Tag: deputada federal

  • Mauro Mendes descarta candidatura de Virginia Mendes à deputada federal

    Mauro Mendes descarta candidatura de Virginia Mendes à deputada federal

    O governador Mauro Mendes (União) rejeitou de forma enfática qualquer possibilidade de sua esposa, Virginia Mendes, disputar uma vaga como deputada federal nas eleições de 2026. O esclarecimento foi feito durante um evento público, onde ele comentou sobre o convite do Partido Progressista (PP) para que a primeira-dama se filiasse à sigla.

    Segundo Mauro Mendes, Virginia já tomou sua decisão e não cogita seguir carreira política. “A minha esposa já respondeu oficialmente que não passa pela cabeça dela ser candidata. E convite eu recebo todos os dias para ir em festas, eu agradeço, mas não vou. Convite para filiar em partido ou ser candidato, tenho certeza que é natural que as pessoas façam a ela, mas de concreto apenas um convite”, disse o governador.O posicionamento do governador vem após rumores que associavam o nome de Virginia Mendes a uma possível candidatura, especialmente pelo destaque que ela ganhou com suas ações sociais em Mato Grosso. Projetos voltados à saúde e assistência social, aliados à sua presença em eventos públicos, alimentaram as especulações sobre sua entrada na política.

    Convite do PP e o cenário político

    A aproximação do PP, que busca fortalecer seu quadro político para as eleições de 2026, também intensificou os rumores. No entanto, Mauro Mendes deixou claro que, embora convites sejam frequentes, a primeira-dama não tem intenção de se filiar ou concorrer a cargos públicos. “Convites são naturais, mas a decisão dela já está tomada, e não há intenção de seguir por esse caminho”, reforçou o governador.

    Histórico de atuação da primeira-dama

    Virginia Mendes tem se destacado em Mato Grosso por seu trabalho em projetos de assistência social, especialmente em áreas como saúde e bem-estar da população. Seu envolvimento constante em ações voltadas ao benefício da sociedade levou a uma crescente visibilidade pública, o que pode ter motivado o interesse de partidos em sua filiação.

    No entanto, o governador destacou que, mesmo com a atuação pública e o reconhecimento da população, Virginia está focada em suas atividades sociais e não pretende mudar o curso de sua atuação. “Ela prefere continuar ajudando como faz hoje, sem vínculo com partidos ou candidaturas políticas”, concluiu.

  • Estudo mostra como as parlamentares são ofendidas nas redes sociais

    Estudo mostra como as parlamentares são ofendidas nas redes sociais

    Parlamentares brasileiras são alvos de insultos, críticas e invalidações feitas de forma violenta nas redes sociais. Um estudo com mais de 1,5 mil mensagens publicadas no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube, entre julho e dezembro de 2021, mostra que 9% delas continham algum indício de violência discursiva contra essas deputadas federais e senadoras.

    A pesquisa Mapa da Violência Política de Gênero em Plataformas Digitais, produzida pelo Laboratório de Combate à Desinformação e ao Discurso de Ódio em Sistemas de Comunicação em Rede (DDoS Lab), da Universidade Federal Fluminense (UFF), analisou menções a 79 deputadas federais e a 12 senadoras da 56ª legislatura (2019 a 2023).

    De acordo com o estudo, os insultos são a forma de ataque mais acionada pelos usuários das redes sociais contra as parlamentares. Esse tipo de violência discursiva, que segundo o estudo se revela em xingamentos como “loira burra” ou “vagabunda”, apareceu em 41% das mensagens ofensivas.

    Em seguida, aparece a invalidação (26,6% das ofensas). Esse tipo de ofensa busca anular a validade ou diminuir a importância daquilo que a parlamentar expressou, mostrando-se em frases como “tal coisa é mimimi”.

    As críticas puras e simples, que se manifestam em expressões como “ela é uma péssima profissional” ou “odeio fulana”, responderam por 24,5% das ofensas.

    Outros tipos de violência discursiva encontradas, em número menor de menções, foram ameaça – “tem mais é que morrer” ou “vou te dar uma lição” – e discurso de ódio “tinha que ser preta”.

    “Isso não significa que parlamentares homens não são atacados. Eles são, com certeza, e podem ser até mais. Mas o que a gente precisa olhar é o caráter dessa violência. Homens geralmente são atacados enquanto figuras políticas. O fulano é chamado de corrupto, o sicrano é classificado como mau gestor. Enquanto com as mulheres políticas, o que é atacado? O corpo dela, a aparência, a família, a capacidade intelectual, a legitimidade dela naquela espaço”, explica Letícia Sabbatini, pesquisadora que participou do estudo.

    Redes sociais

    O Twitter foi a plataforma com mais mensagens enquadradas como violência discursiva. Cerca de 24% do conteúdo analisado nesta rede social apresentavam ofensas às parlamentares. No Facebook, o percentual cai para 4,4% das menções violentas. No entanto, é nesta rede que os índices de engajamento nos conteúdos que incorporam ataques a parlamentares mulheres mais aumentam.

    Nas demais redes, as menções com violência discursiva se apresentaram nas seguintes parcelas das postagens: Instagram (4,7%), e Youtube (2,9%).

    Em relação ao tom usado nas ofensas, o estudo revelou que a retórica satírica – encontrada em expressões como “mulher macho!” e “faz xixi em pé” – era a principal, transparecendo em 30,9% dos conteúdos ofensivos.

    “O que é isso? É o uso do humor para camuflar uma desavença, para indicar que é só uma brincadeira, que não precisa de alarde, que não tem nada a ver com violência. Continua sendo violência, mas se trata de uma violência muito mais difícil de a gente demarcar”, explica Letícia Sabbatini.

    A retórica desqualificadora – expressões como “fez o teste do sofá” ou “entrou na faculdade só por causa das cotas” – apareceu em 22,3% das ofensas.

    Outros tipos retóricos encontrados foram a retórica cínica (“o feminismo é imoral” ou “vocês feministas são todas assim”), a contestadora (“você está errada” ou “não é assim que se faz”), a provocadora (“quero ver fazer isso”) e a violenta (“depois apanha, não sabe por quê”), entre outras.

    Entre as menções violentas, observou-se que 8,6% usavam discurso misógino, ou seja, para inferiorizar, degradar ou desumanizar a mulher; 2,9% eram racistas e 1,4% se relacionavam à LGTBQIA+fobia.

    As parlamentares do campo ideológico da esquerda sofreram duas vezes mais ataque do que aquelas do espectro da direita. As maiores vítimas, em termos proporcionais (número de ofensas em relação ao total de menções) são as deputadas Talíria Petrone (PSOL-RJ) – atacada em 50% das menções a ela –; Professora Dayane Pimentel (União-BA) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) – ofendidas em 33,3% das mensagens dirigidas a elas.

    Em termos absolutos (quantidade total de menções violentas), no entanto, a deputada mais atacada foi a conservadora Carla Zambelli (PL-SP). Os alvos mais visados, entre os partidos políticos, foram PCdoB, PSOL e PMB. “A motivação política foi a mais presente entre os ataques que a gente mapeou”, afirma a pesquisadora.

    Edição: Denise Griesinger