Tag: Doação de Medula Óssea

  • Doação de medula óssea: conheça caso de sucesso

    Doação de medula óssea: conheça caso de sucesso

    Em junho de 2020, durante a pandemia de covid-19, a pequena Isabela, então com 3 anos de idade, apresentou febre e lesões pelo corpo. No começo de julho, veio o diagnóstico: tratava-se de linfohistiocitose hemofagocitica, que é uma síndrome de hiperativação imunológica. Segundo a mãe da menina, a médica Carolina Monteguti Feckinghaus, Isabela fez tratamento, mas a doença voltou e ela teve indicação de que precisava de um transplante de medula óssea. No sábado (16), comemorou-se o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea.

    Em setembro de 2020, Isabela começou a fazer quimioterapia. Os pais já estavam procurando um doador compatível no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Em fevereiro de 2021, Isabela fez o primeiro transplante, com material do próprio pai, que tinha 50% de compatibilidade. Inicialmente, o transplante deu certo, disse Carolina à Agência Brasil.

    A menina ficou sete meses bem, mas teve uma recidiva, lembrou a médica. Em outubro de 2021, Isabela voltou a fazer quimioterapia e entrou novamente no Redome, à procura de novo doador. Quando descobriu a doença de Isabela, Carolina estava no fim da gestação da segunda filha. Foram feitos testes, mas a irmã não era compatível. “Muita gente nos ajudou fazendo campanha, porque era preciso que as pessoas se inscrevessem, pois, até então, não tinha ninguém.”

    Doadora alemã

    A irmã de Carolina, que mora nos Estados Unidos, fez campanha lá, sem sucesso. Os sogros da médica, que são da Alemanha, incentivaram também os cidadãos daquele país e conseguiram uma doadora compatível. A mulher doou a medula na Alemanha no dia 3 de janeiro de 2022. O material veio para o Brasil de avião e, no dia 5 de janeiro, Isa fez o segundo transplante. “Foi uma bênção”.

    O sonho de Carolina e da família agora é conseguir ir à Alemanha, conhecer a doadora e agradecer. Mas, para isso, é preciso esperar um ano e meio após a cirurgia para pedir ao Redome a quebra de sigilo. Os papéis com essa finalidade já foram preenchidos e encaminhados. “Essa pessoa [doadora] também tem que querer. A gente está aguardando a resposta”. A única coisa que Carolina sabe é que a doadora tem a sua idade: 39 anos.

    Segundo a mãe. Isabela, que completa 7 anos em dezembro, “está super bem”. A menina está refazendo todas as vacinações que havia feito antes dos transplantes. “Demorou para que as células de defesa dela ficassem fortes o suficiente para produzir anticorpos. Mesmo a medula nova funcionando, as células eram muito imaturas. Ela começou a fazer as vacinas de novo um ano depois do transplante e ainda está fazendo. Não terminou o esquema vacinal porque algumas vacinas só podem ser tomadas dois anos depois do transplante”. Contudo, Isabela já pode ir à escola, sair, normalmente.

    A reação da pequena surpreendeu toda a família. A mãe destaca que as crianças têm uma visão diferente das coisas. Isabela, por exemplo, embora tenha sido internada várias vezes, brincava sempre. A família diz que teve apoio de toda a equipe do hospital, envolvendo fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos. “Muita gente com jeito com criança nos ajudou. Teve épocas em que Isabela não conseguia andar.” A pediatra geral fez o diagnóstico e acompanhou a criança em todas as internações e tratamentos, que duraram 197 dias.

    No meio do processo, foi necessária uma cirurgia abdominal, e a menina ficou muitos dias em uma unidade de terapia intensiva (UTI). “Foi um tempo difícil, mas agora passou.” Carolina contou que Isabela valoriza coisas que outras crianças de 6 anos não valorizariam, como dormir na própria cama, comer a comida feita em casa. “É outra vida.”

    Doação

    O primeiro transplante de medula óssea foi feito na década de 1950. Hoje, milhões de pessoas já receberam células-tronco do sangue para diversos tratamentos de câncer, além de outras doenças sanguíneas e da medula.

    O Dia Mundial do Doador de Medula Óssea foi criado pela associação global de registros de células-tronco do sangue (WMDA, do nome em inglês World Marrow Donor Association) e é comemorado no terceiro sábado de setembro. A data visa conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de medula óssea.

    Dados do Redome de julho deste ano revelam que o Brasil tem 5.656.183 doadores cadastrados, para uma média de 650 pacientes em busca de doadores não aparentados. As mulheres são maioria entre os doadores, com 3.236.459. Os homens somam 2.419.453.

    A Região Sudeste concentra o maior volume de doadores (2.489.829), seguida pelo Sul (1.163.106) e pelo Nordeste (1.037.830). O maior número de doadores está na faixa de 35 a 39 anos (1.031.778). O Redome é coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde.

    Chances

    Rio de Janeiro (RJ) - Matéra especial para o Dia mundial do Doador de Medula Óssea, na foto a Dra Juliane Musacchio Foto: IDOMED/Divulgação
    Foto: IDOMED/DivulgaçãoA hematologista Juliane Musacchio – Idomed/Divulgação

    A hematologista Juliane Musacchio, professora do Instituto de Educação Médica (Idomed), disse à Agência Brasil, que a doação de medula óssea pode ajudar pacientes das mais variadas doenças, entre as quais leucemia aguda, aplasia de medula óssea, alguns tipos de linfoma, doenças metabólicas e hereditárias, anemia falciforme e mieloma múltiplo.

    Juliane destacou que o Brasil tem o terceiro maior banco de medula óssea do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha, mas com a vantagem de ser público, diferentemente desses dois países, onde os sistemas são privados.

    “Viva o Sistema Único de Saúde (SUS)!”, exclamou. Segundo a hematologista, o grande problema é que muitas pessoas, após entrarem no Redome, esquecem de atualizar os dados referentes a endereço, e-mail e telefone. Daí, quando são identificadas como doadores compatíveis, acabam não sendo encontradas. “Estima-se que 30% dos doadores (do Redome) não atualizam o cadastro”, informou.

    De acordo com a médica, é preciso ampliar o número de doadores no Brasil, para aumentar as chances de encontrar medulas compatíveis. Para se cadastrar como doador de medula óssea, o voluntário tem que ter entre 18 e 35 anos, estar bem de saúde, não pode ter doenças infecciosas ou incapacitantes, como HIV e hepatite B e C, nem câncer, doenças hematológicas e do sistema imunológico, como lúpus, por exemplo.

    O doador permanece no Redome até os 60 anos de idade, quando ainda pode fazer doações. “Para se inscrever, a idade é menor mas, para doar, a idade é maior. É porque as pessoas ficam mais tempo no registro.”

    Depois de se cadastrar, o voluntário retira sangue para análise, e os dados são mantidos em um sistema nacional consultado sempre que há um paciente com necessidade de tecidos. Segundo Juliane, o transplante consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais da medula óssea. O objetivo é reconstituir uma nova medula saudável.

    As células-tronco hematopoiéticas, responsáveis pela produção do sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas), são substituídas no transplante. Tais células podem ser coletadas por meio da aférese (quando há separação dos componentes do sangue, permitindo o retorno ao organismo do doador dos elementos não usados) e no sangue do cordão umbilical, após o nascimento do bebê. Por isso, atualmente, o termo transplante de medula óssea tem sido substituído por transplante de células-tronco hematopoiéticas.
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  • Senado aprova PL que facilita localização de doadores de medula óssea

    Senado aprova PL que facilita localização de doadores de medula óssea

    O plenário do Senado aprovou hoje (15) um projeto de lei que facilita a localização de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). O projeto pretende possibilitar que os gestores do registro e os hemocentros requisitem a órgãos públicos os dados de contato de doadores e parentes. O projeto segue para sanção presidencial.

    A proposta altera a Lei 11.930/09 para estabelecer que as ações, atividades e campanhas publicitárias devem envolver órgãos públicos e entidades privadas. O objetivo é informar e orientar sobre os procedimentos para o cadastro de doadores e a importância da doação de medula óssea para salvar vidas.

    Uma emenda ao projeto determinou que o prazo para atendimento de todas as informações seja de três dias, prazo que será contado a partir da data de recebimento da requisição. No caso de descumprimento, haverá multa diária de 1 a 100 salários mínimos por dia de atraso além de punições nas esferas administrativa, civil e penal.

    A autoridade responsável pela aplicação da multa ainda será definida em regulamento. Os recursos resultantes destas eventuais multas serão divididos igualmente entre o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) e o Ministério da Saúde.

    Ainda de acordo com o projeto, na ausência de doador totalmente compatível e caso constatado o falecimento de outros possíveis doadores, os hemocentros ou os gestores do Redome poderão contatar os irmãos ou as irmãs dos doadores falecidos para verificar se este têm interesse em se cadastrarem como doadores de medula óssea, possibilitada a obtenção de seus nomes e dados cadastrais por requerimento.

    * Com informações da Agência Senado

    Edição: Fábio Massalli

  • MT Hemocentro produziu mais de 37 mil bolsas de sangue e realizou dois transplantes de medula óssea

    MT Hemocentro produziu mais de 37 mil bolsas de sangue e realizou dois transplantes de medula óssea

    Mesmo diante de um cenário de pandemia, o MT Hemocentro precisou se reinventar para cuidar da saúde dos doadores, pacientes e colaboradores. O único banco de sangue público de Mato Grosso reforçou campanhas em parceria com órgãos e instituições, doadores fidelizados ligados ao esporte e veículos de comunicação, fundamentais para a divulgação das informações.

    Essas ações contribuíram para manutenção do o estoque de bolsas de sangue em Mato Grosso. “Ao longo do ano, foram realizadas 54 campanhas de coleta de sangue, quatro palestras para sensibilizar as pessoas a doarem sangue de forma regular, nove coletas externas com o hemobus [ônibus]”, informou a diretora do MT Hemocentro, Gian Carla Zanela.

    Além disso, o MT Hemocentro distribuiu 17.042 bolsas de hemocomponentes às unidades de saúde e 20.464 bolsas à Hemorrede (UCTs), que está presente em pontos estratégico do Estado e atende às macro e microrregiões. No total, os doadores de sangue possibilitaram a distribuição de 37.506 bolsas de hemocomponentes e salvaram milhares de vidas por meio da doação voluntária e altruísta.

    O arquivo do ambulatório do MT Hemocentro conta com 4.799 prontuários e, segundo o Sistema Nacional de Regulação, foram realizadas 3.665 consultas em hematologia (adulto e infantil) no ano de 2020.

    Dos quase cinco mil pacientes que são acompanhados pela equipe multidisciplinar do banco de sangue, 680 possuem diagnóstico de Doença Falciforme, 367 foram diagnosticados com Púrpura Trombocitopênica Idiopática ou Plaquetopenia, 240 são hemofílicos, 63 possuem coagulopatias raras, 114 têm a Doença de Von Willebrand, 13 têm a Doença de Gaucher, 36 têm poliglobulia ou hematocromatose, 31 possuem leucopenia, 97 possuem anemias hemolíticas, 130 possuem Aplasia Medular ou Hipoplasia, 120 possuem outras anemias, 35 possuem trombofilia, 97 possuem talassemias e 28 possuem outros diagnósticos. Cerca de 1.200 pacientes ainda se encontram em investigação de diagnóstico.

    Doação de Medula Óssea

    O MT Hemocentro também recebe, orienta e coleta amostras de sangue de pessoas voluntárias, que têm interesse em fazer o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Até dezembro de 2020, foram registrados 66.641 mil doadores de medula óssea em Mato Grosso. Somente no ano de 2020, foram cadastrados 1.001 novos doadores.

    Por meio deste cadastro, em 2020, foram detectados 20 pacientes compatíveis com doadores, sendo 11 de compatibilidade nacional e nove de compatibilidade internacional. Também neste ano, dois pacientes atendidos pelo ambulatório do MT Hemocentro receberam o transplante de medula óssea e estão em recuperação.

    Educação continuada

    Em 2020, ainda foram realizadas 35 ações de educação em saúde, educação em serviço, ensino em serviço e três pesquisas em serviço.

    O Hemocentro Coordenador tem como uma de suas atribuições capacitar todas as unidades hemoterápicas do estado, possibilitando que os profissionais que trabalham com este serviço de alta complexidade tenham respaldo técnico e científico. As capacitações buscam ofertar melhorias tanto no parque tecnológico – em termos de equipamentos de alta performance –, garantindo a qualidade e excelência em serviços.

    Serviço

    Devido à pandemia pela Covid-19, o MT Hemocentro está agendando as doações de sangue para evitar aglomerações no local. As doações podem ser agendadas por meio dos telefones (65) 3623-0044 (Ramal 221 e 222) e Whatsapp (65) 98433-0624.

    A sede do MT-Hemocentro está localizada na Rua 13 de junho, n° 1.055, Cuiabá, Centro Sul. O funcionamento da unidade ocorre de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30.