma casa alugada em Dourados, Mato Grosso do Sul, a cerca de 232 quilômetros de Campo Grande.

    Encontro Sinistro e Detalhes Macabros

    Na manhã de quinta-feira (3), a polícia descobriu o corpo de Rossi amarrado e sobre uma cama. O estado de decomposição do corpo sugere que a morte ocorreu vários dias antes, e o médico apresentava ferimentos na cabeça. O corpo foi encontrado ainda vestindo as roupas do último plantão de Rossi.

    Morte em Circunstâncias Misteriosas

    A casa onde o corpo foi descoberto é conhecida por ser alugada por diária. A Perícia, a Polícia Civil e a Polícia Militar foram chamadas ao local para iniciar as investigações.

    Um Respeitado Profissional da Saúde

    Natural do Rio Grande do Sul, Rossi se formou em Medicina pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) em março deste ano e atuava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Cassems e no Hospital da Vida.

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    Gabriel foi visto pela última vez no dia 26 de julho — Foto: Redes Sociais/ Reprodução

    Um Desaparecimento Preocupante

    Rossi desapareceu em 26 de julho, após deixar um plantão no Hospital da Cassems em Dourados. Sem notícias do médico, a família registrou um boletim de ocorrência, e a polícia começou as buscas. A investigação levou à descoberta do corpo do médico em uma residência não pertencente a ele, mas que era alugada por demanda.

     

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  • Indígenas são presos ao protestar contra obra em Mato Grosso do Sul

    Indígenas são presos ao protestar contra obra em Mato Grosso do Sul

    Nove indígenas estão presos desde o último sábado (8), no Mato Grosso do Sul, acusados de ocupar uma área que afirmam ter pertencido a seus antepassados. Disputada há décadas, a propriedade reivindicada como território tradicional é considerada vital para a eventual ampliação da maior reserva indígena urbana do país, onde mais de 17 mil guaranis e kaiowás vivem sob a influência da expansão da cidade de Dourados, em Mato Grosso do Sul, a cerca de 220 quilômetros da capital Campo Grande.

    Segundo a secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), policiais militares foram ao local após receberem a denúncia de que um grupo de pessoas que já ocupavam o terreno tinha agredido o funcionário de uma empresa contratada para erguer um muro de concreto e, assim, limitar o acesso à área. A empresa estaria a serviço da Corpal, construtora que planeja erguer um condomínio residencial no terreno.

    De acordo com a Sejusp, os nove detidos foram autuados em flagrante e encaminhados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac). Posteriormente, as prisões foram convertidas em preventivas. O Ministério Público Federal (MPF) garante que já se manifestou nos autos a favor da soltura dos nove indígenas.

    Entre os detidos estão algumas das principais lideranças da comunidade Ivu Verá, incluindo Magno de Souza (PCO), que, em 2022, disputou o governo estadual. Um décimo indígena detido, um idoso de 77 anos, chegou a ser ouvido, mas foi liberado logo em seguida, com a intermediação da Defensoria Pública estadual, que disponibilizou um intérprete para auxiliar os indígenas durante a audiência de custódia.

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    Indígenas levantaram acampamento no local. — Foto: Reprodução

    Depoimento

    Ao prestarem depoimento à Justiça estadual, os indígenas disseram que decidiram ocupar o terreno contíguo à Reserva Dourados para impedir a realização de obras particulares na área. O grupo lembrou que, em 2007, o Ministério Público Federal (MPF) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta com o qual o governo federal, por meio da Funai, se comprometeu a criar grupos técnicos para identificar e delimitar 39 novas áreas indígenas, entre elas, a chamada Terra Indígena Dourados Pegua, que incluiria a propriedade em disputa. Os procedimentos administrativos necessários ao reconhecimento e homologação das novas reservas deveriam ser concluídos até abril de 2010, mas o processo ainda não foi finalizado e, por isso, o destino do terreno segue incerto.

    Ao fim da primeira audiência, acompanhada por representantes do Ministério Público estadual e da Defensoria Pública sul-mato-grossense, o juiz Luiz Alberto de Moura Filho renunciou à competência pelo caso, remetendo-o para a Justiça Federal. O juiz também determinou que a Funai fosse notificada da prisão dos indígenas em até 48 horas.

    “Diante da oitiva dos autuados, que narraram que os crimes em tese praticados o foram em situação de retomada de terras em conflito e que já havia inclusive Termo de Ajustamento de Conduta junto ao MPF e ação na Justiça Federal face às disputas das referidas terras, tem-se que a competência para o processamento e o julgamento do presente feito é da Justiça Federal, nos termos em que inclusive requerido pelo Ministério Público estadual”, escreveu o juiz.

    Loteamento

    Citado pelos indígenas como motivo pelo qual decidiram ocupar o terreno, o início do loteamento da área foi confirmado pelo Ministério Público Federal (MPF). Em nota enviada à Agência Brasil, o órgão informou que recebeu a denúncia há cerca de um mês. Após confirmar que os trabalhos estavam em curso, a Procuradoria da República no estado enviou dois ofícios à construtora Corpal, pedindo informações sobre o empreendimento. A resposta, contudo, só teria chegado ontem (10).

    “Em 10 de abril, a construtora Corpal enviou resposta ao MPF informando, resumidamente, que “desconhecia qualquer irregularidade ou ilegalidade que pudesse impedir a execução do referido empreendimento”, mas que diante da requisição formulada pelo MPF, “está suspendendo a realização das obras na referida área, de modo a evitar maiores conflitos”, informou o MPF.

    A própria Corpal admitiu à reportagem que paralisou as obras no último dia 29, “após tomar conhecimento da requisição de informações” pelo MPF. Em nota, a construtora destacou que desde que adquiriu a área, recentemente, obteve todas as autorizações e licenças exigidas pelos órgãos responsáveis para construir o planejado condomínio residencial, e que “mantém contato permanente e diálogo aberto com representantes das comunidades indígenas residentes em áreas no entorno de seu empreendimento”.

    A Agência Brasil também consultou a Funai e o Ministério dos Povos Indígenas sobre as providências adotadas após as prisões do último sábado, mas ainda não recebeu respostas.

    Conflito

    Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organização vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as nove detenções do último sábado se somam a outras três realizadas no estado, no mês passado, em circunstâncias semelhantes.

    De acordo com a organização indigenista, no dia 3 de março, policiais militares retiraram à força e sem mandado judicial um grupo de indígenas guarani e kaiowá que ocupavam uma fazenda em Rio Brilhante (MS). Assim como o terreno de Dourados, a área é reivindicada como parte de um território tradicional indígena.

    Inicialmente acusados por furto, os dois homens e a mulher acabaram detidos por desobediência. Para o Cimi, nos dois casos, a ação policial foi ilegal, já que, por envolver indígenas e conflito fundiário, a questão é de competência federal.

    Edição: Aline Leal