Tag: dólar

  • Dólar cai para R$ 5,66 após Copom e acordo entre EUA e Reino Unido

    Dólar cai para R$ 5,66 após Copom e acordo entre EUA e Reino Unido

    A elevação de juros no Brasil e o acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido fizeram o mercado financeiro ter um dia de alívio. O dólar voltou a ficar abaixo de R$ 5,70. A bolsa de valores subiu mais de 2% e fechou no maior nível desde agosto do ano passado.

    O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (8) vendido a R$ 5,661, com recuo de R$ 0,085 (-1,47%). A cotação operou em baixa durante todo o dia e despencou durante a tarde, fechando na mínima do dia. O real teve o segundo melhor desempenho entre as moedas latino-americanas, atrás apenas do peso argentino.

    A moeda norte-americana está no menor nível em seis dias. Em 2025, a divisa cai 8,4%.

    Na bolsa de valores, o dia foi marcado pela euforia. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 136.292 pontos, com alta de 2,12%. Esse é o maior nível de fechamento desde 28 de agosto do ano passado. Por volta das 12h40, o indicador ultrapassou os 137,6 mil pontos e superou o recorde histórico por alguns minutos.

    Tanto fatores domésticos como externos contribuíram para a melhoria do mercado financeiro. No Brasil, a indicação de que o Banco Central pretende manter a Taxa Selic (juros básicos da economia) alta pelo tempo necessário para controlar a inflação foi bem recebida.

    A informação foi divulgada em comunicado após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic para 14,75% ao ano. Juros altos no Brasil ajudam a atrair capital financeiro internacional para o país.

    No cenário internacional, o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido animou o mercado global. O clima melhorou durante a tarde, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, disse haver avanço nas negociações com a China, sem entrar em detalhes.

    *Com informações da Reuters

  • Mercado espera última alta da Selic em 2025: 14,75% ao ano

    Mercado espera última alta da Selic em 2025: 14,75% ao ano

    Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam que a taxa básica de juros, a Selic, seja elevada a 14,75% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorre nesta terça (6) e quarta-feira (7). A cada 45 dias, o colegiado do BC reúne-se, em Brasília, para definir os juros básicos da economia. A expectativa do mercado é que esta seja a última alta da Selic este ano.

    A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (5), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC sobre os principais indicadores econômicos. Em sua última reunião, em março, o Copom elevou a taxa pela quinta vez consecutiva para 14,25% ao ano .

    Política monetária

    A alta consolida um ciclo de contração na política monetária. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e três de 1 ponto percentual. Agora, a expectativa é que ela suba 0,5 ponto.

    Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2025 em 14,75% ao ano. Para o fim de 2026, a estimativa é de que a taxa básica caia para 12,5% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente, para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

    A taxa básica é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. Em comunicado, o Copom informou que a economia brasileira está aquecida, apesar de sinais de moderação na expansão. Segundo o BC, a inflação cheia e os núcleos – medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia – continuam em alta.

    O órgão alertou que existe o risco de que a inflação de serviços permaneça alta e informou que continuará a monitorar a política econômica do governo. Na reunião de março, Copom informou que elevará a taxa Selic “em menor magnitude” na reunião desta semana, mas não deixou pistas para o que acontecerá depois disso.

    Inflação

    Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

    Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

    Nesta edição do Focus, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 5,55% para 5,53% este ano. Para 2026, a projeção da inflação foi mantida em 4,51%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,8%, respectivamente.

    A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

    Em março, a inflação fechou em 0,56%, pressionada principalmente pelos preços dos alimentos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dessa pressão, o IPCA perdeu força em relação a fevereiro, quando marcou 1,31%. No acumulado em 12 meses, a inflação soma 5,48%.

    PIB e câmbio

    A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano permanece em 2%. Para 2026, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) também ficou em 1,7%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2%, para os dois anos.

    Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%.

    A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,86 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,91.

  • Após Google admitir erro, hoje volta a exibir o conversor de real para outras moedas

    Após Google admitir erro, hoje volta a exibir o conversor de real para outras moedas

    A plataforma de buscas Google voltou a exibir, nesta quinta-feira (24/04/2025), o painel de conversão do real para outras moedas, quatro meses após a ferramenta ter sido suspensa em dezembro de 2024. Na ocasião, a empresa reconheceu ter divulgado uma cotação R$ 0,23 acima do valor oficial e optou por retirar o recurso do ar para correção dos dados

    Em nota, o Google informou que o conversor agora tem recursos adicionais de segurança, como o bloqueio do fornecimento de dados em fins de semana e feriados de modo que o valor exibido corresponda à cotação oficial do último dia útil. A plataforma também informou que divulgará a fonte dos dados.

    “O recurso está voltando a ficar disponível para nossos usuários depois de ajustes significativos e salvaguardas adicionais, incluindo o bloqueio de atualizações de dados de conversão aos finais de semana e feriados e a exibição da fonte dos dados”, informou o Google. A nota também destacou que a plataforma está comprometida com “informações precisas e confiáveis”.

    Em 25 de dezembro, feriado de Natal, o conversor do Google exibiu a cotação da moeda norte-americana em R$ 6,38, quando o dólar comercial estava em R$ 6,15, com base na cotação do dia útil anterior. Em 26 de dezembro, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu esclarecimentos ao Banco Central (BC) e ameaçou entrar com ação contra o Google por manipulação do mercado financeiro.

    Vamos confiar?

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    Depois de meses fora do ar, o conversor de moedas do Google finalmente voltou — hoje, quinta-feira, 24 de abril de 2025, ele encerra o dia cotando o dólar a R$ 5,68.

    Mas… e agora? Será que podemos confiar de novo nessa ferramenta que já nos deixou na mão? Será que o erro foi corrigido de vez ou corre o risco de voltar a falhar? Será que as cotações estarão sempre atualizadas, sem surpresas?

    Que tal você mesmo verificar? Confira na ferramenta do Google e tire suas próprias conclusões — será esse o fim das incertezas?

    Admissão de erro

    Na ocasião, a empresa que fornece dados sobre o câmbio ao Google admitiu o erro, atribuindo a diferença de valores à “imprecisão de um contribuidor”. A companhia terceirizada afirmou que estava trabalhando para que os problemas não se repetissem.

    Essa não foi a primeira vez em que o conversor de moedas do Google apresentou problemas. Em 6 de novembro, dia seguinte à vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas, o painel informou que o dólar comercial estava em R$ 6,14 no fim da manhã, horário em que a divisa estava sendo vendida a R$ 5,70. Naquele dia, a moeda norte-americana fechou a R$ 5,67, com queda de R$ 0,072.

    Críticas ao buscador

    No entanto, o buscador do Google tem enfrentado críticas crescentes devido a atualizações de algoritmo não divulgadas, que têm privilegiado conteúdos de baixa qualidade, muitas vezes gerados por inteligência artificial ou provenientes de fontes pouco confiáveis, em detrimento de reportagens originais e sites comprometidos com a verdade.

     

  • Dólar pode subir ainda mais em meio a incertezas globais, alertam analistas

    Dólar pode subir ainda mais em meio a incertezas globais, alertam analistas

    A nova rodada de tarifas anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu a instabilidade nos mercados globais e impulsionou a cotação do dólar. Nesta tarde, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 5,92, após um período de recuo.

    Em uma reportagem publicada no portal UOL,  um especialistas do setor financeiro apontam que o cenário de incerteza deve se intensificar nos próximos dias, o que pode manter a tendência de alta do dólar. “O momento é de instabilidade e cautela. Devemos esperar mais volatilidade no câmbio até que haja maior clareza sobre os desdobramentos dessa nova política comercial“, explica Douglas Ferreira, analista de câmbio da Planner Investimentos.

    Diante desse panorama incerto, analistas recomendam prudência a quem pretende comprar a moeda americana. Com a falta de previsibilidade sobre os impactos das medidas adotadas por Trump, o mercado segue em alerta, e investidores acompanham de perto os desdobramentos nos Estados Unidos e seus reflexos na economia mundial.

    Mais:

  • Demanda aquecida sustenta preços da soja nos portos, mas maior oferta e dólar em queda ainda pressionam cotações

    Demanda aquecida sustenta preços da soja nos portos, mas maior oferta e dólar em queda ainda pressionam cotações

    As negociações com soja ganharam ritmo ao longo da última semana, refletindo um aumento expressivo na demanda internacional e doméstica. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que essa elevação na procura impulsionou os prêmios de exportação da oleaginosa brasileira, fator que acabou sustentando os preços FOB nos portos do país, especialmente em momentos de maior movimentação comercial.

    Com o avanço das exportações, os recuos no mercado spot interno foram contidos. Em algumas regiões, inclusive, os preços mostraram sinais de firmeza, contrariando a tendência de queda observada nas semanas anteriores. A valorização dos prêmios exportáveis sinaliza o interesse de compradores estrangeiros pela soja brasileira, fortalecendo os contratos nos terminais de escoamento e estimulando produtores e tradings a fecharem novos negócios.

    Apesar do cenário mais otimista nos portos, o mercado interno ainda enfrenta desafios. A colheita da safra 2024/25 segue em ritmo acelerado, elevando significativamente a oferta da oleaginosa no país. Paralelamente, a cotação do dólar frente ao real apresentou quedas recentes, o que reduz a competitividade do produto brasileiro no exterior e interfere diretamente nas margens de lucro dos exportadores.

    Segundo analistas do Cepea, esse contexto cria uma espécie de “tensão de forças” no mercado: de um lado, o aquecimento das exportações e a boa demanda ajudam a evitar quedas mais acentuadas nos preços; de outro, o excesso de produto e a taxa cambial menos favorável exercem pressão sobre as cotações e limitam uma recuperação mais robusta no mercado doméstico.

    Nos próximos dias, a movimentação da moeda norte-americana, o comportamento da demanda internacional e o ritmo da comercialização interna devem continuar influenciando o desempenho da soja. O setor segue atento aos desdobramentos desses fatores, que serão determinantes para a formação dos preços no curto prazo.

  • Dólar recua para R$ 5,68 nesta segunda-feira

    Dólar recua para R$ 5,68 nesta segunda-feira

    Em um dia de otimismo no mercado financeiro, o dólar fechou abaixo de R$ 5,70, atingindo seu menor patamar em quatro meses. A bolsa de valores manteve sua sequência de ganhos, alcançando o maior nível desde o fim de outubro.

    O dólar comercial encerrou a segunda-feira (17) cotado a R$ 5,686 para venda, registrando uma queda de R$ 0,57 (-0,99%). A moeda norte-americana operou em baixa ao longo do dia, acentuando a desvalorização no período da tarde. No ponto mais baixo do pregão, por volta das 16h, chegou a R$ 5,66, mas investidores aproveitaram a cotação reduzida para recomprar dólares.

    Com o desempenho atual, a moeda está no nível mais baixo desde 7 de novembro do ano passado, quando fechou a R$ 5,67. Em 2025, o dólar acumula uma desvalorização de 7,99%.

    Mercado de ações em alta

    A bolsa de valores brasileira também apresentou forte valorização. O índice Ibovespa, da B3, encerrou o dia em 131.213 pontos, com alta de 1,46%. Esse é o maior patamar desde 28 de outubro, impulsionado pelo avanço de ações de setores como petróleo, mineração e bancos.

    Qual é a cotação do dólar hoje?

    Em um ambiente favorável para moedas de países emergentes, o dólar à vista registrou queda de 1,03% frente ao real, fechando a R$ 5,6861, menor valor desde 7 de novembro, quando atingiu R$ 5,6759. No acumulado do ano, a moeda norte-americana já caiu 7,98%.

    Na B3, às 17h11, o dólar para abril – contrato mais negociado atualmente no Brasil – registrava queda de 1,17%, sendo cotado a R$ 5,6880.

    Dólar comercial

    • Compra: R$ 5,686
    • Venda: R$ 5,686

    Dólar turismo

    • Compra: R$ 5,75
    • Venda: R$ 5,93

    O que influenciou o dólar hoje?

    No Brasil, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador que antecipa o PIB, apresentou alta de 0,90% em janeiro, superando a projeção de 0,22% apontada por analistas em pesquisa da Reuters.

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta semana para definir a taxa de juros. A expectativa majoritária do mercado é que a Selic seja elevada em 1 ponto percentual, chegando a 14,25% ao ano, conforme sinalizado anteriormente pelo Banco Central.

    Mais cedo, o relatório Focus do BC revelou uma revisão para baixo nas projeções de crescimento da economia brasileira para 2025, com a previsão de expansão ficando abaixo de 2%.

    Fatores externos e internos movimentam o mercado

    Além dos dados econômicos nacionais, fatores internacionais também influenciaram o mercado financeiro. No cenário externo, o pacote de estímulos econômicos anunciado pela China favoreceu países emergentes como o Brasil. A China, grande consumidora de commodities, impulsionou a demanda por produtos exportados pelo país.

    Outro fator relevante foi a alta nos preços do petróleo no mercado global. O barril do tipo Brent voltou a ser negociado acima de US$ 70, influenciado pelos ataques dos Estados Unidos ao Iêmen. Além disso, a perspectiva de um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia trouxe otimismo aos investidores internacionais.

  • Supersafra e queda do dólar devem reduzir inflação dos alimentos em 2025

    Supersafra e queda do dólar devem reduzir inflação dos alimentos em 2025

    A inflação dos alimentos deve desacelerar em 2025, impulsionada pela supersafra agrícola e pela queda do dólar, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista ao Flow Podcast, na noite desta sexta-feira (7), o ministro afirmou que a oferta expressiva de produtos agrícolas neste ano ajudará a reduzir os preços no próximo período.

    Brasília (DF), 05/02/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, durante entrevista coletiva na Câmara dos Deputados. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
    Marcelo Camargo/Agência Brasil

    “Eu acredito que uma série de produtos que estão mais caros hoje vão ter os seus preços reduzidos com a entrada da safra, que vai ser muito expressiva esse ano. Vai ser uma supersafra, ao contrário do ano passado”, disse Haddad.

    A safra de 2024 foi impactada por eventos climáticos adversos, como a seca no Centro-Oeste e as inundações no Rio Grande do Sul, que afetaram a produção de alimentos essenciais como arroz e milho. O impacto foi sentido diretamente no custo da ração animal, elevando os preços de frango e ovos.

    Crescimento do PIB e inflação sob controle

    Haddad também destacou o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 3,4% em 2024, um dos melhores resultados globais. Para 2025, a projeção do Ministério da Fazenda é de 2,5% de crescimento, com um ritmo mais moderado devido à necessidade de controlar a inflação.

    “A renda das famílias cresceu, elas estão comprando mais e se a oferta não acompanha o crescimento da demanda, você tem um ajuste no preço”, explicou o ministro. Segundo ele, essa “calibragem” na economia será essencial para garantir um crescimento sustentável sem pressões inflacionárias excessivas.

    Com um cenário agrícola mais favorável e ajustes na oferta de produtos, a expectativa é de um alívio nos preços dos alimentos ao longo de 2025, beneficiando diretamente o consumidor brasileiro.

  • Inflação entre 4% e 5% é relativamente normal, diz Haddad

    Inflação entre 4% e 5% é relativamente normal, diz Haddad

    O atual nível de inflação do Brasil está relativamente dentro da normalidade para o Plano Real, disse nesta segunda-feira (17) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) na Arábia Saudita, o ministro avaliou que o Brasil deixou para trás o período em que a inflação estava em torno de dois dígitos.

    “O Brasil tem feito um trabalho, tentando encontrar um caminho de equilíbrio e sustentabilidade, mesmo em fase de um ajuste importante. O Brasil deixou uma inflação de dois dígitos há três anos. Hoje, temos uma inflação em torno de 4% a 5%, que é uma inflação relativamente normal para o Brasil desde o Plano Real, há 26 anos”, declarou o ministro no painel “Um caminho para a resiliência dos mercados emergentes”.

    Apesar de estar em um dígito, a inflação estourou o teto da meta em 2024 e deve fazer o mesmo neste ano, de acordo com o mercado financeiro. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) com instituições financeiras, a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2025 em 5,6%, mais de um ponto percentual acima do teto da meta, de 4,5%.

    No ano passado, o IPCA ficou em 4,83%, também acima do teto de 4,5%. Com base na legislação, o BC enviou uma carta em que justificou o estouro da meta com base na alta do dólar, problemas climáticos e aquecimento da economia.

    Pelo sistema de metas contínuas de inflação, a cada seis meses, o BC terá de enviar uma carta caso a inflação em 12 meses supere a meta de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.

    No encontro do FMI, que ocorre na cidade saudita de Al-Ula, Haddad reafirmou as justificativas da carta do BC. O ministro atribuiu o repique inflacionário à alta do dólar em todo o planeta no segundo semestre do ano passado, período marcado pelas eleições presidenciais norte-americanas.

    “Por volta de 12 a 30 anos, a inflação se manteve abaixo dos 5%, o que acontece neste momento. Com o fortalecimento do dólar pelo mundo, acabou fazendo com que nós tivéssemos um repique inflacionário no segundo semestre do ano passado; por isso, o Banco Central teve de intervir [com altas de juros] para garantir que a inflação fosse controlada”, justificou Haddad.

    Câmbio

    Com a valorização do real nas últimas semanas, afirmou o ministro, os preços devem se estabilizar. “O aumento das taxas será no curto prazo. O dólar voltou a um nível adequado e caiu 10% nos últimos 60 dias. Eu acho que isso vai fazer com que a inflação se estabilize”, destacou.

    Atualmente em 13,25% ao ano, a Taxa Selic deverá subir para 14,25% na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, como informou a própria instituição financeira no início do mês.

    G20

    Haddad destacou a reforma tributária sobre o consumo, regulamentada no fim do ano passado e que deverá gerar crescimento econômico nos próximos anos. Segundo o ministro, o Brasil trabalha para ter equilíbrio e sustentabilidade, mesmo em meio a um ajuste fiscal importante e com fortes incertezas externas.

    O ministro relembrou a presidência do Brasil no G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana). Segundo Haddad, o Brasil deixou um legado de busca pela reglobalização sustentável, capaz de conciliar interesses de mercado, combate às desigualdades e transição para fontes de energia limpas.

    Mediadora do debate, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, defendeu a capacidade de as economias se adaptarem a choques globais, que aumentaram nos últimos anos com incidentes como a pandemia de Covid-19 e a intensificação das mudanças climáticas. Segundo ela, as economias emergentes devem pautar-se na “resiliência”, antecipando-se e absorvendo parte dos efeitos da geopolítica e das crises externas.

  • O dólar caiu. O que está acontecendo?

    O dólar caiu. O que está acontecendo?

    No começo do ano, parecia que o dólar só iria subir no Brasil. Mas, de repente, o dólar caiu e já está no menor valor dos últimos meses, custando R$ 5,77. Mas por que isso aconteceu? Existem dois motivos principais: coisas que estão acontecendo fora do Brasil e outras que estão acontecendo dentro do país.

    O ex-presidente Donald Trump tomou algumas decisões que mexeram com a economia americana. Por exemplo, ele começou uma guerra de tarifas (taxas cobradas em produtos de outros países), que deixou investidores preocupados. Isso fez com que o dólar perdesse força no mundo inteiro.

    Além disso, uma empresa chinesa chamada DeepSeek fez tanto sucesso que afetou o valor de outras empresas de tecnologia, como a Nvidia. Isso deixou investidores inseguros sobre o futuro dessas empresas nos Estados Unidos.

    E, como os Estados Unidos estão ficando menos confiáveis para investir, muitas pessoas começaram a colocar dinheiro em países emergentes, como o Brasil. Isso ajuda a valorizar a moeda brasileira e faz o dólar cair aqui.

    O dólar caiu: O que está acontecendo dentro do Brasil

    O dólar caiu: O que está acontecendo dentro do Brasil
    O dólar caiu: O que está acontecendo dentro do Brasil Foto: Canva

    O Banco Central do Brasil percebeu que o dólar estava subindo muito rápido e tomou medidas para segurar essa alta. Isso ajudou a acalmar o mercado.

    O Brasil aumentou a taxa de juros, chamada Selic, que agora está em 13,25% e pode subir ainda mais. Quando os juros estão altos, é mais caro apostar contra o real (nossa moeda), então as pessoas preferem manter o dinheiro no Brasil. Isso também ajuda o dólar a cair.

    E o valor das empresas brasileiras estava tão baixo que investidores estrangeiros acharam uma boa oportunidade de comprar. Como eles precisam comprar reais para investir aqui, isso ajudou o real a se valorizar e o dólar a cair.

     

     

  • Haddad diz que queda do dólar e safra devem conter preço dos alimentos

    Haddad diz que queda do dólar e safra devem conter preço dos alimentos

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou nesta terça-feira (4) que a pressão sobre os preços dos alimentos deve diminuir nos próximos meses com a queda do dólar e a safra recorde em 2025.

    “O dólar estava a R$ 6,10, está a R$ 5,80. Isso já ajuda muito”, afirmou o ministro ao ser questionado sobre a mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que apontou um “cenário adverso” para a inflação dos alimentos no médio prazo.

    Haddad disse estar “muito confiante de que a safra deste ano, por todos os relatos que eu tenho tido do pessoal do agro, vai ser uma safra muito forte. Isso também vai ajudar”.

    A ata do Copom destacou que os preços dos alimentos se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano passado e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi.

    O ministro da Fazenda observou que variáveis econômicas como o câmbio e a inflação “se acomodam em outro patamar, e isso certamente vai favorecer”. Ele lembrou que o governo e o Congresso promovem um esforço de contenção de R$ 30 bilhões no Orçamento, com o objetivo de reduzir pressões fiscais sobre a política monetária.

    O Copom estima que a inflação de 12 meses deverá se manter acima da meta do Banco Central até junho, o que configuraria “descumprimento da meta”, de acordo com o novo modelo de metas contínuas.

    Para Haddad, esse novo modelo, que prevê uma busca contínua por se manter na faixa de tolerância, “permite uma melhor acomodação” da política monetária pelo BC.