Tag: Diversidade

  • Parada do Orgulho LGBT+ volta à Avenida Paulista neste domingo (19)

    Parada do Orgulho LGBT+ volta à Avenida Paulista neste domingo (19)

    Após dois anos sem ser realizada de forma presencial por causa da pandemia de covid-19, a tradicional Parada do Orgulho LGBT+ está de volta neste domingo (19). A 26ª edição do evento será na Avenida Paulista, em São Paulo.

    Para marcar o evento e também homenagear o mês do Orgulho LGBTQIAP+, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo preparou uma programação especial, com exposições, saraus, exibição de filmes, bate-papos, oficinas, leituras e palestras que abordam a temática da diversidade.

    Um dos destaques da programação é o bate-papo Negras Palavras: Diversidade no Museu, previsto para amanhã (18) no Teatro Ruth de Souza, no Museu Afro. Para participar do bate-papo, é necessário se inscrever no site do museu.

    Já a Casa das Rosas promove o Transarau, no qual serão apresentadas performances poéticas, danças, bateção de cabelo e microfone aberto. O Transarau será no próximo dia 25, às 16h.

    Na Biblioteca de São Paulo, a atração é uma palestra sobre quadrinhos trans, prevista para terça-feira (21), às 16h. As inscrições devem ser feitas por este link.

    De 22 a 28 deste mês, a Fábrica de Cultura Vila Curuça promoverá encontro sobre o livro 50 LGBTQ+ incríveis, de Débora Thomé, ilustrado por artistas LGBTQIAP+. Mais informações podem ser obtidas no site da Fábrica de Cultura.

    A programação da secretaria se estende também para os equipamentos culturais instalados em outras cidades do estado de São Paulo. A agenda cultural pode ser consultada no site da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

  • São Paulo sedia amanhã 5ª Marcha do Orgulho Trans

    São Paulo sedia amanhã 5ª Marcha do Orgulho Trans

    A capital paulista sedia amanhã (17) a 5ª Marcha do Orgulho Trans de São Paulo. O evento será no Largo do Arouche, local histórico do movimento LGBTQIA+ na cidade, a partir das 11h30. São 19 atrações, com shows, DJs e apresentações gratuitas até as 21h. 

    Quem abre o evento é o DJ Ben, artista multimídia futurista que trabalha com experimentações sonoras, intervenções eletrônicas e pegadas de nu jazz, nu soul e brega funk. O artista já se apresentou Marseille (França) para concertos em comemoração ao ano do Brasil na França.

    Em seguida entra Fanfarras Obscênicas, formada exclusivamente por mulheres que  tocam músicas que foram compostas por mulheres ou que ficaram famosas na voz delas. Totalmente acústicas, elas usam os instrumentos de sopro e percussão para mostrar que o lugar da mulher é na música e onde ela quiser. Com um repertório eclético, elas tocam de Elza Soares a Gretchen, de Britney Spears a Cyndi Lauper, colocando todo mundo pra cantar e dançar junto.

    Entre as atrações internacionais estão Angelica Ross, às 19h25. Angélica Ross é uma mulher transgênero, defensora do direitos trans e atriz nos programas de TV American Horror Story, e da série Candy Ferocity. A série fez história na televisão, apresentando o maior elenco de pessoas atuantes transgêneros na história da TV. Ross também é empreendedora, fundou a TransTech Social Enterprises para educar, empregar e capacitar a comunidade trans através do uso da tecnologia.

    Logo após se apresenta Majur. Mulher trans, ela é apontada como a nova geração da cena musical brasileira. A baiana traz diversidade em seu trabalho e canta o amor com o suingue do afro-pop celebrando os encontros. É o caso de Ojunifé, seu primeiro disco de estúdio, lançado em 12 de maio de 2021.

     

  • Pessoas com deficiência são foco de campanha de visibilidade

    Pessoas com deficiência são foco de campanha de visibilidade

    A abertura oficial dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 acontece na noite de hoje (24). Por meio deles, os olhos de todo o mundo estarão voltados para grandes expoentes de uma parcela considerável da população: as pessoas com deficiência.

    Esses homens e mulheres representam, hoje, 15% da população mundial, cerca de 1,2 bilhão de pessoas. Por isso mesmo o Comitê Paralímpico Internacional (COI) lançou a campanha Nós, os Quinze, que tem como objetivo acabar com a discriminação e chamar a atenção para a inclusão desse público. A campanha do COI usará as paralimpíadas para aumentar a visibilidade da causa.

    O objetivo da Nós, os Quinze é colocar pessoas com deficiência “no coração da agenda de inclusividade e diversidade quebrando barreiras sociais sistêmicas que limitam a realização do potencial de pessoas com deficiência.”

    A campanha tem duração prevista de uma década e também aborda outras características que são alvo de discriminação, como gênero, etnia e orientação sexual.

    No vídeo da campanha, pessoas com diversos tipos de deficiência mostram “que, assim como qualquer um, realizam atividades arrumar a cama, pagar boletos, casar. E falam que não querem ser colocados num pedestal, e sim tratados como iguais.”

    Entre as empresas que apoiam a campanha do COI, estão organizações como a Unesco, o Banco Mundial e a Comissão Europeia.

  • Dia Nacional do Livro Infantil: leitura deve ser estimulada desde cedo

    Dia Nacional do Livro Infantil: leitura deve ser estimulada desde cedo

    Neste domingo (18) comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil. A data foi escolhida porque, nesse dia, em 1882, nasceu o escritor Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira. A data celebra esse gênero literário e homenageia o escritor, autor de clássicos como Sítio do Pica-Pau Amarelo, O Saci, Fábulas de Narizinho, Caçadas de Hans Staden e Viagem ao Céu.

    De acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura do Brasil, o número de crianças leitoras cresceu de 2015 a 2019, período em que 48% disseram que leem por gosto. A prática da leitura contribui para o desenvolvimento de capacidades como pensar, interpretar, falar, aprender e conviver.

    Em tempos de uso de tantas telas, como tablets, celulares e televisão, e agora com o ensino remoto, os livros infantis ainda têm espaço na rotina das crianças? A doutora em educação pela Universidade de São Paulo Diva Albuquerque Maciel diz que sim.

     

    “As telas são grandes concorrentes do livro, mas temos que usar todos esses recursos em favor do livro, e não como concorrente. O livro tem um formato muito importante para a formação da língua escrita, temos que usar estratégias para aliar, já que a língua escrita precisa ser estimulada. Uma das estratégias é saber quais são as motivações das crianças, por exemplo, quais heróis e personagens elas buscam na internet, que possam estimular a leitura escrita de textos mais densos como gibis”. Diva é professora aposentada do departamento de psicologia escolar do desenvolvimento da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB).

    A pedagoga Daniela Denise Batalha Santini, que atualmente é professora do 1º ano do ensino fundamental do Colégio Parque Sevilha, na zona leste de São Paulo, afirma que, mesmo com a habilidade que o aluno de hoje tem de manusear telas, o livro ajuda muito a melhorar o interesse pela aprendizagem e a capacidade de concentração.

    “O livro físico tem seu valor e não pode ser deixado totalmente para trás. O livro físico precisa se fazer presente em sala de aula como instrumento palpável. O sentir o livro, o explorar, o virar de páginas fazem toda a diferença no dia a dia do aprendizado dos pequenos. Fora as experiências sensoriais, tem a visualização, o concreto. Aguçar a curiosidade, proporcionar momento de troca”, observa Daniela Denise.

    Também pedagoga, Fernanda Gadelha de Freitas Miranda é professora na Escola Municipal de Educação Infantil 22 de Março e no Centro de Educação Infantil Bryan Biguinati Jardim. Para Fernanda, o hábito da leitura precisa ser estabelecido desde a infância para que se formem cidadãos autônomos, questionadores e protagonistas de sua conduta e pensamentos. “Assim, acredito que a leitura, os livros infantis, sejam facilitadores desse processo. Costumo, todos os dias, oferecer aos meus alunos oportunidades de ampliar a visão de mundo e seu repertório, com os livros que lemos.”

    Fernanda destaca que muitas crianças, devido às condições sociais, não têm acesso às tecnologias. “O livro impresso ainda é uma ferramenta facilitadora nesse processo, pois permite que mais adultos e crianças sejam contemplados nesse universo. Para a criança, o concreto do livro impresso é mais atraente e aceitável, ao contrário do adulto, que tende buscar à praticidade do e-book, por exemplo.”

    Incentivo e diversidade temática

    Diva Maciel considera fundamental o papel dos professores para estimular a leitura pelas crianças. “É preciso que os professores façam pesquisa dos livros que podem ser adotados em sala de aula, mesmo na sala remota. Ver o que elas estão buscando espontaneamente nas séries da TV, da internet. E, a partir daí, oferecer bons textos, ler com elas numa roda de leitura, ou estimulá-las a escrever e ler para turma na roda, por exemplo.”

    É o que tem feito a professora Daniela, que trabalha os livros de forma descontraída, em de rodas de conversa. “Com momentos dirigidos e outros momentos livres, fazendo sempre um trabalho educativo, alinhando com o conteúdo desenvolvido, com temas atuais e muitas vezes trazendo discussões acerca de fatos do cotidiano. O momento da roda de conversa é mágico e encantador. É gratificante ver os pequenos interagindo com este universo da leitura, com seus colegas e professores.”

    A professora Diva chama a atenção também para o estímulo à diversidade étnica e cultural na literatura infantil. “Lemos muito para os nossos filhos as histórias clássicas dos contos de fadas, mas, hoje em dia, temos que lembrar que são histórias que estão no formato de reis e rainhas brancos. Hoje sabemos que é importante trazer os contos em que os personagens são negros e têm outras etnias, e já existe muita coisa publicada. Nós somos um país miscigenado. No entanto, a cultura branca continua sendo dominante. É importante trazer outros tipos de livros infantis para ler para as nossas crianças”.

    Diva indica a Afroteca Audiovisual Infantil, com livros com diversidade étnica e destaca que o Brasil é rico nessa diversidade cultural. “Nós temos uma oferta de grandes textos que envolvem a nossa cultura popular, nosso cancioneiro, nossos personagens. Monteiro Lobato foi um autor que utilizou bastante essas possibilidades.”

    Nova tributação pode desestimular leitura

    Apesar de pais e professores incentivarem a leitura, a proposta de nova tributação sobre os livros pode desestimular a compra deles. O governo federal propôs, em julho do ano passado, um projeto de lei para fusão do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) em um único tributo, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Entre as alterações estão o fim da isenção do PIS e da Cofins para o mercado de livros e a cobrança da CBS com alíquota de 12%. O Congresso Nacional estuda a proposta no âmbito da reforma tributária.

    O presidente da Associação Brasileira de Editores e Produtores de Conteúdo e Tecnologia Educacional (Abrelivros), Ângelo Xavier, afirma que o livro impresso é uma ferramenta muito importante na formação da criança e defende a manutenção da imunidade tributária dos livros no país. Xavier considera “um equívoco” a proposta de reforma encaminhada pelo Ministério da Economia que tributa os livros.

    “Seja para os livros infantis, seja para a literatura adulta, para livros escolares, qualquer que seja a categoria de livros, isso vai dificultar ainda mais o acesso. As famílias menos favorecidas vão sofrer ainda mais. Vai haver uma concentração muito grande e poucos lançamentos de novos autores pelas editoras. Tudo que temos de positivo no mercado de livro tende a cair por terra com essa tributação. E muitas empresas, editoras, livrarias e distribuidoras tendem a ter dificuldades e até podem quebrar com a nova política, que esperamos que não se concretize”, afirma.

    Como escolher um bom livro infantil

    A coordenadora de Engajamento Social e Leitura do Itaú Social, Dianne Melo, dá dicas de como escolher um bom livro infantil. A primeira é a qualidade textual: o registro linguístico deve ser literário, ou seja, a linguagem é conotativa, utiliza figuras, e há preocupação com a escolha das palavras. “A construção textual deve estimular uma boa leitura em voz alta por parte do mediador.”

    O projeto gráfico deve ter também qualidade visual, ou seja, ter capacidade de motivar e enriquecer a interação do leitor com o livro; a fonte deve oferecer boa legibilidade e as ilustrações não devem reforçar estereótipos sociais, históricos, raciais e de gênero.

    É preciso ainda ter qualidade temática: o conteúdo não deve ser “didatizante” e sim dialogar com o imaginário infantil. “É importante contemplar a diversidade de contextos culturais, sociais, históricos e econômicos, além de possibilitar a reflexão das crianças sobre si próprias, os outros e o mundo que as cerca”, completa a especialista.