Tag: doença celíaca

  • O que é a doença celíaca?

    O que é a doença celíaca?

    Você sabe o que é a doença celíaca? Uma pesquisa efetuada pela redação do CenárioMT constatou que a doença celíaca é uma condição autoimune crônica que afeta cerca de 1% da população mundial, embora muitos casos ainda permaneçam subdiagnosticados.  Caracteriza-se pela intolerância permanente ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, centeio e cevada.

    Quando indivíduos celíacos ingerem glúten, seu sistema imunológico responde atacando o revestimento do intestino delgado, levando a danos nas vilosidades intestinais e comprometendo a absorção de nutrientes.

    Embora complexa, pode ser gerida eficazmente com uma dieta sem glúten rigorosa. A conscientização sobre a condição é crucial para um diagnóstico precoce e uma melhor qualidade de vida. Com informação e apoio adequados, indivíduos celíacos podem viver de forma saudável e plena.

    O que é a doença celíaca? Sintomas e diagnóstico

    Atualmente, o único tratamento eficaz para a doença celíaca é a adesão estrita e permanente a uma dieta sem glúten.
    Atualmente, o único tratamento eficaz para a doença celíaca é a adesão estrita e permanente a uma dieta sem glúten.
    FOTO:PIXABAY

    Os sintomas da doença celíaca variam amplamente entre os indivíduos e podem incluir distúrbios gastrointestinais como diarreia crônica, constipação, dor abdominal e inchaço. Além disso, manifestações extraintestinais como anemia, fadiga, perda de peso, problemas dermatológicos e até mesmo distúrbios neurológicos podem ocorrer. Devido a essa variabilidade, a doença é frequentemente confundida com outras condições, o que dificulta seu diagnóstico.

    O diagnóstico da doença celíaca é feito por meio de exames de sangue que detectam anticorpos específicos e, frequentemente, confirmado por uma biópsia do intestino delgado. É importante que os testes sejam realizados antes do início de uma dieta sem glúten para evitar resultados falsos negativos.

    Atualmente, o único tratamento eficaz para a doença celíaca é a adesão estrita e permanente a uma dieta sem glúten. Isso envolve evitar todos os alimentos e produtos que contenham trigo, centeio e cevada. Embora possa parecer simples, essa dieta requer atenção constante, pois o glúten pode estar presente em alimentos processados, medicamentos e até produtos de cuidados pessoais.

    Dicas para a vida sem glúten

    Cozinhar em casa garante maior controle sobre os ingredientes e evita a contaminação cruzada
    Cozinhar em casa garante maior controle sobre os ingredientes e evita a contaminação cruzada
    FOTO:PIXABAY
    1. Leitura de Rótulos: Desenvolver o hábito de ler os rótulos dos alimentos é essencial. Ingredientes como “amido modificado” e “aromas naturais” podem conter glúten.
    2. Educação e Informação: Manter-se informado sobre a doença e participar de grupos de apoio pode ajudar a lidar com os desafios diários.
    3. Preparação de Alimentos em Casa: Cozinhar em casa garante maior controle sobre os ingredientes e evita a contaminação cruzada.
    4. Consultoria Nutricional: Trabalhar com um nutricionista pode ajudar a garantir uma dieta equilibrada, compensando a ausência de alimentos que contêm glúten.

    Embora a adaptação a uma vida sem glúten possa ser desafiadora, muitas pessoas celíacas relatam uma significativa melhora na qualidade de vida após a implementação da dieta. Os sintomas geralmente diminuem, e a saúde intestinal se recupera, permitindo uma absorção adequada de nutrientes.

  • Pesquisa cria pão sem glúten mais saboroso e com alto valor nutritivo

    Pesquisa cria pão sem glúten mais saboroso e com alto valor nutritivo

    Pensando em tornar a ingestão do pão sem glúten mais agradável e nutritiva, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram uma receita que combina a farinha de grão-de-bico e o psyllium, um tipo de fibra solúvel, que, ao entrar em contato com líquidos, expande-se e forma uma massa gelatinosa, ajudando a dar liga na farinha. O resultado foi um produto rico em nutrientes e bem aceito nas pesquisas de qualidade. 

    O pão serve como substituto aos produtos convencionais, feitos com farinha de trigo, e é indicado principalmente para as pessoas que seguem dieta sem glúten, único tratamento possível para portadores da doença celíaca. Para essas pessoas, o glúten (proteína existente no trigo, no centeio e na cevada) desencadeia uma reação imunológica que pode causar distúrbios em todos os órgãos do corpo, gerando complicações graves, caso não seja tratada. Autoimune, a doença é genética e afeta 1,4% da população mundial. O glúten possibilite que os pães tradicionais sejam moldados e que, depois de assados, fiquem flexíveis e crocantes.

    “Reconhecemos atualmente três condições para as quais se indica dieta sem glúten: a doença celíaca, a alergia ao trigo e a sensibilidade não celíaca ao glúten. A sensibilidade não celíaca ao glúten é uma condição que tanto pode ser provocada pelo glúten como por outros componentes do trigo, como os carboidratos rapidamente fermentáveis. Ao contrário da doença celíaca, não configura uma condição autoimune e seus sintomas, embora muitas vezes parecidos, não estão relacionados com complicações tão graves”, explica a nutricionista responsável pela pesquisa, Vanessa Dias Capriles.

    Segundo Vanessa, o desenvolvimento dos produtos adequados para pessoas nessas condições ainda é um grande desafio tecnológico. “O pão elaborado com farinha de trigo tem importância milenar na alimentação humana. E as impressões sensoriais que ele provoca estão profundamente arraigadas nos padrões e hábitos das pessoas.  Por isso, é tão importante elaborar versões melhoradas, pois as pesquisas mostram que os consumidores estão insatisfeitos com as características de aparência, odor, sabor, variedade e praticidade dos produtos atualmente disponíveis no mercado.”

    A nutricionista ressalta que os pães sem glúten existentes no mercado normalmente têm baixa composição nutricional, porque são elaborados com farinhas e amidos refinados, como a farinha de arroz combinada com os amidos de milho, batata e mandioca. “Apresentam baixos níveis inerentes de fibras alimentares, proteínas, vitaminas e minerais e maior teor de gordura. Em poucos países, esses produtos são enriquecidos com micronutrientes.”

    Realizada com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a pesquisa teve como objetivo melhorar o valor nutricional agregado, aumentar a aceitabilidade pelos consumidores e buscar soluções com viabilidade tecnológica.

    “Utilizando diferentes técnicas de criação e otimização de produtos, conseguimos obter mais de 15 formulações que consideramos ótimas. São produtos que contêm de 50% a 100% de farinha integral sem glúten em sua composição e, por isso, apresentam alto teor de fibras e maiores porcentagens de proteínas, vitaminas e minerais”, acrescenta a nutricionista.

    De acordo com Vanessa, foram pesquisadas também as farinhas integrais de arroz, sorgo e milheto; de pseudocereais, como amaranto, quinoa e trigo sarraceno; e de outros vegetais como grão-de-bico, feijão e pinhão. A incorporação do psyllium se destacou pelos bons resultados, possibilitando que a massa fosse montada em diversos formatos e mantendo a aceitabilidade mesmo depois de sete dias de armazenamento em temperatura ambiente.

    “O próximo passo idealizado por nós é firmar parcerias com o setor produtivo para transferir a tecnologia desenvolvida, bem como realizar novas pesquisas e desenvolvimento em colaboração”, adianta Vanessa Capriles.