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  • Dia da Amazônia tem virada cultural em todas as regiões do país

    Dia da Amazônia tem virada cultural em todas as regiões do país

    Cultura, proteção da floresta e enfrentamento à crise climática reúnem pessoas em todo o Brasil em shows, saraus, roda de rima, festival de carimbó, artesanatos, oficinas e debates pelo Dia da Amazônia. A programação, com mais de 340 atividades nos 27 estados e no Distrito Federal, é parte da Virada Cultural Amazônia de Pé 2024, que ocorre até o dia 8 de setembro.

    Neste terceiro ano do encontro, a mobilização traz como tema central Florestas Públicas Não Destinadas da Amazônia. “A gente entende na Amazônia de Pé, que essas florestas são patrimônio do povo brasileiro. Elas são uma riqueza de todos nós. E, infelizmente, como elas não foram destinadas para nenhum tipo de proteção, é nessas florestas que a gente tem os maiores índices de grilagem e de desmatamento hoje na região amazônica”, destaca a diretora do movimento Amazônia de Pé, Daniela Orofino. A entidade reúne ativistas, organizações sociais e coletivos ambientais no Brasil.

    Ela explica que a virada é um momento de encontro, conexões e diálogo, onde a cultura se torna uma ferramenta para debater a importância dos biomas para o país, o planeta e existência humana e mostrar que o que acontece na Amazônia, impacta a todos.

    “O povo brasileiro está sentindo os efeitos na pele da crise climática, seja com as queimadas, seja com calor cada vez mais forte nas cidades do Brasil, seja com os eventos climáticos extremos, como no Rio Grande do Sul esse ano, seja com o aumento do preço da alimentação, com o aumento do preço da energia. Então, a crise climática já é uma realidade para todo mundo que vive no Brasil”, diz Daniela.dia da amazonia tem virada cultural em todas as regioes do pais capa 2024 09 05 2024 09 05 870494793

    As atrações são as mais diversas: Circuito Amazônia, em Belém; Kaimbe Cultural, em Boa Vista; Amazônia de Pé na Praça, em Manaus; Festival Nossa Amazônia, em Macapá; Roda de Conversa no Bororo, em Brasília; Baile da Terra e Conversa no Parque, em São Paulo e outras centenas de atividades em escolas, praças públicas e circuitos culturais, todas com entrada gratuita.

    A programação faz parte de uma seleção feita pelo movimento em todo país e também de um calendário voluntário que resultou em um mapa interativo de atividades alinhadas com a agenda climática. “Como curadora da virada cultural, eu entendo que a gente fica com a maior expectativa de mobilizar cada vez mais pessoas e de furar a bolha que normalmente está conversando sobre assuntos climáticos e fazer com que esse assunto realmente vire um assunto do dia a dia, fazer com que esse assunto esteja nas ruas, nos rios, e que as pessoas tenham vontade de promover essa conscientização”, diz Marcele Oliveira, que junto com o artista Zek Picoteiro realizou a curadoria das atividades pelo país.

    Carta

    Além de todas essas contribuições, o público também poderá contribuir assinando carta de reivindicação pela proteção das florestas públicas e pela inclusão de vozes e demandas de pessoas, movimentos populares do país, populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas nas negociações da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, no Pará, em 2025.

    “Acreditamos que é necessário aumentar ainda mais a ambição do governo federal na destinação e proteção dos hectares de florestas públicas na Amazônia Legal e defendemos a proteção total dos 57 milhões de hectares de florestas públicas não destinadas da região”, destaca a carta.

    Segundo Daniela, o documento será entregue ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira e à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, responsáveis respectivamente pela condução e participação na Câmara Técnica de Destinação e Regularização Fundiária de Terras Públicas Federais Rurais. A previsão é que isso ocorra durante a Cúpula Social do G20, entre 14 e 16 de novembro, no Rio de Janeiro.

    “A gente tem essa oportunidade, enquanto país, de fazer algo efetivo no combate à crise climática, que é proteger a Floresta Amazônica. Não é todo país que tem essa oportunidade. A gente é casa, a principal casa de uma floresta que cumpre um papel fundamental na regulação do clima em nível global”, conclui Daniela.

    Edição: Aécio Amado

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  • Dia da Amazônia: famílias criam modelo de negócio com restauração

    Dia da Amazônia: famílias criam modelo de negócio com restauração

    Na região Oeste do Pará, nos municípios de Belterra, Itaituba, Mojuí dos Campos e Trairão, famílias estão promovendo uma transformação no ambiente em que vivem por meio da recuperação da vegetação nativa em suas propriedades. Neste 5 de setembro, Dia da Amazônia, conheça o projeto que produz alimentos, novas mudas, sementes e ainda gera renda por meio do modelo de Sistemas Agroflorestais (SAFs).

    Conhecida como Sanda, a agricultora Rosângela Silva Pereira, que vive em Trairão, plantou cerca de 200 mudas no quintal e na roça perto de onde mora. Ela conta que o movimento foi motivado por dois grandes projetos, um que criou um viveiro coletivo na comunidade, e outro que capacitou as famílias a produzirem alimentos e árvores da Amazônia.

    “Aqui, a devastação era muito grande, então a gente recebeu algumas mudas e outras a gente coletou as sementes por aqui, então, cada SAF plantou de 180 a 200 mudas consorciadas. Tem frutíferas, madeira florestal e também macaxeira, melancia, abóbora e outras culturas de pequeno ciclo”, explica.

    A capacitação e a estruturação dos SAFs integram o Projeto de Restauração da Floresta Amazônica no Tapajós, que visa estabelecer uma rede com bancos de sementes e viveiros florestais para abastecer a região com espécies nativas. As mudas de açaí, cupuaçu, cacau, andiroba, cedro, copaíba, graviola, acerola, ipê, jacarandá e urucum serão usadas tanto para gerar renda na venda a outros interessados no modelo, quanto para a recuperação das áreas de preservação permanentes.

    Enquanto em Trairão, as famílias optaram por fortalecer a produção do viveiro que já existia, em Mojuí dos Campos, Suelen Costa Feitosa plantou mais de 500 mudas em sua propriedade, onde priorizou cupuaçu para fortalecer a produção de chocolate com a amêndoa do fruto regional. Ela diz que o projeto possibilitou a melhora na qualidade do plantio e também a instalação de um viveiro coletivo com capacidade para 20 mil mudas.

    Brasília (DF) 05/09/2024 - Suelen Costa Feitosa - Projeto restaura Tapajós .Foto: ASAFAB/ divulgação
    Brasília (DF) 05/09/2024 – Suelen Costa Feitosa – Projeto restaura Tapajós .Foto: ASAFAB/ divulgaçãoSuelen Feitosa plantou mais de 500 mudas e priorizou cupuaçu para fortalecer produção de chocolate com a amêndoa do fruto regional. Foto -ASAFAB/ divulgação

    “A gente já tinha a cultura aleatória, que a gente chama de quintais produtivos, mas agora a gente passou a trabalhar com os SAFs, cujo objetivo maior é restaurar o meio ambiente. Como a gente trabalha com agricultura, a gente escolheu plantar produtos que também nos tragam renda”, argumenta.

    Assistência técnica

    A iniciativa é resultado de uma verdadeira força-tarefa com implantação – promovida pela organização não governamental Conservação Internacional (CI-Brasil) – e a assistência técnica promovida pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

    Os agricultores participantes foram identificados e mobilizados pelas associações de agricultores e participaram de um curso organizado pelo Laboratório de Sementes Florestais, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

    O projeto passou por três fases: capacitação, criação ou melhoria dos bancos de sementes e viveiros, e a recuperação de áreas desmatadas por meio dos SAFs ou da Regeneração Natural.

    Na capacitação foram abordados desde conhecimentos científicos sobre as espécies nativas, até beneficiamento da produção, secagem, armazenamento e aspectos legais, além de conhecimentos sobre produção de mudas, área de coletas de sementes e viveiros florestais.

    Para diminuir as perdas no plantio, os agricultores também receberam conhecimentos sobre enriquecimento de substrato, ajustes no sistema de irrigação e uso de ferramentas como o GPS para georreferenciamento de árvores matrizes, por exemplo.

    A coordenadora de projetos da CI Brasil, Maria Farias, observa que o Restaura Tapajós tem como meta a sustentabilidade socioambiental e produtiva, a partir da combinação de culturas com a conservação florestal.

    “Isso revitaliza toda a biodiversidade, promove solos mais saudáveis; com mais florestas temos maior sequestro de carbono e isso pode gerar novas fontes de renda para as comunidades. Com isso, melhora a segurança alimentar, diminui a pressão sobre as florestas nativas e ainda favorece o trabalho para um formato mais produtivo e para uma vivência no campo mais resiliente”, opina.

    O projeto de restauro alcançou 100 famílias em Belterra, Itaituba, Mojuí dos Campos e Trairão. Os participantes puderam ainda visitar modelos de SAFs em Tomé-Açu, onde conheceram técnicas capazes de melhorar as condições de desenvolvimento e resistência das plantas, gerando maior quantidade de frutos e maior qualidade, o que possibilita melhoria na renda. Os grupos também puderam entender, na prática, a importância de destinar uma área para fins de restauro e outra para regeneração natural com enriquecimento, possibilitando um equilíbrio natural que beneficie todo o sistema.

    Os SAFs, viveiros e bancos de sementes foram implantados transformando a forma tradicional de produzir na região. Logo no início do projeto, o primeiro desafio surgiu após o plantio de mudas. Com a estiagem mais intensa em 2023, muitas famílias perderam parte de seus plantios, mas a assistência técnica permitiu a continuidade do projeto.

    “Os técnicos que vieram nos dar assistência eles ainda continuam voluntariamente, eles são bem parceiros. Quando temos alguma dúvida sobre a nossa área, a gente entra em contato e eles dão dicas e estudam os nossos casos através de vídeos e fotos”, afirma Suelen.

    Perdas

    Mesmo com a diminuição do desmatamento nos dois últimos anos, a Amazônia perdeu o equivalente a mil campos de futebol por dia, entre agosto de 2023 e julho 2024, somando 349 mil hectares, segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A área afetada representa uma redução de 46% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas, nos meses de junho e julho deste ano – na comparação com 2023 -, houve crescimento de 29% em julho e de 10% em junho.

    Maria Farias reforça a importância de avançar na recuperação dos biomas nativos, agregando tecnologias que possam permitir adaptação na produtividade.

    “A gente sabe que nem tudo são flores, as mudanças climáticas estão aí e vêm gerando grandes impactos negativos, principalmente a seca de 2023 que dizimou boa parte dos plantios, deixando um aprendizado da importância de se continuar esse modelo de restauração, porém, adaptando tecnologias de irrigação para que os SAFs se consolidem de maneira sustentável”, sustenta.

    Os avanços e retrocessos dificultam o progresso da meta brasileira de zerar dois fatores que impulsionam fortemente a mudança climática: o desmatamento e o passivo ambiental em relação ao Código Florestal.

    “Sabemos que é preciso reflorestar para que se tenha um clima de qualidade. A demanda é gigantesca por sementes diversas e em quantidade. Isso é um gargalo importante a ser considerado. Para isso, é necessário que se consolide a rede de sementes do Tapajós”, preconiza Maria Farias.

    Para ela, além de promover a integração das redes regionais, é precioso ainda mais capacitação, envolvimento dos governos e de projetos da iniciativa privada e disponibilização de crédito e assistência técnica. “Tudo com atenção tanto para as sementes florestais, como para as de combate à fome que dão segurança nutricional e alimentar para as famílias, respeitando, sempre, o modo de vida das nossas populações”, finaliza.

    Edição: Kleber Sampaio

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  • Dia da Amazônia: Mato Grosso lidera ranking de aumento de focos de calor na Amazônia em 2024

    Dia da Amazônia: Mato Grosso lidera ranking de aumento de focos de calor na Amazônia em 2024

    Nesta quinta-feira (5), é celebrado o Dia da Amazônia, uma data para refletir sobre a importância dessa floresta para o planeta e para as futuras gerações. A intensificação do desmatamento e das queimadas coloca em risco a existência da maior floresta tropical do mundo e exige ações urgentes para reverter esse cenário.

    O desmatamento e as queimadas continuam a devastar a Amazônia, e Mato Grosso é um dos estados brasileiros mais afetados por esse problema. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado registrou um aumento de 104% no número de focos de calor na Amazônia em 2024, comparado ao mesmo período do ano passado.

    Com 16.212 focos de calor, Mato Grosso ocupa a terceira posição no ranking nacional, ficando atrás apenas do Pará (24.051 focos) e Amazonas (16.444 focos). A alta expressiva nos números chama a atenção para a gravidade da situação e a necessidade de ações urgentes para conter o avanço do desmatamento.

    A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, desempenha um papel fundamental na regulação do clima global e na biodiversidade. No entanto, a região enfrenta diversas ameaças, como o desmatamento, as queimadas e a expansão da atividade mineradora ilegal.

    Em Mato Grosso, 86 dos 142 municípios estão localizados na Amazônia Legal, o que corresponde a 54% do território estadual. A floresta amazônica em Mato Grosso abrange uma área de 480.215 km², mas vem sofrendo com a destruição causada por atividades ilegais e a exploração madeireira.

    Um levantamento realizado pelo WWF-Brasil aponta a existência de mais de 4.114 pontos de mineração ilegal em todo o bioma amazônico brasileiro. Essa atividade causa diversos impactos ambientais, como a contaminação de rios e solos por mercúrio, a destruição da vegetação e a intensificação do desmatamento.

    Dia da Amazônia

    Mato Grosso reduz em 51% o desmatamento na Amazônia em um ano

    Celebrado em 5 de setembro, o Dia da Amazônia homenageia a maior floresta tropical do mundo, um dos mais preciosos patrimônios naturais do planeta. Instituída pela Lei nº 11.621/2007, a data tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância da Amazônia para o equilíbrio ambiental global e a biodiversidade.

    A floresta amazônica é um ecossistema complexo e vital, que oferece inúmeros benefícios para a humanidade. Ela abriga uma imensa variedade de plantas, animais e microrganismos, além de ser uma importante fonte de água doce, regular o clima e fornecer recursos naturais essenciais para diversas atividades humanas.

    Ameaças à floresta

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    Foto: SemaMT

    Apesar de sua importância, a Amazônia enfrenta ameaças crescentes devido a atividades predatórias como o desmatamento ilegal, a mineração e a exploração madeireira. Essas atividades não apenas destroem a floresta, mas também contribuem para o aquecimento global, a perda da biodiversidade e a intensificação de eventos climáticos extremos.

    A frase do filósofo Thomas Hobbes, “o homem é o lobo do homem”, reflete a realidade da relação entre o ser humano e a natureza. Muitas vezes, por interesses econômicos de curto prazo, o homem coloca em risco os recursos naturais essenciais para sua própria sobrevivência.

    A preservação da Amazônia é fundamental para garantir a saúde do planeta e o bem-estar das futuras gerações. É preciso que governos, empresas e sociedade civil se unam para combater o desmatamento, a degradação ambiental e as mudanças climáticas.

    O que podemos fazer?

    • Conscientizar: Divulgar a importância da Amazônia e os impactos do desmatamento.
    • Consumir de forma consciente: Optar por produtos provenientes de fontes sustentáveis e evitar empresas que contribuem para a destruição da floresta.
    • Apoiar projetos de conservação: Contribuir financeiramente ou como voluntário para projetos que visam proteger a Amazônia.
    • Cobrar ações dos governantes: Exigir políticas públicas eficazes para combater o desmatamento e promover a conservação da floresta.

    A Amazônia é um patrimônio de todos nós. Ao preservar essa floresta, estamos garantindo um futuro mais sustentável para as próximas gerações.

  • Governo Federal retoma Câmara Técnica de Destinação e Regularização Fundiária

    Governo Federal retoma Câmara Técnica de Destinação e Regularização Fundiária

    O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva assina, nesta terça-feira (05/09), decreto que altera regras sobre a regularização fundiária em áreas da União e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra. Com as mudanças, a Câmara Técnica de Destinação e Regularização Fundiária de Terras Públicas Federais Rurais é retomada, sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Assim, o Governo Federal vai ampliar a destinação de terras, priorizando políticas públicas de conservação ambiental e o uso social da terra, conforme previsto na Constituição Federal. O anúncio será feito em cerimônia em comemoração ao Dia da Amazônia.

    O decreto altera a composição da Câmara Técnica e estabelece essa instância como de caráter deliberativo sobre a destinação de terras públicas. Com a inclusão de novos órgãos, amplia-se a participação de instituições com competências relacionadas ao tema, democratizando a instância de decisão da destinação das terras públicas.

    A nova legislação busca reconhecer os direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais sobre as terras que tradicionalmente ocupam e garantir a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. Neste sentido, as alterações no decreto reafirmam os compromissos firmados pelo Governo do Brasil na redução de emissão de gases de efeito estufa e com a recuperação de áreas degradadas.

    A nova Câmara Técnica já tem entregas como resultado de trabalho prévio. Entre elas, 3,81 milhões de hectares (66 glebas) foram selecionadas para realização de estudos para reconhecimento de Terras Indígenas na Amazônia e 3,75 milhões de hectares (28 áreas) para a criação de unidades de conservação ambiental e concessão florestal.

    Como vai funcionar

    Coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), a Câmara Técnica de Destinação e Regularização Fundiária de Terras Públicas Federais Rurais conta com os seguintes órgãos deliberativos: Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Incra, Serviço Florestal Brasileiro (SFB), ICMBio e Funai. E como membros consultivos, Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério da Igualdade Racial.

    Em síntese, a Câmara Técnica aprecia e delibera sobre a destinação de terras públicas federais para políticas públicas relacionadas a:

    • unidades de conservação;

    • terras indígenas;

    • territórios quilombolas;

    • territórios de outros povos e comunidades tradicionais;

    • reforma agrária;

    • concessões florestais e políticas públicas de prevenção e controle de desmatamento; e

    • regularização fundiária.

    Entregas

    Com a retomada dos trabalhos da Câmara Técnica e Destinação, o Governo Federal reafirma seu compromisso com a governança responsável das terras públicas federais e com as ações de prevenção e controle do desmatamento na região Amazônica:

    • Regularização fundiária de seis Unidades de Conservação Federais em Roraima: Assinatura do Termo de entrega da Secretaria de Patrimônio da União para o Ministério do Meio Ambiente, de 3,6 milhões de hectares;

    • Destinação da área integral da gleba São Pedro para regularização da Terra Indígena Kanela do Araguaia, localizada no município de Luciara, estado do Mato Grosso, perfazendo uma área de 2.47 mil hectares;

    • Destinação de 3.57 mil hectares da gleba Afluente e 16.40 mil hectares da gleba Bom Lugar, totalizando 19.97 mil hectares, para regularização parcial da Terra Indígena Valparaíso localizada no município de Boca do Acre, estado do Amazonas;

    • Entrega, pelo Incra, de 534 títulos para agricultores familiares de São Gabriel da Cachoeira/AM, na Gleba Uaupés, como parte das ações de regularização fundiária em glebas públicas federais

    • Declaração de interesse da Funai em 3,81 milhões de hectares (66 glebas) para reconhecimento de Terras Indígenas na Amazônia.

    • Declaração de interesse do MMA em 3,75 milhões de hectares (28 áreas) para futura criação de unidades de conservação ambiental e concessão florestal.

    • Retomada das destinações de glebas públicas federais para criação de assentamentos da reforma agrária e regularização de territórios quilombolas: O Incra revogou a Portaria 2445, de 15 de dezembro de 2022, e publicou a Instrução Normativa 132, de 27 de julho de 2023.

    Ações de assistência técnica e extensão rural (ATER)

    Além da retomada da Câmara Técnica de Destinação e Regularização Fundiária de Terras Públicas Federais Rurais, neste Dia da Amazônia, será anunciada chamada de serviços de assistência técnica e extensão rural para a região. A Ater Bioma Amazônia irá fortalecer a agricultura familiar de base agroecológica com ações de assistência técnica e extensão rural na região, com seis mil famílias beneficiadas.

    Ação articula assistência técnica e extensão rural com o Programa de Fomento Rural do MDS e o Programa Bolsa Verde do MMA. Estima-se que seis mil famílias serão beneficiadas na região, e o programa conta com investimento de R$ 20 milhões.

    Por: Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
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  • No Dia da Amazônia, organizações alertam sobre preservação do bioma

    No Dia da Amazônia, organizações alertam sobre preservação do bioma

    Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia sofre com diversas ações praticadas pelo ser humano, como o desmatamento, o garimpo ilegal, a grilagem de terras. Nesta terça-feira (5), Dia da Amazônia, organizações lembram aurgência de preservação desse bioma, principal floresta tropical do mundo.

    Com extensão aproximada de 421 milhões de hectares, a Amazônia representa um terço das florestas tropicais do mundo. A regiãoé responsável por vários processosclimáticos, a exemplo da evaporação e transpiração da floresta, que ajudam a manter o equilíbrio do clima e a manutenção dos estoques de água doce. Além disso,abrigamais da metade da biodiversidade do planeta.

    Dados do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mostram que 224 espécies da fauna na Amazônia estão sofrendo algum tipo de ameaça e pelo menos uma já foi considerada extinta. São 139 espécies categorizadas como “vulnerável”; 48 “em perigo”; e 38 “criticamente em perigo”.

    Entre os animais em risco estãoo peixe-boi-da-amazônia, tamanduá-bandeira, a onça-pintada, ararajuba e a anta, classificados como “vulneráveis”. Já espécies de peixe, como Acari, estão “criticamente em perigo”.

    Para o coordenador-geral das Organizações Indígenas da Amazônia, (Coiab), Toya Manchineri, o Dia da Amazônia éde luta e reflexão. Coordenando mais de 70 organizações indígenas, Toya afirmou que, neste ano, ainda não hámuito a comemorar por causado avanço do desmatamento, do garimpo ilegal e das ameaças aos povos indígenas e tradicionaisno governo Jair Bolsonaro.

    floresta Amazônicafloresta AmazônicaFloresta amazônica – Marcelo Camargo/Agência Brasil

    “É um dia especial de luta e que não tem nada para comemorar, principalmente se pegarmos os dados produzidos pelaagênciade pesquisa, que são do governo passado. Aí há uma destruição em massada floresta, do bioma e uma onda crescente de assassinatos e perseguição aos povos indígenas, quilombolas e extrativistas”, disse a liderança indígena à Agência Brasil. “Odia 5 é parafazermos uma reflexão sobre como podemos parar com esses assassinatos e a perseguição aos povos que vivem na floresta. Então, é um momento de reflexão e não de comemoração”, ressaltou.

    Avaliação similar é feita pela assessora de política e direito socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA) Adriana Ramos. Ela destaca que, apesar dos dados recentes apontarem queda expressiva do desmatamento nos sete primeiros meses do ano, ainda há muito a ser feito. Dados do governo federalmostram uma redução no desmatamento de 42% do bioma amazônico nesse período. Em julho, a queda foi de 66%, em agosto a expectativa é que tenha permanecidoem patamar similar.

    “Digamos que não temos tanto o que comemorar porque háuma série de desafios que precisamos enfrentar e que continuam muito distantes. A Amazônia temgrande parcela do Brasil e o paísprecisa dar a ela a relevância que tem”, disse a ambientalista à Agência Brasil.

    Adriana também citou o aumento do crime organizado na região e a necessidade de políticas voltadas para as populações locais.

    “É preciso reconhecer que a violência e o crime organizado cresceram muito na região. Ainda tem gentevivendo nas cidades da Amazônia, demandando atenção e a criação deoportunidades de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, há muitas ameaças aos territórios tradicionais, às terras indígena, às unidades de conservação que precisam ser enfrentadas para que essas áreas, que simbolizam o que de mais rico a Amazônia tem em termos de biodiversidade e de enfrentamento à crise climática, sejam mais valorizadas”, afirmou.

    Outro alerta é sobreo avanço de grandes projetos de infraestrutura na região, como a pavimentação da BR-319, construída pelos governos militaresnos anos70, e a estrada do Pacífico. Para a assessora de política e direito socioambiental do ISA, esses projetos têm impacto imenso no processo de desmatamento da região, uma vez que podem gerar aumento da circulação de grileiros e madeireiros ilegais na região, além de não trazer benefícios concretos para os moradores.

    Uma das principais preocupações é quecom a continuidade de projetos como esses, aliados ao desmatamento, ao garimpo ilegal, à grilagem de terras para fazer pasto, a Amazônia possa atingir o ponto de não retorno. O termo é usado por especialistas para se referir ao momentoem que a floresta perde sua capacidade de se autorregenerar, em função do desmatamento, da degradação e do aquecimento global, tendendo, então, ao processo de desertificação.

    “São projetos que terão impacto imenso e que não estão em uma estratégia de desenvolvimento da região. É preciso que a gente pense projetos econômicos de valorização da área, dos serviços ambientais gerados a partir do uso sustentável da floresta e que vão fortalecer aquilo que a Amazônia tem para oferecer de melhor neste momento, que são as condições de enfrentamento àemergência climática. Isso a gente só vai conseguir manter se evitar o chamado ponto de não retorno, o que significa paralisar o desmatamento e a perda de biodiversidade.

    O coordenador da Coiabdestacaque esses projetos não são pensados em conjunto com as populações que habitam a região. Toya Manchinericita a monoculturacomo uma das atividades de grande impacto no desmatamento e nos conflitos agrários na Amazônia.

    “Os projetos econômicos levam muitas complicações para os povos indígenas. Primeiro que eles não são pensados em conjunto com os povos que vivem na Amazônia. Eles vêm muito com um olhar externo de desenvolvimento, que muitas vezes não reflete a realidade local. Aí temos a questão do garimpo que é bastante ruim, ele destrói a floresta, destrói a organização social e deixa doença nos territórios indígenas. Então, são projetos de garimpo e de monocultura que acabam com a floresta”, afirmou.

    Toyatambém criticou a possibilidade de aprovação da tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, em especial na Amazônia, e disse que se a medida foraprovada, haverá intensificação das ameaças aos povos e a perda de direitos.

    “O marco temporal é nocivo para os indígenas, ao impor limites para a demarcação dos territórios. Se ele for aprovado, muitos dos nossos territórios serão revisados, muitos dos nossos parentes, que não estão com seu território demarcado, vão perder e, muito provavelmente, sofrer uma pressão muito grande de invasores. Muitas mortes vão ocorrer”, denunciou.

    Para o ISA, a aprovação do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federalmostra interpretação distorcida da Constituição Federal, que pode contribuir com a “indústria da grilagem de terra”. Adriana lembrouque os povos indígenas e tradicionais são os que mantiveram a floresta de pé.

    “A gente tem floresta por causadomodo tradicionalde vida dessas populações, portanto esses povos têm importância centrale as suas práticas de manejo e de agricultura são responsáveis pela manutenção da floresta em pé. É impossível imaginar um futuro com floresta em pé na Amazônia sem que os povos originários e tradicionais tenham protagonismo nesse processo”, disse.

    Festival

    Como forma de chamar a atenção para a defesa da Amazônia, cinco cidades brasileiras, iniciando por Santarém (PA), abrigarão festivais culturais e artísticos.O primeiro foi realizado no últimosábado (2). Esta será a segunda edição do Festivais Dia da Amazônia. Mais de 13 organizações e um número superior a 50 artistas estão envolvidos diretamente na mobilização nacional do evento, ao longo destemês de setembro.O festival também terá protestos contra a tese do marco temporal.

    A tradição foi iniciada no ano passado para comemorar a data, instituída por lei em 2007, abrangendo festivais e atividades diversas que se estenderão por todo o paísaté o próximo dia 30. Entre essas ações estão oficinas, peças de teatro, atividades esportivas e educativas, plantio de árvores, exposições e exibição de filmes. Todas têm foco na temática da proteção e valorização da Amazônia.

    Uma das ações este ano é a mobilização para coletar 1,5 milhão de assinaturas de cidadãos brasileiros que têmtítulo de eleitor válido, para protocolar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip) que requer a destinação de 57 milhões de hectares de terras públicas não destinadas, ou seja, áreas da União que ainda não têm uma finalidade específica e são alvo de desmatamento acelerado e grilagem.

    Floresta amazônica vista de cima. Floresta amazônica vista de cima. – Divulgação TV Brasil

    A proposta é que essas terras possam ser demarcadas como unidades de conservação (UCs), terras indígenas, territórios quilombolas ou destinadas às comunidades tradicionais – povos que verdadeiramente conservam a Amazônia.

    Edição: Graça Adjuto
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  • Indígenas fazem em SP ato em defesa da Amazônia e de biomas

    Indígenas fazem em SP ato em defesa da Amazônia e de biomas

    Indígenas de diversas dinastias realizaram, hoje (4), na capital paulista, um ato em defesa da Floresta Amazônica e dos demais biomas brasileiros.

    O evento, que teve início no parque Augusta, na região central de São Paulo, comemorou o Dia da Amazônia e o Dia Internacional da Mulher Indígena, celebrados no dia 5 de setembro.

    A líder indígena Sônia Guajajara disse que cobrará dos políticos demarcação de territórios, soluções contra o garimpo ilegal, que causa poluição por mercúrio, e para o desmatamento. “Estamos de pé para dizer que não vamos recuar, que vamos aldear a política, aldear o Congresso Nacional”, disse.

    No ato, as indígenas construíram um círculo com plantas e materiais da floresta que formavam os dizeres Amazônia é Mulher Indígena. Mulher Indígena é Amazônia. A manifestação seguiu, em caminhada, no início da tarde, do parque Augusta, até a Avenida Paulista.