Tag: Diversidade

  • Seleção Petrobras de Jornalismo encerra inscrições no domingo

    Seleção Petrobras de Jornalismo encerra inscrições no domingo

    Terminam no próximo domingo (11) as inscrições para a Seleção Petrobras de Jornalismo. Segundo a empresa, a iniciativa oferece bolsas para jornalistas de todas as regiões do país produzirem reportagens sobre ciência e diversidade, nos formatos de áudio, vídeo e texto.

    Neste ano, serão selecionados 15 projetos de reportagem, e cada um dos escolhidos receberá R$ 20 mil. Podem se inscrever jornalistas profissionais que atuem em veículos de imprensa ou como freelancers (autônomos). A seleção de projetos contemplará todas as regiões, cabendo a cada uma três bolsas para as categorias áudio, vídeo e texto.

    “Pelo menos uma bolsa de cada região deverá ter como proponente uma pessoa de um dos seguintes grupos: mulheres; pessoas negras ou pardas; pessoas oriundas de povos indígenas; pessoas oriundas de comunidades tradicionais (inclusive de terreiros e quilombolas); pessoas do segmento LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência”, destaca a Petrobras.

    De acordo com a estatal, o propósito da seleção é incentivar a produção de conteúdos jornalísticos sobre a produção científica realizada por pessoas de grupos sub-representados da sociedade, bem como iniciativas científicas que tenham como objeto de pesquisa a diversidade e a inclusão.

    A Associação Brasileira de Imprensa e a Federação Nacional dos Jornalistas apoiam a Seleção Petrobras de Jornalismo.

    Serviço

    As inscrições são gratuitas e deverão ser feitas até as 23h59 do próximo domingo, com o carregamento de toda documentação necessária, por meio deste portal.

  • Fora da rota: conheça tendências inusitadas no turismo que conquistam viajantes

    Fora da rota: conheça tendências inusitadas no turismo que conquistam viajantes

    Se antes o turismo se concentrava em destinos clássicos e roteiros tradicionais, em 2025 o cenário mudou — e mudou para melhor! Música, festivais, eventos esportivos e até locais ideais para observar as estrelas estão entre as grandes apostas do setor para este ano. Essas e outras novidades estão reunidas na Revista Tendências do Turismo 2025, publicação elaborada pelo Ministério do Turismo em parceria com a Embratur, que mapeia as principais movimentações do setor.

    Para detalhar o que vem por aí, a Agência de Notícias do Turismo preparou uma série especial de cinco reportagens. Neste terceiro episódio, o foco são três tendências inusitadas que prometem agitar o mercado e encantar os viajantes: astroturismo, turismo esportivo e turismo musical.

    Quer saber mais sobre essas experiências que estão conquistando espaço nas malas (e nos corações) dos brasileiros? Segue com a gente!

    Astroturismo

    A contemplação das estrelas tem atraído pessoas em busca de paz, silêncio e conexão com a natureza. O astroturismo, que vem se consolidando entre as principais tendências do ano, reúne viajantes interessados em vivenciar fenômenos celestes como chuvas de meteoros, eclipses e constelações visíveis em lugares com pouca ou nenhuma poluição luminosa.

    A plataforma Skyscanner traz que “o astroturismo combina a aventura de explorar eventos celestes com os insights místicos da astrologia, especialmente entre a Geração Z e os Millennials, que buscam uma conexão com o cosmos”.

    No Brasil, o Parque Estadual do Desengano (RJ) ganhou destaque internacional como um dos destinos mais promissores para a prática. Essa forma de turismo alia ciência, contemplação e espiritualidade — tudo sob um céu estrelado.

    Turismo Esportivo

    Para quem gosta de adrenalina ou acompanha eventos do mundo do esporte, o turismo esportivo se tornou mais do que uma tendência: virou um estilo de vida. De maratonas e campeonatos a trilhas, ciclismo e até esports, essa modalidade atrai aqueles que querem unir paixão pelo esporte à descoberta de novos destinos.

    Pesquisas do site Skyscanner indicam que cerca de 40% das pessoas entre 25 e 34 anos já planejam suas viagens com foco em eventos esportivos. “Essa procura é alimentada pela busca por entretenimento, emoção e pela oportunidade de ver de perto seus atletas favoritos”, destaca a Revista Tendências do Turismo 2025. (é a revista? Fiquei na dúvida)

    Nesse sentido, eventos de grande porte, como a Copa do Mundo e as Olimpiadas, não apenas atraem multidões, mas também aumentam o tempo de permanência dos visitantes e o consumo nas cidades-sede, sendo um gerador de receita para economia locais.

    Turismo Musical

    Outra tendência que vem crescendo é o turismo musical, impulsionado por turnês de artistas, festivais e até locações icônicas de videoclipes e filmes. O fenômeno do gig tripping — viajar para assistir a um show ou festival — tem mobilizado multidões ao redor do mundo.

    Um exemplo atual é o tão aguardado show da cantora Lady Gaga que irá se apresentar, no próximo sábado (03.05), no Rio de Janeiro. A expectativa é que cerca de 1,6 milhão pessoas acompanhem a apresentação na praia de Copacabana, segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro.

    A publicitária Evely Alves estará entre a multidão. Ela vai sair da Bahia, onde mora, até a capital carioca ver de perto a artista. “Sempre acompanhei a carreira da Lady Gaga e com a oportunidade dela vir ao Brasil ficou muito mais acessível para ver o show”, contou. Evely vai ficar quatro dias na cidade e estima gastar aproximadamente 1.500 mil reais entre hospedagem, alimentação e deslocamentos.

    Em 2025, a expectativa é que esse tipo de turismo gere ainda mais impacto, com operadoras de viagem já oferecendo pacotes completos voltados a experiências musicais.

    A revista – Com mais de 60 páginas de conteúdo informativo e analítico, a publicação sintetiza as 19 tendências mais citadas por publicações internacionais para o turismo mundial em 2025, que revelam as principais mudanças no setor e no comportamento dos viajantes mundiais.

    A publicação evidencia como os projetos do Ministério do Turismo estão alinhados com as tendências do setor, impulsionando o desenvolvimento turístico nacional.

    A Revista Tendências do Turismo 2025 está disponível para download gratuitamente e servirá como fonte para reportagens, estudos e estratégias de planejamento no setor de viagens e turismo. Para acessar a publicação completa, acesse aqui .

  • Paris abre as portas para a diversidade do Brasil no 27º Festival de Cinema Brasileiro

    Paris abre as portas para a diversidade do Brasil no 27º Festival de Cinema Brasileiro

    A capital francesa se transformou em mais uma grande tela de exibição do Brasil, nesta terça-feira (29//4), com a abertura oficial da 27ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris. O tradicional Cinema L’Arlequin, em Saint-Germain-des-Près, recebeu convidados e público para uma noite de celebração à diversidade, à cultura e à sustentabilidade, dando início a uma programação que exibe 35 filmes até o dia 6 de maio, dentro da Temporada Cultural Brasil-França 2025.

    A participação da Embratur como patrocinadora oficial do festival reflete a estratégia de usar o cinema como vitrine para promover o soft power brasileiro considerando o país como destino cultural, turístico e sustentável. Em 2025, Brasil e França comemoram 200 anos de relações diplomáticas, e o festival integra essa celebração com o objetivo de fazer o conteúdo brasileiro circular amplamente na sociedade francesa.

    Com o tema “Do Norte ao Sul, um só Brasil”, a mostra propõe ao público francês uma viagem poética pelas múltiplas realidades e territórios brasileiros. Os filmes, apresentados em sua versão original, retratam sentimentos de pertencimento, resistência e esperança que marcam as identidades nacionais.

    “A diversidade é um traço marcante que distingue a cultura brasileira, e o cinema tem a capacidade de projetá-la ao mundo. Usamos o audiovisual como estratégia de promoção cultural e turística, alinhada a uma ação de governo”, afirma Marcelo Freixo, presidente da Embratur. Segundo ele, a escolha de apoiar o festival reforça a abordagem da Embratur em mostrar o Brasil para além dos cartões-postais, destacando nossa cultura, nossos talentos e criatividade e a importante conexão com temas globais como diálogo com diferentes culturas, inclusão e sustentabilidade.

    Abertura

    A noite de abertura contou com a presença do ator Alan Rocha, protagonista do filme Vitória , que terá sessões especiais nesta terça. Um dos momentos mais esperados foi a homenagem à atriz Dira Paes, referência do cinema e da televisão brasileira, celebrada por sua trajetória de quatro décadas. A homenagem foi feita pela atriz francesa Marina Foïs, em mais uma demonstração da ponte cultural entre os dois países.

    Além das sessões de cinema, o festival promove debates, conferências e encontros entre artistas, estudantes e cinéfilos. Para Katia Adler, diretora e curadora do evento, a parceria com a Embratur amplia a presença do Brasil na França. “Ao valorizar nossa produção audiovisual, mostramos ao mundo a riqueza da nossa cultura, a diversidade do nosso povo e a criatividade que nos define. É através do cinema que convidamos o público internacional a viver o Brasil com emoção, curiosidade e encantamento”, ressalta.

    Programação

    A programação do 27º Festival do Cinema Brasileiro de Paris reserva ao público momentos marcantes já nos primeiros dias de exibição. Na terça-feira (29), o destaque ficou por conta de Vitória, filme estrelado por Fernanda Montenegro. Nesta quarta-feira (30), o premiado Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional, será exibido ao lado dos documentários Alarme Silencioso, Seu Estilo, Seu Impacto e Cazuza, boas novas.

    No dia seguinte (1º), os cinéfilos poderão conferir uma seleção diversificada de títulos brasileiros, incluindo Manas, Ainda Estou Aqui, A Floresta das Esmeraldas, Mais Pesado é o Céu e Um Lobo entre os Cisnes. Na sexta-feira (2), é a vez de Salut, mes ami.e.s!, Aumenta que é rock’n roll, O auto da compadecida 2, A mulher que chora, 90 decibéis e Pedágio.

    Conforme programação ainda serão exibidos filmes como Os afro-sambas, o Brasil de Baden e Vinícius, A vilã das nove, Motel destino, Malu, Lavoura arcaica, Máquina do desejo, Kopenawa: sonhar a terra-floresta, Sobreviventes, A paixão segundo G.H., Anahy de las misiones, Oeste outra vez, Pasárgada, Ijó Dudu: memória da dança negra na Bahia, Órfãos do Eldorado e Homens com H.

    Embratur

    A Embratur também marca presença no festival com a exibição de produções audiovisuais que integram suas iniciativas de promoção cultural e turística. Um dos destaques é o mini documentário da série Turismo Transforma, que retrata a força do turismo religioso no Brasil. O filme apresenta a história do Círio de Nazaré, maior celebração religiosa do Pará, que remonta ao milagre ocorrido no século XVIII. Mais que expressão de fé, a festividade se consolidou como importante atrativo turístico, movimentando a economia local e fortalecendo a identidade cultural da região.

    Outro curta exibido será Huni Kui: o povo verdadeiro, fruto do edital de curtas da Embratur dentro da iniciativa Brasil com S. O filme propõe uma imersão nas aldeias da Terra Indígena do Rio Humaitá e, pela perspectiva dos próprios habitantes, revela a relação harmônica entre seres humanos, animais, plantas e espíritos. A produção destaca a sabedoria tradicional dos Huni Kui na retirada sustentável de recursos da floresta, fundamentais para sua medicina e rituais, reforçando o compromisso do Brasil com a valorização de sua diversidade cultural e ambiental.

    “O Brasil que aparece nas telas é o mesmo que celebramos na Galeria Visit Brasil: um país múltiplo, criativo e conectado com os grandes temas do nosso tempo”, conclui Marcelo Freixo.

  • A importância da diversidade e inclusão nas organizações

    A importância da diversidade e inclusão nas organizações

    A diversidade e inclusão têm ganhado destaque no ambiente corporativo moderno, especialmente devido às exigências de práticas ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança) por investidores. Essas práticas promovem um ambiente de trabalho mais justo e trazem benefícios como maior inovação, melhora na tomada de decisões e vantagem competitiva, além de apoiar na promoção de uma sociedade mais justa.

    Para começar, vamos entender o que significa diversidade de inclusão.

    Diversidade refere-se à variedade de características que os indivíduos trazem para uma organização. Estas características podem incluir gênero, raça, etnia, idade, orientação sexual, crenças religiosas, habilidades físicas e mentais e experiências de vida.

    Já a inclusão, por outro lado, é a prática de criar um ambiente onde todas as pessoas se sintam valorizadas, respeitadas e apoiadas. Isso significa garantir que todos tenham equidade de oportunidades independentemente de suas características individuais.

    Como diz Vernã Myers, vice-presidente de inclusão na Netflix: “Diversidade é convidar para festa, inclusão é chamar para dançar.”

    Como benefício para a organização temos: inovação e criatividade, melhora na tomada de decisões, vantagem competitiva, além da promoção de uma sociedade mais justa.

    Quando pessoas de diferentes origens colaboram, elas trazem novas ideias e soluções, resultando em produtos e serviços inovadores. Por exemplo, ao criar um produto para o público feminino, envolver mulheres no projeto torna o processo mais rápido e eficaz. Um homem pode ter dificuldades em entender as necessidades femininas e determinar a melhor solução.

    Grupos diversos tomam decisões mais informadas e equilibradas, pois diferentes perspectivas ajudam a identificar falhas e considerar todas as opções. Exemplificando, ao decidir sobre investimentos em estrutura física, ouvir pessoas com deficiência física pode agilizar o processo e tornar o ambiente mais adequado para clientes e colaboradores.

    Outro benefício da diversidade e inclusão é a vantagem competitiva. Clientes preferem produtos que respeitam práticas éticas e inclusivas, e empresas focadas nessas questões atraem talentos profissionais, destacando-se em relação às concorrentes.

    Apesar de todos esses benefícios, implantar a diversidade e inclusão nas organizações não tem sido tarefa fácil. O impulsionador tem sido a escassez de profissionais especializados, porém, sem estratégias bem elaboradas e muita força de vontade, não se consegue implantar.

    As organizações podem adotar algumas estratégias, tal como:

    . Políticas e procedimentos claros que promovam a igualdade de oportunidades e desabonem atitudes de discriminação.

    . Treinamento e desenvolvimento de todos os colaboradores, com foco maior para as lideranças nas temáticas inclusivas e na mudança de mentalidade para a verdadeira aceitação da diversidade.

    . Criação de grupos de afinidade com discussões a fim de criar pontos de convergência e redes de apoio entre as pessoas, bem como apoiar a organização na criação de alternativas, entre outras.

    Em quaisquer estratégias, a avaliação e medição das iniciativas é fundamental, entender os resultados atingidos e reformular iniciativas, possibilitando mais engajamento e mudanças efetivas.

    Estamos no início da trajetória, porém acreditamos que no futuro nenhuma organização precisará se ocupar dessas demandas, pois todos sentirão que são seres humanos iguais em direitos e oportunidades, e ser diferente não será considerado um “defeito” como ainda hoje acontece.

    Edilene Bocchi é administradora e CEO da Vesi Consulting, empresa que atua na gestão de pessoas, coaching para lideranças e equipes, sucessão familiar e carreira – siga @vesiconsulting

  • Educação Inclusiva de Mato Grosso É Destacada Como Modelo Nacional por Deputado

    Educação Inclusiva de Mato Grosso É Destacada Como Modelo Nacional por Deputado

    O presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado estadual delegado Camargo, visitou a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc) nesta quinta-feira (19.12) para conhecer os projetos de educação inclusiva da pasta.

    Para Camargo, a educação inclusiva praticada pela Seduc-MT deve servir de exemplo para o país.

    “Estou sem reação com tudo isso que vocês estão me apresentando. Que educação com excelência e, principalmente, para um público que muitos gestores públicos fecham os olhos. Vocês terem uma coordenadoria só para cuidar da educação inclusiva, indígena e quilombola, é de tirar o chapéu, pois lá no nosso Estado não temos isso. A educação inclusiva de vocês deve servir de exemplo para todo o país”, destacou.

    O superintendente de Diversidades da Seduc, Genaro Ribeiro, apresentou ao parlamentar vários projetos da Educação Inclusiva, como o Centro de Apoio e Suporte à Inclusão da Educação Especial (Casies), Autismo na Escola e Avaliação em Educação Especial.

    “Temos aqui vários trabalhos desenvolvidos na educação da Rede Estadual. Porém, citei esses três porque é como se fossem a nossa base de política de ensinamento. No Casies, por exemplo, concentra desde as formações aos profissionais da educação em libras ao atendimento humanitário àquela família necessitada”, explicou Genaro.

    Em seguida, juntamente com a coordenadora da Educação Especial, Paula Cunha, o deputado estadual foi levado ao Centro Estadual de Educação Inclusiva (CEEI). Na unidade escolar, Camargo viu de perto todo o trabalho desenvolvido com os estudantes cegos, surdos, autistas e com outras necessidades especiais.

    No CEEI, são sete salas de aulas e 14 ambientes administrativos, entre sala de surdocegueira, sala de enfermagem, salas para atendimento especializado à pessoa com deficiência visual, auditiva e intelectual. A unidade foi inaugurada em setembro deste ano com investimento de R$ 8,1 milhões para reforma e ampliação.

    “Podem ter certeza que vou levar tudo isso que vocês estão me apresentando para o nosso Estado. Se eu conseguir implementar um desses inúmeros projetos que vocês estão fazendo com a educação especial aqui, já vou ficar feliz. O Governo de Rondônia precisa conhecer esse trabalho incrível. Vocês estão de parabéns”, finalizou Camargo.

    Além da experiência vivenciada, ele retornou à Rondônia levando na bagagem inúmeros materiais produzidos pela Seduc, como as cartilhas Política Antirracista, Cartilha do Autista e a revista com o projeto EducAção 10 Anos.

    Fonte: Seduc-MT

  • Indígena diz que é preciso entender olhar de comunidades amazônicas

    Indígena diz que é preciso entender olhar de comunidades amazônicas

     

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    Um dos principais objetivos da Cúpula da Amazônia – encontro que reunirá chefes de Estado da região nos dias 8 e 9 deste mês em Belém – é viabilizar atividades ambientalmente sustentáveis que garantam a subsistência das comunidades locais – o que inclui as comunidades indígenas. Para atingir esse objetivo, é fundamental que governos e sociedade entendam, antes de tudo, algumas diferenças conceituais que os povos indígenas têm até mesmo de palavras como “economia” e “floresta”, diz a assessora política e representante internacional da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Ângela Kaxuyana, do povo Kahyana.Economia

    “O conceito de economia, para os indígenas, é muito mais amplo e pouco conhecido por aqueles que enxergam a economia como algo apenas monetarista”, disse à Agência Brasil a representante da Coiab.

    Ângela Kaxuyana explicou que se trata de uma concepção muito mais ampla e profunda sobre economia. “Primeiro, porque a nossa economia, em si, não está limitada à monetarização. Para nós, a economia é muito além disso. Nossa economia é a base de uma qualidade de vida que possa garantir segurança de vida aos povos indígenas.” Ela afirmou que, para as comunidades locais, há várias alternativas e potenciais dentro dessa existência da biodiversidade na Amazônia.

    “São os recursos naturais e o próprio aproveitamento de recursos naturais, com o artesanato, o extrativismo da castanha e da farinha. São produtos que a própria natureza dá. São riquezas muito pouco valorizadas.” Segundo a representante da Coiab, são produtos que, às vezes, até podem ser valorizados, mas o problema é que, na ótica de muitos não indígenas, “não se valora a existência desses recursos.

    Ângela disse que os recursos disponíveis não alteram o que os indígenas se propõem a proteger, que é a floresta em pé, que não tem um valor significado posto. “A sociedade coloca valor ou monetariza apenas o que é importante para ela, e não necessariamente o que é importante para a gente”, acrescentou.

    Floresta

    Para lidar com os problemas causados pelas mudanças climáticas, é necessário também que as autoridades entendam a diferença conceitual de outra palavra: “floresta”, que, para os indígenas, também tem significado muito mais amplo do que o apresentado em dicionários. “Quando a gente fala de floresta, não é apenas árvores em pé. É a floresta como um todo. Com o que está inserido nela, inclusive do ponto de vista cultural e espiritual.”

    Segundo Ângela, tudo isso tem por base a sabedoria ancestral, os conhecimentos tradicionais, as técnicas e as tecnologias indígenas para a preservação de florestas. “E, por isso, governos e sociedade precisam nos reconhecer e nos inserir como parte principal e como solução e saída para que, de fato, a gente cumpra com esse discurso do equilíbrio do clima e do futuro da Amazônia”, argumentou.

    Portanto, não adianta e não é possível pensar em um plano, em um caminho sobre o futuro da Amazônia sem os povos indígenas e sem garantir os seus direitos territoriais. Os territórios indígenas são o que mantém o equilíbrio de toda essa situação de preocupação do descontrole do clima, complementou.

    Diálogos

    É exatamente na busca por sugestões que tenham, como ponto de partida, olhares diferenciados, como o apresentado pela Coiab – e por líderes indígenas e comunitários como Ângela Kaxuyana – que foi organizado um evento prévio à Cúpula da Amazônia: o Diálogos Amazônicos, que reunirá, de sexta-feira (4) a domingo (6), representantes de entidades, movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e demais países amazônicos, com o objetivo de formular sugestões para a reconstrução de políticas públicas sustentáveis para a região.

    O resultado desses debates será apresentado aos chefes de Estado durante a reunião da Cúpula da Amazônia.

    Segundo a representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, os dois eventos podem, de fato, cumprir o papel de ajudar as comunidades locais, desde que dê voz a elas, e levando em conta seus conhecimentos para a definição de políticas e estratégias para a região.

    Participação igualitária

    Isso envolve não apenas as comunidades indígenas, mas também quilombolas, extrativistas, ribeirinhos “e as pessoas que vivem na Amazônia, porque se discute muito sobre o futuro da Amazônia como se não tivesse ninguém lá. Nós estamos lá. Então, se for discutir um plano de cima para baixo, no âmbito de escritórios, não vai funcionar”, disse Ângela.

    “Não tem como tratar do futuro de algo [com] que você não convive ou não conhece, porque conhecer nos livros ou pelos mapas é uma coisa. Agora viver, vivenciar e fazer parte daquilo é outra coisa. Só se consegue dizer qual é a melhor saída quando se está inserido. Portanto, não adianta os presidentes virem tratar de qualquer coisa se não for com a nossa participação de forma igualitária”, completou a representante internacional da Coiab.

    Para ela, a demarcação das terras indígenas é o “caminho inicial” desse processo de diálogo para garantir o futuro da Amazônia com segurança, respeito, inclusão e com a manutenção da diversidade que a região tem.

    Coiab

    Fundada em 1989, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira é “a maior organização indígena regional do Brasil”, tendo surgido por iniciativa de líderes de organizações indígenas existentes na época, em meio a um processo de luta política dos povos indígenas pelo reconhecimento e exercício de seus direitos.

    A Coiab tem como missão defender os direitos dos povos indígenas à terra, saúde, educação, cultura e sustentabilidade, considerando a diversidade de povos e buscando sua autonomia por meio de articulação política e fortalecimento de suas organizações.

    Sua atuação abrange nove estados da Amazônia Brasileira (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), em rede com associações locais, federações regionais, organizações de mulheres, professores, estudantes indígenas.

    Edição: Nádia Franco

  • Parada LGBT une luta por políticas e festa na Avenida Paulista

    Parada LGBT une luta por políticas e festa na Avenida Paulista

    A Avenida Paulista, na região central da capital, está tomada pelo público da 27ª Parada do Orgulho LGBT desde a manhã deste domingo (11) ensolarado. Algumas pessoas chegaram enroladas na bandeira do arco-íris e outras fantasiadas, enquanto as tradicionais drag queens apostavam em visuais mais chamativos para a festa. Na programação dos trios elétricos, que descem a Rua da Consolação em direção ao centro da cidade, apresentam-se artistas como Pabllo Vittar, Daniela Mercury e Mc Soffia.

    Na edição deste ano, a parada tem como foco a luta para que as políticas públicas englobem a comunidade LGBTQIA+. “A maior parte dos seus planos, programas, projetos, serviços e benefícios são disfarçadamente direcionados às famílias e indivíduos cisgêneros e heterossexuais. Essas distorções ficam evidenciadas quando procuramos fazer parte desses programas”, diz o manifesto deste ano.

    Celebrar a união

    O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio de Almeida, que desfilou no primeiro dos carros de som, disse que a parada busca unir a sociedade brasileira e garantir direitos a todas as pessoas. “Essa é uma parada que, ao contrário que muitos dizem, não é celebração da divisão, é a celebração da união. É para mostrar que brasileiros são muitos e diversos, e pertencem ao nosso país e merecem a proteção do Estado brasileiro”, enfatizou.

    A secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, defendeu que o governo federal esteja junto com essa população “comprometendo-se a construir as políticas sociais que ajudam a mudar essa realidade”. “A parada é o momento em que vamos às ruas para lutar contra uma narrativa que nos mata, que diz que nós temos que ter vergonha de ser quem somos. Por isso, é importante a narrativa do orgulho, nós temos que ter orgulho de ser quem somos”, afirmou.

    Luta e festa

    No bloco que abre alas da parada, estão as famílias de crianças intersexo. “São crianças que nascem com variações das características cromossômicas, anatômicas, hormonais e de fenótipo em relação ao sexo biológico”, explica Taís Emília, que ajudou a fundar uma associação para trazer visibilidade ao tema. “Tive um bebê intersexo. Ele ficou sem registro civil porque não era menino, nem menina. Eu, sem licença maternidade. Eu comecei uma luta em relação a isso”, lembrou.

    Em Curitiba, sua cidade natal, Caroline Socodolski disse que frequenta a parada desde 2014. Porém, na capital paulista, esta é a segunda edição do evento de que participa. “Além de estar aqui para marcar presença e ser mais uma para dar volume, mostrar que somos presentes na sociedade, que existimos, eu também estou aqui para me divertir”, resume a moça que trabalha em uma agência de turismo.

    A drag queen Cristina está em São Paulo há menos tempo ainda, vinda do Chile faz dois meses. “Eu estou gostando demais”, diz sobre a sua experiência no Brasil. Há muita felicidade hoje aqui e muita resistência das pessoas LGBTQIA+. E a comunidade inteira hoje está em festa.”

    Edição: Nádia Franco

  • Marcha Trans ocupa ruas centrais de São Paulo e pede mais visibilidade

    Marcha Trans ocupa ruas centrais de São Paulo e pede mais visibilidade

    Nesta sexta-feira (9), o Largo do Arouche, no centro da capital paulista, foi palco de mais uma Marcha do Orgulho Trans da Cidade de São Paulo. Esta é a sexta edição do evento, que começou em 2018 e marca o mês do Orgulho LGBTQIA+. Neste ano, o tema da marcha foi a TRANSformação está em Marcha.

    “A importância da marcha é colossal neste momento político do Brasil, com anos consecutivos das pessoas trans sofrendo imensas agressões. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo e essas pessoas não têm acesso ao trabalho, à escola e estão excluídas da sociedade. Então, a marcha é um grito de ‘olhem para a letra T da sigla LGBTQIA+’”, disse Pri Bertucci, que fundou a Marcha do Orgulho Trans e se identifica como uma pessoa trans não binária e não branca.

    É preciso não só transformar a sociedade para entender o que é transgeneridade como também levar a transformação está em marcha para o próprio movimento LGBTQIA+, que tem preconceitos ainda com pessoas trans e negam seus direitos, afirmou Pri.

    A Marcha do Orgulho Trans ocorre em sintonia com outros eventos ao redor do mundo como forma de protesto. Segundo os organizadores da manifestação, as demandas sociais, culturais, políticas, de direito e de cidadania apresentadas pelos homossexuais, masculinos, brancos, cisgêneros, não alcançam, por vezes, as urgências de pessoas travestis, não binárias, mulheres e homens transgêneros. Foi por isso que eles decidiram fazer um evento separado, sempre às sextas-feiras, antes da Parada do Orgulho LGBT+.

    “Falta visibilidade para as pessoas trans que estão há mais de 20 anos na Parada do Orgulho LGBT+ [prevista para este domingo, na Avenida Paulista]. A ideia é que este seja um lugar de reivindicação, como acontece em todo o mundo, assim como ocorre com a Caminhada de Lésbicas e Bissexuais, que será amanhã (10). Esta é a ordem mundial: na sexta-feira ocorre a Marcha Trans; no sábado, a Caminhada Lésbica e Bissexual; e, no domingo, a Parada do Orgulho LGBT+”, explicou Pri Bertucci.

    O evento é parte da programação da Parada [do Orgulho LGBT+], mas fala sobre a especificidade da população mais vulnerabilizada, que é a população transgênera do país, disse a secretária nacional dos Direitos da População LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Symmy Larrat. “Vamos sair junto com o pessoal, em marcha contra a transfobia e, desta vez, com o governo federal presente.”


    A Secretária Nacional LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos, Symmy Larrat.

    A Secretária Nacional LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos, Symmy Larrat.
    A secretária nacional LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos, Symmy Larrat. – Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil

    Em entrevista hoje (9) à Agência Brasil e à TV Brasil, a secretária disse que o governo federal tem estudado a criação de uma política nacional de enfrentamento à violência contra pessoas LGBT e um programa de empregabilidade, educação e renda voltado para essa população.

    “Esta é a população que mais é atingida pelo preconceito e pelo estigma. O preconceito exclui estas pessoas da família, da educação, da saúde e de acesso à proteção social básica. Precisamos mudar tal realidade porque o preconceito e o estigma estão matando essas pessoas”, acrescentou Simmy.

    Ontem (8), ao participar da 22ª Feira Cultural da Diversidade LGBT+ em São Paulo, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, destacou a importância das ações de inclusão adotadas pelo governo. “Tenho orgulho de fazer parte de um lugar no mundo que respeita as pessoas, que respeita a identidade de gênero, a orientação sexual, a maneira como as pessoas existem”, afirmou. “Que venhamos somar esforços para que vocês possam existir na sua dignidade, com emprego, renda, segurança, liberdade. Uma liberdade com responsabilidade, como vocês sempre fizeram, respeitando os outros e que merecem ser respeitados também.”

    Público

    Entre os participantes do evento, estava o influenciador Rafael Pascoal Neves Brunelli, que se identifica como pessoa não binária e pansexual, podendo usar tanto os pronomes femininos quanto masculinos. “Sou uma pessoa não binária, ou seja, me identifico como homem ou mulher, permeando esses dois espectros e me encontrando e me expressando como quero. Sou também pansexual, me atraindo afetiva ou sexualmente por todos os gêneros, corpos ou vivências”, afirmou.

    Rafa, como prefere ser chamado, diz que uma das dificuldades que encontra por se identificar como pessoa não binária é a limitação de acesso a determinados espaços físicos. “Há uma limitação de lugares que podemos acessar. Um exemplo básico é o banheiro de estabelecimentos públicos, que tem a divisão de masculino e banheiro feminino. Eu poderia ir aos dois porque me identifico como pessoa não binária. Se eu for ao banheiro feminino, não serei aceito, mas eu sempre falo: ‘em sua casa, no ônibus ou no avião não existe divisão de banheiro, não cabendo dividi-lo entre homens e mulheres’”, reclamou.

    Já o jardineiro e paisagista Victor Yoshimi, trans masculino, vê outras dificuldades no fato de se identificar como pessoa trans. Yoshimi cita a questão da saúde pública. “Eu cito muito a saúde pública porque nós, trans masculinos, não somos vistos. Talvez pelos hormônios, adquirimos uma fisionomia masculina muito cedo, e então ninguém nos vê. Não temos muito acesso ao sistema público de saúde, o que muito pouco visto ou lembrado. Ninguém pensa em como é a minha saúde, como é a minha saúde íntima, como vou lidar com isso.”

    Para Yoshimi, a marcha é importante porque, dentro de toda a sigla LGBTQIA+, as pessoas trans são as mais invisibilizadas, as mais marginalizadas”, acrescentou.

    Violência e saúde mental

    O Brasil é um dos países mais violentos do mundo para as pessoas trans, segundo a Associação Nacional dos Travestis e Transexuais (Antra). No ano passado, pelo menos 131 pessoas trans foram assassinadas em todo o país, diz a Antra. Entre os anos de 2017 e 2022, desde que a associação começou a fazer o levantamento, 912 pessoas trans e não binárias foram mortas no Brasil.

    Esse tipo de violência afeta também a saúde mental das pessoas trans, indica pesquisa desenvolvida pela Universidade de Duke, nos Estados Unidos. Conforme o estudo, mais da metade das mulheres transgênero no Brasil (58,3% do total) já teve pensamentos suicidas. De acordo com a professora de psicologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Jaqueline Gomes de Jesus, isso não é provocado pela identidade de gênero ou orientação sexual dessas pessoas, mas pela violência da qual elas são vítimas.

    “O que me chamou muito a atenção foi a questão da bifobia no Brasil. Não esperava que tantas pessoas bissexuais, mais de 60% delas, tivessem, por exemplo, sido obrigadas pela família a ter relações sexuais com pessoas que eles não queriam”, disse Jaqueline, que é presidente da Associação Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura (ABETH. Em entrevista hoje à Agência Brasil, ela citou o fato de muitas pessoas trans, principalmente mulheres, não terem oportunidade de trabalho no país. “Aqui no Brasil tem muita violência letal, assassinatos [de pessoas trans]. E isso gera tensão e transtorno de estresse pós-traumático.”

    Jaqueline acrescentou que, com base nesses dados, podem ser propostas políticas públicas e tratamentos baseados na adequação de cada país ou de cada cultura ou grupo pesquisado. “Precisamos de apoio da rede pública de saúde e de formação e treinamento das pessoas [da área]. Também precisamos — e este é um projeto que quero desenvolver — de primeiros socorros em saúde mental, para capacitar pessoas da comunidade para uma escuta qualificada, conhecer a rede que já existe e que saibam diferenciar ansiedade de depressão, por exemplo.”

    Para ajudar a combater a violência contra a população trans e LGBT+, um grupo de pais e de mães fundou, há cerca de 15 anos, a organização Mães pela Diversidade, esteve hoje da Marcha Trans, convocando a população a participar, dizendo: “Vem, vem com a gente, vem fazer um Brasil diferente”.

    “Criamos esse movimento para lutar pelos direitos civis, que não existiam. E participamos de todas as grandes lutas, da criminalização [da violência contra LGBTs) ao casamento [entre pessoas do mesmo sexo], da doação de sangue ao nome social. O Mães pela Diversidade tem três pilares: o acolhimento, porque essas famílias chegam a nós destruídas; a comunicação e informação; e a inclusão”, explicou presidente do movimento, Maria Julia Giorgi.

    Há oito anos, o Mães pela Diversidade abre a Parada do Orgulho LGBT+. Neste domingo, o grupo fará isso novamente, mas substituindo as cores do arco-íris do movimento LGBT+ pelas cores verde, amarela, azul e branca, buscando fazer um resgate da bandeira do Brasil.

    A bateria da escola de samba paulistana Vai-Vai também estará na parada. “A LGBTfobia não atinge apenas a pessoa LGBT, ela destrói famílias. Inclusive, é por isso o orgulho. As pessoas não entendem o que quer dizer o orgulho. O orgulho é para se contrapor à vergonha que a sociedade quer que a gente sinta. Estamos aqui para dizer que não temos vergonha. Temos orgulho e podemos andar de cabeça erguida porque nossa luta é de amor: é por amor aos nossos filhos, para que eles possam amar. Não temos que ter vergonha de nada”, enfatizou Maria Julia.

    “Criamos esse movimento para lutar pelos direitos civis, que não existiam. E participamos de todas as grandes lutas, da criminalização [da violência contra LGBTs) ao casamento [entre pessoas do mesmo sexo], da doação de sangue ao nome social

    O Mães pela Diversidade tem três pilares: o acolhimento, porque essas famílias chegam a nós destruídas; a comunicação e informação; e a inclusão”, explicou presidente do movimento, Maria Julia Giorgi.

    Há oito anos, o Mães pela Diversidade abre a Parada do Orgulho LGBT+. Neste domingo, o grupo fará isso novamente, mas substituindo as cores do arco-íris do movimento LGBT+ pelas cores verde, amarela, azul e branca, buscando fazer um resgate da bandeira do Brasil.

    A bateria da escola de samba paulistana Vai-Vai também estará na parada. “A LGBTfobia não atinge apenas a pessoa LGBT, ela destrói famílias. Inclusive, é por isso o orgulho. As pessoas não entendem o que quer dizer o orgulho. O orgulho é para se contrapor à vergonha que a sociedade quer que a gente sinta. Estamos aqui para dizer que não temos vergonha. Temos orgulho e podemos andar de cabeça erguida porque nossa luta é de amor: é por amor aos nossos filhos, para que eles possam amar. Não temos que ter vergonha de nada”, enfatizou Maria Julia.

    Edição: Nádia Franco

  • Petrobras ilumina prédios no Rio em homenagem ao Orgulho LGBTQIA+

    Petrobras ilumina prédios no Rio em homenagem ao Orgulho LGBTQIA+

    Os edifícios da Petrobras no Rio de Janeiro receberão, ao longo deste mês, iluminação especial em homenagem ao Orgulho LGBTQIA+. A sede da empresa, localizada no centro da cidade, apresenta efeitos luminosos coloridos desde a sexta-feira (2). Os efeitos são acionados no início da noite.

    “Temos orgulho de ser quem somos. E temos mais orgulho ainda em sermos uma Petrobras para todas, todos e todes”, escreveu nas redes sociais o presidente da companhia, Jean Paul Prates.

    O Dia do Orgulho LGBTQIA+ é celebrado em 28 de junho. Com a iluminação da sede, a Petrobras repete iniciativa de 2018, quando o edifício também ganhou os efeitos coloridos. Entre 2019 e 2022, nenhuma campanha desse tipo foi realizada.

    De acordo com a Petrobras, as cores do arco-íris iluminarão mais dez unidades da empresa em outras cidades, entre as quais, Santos e Brasília, além da Refinaria de Paulínia, em São Paulo, e da plataforma P-69 localizada na Bacia de Santos.

    Em nota, a estatal destacou medidas que adota em favor da diversidade, como a extensão dos benefícios dos planos de saúde e previdenciário para casais homoafetivos. A medida começou a valer em 2007. “Além disso, desde 2018, a companhia possibilita o uso do nome social para empregados(as) trans”, destaca o texto.

    Edição: Nádia Franco

  • Carnaval de Brasília: foliões buscam alegria, segurança e diversidade

    Carnaval de Brasília: foliões buscam alegria, segurança e diversidade

    Alegria, segurança e irreverência marcaram o clima do Bloco Rebu, neste sábado (18), na Praça das Fontes do Parque da Cidade Sarah Kubitschek, em Brasília. A previsão dos organizadores é de reunir cerca de 15 mil pessoas no evento.

    De acordo com as produtoras culturais e idealizadoras do bloco, Rafaella Ferrugem e Lolly Alves, a premissa do bloco é promover um espaço divertido e acolhedor para mulheres e para toda a comunidade LGBTQIAP+.

    “Somos três lésbicas que sentíamos falta de entretenimento no carnaval do Distrito Federal e decidimos criar, em 2019, um espaço que pudesse acolher com segurança esse grupo de mulheres lésbicas, bissexuais, pessoas não-binárias e transexuais com toda segurança possível”, disse Rafaella Ferrugem. “Nosso objetivo também é inspirar que outros eventos para esse público possam acontecer com mais frequência”, acrescentou.

    Nos quatro dias de carnaval, o Governo do Distrito Federal (GDF) espera que cerca de 1,5 milhão de pessoas vão às ruas para aproveitar a folia brasiliense em mais de 100 blocos. Neste ano, o efetivo policial foi reforçado para garantir a segurança dos foliões na capital.

    Animação

    Para a personal trainer Lílian Almeida, 46 anos, o bloco foi a melhor alternativa para celebrar 20 anos de amizade sem se preocupar com o risco de sofrer assédio sexual em outros eventos.

    “Escolhemos esse bloco porque acredito que em um espaço com maior diversidade, a segurança é melhor e não vai ter confusão. Acho que os eventos de carnaval melhoraram muito em Brasília, temos mais segurança para nos divertir sem assaltos ou assédios”, disse.

    A funcionária pública Janaína Maia, de 41 anos, reiterou que a escolha do grupo se baseou na segurança do bloco.

    “Essa é a minha primeira vez no carnaval do DF e optamos por esse bloco para nos divertirmos sem assédio sexual, importunações ou abordagens agressivas. A segurança fez diferença e aqui estamos vendo um ambiente acolhedor, com muitas crianças e um policiamento maior”, afirmou.

    Já o analista de sistemas Rubens Oliveira, de 42 anos, destacou que o carnaval deste ano marca o retorno dos eventos com mais público em Brasília após o período de distanciamento social provocado pela pandemia de covid-19.

    “Tenho saído mais de casa, já que estou com a vacina [contra a covid-19] em dia e eu me sinto seguro para participar desses eventos. Vejo que as coisas estão realmente voltando ao normal”, desabafou.

    A artesã Elvira Lira, de 41 anos, tem a mesma sensação de Rubens. Para ela, este Carnaval marca o retorno à folia de rua na capital.

    “Acho que todos nós estávamos precisando deste momento. É bom para mostrarmos que Brasília tem carnaval novamente, com alegria e segurança depois do período de pandemia que vivemos até pouco tempo”, disse.

    Edição: Aline Leal