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  • Dia dos Namorados: romantismo pede mudança em tempos de quarentena

    Dia dos Namorados: romantismo pede mudança em tempos de quarentena

    A farmacêutica Bruna Caprioli comemorou o Dia dos Namorados com antecedência. Ela trabalha no Hospital de Campanha em Guarulhos (SP) e hoje, na data especial, estará de plantão no hospital para pacientes infectados pela covid-19, no município da região metropolitana de São Paulo.

     

    Bruna e o namorado, o engenheiro mecânico João Manoel Nogueira da Silva, se encontraram na noite de ontem (11) para um jantar especial no terraço do apartamento onde João mora com os pais, que são do grupo de risco. Ela entrou, trocou os sapatos e foi direto à sacada, evitando o contato com eles. Por enquanto, os encontros têm sido assim, um pouco à distância.

    “Desde que comecei a trabalhar no hospital, no início de abril, a gente se fala quase todos por ligação do WhatsApp. Alguns dias eu passava na frente do prédio dele, logo depois de sair do trabalho, e como tem um restaurante japonês bem pequeno ao lado, a gente pedia dois temakis. Ele se afastava do carro, pois tinha que tirar a máscara,  e comia em 30 segundos, enquanto eu comia dentro do carro. Agora, nas folgas, a gente se encontra na calçada, com máscara, sem se tocar”, contou.

    Bruna disse que a saudade estava grande e que, desta vez, o encontro foi mais longo. “Depois de dois meses, e como é Dia dos Namorados, as saudades estão enormes. Fui à casa dele, tirei os sapatos logo na porta, e segui para a sacada. Foi lá que nos presenteamos, conversamos e jantamos. Acho que só de ter ido à casa dele fez diminuir o desespero do contágio. A ideia só foi sugerida porque, mesmo estando em um ambiente de contaminação há dois meses, e por estar isolada de tudo, eu não tenho e não tive nenhum sintoma. Só de visitá-lo hoje, ainda que com muitas restrições, estou muito feliz.”

    A dentista Patrícia Fujiwara, que mora com o namorado, o engenheiro clínico Guilherme Yoshitake Nakandakare, vai celebrar a data em casa mesmo, diferente de anos anteriores. “Nós geralmente saíamos para comer em algum restaurante, mas agora, como estamos em pandemia, ficaremos em casa mesmo. Espero que ele prepare um jantar especial”, disse.

    Patrícia, que é dentista em uma unidade básica de saúde, agora só atende casos de urgência. Já o namorado dela está em home office, mas vai ao escritório uma vez por semana.

    Ela conta que, como moram na mesma casa, mantêm a rotina, mas com os cuidados que a pandemia exige. “Moramos só nós dois e estamos mantendo nossa rotina de casal normalmente, dormindo na mesma cama, já que nós não apresentamos nenhum sintoma característico de síndrome gripal. Agora, com relação à rotina da casa, nós mudamos algumas coisas, não entramos com o calçado que viemos da rua. Logo que chego do trabalho tomo um banho e coloco as roupas para lavar, esses cuidados”.

    Jantar em casa também é a escolha do engenheiro de computação Murilo Dominguez Gouveia, que há cinco meses está namorando a estudante de direito Beatriz. “Vamos pedir alguma coisa para comer em casa, mas também vou ver a possibilidade de algum lugar que esteja bem vazio para passar o final de semana. Mas, se não der, é isso mesmo, ficar em casa, com tudo fechado não tem muito como comemorar fora. E com relação a presentes, acho que o que vamos dar tem que ser diferente, já que os shoppings estão fechados, mas eu já vi nos sites e escolhi com antecipação para chegar a tempo”.

    Comemoração virtual

    Pesquisa feita pela Capital Research, empresa de investimentos, mostrou que por causa das medidas de isolamento social de prevenção à covid-19, 53% das pessoas pretendem comemorar o Dia dos Namorados virtualmente este ano, enquanto 33% disseram que vão se encontrar pessoalmente e 13% afirmaram que não vão celebrar o dia.

    Neste cenário, 43% dos participantes disseram que vão comprar o presente online, enquanto apenas 6% o farão em shoppings. No ano passado, 21% adquiriam os presentes pela internet e 34% o fizeram em centros comerciais.

    Segundo a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo, 60% dos donos de lojas do estado preveem queda de 40% nas vendas em relação ao ano passado nesta que é uma das datas que tradicionalmente mais movimenta o comércio nacional.

    Já os cinemas, um dos serviços que mais atraem público aos shoppings, também devem sofrer impacto neste Dia dos Namorados. Segundo a pesquisa, apenas 6% responderam que vão comemorar o dia 12 de junho em frente à telona, enquanto 28% disseram ter feito isso em 2019.

    Com base no faturamento do setor no ano passado, revelado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), estima-se que o setor já tenha perdido R$ 675 milhões, considerando os três meses de fechamento até aqui.

    Enquanto os cinemas sofrem, as lives ganham espaço, com a preferência de 37% para um programa de casal, nesta sexta-feira, ante 7% na mesma data no ano passado.

    “O entretenimento, como um todo, deve ser um dos últimos mercados a se recuperar. Isso, porque essas empresas têm sua atuação muito centrada em eventos ao vivo e agora terão que se reinventar, a exemplo dos cinemas tipo drive thru que já foram anunciados para funcionar em São Paulo e Rio de Janeiro”, afirmou o analista da Capital Research, Felipe Silveira.

    O levantamento foi realizado de forma 100% virtual e contou com mais de 8 mil respondentes, em todas as regiões do Brasil, sendo 44% residente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

  • Pandemia deve provocar queda de 43% em vendas para namorados no país

    Pandemia deve provocar queda de 43% em vendas para namorados no país

    Pesquisa divulgada hoje (9) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho, terá queda de 43,1% nas vendas no varejo em todo o país com relação a 2019, como reflexo da pandemia do novo coronavírus.

     

    A CNC prevê que a data vai movimentar R$ 937,8 milhões este ano, contra R$ 1,65 bilhão em 2019. “É a terceira data do varejo este ano e com queda fortíssima”, disse à Agência Brasil o economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pela pesquisa. Na Páscoa, as vendas experimentaram retração de 35% e, no Dia das Mães, de 59,2%, lembrou Bentes.

    Confirmada a expectativa, essa será a menor movimentação financeira para o Dia dos Namorados desde 2009, quando atingiu R$ 919,2 milhões. “Há 11 anos que o varejo não experimenta uma movimentação tão fraca”. Fabio Bentes analisou que o processo de pandemia colocou uma barreira direta ao aumento das vendas, que foi o fechamento das lojas. O responsável pela pesquisa destacou também outro fator por trás da pandemia, que é o “estrago econômico” provocado pela própria pandemia, com crescimento do desemprego, queda da renda e da confiança do consumidor. “O varejo está sofrendo direta e indiretamente por todo esse problema provocado pela pandemia”.

    Demanda fraca

    A expectativa negativa para a data dos namorados acontece apesar da inflação baixa, com previsão de 1,5% este ano, e deflação de 1,2% de bens de consumo duráveis, destacou o economista. “Está muito fraca a demanda”. Ele ressaltou que devido a medidas adotadas pelo Banco Central em janeiro passado para limitar os juros do cheque especial, a taxa de juro média hoje, considerando cheque especial, consignado, cartão de crédito, está no nível mais baixo desde janeiro de 2014.

    “E nem assim, o consumidor se anima, porque o lastro para o consumo, que é o mercado de trabalho, está com uma percepção muito ruim. O consumidor está muito temeroso com relação ao mercado de trabalho e onde ele gasta neste momento é com consumo essencial, seja via auxílio emergencial, caso dos informais, seja via salário mesmo, para quem não perdeu o emprego”. Com medo do desemprego, o consumidor acaba evitando o parcelamento, mesmo que as condições de pagamento hoje estejam mais favoráveis, apontou Bentes.

    Vestuário e calçados e informática e comunicação são os segmentos do varejo que deverão apresentar as maiores quedas nas vendas para o Dia dos Namorados, em comparação ao mesmo período do ano anterior, da ordem de -71,3% e -58,3%, respectivamente. Em seguida, aparecem artigos pessoais, utilidades domésticas e eletroeletrônicos, com retração de 55,8%. “É o chamado varejo não essencial, que ainda tem um índice de fechamento muito grande”, disse o economista responsável pela sondagem. As lojas estão começando a abrir em algumas regiões do Brasil, mas ainda estão sofrendo com os decretos de fechamento do varejo. Fabio Bentes salientou que nos supermercados e perfumarias, também há queda, mas ela é bem menor porque, “pelo menos, a loja está aberta”.

    Maiores perdas

    Bentes ressaltou que o país atingiu a menor média de isolamento social desde o último dia 20 de março, de cerca de 38%. O economista admitiu que isso ajuda o varejo no curto prazo, mas cria um problema lá na frente, caso ocorra uma aceleração na pandemia, no país. “A gente está em um processo um pouco arriscado neste momento. A gente evita uma queda tão grande como houve no Dia das Mães, mas com o risco de algumas regiões, se essa flexibilização não for bem implementada, ter uma agonia um pouco maior do varejo”.

    As maiores perdas em termos de vendas para o Dia dos Namorados são esperadas nos estados do Norte e Nordeste do país, onde, em termos relativos, a pandemia está mais aguda. Fabio Bentes citou o Ceará, Pernambuco e Amapá como os destaques, com o sistema de saúde esgotado ou perto do esgotamento e onde a economia já não vinha muito bem antes da crise do vírus. O impacto criado foi significativo para a população nessas regiões, disse Bentes. Esses estados deverão registrar quedas de 65,3% (Ceará), 65,1% (Amapá) e 62,2% (Pernambuco).

    Quando se olha, entretanto, os número absolutos, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por serem as unidades da Federação que respondem por mais da metade das vendas voltadas para a data dos namorados, tendem a registrar perdas de 41,9%, 34,6% e 30,7%, respectivamente.

    No estado do Rio de Janeiro, em especial, o economista da CNC salientou que a retração em torno de 35% é a pior movimentação esperada desde 2007. As vendas no estado devem atingir R$ 85,3 milhões para a data dos namorados.

    Em termos nacionais, o Dia dos Namorados é a sétima data mais importante para as vendas do varejo, depois do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças, Dia dos Pais, ‘Black Friday’ e Páscoa.

    Comércio eletrônico

    No sentido inverso, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) projeta crescimento nas vendas de 18% para o Dia dos Namorados, entre 25 de maio e 12 de junho, em relação a igual período do ano passado, apesar da crise gerada pela pandemia da covid-19. “O fato de as lojas físicas estarem fechadas é um motivo a mais para o consumidor procurar o e-commerce”, disse o presidente da ABComm, Mauricio Salvador, à Agência Brasil.

    De acordo com a entidade, os presentes terão tíquete médio de R$ 303, o que elevará o faturamento do e-commerce para R$ 2,96 bilhões. A previsão é que serão feitos 9,76 milhões de pedidos de presentes para os namorados. Os produtos mais vendidos são dos segmentos de moda, perfumes, cosméticos, informática, eletrônicos, cestas e flores.

    Mauricio Salvador avaliou que a data comemorativa dos namorados é muito importante para o e-commerce e tem peso no volume de vendas para o ano. “O Dia dos Namorados é a quinta data sazonal mais importante do calendário, em termos de volume financeiro no e-commerce, depois do Natal, Black Friday, Dia das Mães e Dia dos Pais”, comentou.

    No Dia dos Namorados de 2019, a movimentação financeira no comércio eletrônico teve aumento de 23%. Salvador explicou que conforme o volume financeiro vai ficando maior a cada ano, o crescimento das vendas passa a ser menos agressivo. Ele diz acreditar que se as lojas de rua e dos shoppings não abrirem nos próximos dias, a expansão estimada poderá ser ainda maior para o comércio eletrônico.

    Capital fluminense

    Na capital fluminense, o Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL Rio) sinalizou que a expectativa é péssima para o Dia dos Namorados. O presidente do CDL Rio, Aldo Gonçalves, disse à Agência Brasil que a estimativa negativa se deve ao fato de as lojas de rua e dos shoppings estarem fechadas. “Só resta a venda pela internet. E mesmo essa venda está prejudicada, porque os correios estão funcionando mal”, afirmou.

    Segundo o executivo, outro agravante é que o desemprego está muito alto no Rio de Janeiro. “Está todo mundo sem dinheiro”. Por isso, a previsão do CDL Rio é que a queda nas vendas do varejo no município atingirá cerca de 80%, “no mínimo”. Gonçalves informou que mesmo o Dia dos Namorados de 2019 não apresentou resultado brilhante, porque a crise econômica vem se estendendo no país desde 2016. A alta esperada para a data no ano passado era de 2,5%.

    Opções de presente

    O jornalista Rogério Lessa Benemond afirmou à Agência Brasil que, em tempos de quarentena, o melhor para festejar o Dia dos Namorados com a esposa “é jantar à luz de velas. No cardápio, um bom peixe com alcaparras e um vinho chileno, carmenere, nosso preferido. A sobremesa ainda não está definida, mas certamente terá chocolate. Quanto ao presente, roupas de frio, pois mudamos para Petrópolis faz menos de um ano”.

    O ator e caracterizador Beto Carramanhos é da mesma opinião. Nessa época de pandemia, é muito complicado comemorar a data, porque não se está saindo de casa e as lojas estão fechadas, lembrou. “Então, o presente que eu posso dar é fazer uma comidinha especial, comprar uma garrafa de vinho no mercado, quando eu for ao mercado, e tentar fazer uma noite romântica com as atitudes, não com presente em si”. Para o ator, na verdade, ele tem que agradecer o fato de ter o companheiro convivendo com ele na quarentena e não ter que enfrentar o isolamento social solitário. “O maior presente é agradecer por essa pessoa estar ali com você”, concluiu Beto Carramanhos.

    Para a flautista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Sofia Ceccato, o Dia dos Namorados será comemorado a três, porque incluirá a filha de quase dois meses de idade, Chloé, nascida no dia 21 de abril passado. “Eu e meu marido, que na verdade é namorido, comemoraremos nosso segundo dia dos namorados acompanhados da nossa filhota, com uma cesta bem gostosa de café da manhã. Colocaremos a mesa na nossa varandinha que está bem florida e contemplaremos o céu e os passarinhos”.

  • Lojistas preveem queda de até 40% nas vendas de Dia dos Namorados

    Lojistas preveem queda de até 40% nas vendas de Dia dos Namorados

    As vendas do Dia dos Namorados, comemorado na próxima sexta-feira (12), devem ter uma queda de 40% em comparação ao resultado do ano passado nas previsões de 60% dos donos de lojas do estado de São Paulo. Esse é o resultado da pesquisa feita pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo para estimar o impacto da pandemia de coronavírus na terceira data mais importante para o varejo.

    Menos pessimistas, os outros 40% dos donos de lojas acreditam que as vendas deverão cair 20% em relação a 2019. Os setores que os lojistas avaliam que têm mais chances de manter o faturamento são o vestuário, a perfumaria e os chocolates.

    Em abril, a Serasa Experian apontou para uma queda de 31,8% nas vendas do varejo em comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, a atividade do varejo apresenta, segundo o levantamento da consultoria, uma retração de 10,1% em relação ao período de janeiro a abril de 2019.