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  • Defensoria Pública reage a prisão de Defensora em ação de desocupação no norte de MT

    Defensoria Pública reage a prisão de Defensora em ação de desocupação no norte de MT

    Em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (28), a defensora pública-geral de Mato Grosso, Luziane de Castro, anunciou uma série de medidas em resposta à prisão da defensora pública Gabriela Beck, coordenadora do Núcleo de Guarantã do Norte. Beck foi detida enquanto prestava atendimento em uma área conflituosa durante uma ação de desocupação de uma fazenda no município de Novo Mundo, que ocorreu sem determinação judicial.

    “A defensora foi acionada no dia 27 de maio por meio de um ofício da Comissão Pastoral da Terra (CPT), solicitando providências para resguardar as vidas e a integridade física das famílias no assentamento,” explicou Luziane de Castro. “A resposta violenta dos policiais foi absolutamente desproporcional e truculenta. Houve uma clara violação das prerrogativas profissionais, e estamos aqui para defender a atuação de Gabriela Beck e de todos os defensores públicos que trabalham na defesa da população vulnerável.”

    A presença de Gabriela Beck no local tinha o objetivo de assegurar a integridade das famílias e mediar o conflito. No entanto, ao chegar, a desocupação já havia sido concluída, e 12 pessoas foram detidas. Durante uma tentativa de diligência junto aos policiais, Beck foi recebida de forma agressiva pelo Major Neto, que comandava a operação. “Ela foi detida ao questionar a ausência de ordem judicial para a operação,” relatou Luziane.

    A situação se agravou quando Beck tentou filmar o relato dos assentados com seu celular. “Ao pegar o celular para filmar, ela recebeu voz de prisão sem explicações,” afirmou Luziane. “O Major Neto puxou os cabelos de Gabriela e arrancou sua bolsa de forma brutal, causando ferimentos em seu rosto e pescoço. Ela foi então colocada na viatura da PM e levada à Delegacia Regional da Polícia Civil de Guarantã do Norte, onde o exame de corpo de delito comprovou as agressões.”

    Luziane de Castro destacou que a Defensoria Pública irá representar contra os policiais envolvidos junto ao Conselho Nacional de Direitos Humanos, Ministério Público do Estado e Comando-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso. “Vamos exigir uma investigação independente do caso e punições imediatas,” disse.

    Além disso, a defensora pública-geral informou que a instituição solicitará ao Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege) a proposição de um projeto de lei para garantir que defensores públicos só possam ser presos por ordem judicial ou em flagrante por crimes inafiançáveis, equiparando-os aos advogados em termos de proteção contra prisões arbitrárias.

    A Defensoria Pública de Mato Grosso também está desenvolvendo programas de treinamento contínuo para membros das forças de segurança sobre direitos humanos e prerrogativas dos defensores públicos, além de criar protocolos claros para a atuação policial em situações de conflito fundiário. Luziane anunciou ainda a formação de um acordo de cooperação com a Polícia Militar, definindo limites e procedimentos para ações envolvendo defensores públicos e movimentos sociais, e a criação de uma comissão permanente de apoio e segurança institucional.

    “Nosso compromisso é garantir que defensores públicos possam exercer suas funções sem medo de represálias,” concluiu Luziane de Castro. “Não vamos admitir que situações como essa se repitam.”

  • A pedido da Defensoria, Justiça suspende concurso de Apiacás com questões repetidas

    A pedido da Defensoria, Justiça suspende concurso de Apiacás com questões repetidas

    Após Ação Civil Pública (ACP) ajuizada pela Defensoria Pública, a Justiça suspendeu na última quarta-feira (10), o processo seletivo para contratação de professor de nível superior promovido pela Prefeitura de Apiacás, região norte de Mato Grosso, visto que metade das questões da prova era idêntica ao concurso passado para o mesmo cargo.

    Além disso, o juiz determinou que a Prefeitura realize um novo certame, apenas para professor de nível superior, em até 30 dias, devolvendo a taxa de inscrição a todos os candidatos inscritos para o cargo que não quiserem mais participar da seleção.

    A ação, com pedido de tutela provisória de urgência, foi impetrada no dia 3 de janeiro pela defensora pública Renata Ferreira da Silva, que atua no Núcleo Unificado de Nova Monte Verde e Apiacás.

    “Ao começar a atuar na comarca, começamos em menos de um mês a fazer com que não só nossos assistidos, mas toda a população recebesse positivamente os impactos que a Instituição traz na vida da comunidade”, salientou a defensora.

    Antes, os 8.590 habitantes de Apiacás (dados do Censo 2022/IBGE) não contavam com o atendimento da Defensoria Pública, que foi instalada no município no dia 27 de novembro do ano passado.

    Questões repetidas

    Segundo a ACP, no dia 17 de dezembro, no período matutino, foram aplicadas as provas objetiva de múltipla escolha, com 20 questões, sendo cinco de Língua Portuguesa, cinco de Matemática, e dez de Conhecimentos Específicos.

    Pela simples análise das provas, verificou-se que houve cópia integral de todas as questões do bloco “Conhecimentos Específicos” da prova aplicada pela Prefeitura para o mesmo cargo em 2022.

    Logo em seguida, a Defensoria formalizou o ofício recomendatório n.° 001/2023 com o objetivo de requisitar a anulação do concurso e a consequente reaplicação das provas com a correção da irregularidade, com urgência.

    “Destaco aqui o cuidado e agilidade que a assessora jurídica Ana Paula Nino teve com o caso. De imediato, ela realizou o atendimento do grupo e me auxiliou na coleta de todos os dados importantes para o sucesso preliminar da ação”, frisou a defensora.

    Em resposta ao ofício, a administração municipal reconheceu a ilegalidade apontada. Porém, realizou apenas a anulação das questões idênticas com a atribuição dos pontos a todos os candidatos, entendendo que a anulação do processo seletivo acarretaria prejuízo aos alunos da rede municipal de ensino, por não haver tempo suficiente para realização de um novo processo seletivo antes do início das aulas, previsto para a primeira semana de fevereiro.

    No entanto, segundo a defensora, a violação dos princípios constitucionais não pode ser justificada pela proximidade do início do período letivo.

    “A suspensão do concurso com a reaplicação das provas não acarreta prejuízo incalculável aos alunos, ao contrário, o cumprimento dos princípios da administração com a realização de um processo seletivo mais honesto e escorreito efetiva o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, que é o princípio norteador do Estatuto da Criança e do Adolescente”, diz trecho da ACP.

    Além da suspensão do concurso para contratação temporária de professor de nível superior, a Defensoria solicitou ainda a realização de um novo calendário de eventos do certame, no prazo de 48 horas.

    Conforme a ação, o vício apontado fere os princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade, razoabilidade e, em especial, isonomia, na medida em que se confere vantagem e benefício àquele que teve acesso, conscientemente ou não, às questões do concurso anterior, em patente prejuízo aos demais candidatos.

    “A atuação da Defensoria Pública neste caso foi para mim, como defensora, muito mais que representar a cessação da ilegalidade. Reforçou a importância da Defensoria como instrumento de transformação social, no empoderamento de grupos vulneráveis por meio do acesso à justiça, permitindo a participação e influência na tomada de decisões político-sociais e na construção de políticas públicas, no caso específico, da garantia de uma educação de qualidade”, relatou.

    A Prefeitura de Apiacás já comunicou os candidatos que o concurso foi suspenso e que uma nova prova será aplicada no dia 28 de janeiro para o cargo de professor de nível superior.

  • Líderes comunitários se reúnem com a Defensoria para questionar seleção de diretores de escolas quilombolas em MT

    Líderes comunitários se reúnem com a Defensoria para questionar seleção de diretores de escolas quilombolas em MT

    Na tarde da última quinta-feira (11), 40 representantes de comunidades tradicionais se reuniram com os defensores Fábio Barbosa e Djalma Sabo Mendes, e o ouvidor Getúlio Pedroso, para questionar os critérios de seleção de diretores de escolas quilombolas em Mato Grosso. A reunião ocorreu às 15h na sala de reuniões (82) da Escola Superior da DPMT, no edifício Pantanal Business (av. do CPA), em Cuiabá.

    Segundo os líderes dos povos tradicionais, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) realizou um processo seletivo para a escolha de novos gestores das escolas quilombolas sem consultar as comunidades e sem exigir a declaração de pertencimento – emitida por autoridades quilombolas – para participar da seleção.

    “Vocês deram esse primeiro passo. Terminando a reunião, já vamos fazer alguns encaminhamentos. Temos a máxima urgência. Devemos abrir um procedimento preparatório e vamos buscar, num primeiro momento, reuniões com a Seduc”, afirmou Mendes.

    O defensor, membro do Grupo de Atuação Estratégica em Defesa de Direitos Coletivos da Educação Pública (Gaedic Educação), destacou a importância da Ouvidoria para fazer a ponte entre as comunidades tradicionais e a Defensoria Pública.

    “A Ouvidoria-Geral vem se consolidando durante os últimos anos como uma grande ponte (acesso à justiça) entre a sociedade civil mato-grossense e os defensores e defensoras públicas de nosso estado”, destacou o ouvidor.

    Segundo os representantes das comunidades tradicionais, atualmente há seis escolas quilombolas em Mato Grosso. Já a Seduc informou que existem cinco escolas quilombolas estaduais, que contam com 150 professores e 1.925 alunos matriculados.

    “Estamos procurando o direito de que os profissionais da educação quilombola tenham prioridade para ocupar os cargos nas escolas quilombolas. Temos três escolas, Santo Antônio do Leverger, Vila Bela da Santíssima Trindade e Barra do Bugres, em que a Seduc enviou gestores que não são quilombolas”, relatou Gonçalina Eva Almeida de Santana, 46 anos.

    Gonçalina é professora, lotada na Escola Estadual Quilombola Tereza Conceição Arruda, em Nossa Senhora do Livramento (40 km de Cuiabá), e faz parte do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Escolar Quilombola (GEPEQ).

    “O único direito que temos, que é a escola, querem tirar de nós. Nosso direito vai ser cumprido, nem que a gente tenha que fazer acampamento na Seduc ou na escola”, salientou Natalia Augusta da Cruz, presidente da Associação dos Moradores Quilombolas de Mato Grosso.

    De acordo com o grupo, existem 84 comunidades quilombolas no estado, sendo que 72 possuem certidão de reconhecimento da Fundação Cultural Palmares.

    “Em nossa comunidade, buscamos a história de todo mundo, tudo registrado, daqueles que são realmente remanescentes das comunidades quilombolas”, declarou o professor Urias Bom Despacho e Silva, 62 anos, lotado na Escola Estadual Quilombola Maria de Arruda Muller, localizada na Comunidade Quilombola Abolição, em Santo Antônio de Leverger.

    Dados do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), apontam que 11.719 pessoas quilombolas moram em Mato Grosso, o que representa 0,32% da população.

    Conforme o levantamento, Poconé (103 km de Cuiabá) é o município com mais quilombolas (3.445). Mato Grosso é o 18º estado do Brasil com mais moradores nesse grupo.

  • Defensoria Pública abre vagas de estágio em cidades de MT

    Defensoria Pública abre vagas de estágio em cidades de MT

    A Defensoria Pública de Mato Grosso está selecionando estagiários para atender núcleos de Cuiabá, Sinop e Lucas do Rio Verde. Os prazos de inscrição variam conforme os núcleos a serem atendidos.

    Os requisitos são estar cursando Direito. Cada estagiário receberá uma bolsa no valor de R$ 858 mais auxílio-transporte de R$ 208.

    Para a vaga no núcleo de Lucas do Rio Verde o prazo para inscrições termina hoje (12). O interessado deve estar cursando o terceiro semestre do curso de direito. O currículo deve ser encaminhado para mariabraga@dp.mt.gov.br. A vaga é para início imediato.

    Em Sinop, as vagas de estágio são nos Núcleos Criminal e Civel, com os prazos de inscrição encerrando em 19/01 e 20/01, respectivamente. Os interessados devem estar cursando o terceiro semestre do curso de direito. O curriculo para a vaga no Núcleo Criminal deve ser encaminhado para luiziori@dp.mt.gov.br.  Para a vaga no Núcleo Cível o curriculo deve ser enviado para nathalyrocha@dp.mt.gov.br.

    Na capital, Cuiabá, as vagas são para os Núcleos Cível-Família e Cível, com prazos para envio das inscrições até 15/01 e 20/01, respectivamente. Para o Núcleo Cível Família o requisito é estar cursando a partir do quarto semestre do curso de Direito. O curriculo deve ser encaminhado para liviatoledo@dp.mt.gov.br. No Núcleo Cível o interessado deve estar cursando a partir do 7º semestre o curso de direito. Para concorrer à vaga, o interessado deve enviar o currículo para 7defensoriacivel@gmail.com.

  • Consulta pública avalia implementação de inteligência artificial nas Defensorias Públicas

    Consulta pública avalia implementação de inteligência artificial nas Defensorias Públicas

    As Defensorias Públicas dos Estados, do Distrito Federal e a Defensoria Pública da União abriram uma consulta pública sobre a estratégia de implantação de inteligência artificial (IA). A iniciativa visa desenvolver um processo transparente, participativo e colaborativo para a implementação de IA nas Defensorias de todo o país, buscando agilidade na adoção de sistemas que contribuam para a qualidade dos serviços prestados à população.

    A consulta, disponível no site Participa + Brasil até 22 de abril, representa um esforço conjunto do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege), com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Controladoria-Geral da União (CGU) e Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

    A defensora pública-geral de Mato Grosso, Luziane Castro, destaca a importância de incluir o público nesse processo de avanço tecnológico, reforçando a preocupação das Defensorias com o acolhimento da população vulnerável, que é sua razão de existir.

    “Sabemos que o avanço da área tecnológica tem sido cada vez mais intenso e necessário. Contudo, precisamos incluir o nosso público e essa consulta nos ajudará a dar o norte nesse processo de avanço da utilização de IA nas Defensorias Públicas de todo o país, reforçando a preocupação das Defensorias para o efetivo acolhimento da população vulnerável, que é a nossa razão de existir”, destacou Luziane.

    A consulta pública, aberta desde dezembro de 2023, visa coletar contribuições da sociedade para a formulação e execução de uma estratégia unificada de implementação de inteligência artificial. O rápido avanço das tecnologias de IA representa um desafio para as Defensorias Públicas, que desempenham um papel crucial na oferta de justiça à população socioeconomicamente vulnerável.

    Os temas abordados na consulta incluem os riscos enfrentados pela sociedade, soluções de IA na Defensoria Pública, desafios sistêmicos, aspectos técnicos, proteção de dados, transparência, segurança, participação social e colaboração com a comunidade técnico-científica. A consulta está aberta a defensores, servidores, organizações da sociedade civil, movimentos, coletivos, grupos de pesquisa, iniciativa privada e especialistas.

  • Defensora defende a aplicação imediata de pensão para filhos de vítimas de feminicídio

    Defensora defende a aplicação imediata de pensão para filhos de vítimas de feminicídio

    A defensora pública que atua no Núcleo da Defesa da Mulher de Cuiabá (Nudem), Rosana Leite, afirma que tem grandes expectativas de que a Lei Federal que institui a pensão especial para crianças e adolescentes órfãos de feminicídio, seja aplicada imediatamente em Mato Grosso. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) indicam que 47 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso em 2022, o que deixou 92 crianças sem mães. 

    “Estamos aguardando que o texto vire realidade para as crianças e adolescentes que ficaram órfãos em decorrência da morte de suas mães, vítimas de feminicídio, no Estado. O que temos presenciado são inúmeros feminicídios, situação que deixa crianças e adolescentes crescerem sem o cuidado materno e paterno, principalmente quando o agressor da mãe é o pai”, afirma Rosana. 

    Ainda segundo os dados da Sesp, das 47 vítimas de 2022, 62% tinham entre 18 e 39 anos e 44% foram mortas pelos companheiros. A defensora pondera que é evidente que a ajuda financeira não será suficiente para confortar a perda de uma mãe. Mas, afirma que é uma resposta importante do Estado. 

    “Essa é uma política pública importante para que esses jovens possam conseguir seguir a vida, pelo menos, com o que é de primeira ordem. Há muito tempo que os crimes de violência contra as mulheres não são de responsabilidade apenas da família em se enfrentar e evitar. Desde a publicação da Lei Maria da Penha é função do Poder Público encontrar soluções, estabelecer políticas públicas para que esses crimes sejam evitados”, afirmou.

    A defensora ainda lembra que os feminicídios são em sua maioria crimes anunciados e que ainda assim, ocorrem. De janeiro a agosto de 2023, 18 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso e os dados do ano todo serão usados para que o Comitê de Análise de Feminicídio avalie como essas mortes poderiam ser evitadas.

    Para chegar a essa informação, uma equipe formada por assistentes sociais e psicólogos dos órgãos que integram o Comitê ouvem família e amigos das vítimas. Essa pesquisa teve início em outubro de 2023 e em maio de 2024 será entregue em forma de relatório. Junto do relatório será entregue sugestão de diretrizes que os órgãos de Segurança Pública e outros devem adotar para evitar as mortes.

    “O Poder Público tem a sua parcela de culpa, devendo implementar ações efetivas e políticas públicas afirmativas para diminuir os crimes e diminuir a dor das vítimas indiretas. O olhar para as órfãs e órfãos desses crimes deve ser diferenciado, a fim de proporcionar o mínimo de dignidade, valorizando a democracia no país”, defende Rosana. 

    No final de novembro os órfãos do feminicídio foram tema de debate de uma audiência pública na Câmara Municipal de Cuiabá, que contou com a participação das defensoras Rosana e Tânia Matos. O evento foi coordenado pela vereadora Maysa Leão e a conclusão da audiência foram propostas de ações a serem executadas e fortalecidas, entre elas, a de estabelecer o circuito de paz no currículo escolar, a destinação de emendas para a Secretária da Mulher e a proposição de projetos de lei que criem alternativas de geração de renda para mulheres. 

  • Através da Defensoria Pública, mãe consegue autorização judicial para filha participar de festival de dança internacional

    Através da Defensoria Pública, mãe consegue autorização judicial para filha participar de festival de dança internacional

    O Núcleo da Infância e Juventude da Defensoria Pública em Cuiabá foi o acionado para uma emocionante demanda que envolveu a busca por autorização da justiça, visando a confecção do passaporte e autorização de viagem de uma jovem. A genitora da adolescente, Khettlyn Luana da Silva Moraes, residente na capital mato-grossense, procurou a Defensoria Pública em busca de suporte legal para permitir que sua filha participasse de um festival de dança internacional em Doha -Qatar e na China.

    Khettlyn, é uma dançarina do grupo regional de dança “Flor Ribeirinha”. Seu talento e dedicação a levaram a receber um convite especial para se apresentar em um festival de dança na cidade de Doha, no Catar, e posteriormente na China. No entanto, havia um desafio considerável a ser superado – a ausência do consentimento paterno para a viagem, já que o genitor da adolescente estava em local incerto e não sabido.

    A mãe da jovem, Lucimara Domingas da Silva, buscou o auxílio da Defensoria Pública para obter a autorização necessária da justiça.

    A equipe do Núcleo da Infância e Juventude iniciou imediatamente o processo, conseguindo identificar onde se encontrava o genitor, que foi intimado e concedeu o consentimento para que a adolescente pudesse viajar.

    De acordo com a Defensora Pública que atuou neste caso, Claudinéia Queiroz, “havia a necessidade de suprir judicialmente o consentimento paterno, ainda mais se tratando de viagem internacional, era importante localizar o genitor”.

    Lucimara ainda destaca que o “sentimento de muita alegria e muita emoção, por ver minha filha conhecer o mundo e poder representar nosso Brasil, nossa Cuiabá, nossa cultura popular brasileira, na Coréia, através da dança”. Gestor cultural e diretor artístico do grupo de Siriri Flor Ribeirinha, Avinner Brandão, ressaltou a importância da ação rápida da Defensoria Pública para o êxito da viagem da jovem:

    “A Defensoria abraçou toda essa dificuldade para que nós pudéssemos saná-la e assim conseguir, né, por meios legais, a autorização da viagem, celeridade e permissão de passaporte da Kathleen, então deu tudo certo, graças a esse olhar sensível da Defensoria, nós conseguimos desenrolar toda essa situação e ela está aqui brilhando nos palcos, mostrando a nossa cultura popular para o mundo e agora consagrando o grupo Flor Ribeirinha a Tetra Campeão Mundial de Danças Folclóricas”.

    O grupo folclórico venceu no último dia 9, a competição ‘Cheonan World Dance Festival’, na Coreia do Sul, se tornando tetracampeão mundial de folclore.

  • Lucas do Rio Verde: Após recurso da Defensoria, Justiça aceita ação de usucapião de imóvel adquirido por idosos em 2008

    Lucas do Rio Verde: Após recurso da Defensoria, Justiça aceita ação de usucapião de imóvel adquirido por idosos em 2008

    Após recurso ajuizado pela Defensoria Pública junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso, E.S. do E.S. e C.C. do E.S., ambos com mais de 60 anos de idade, conseguiram dar prosseguimento à ação de usucapião, visando a posse definitiva de um imóvel que ocupam desde 2008 em Lucas do Rio Verde.

    A Justiça reconheceu, após recurso da Defensoria, que a aquisição derivada da propriedade, por meio da celebração do contrato de compra e venda, não pode servir de obstáculo para a ação de usucapião.

    Os idosos firmaram um contrato de compra e venda com J.C.D. de L., em abril de 2008, com entrada de R$ 10.250 e o pagamento de 28 parcelas de R$ 260. Porém, o vendedor não informou os compradores de que havia multas e dívidas do imóvel com a antiga proprietária e que estava estabelecido no contrato que a escritura somente seria passada quando o valor estivesse quitado.

    Anos depois, os moradores descobriram que o título da propriedade estava em nome do Município de Lucas do Rio Verde. Ao procurar a Prefeitura, foram informados de que a dívida era de aproximadamente R$ 12 mil, valor que não tinham condição de quitar.

    Algum tempo depois, ainda foram constrangidos pelo vendedor, que cobrou deles o pagamento das dívidas, alegando que a antiga proprietária iria tomar o imóvel deles caso não quitassem o valor.

    Diante disso, foram até o Fórum Municipal para tentar resolver a questão de maneira amigável, sem êxito. Então, procuraram a Defensoria Pública de Lucas do Rio Verde, em setembro de 2021.

    Tão logo tomou conhecimento do caso, o defensor Diogo Madrid Horita ingressou com a ação de usucapião junto à 3ª Vara da Comarca.

    Segundo o defensor, os moradores demonstraram que possuem de maneira mansa, pacífica, contínua e incontestada o imóvel, adquirido mediante contrato de compra e venda realizado entre particulares. Todavia, mesmo após sucessivas transferências entre particulares, o imóvel ainda estava registrado no cartório em nome do Município de Lucas do Rio Verde.

    “Eu fiz duas casas no terreno. Uma no fundo, uma casa pequena. A da frente eu terminei. Preciso do documento para valorizar mais o imóvel, porque sem a escritura não tem como valorizar um terreno”, afirmou C.C. do E.S.

    Aos 69 anos, o morador depende do Benefício de Prestação Continuada (BPC), no valor de um salário mínimo (R$ 1.320 em 2023), pago pelo Governo Federal, para o seu sustento, pois teve que parar de trabalhar como pedreiro e carpinteiro em 2016, devido a um problema de cartilagem.

    Segundo o idoso, ele teve que fazer um empréstimo bancário ano passado para construir sua casa e ainda paga prestações de cerca de R$ 300 todo mês, além do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) no valor anual aproximado de R$ 700.

    Recurso na Justiça

    Em primeira instância, em setembro de 2019, a Justiça negou o pedido da Defensoria Pública, acolhendo a preliminar da falta de interesse processual alegada pelo Município de Lucas do Rio Verde, julgando extinto o processo, sem resolução do mérito, pela suposta inadequação da via eleita.

    Nesse contexto, a Defensoria Pública apresentou recurso de apelação, sustentando que “em momento algum a Constituição Federal condiciona o manuseio ao pleito da usucapião ao requisito negativo de impossibilidade de aquisição pela via derivada. Além do mais, a ação de usucapião constitui-se como modo de aquisição da propriedade pela posse mansa, pacífica e ininterrupta, com animus domini e, no caso de haver justo título (contrato de compra e venda), cabe ao possuidor do imóvel a escolha da via processual que entende útil e necessária à sua pretensão”.

    Acolhendo os argumentos apresentados pela Defensoria Pública, o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso deu provimento ao recurso, anulando a decisão anterior, por unanimidade, determinando o prosseguimento do processo.

    “Diante do que estabelece a legislação, torna-se intuitivo concluir que a usucapião não se configura tão somente em um meio de obtenção da propriedade, mas também consiste em dar efetividade à função social, conferindo a relevância necessária à aquisição de direitos fundamentais – direito à propriedade, à moradia e ao mínimo existencial. Compete ao Poder Judiciário proteger a situação de fato estabelecida por aqueles que, por muito tempo – na hipótese, há 14 anos – exercem a posse sobre o bem com o fim de moradia”, diz trecho do voto do desembargador Sebastião Barbosa Farias, relator do caso.

    O defensor Diogo Madrid Horita destacou que a ação de usucapião, nessas situações, garante o direito fundamental à propriedade, dignidade, igualdade, segurança, função social da propriedade, herança, direito adquirido, além de convergir a atuação estatal aos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, conforme o artigo 3º da Constituição, de “construir uma sociedade livre, justa e solidária e de erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, promovendo o bem de todos”.

  • Mutirão de reconhecimento de paternidade da Defensoria Pública será neste sábado (19)

    Mutirão de reconhecimento de paternidade da Defensoria Pública será neste sábado (19)

    defensoria publica LRV

    A Defensoria Pública de Mato Grosso realiza neste sábado, o mutirão ‘Meu pai tem nome’ que busca fazer o reconhecimento de paternidade. O Núcleo de Lucas do Rio Verde é um dos 11 que está participando da mobilização que iniciou o mês com cadastramento e coleta de materiais genéticos para a realização de testes de DNA.

    Segundo a Defensoria Pública, foram realizados 159 exames de DNA gratuitos (de um total de 191 inscritos). As solicitações foram feitas por mães, pais e responsáveis legais que visam o reconhecimento da paternidade dos filhos. Os resultados dos exames de DNA vão ser entregues neste sábado (19), das 8h às 12h, no Dia D do mutirão.

    Podem participar do mutirão não apenas aqueles que vão buscar os resultados dos testes, mas todos que desejam o reconhecimento da paternidade – civil, biológica ou afetiva.

    “Estamos bastante satisfeitos com o andamento do projeto até o momento. Nossa expectativa agora é reunir todos os casos no sábado e fazermos acordos extrajudiciais, buscando a conciliação, que é a melhor ferramenta para uma justiça célere e eficaz”, afirmou a defensora pública-geral, Luziane Castro. “Nosso objetivo maior é fazer com que mais pessoas tenham o direito do reconhecimento da paternidade, e mais ainda, contribuir para uma paternidade responsável”, explicou Luziane.

    Reconhecimento de paternidade

    Os interessados devem ir ao mutirão portando os seguintes documentos originais ou cópias autenticadas: Registro Geral (RG), Carteira de Trabalho ou Carteira Profissional (para maiores e responsáveis), Certidão de Nascimento, Declaração de Nascido Vivo (DNV) ou RG de menores, comprovante de renda (holerites dos últimos três meses das pessoas que contribuem com a renda familiar; caso não tenha, apresentar extrato bancário ou carteira de trabalho), comprovante de residência e demais documentos pertinentes ao caso.

    “Tivemos 14 agendamentos e 13 coletas de exames de DNA gratuitos aqui em Rondonópolis. Estamos aguardando os resultados para o Dia D, com quantitativo suficiente de servidores e defensores para atendimento no Núcleo. Não só para atender esses agendamentos, mas todos aqueles que queiram efetivamente ter o reconhecimento de paternidade averbado e sair dali com a certidão de nascimento atualizada”, pontuou o defensor Jardel Mendonça Santana, que coordena o mutirão na comarca.

    A Defensoria vai prestar os serviços de mediação e conciliação para o reconhecimento da paternidade, caso seja necessário, após a entrega do resultado do exame gratuito.

    Nos casos em que houver acordo, será lavrado um termo com o reconhecimento da paternidade, além de acordo para o pagamento de pensão alimentícia e visitas.

    Os cartórios de registro civil foram convidados a participar do evento, agilizando o processo de emissão da certidão de nascimento atualizada com o nome do pai.

    Sem nome do pai na certidão

    Em Mato Grosso, 21.298 crianças nascidas entre 1º de janeiro de 2016 e 13 de julho de 2023 não têm o nome do pai em suas certidões de nascimento, segundo dados da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional).

    No Brasil, cerca de 1,1 milhão de crianças nascidas no mesmo período não têm o nome do pai em suas certidões de nascimento, segundo dados dos cartórios de registro civil.

    Visando combater essa triste realidade, as Defensorias Públicas Estaduais e Distrital criaram o projeto “Meu Pai Tem Nome”. O projeto busca proporcionar a inclusão e a dignidade por meio da garantia do direito fundamental ao reconhecimento da paternidade.

  • Prazo para cadastramento em mutirão de reconhecimento de paternidade termina sexta-feira

    Prazo para cadastramento em mutirão de reconhecimento de paternidade termina sexta-feira

    Termina nesta sexta-feira (04) o período para cadastro de interessados em participar do mutirão de reconhecimento de paternidade em Mato Grosso. A iniciativa é da Defensoria Pública e atende 11 comarcas, entre elas Lucas do Rio Verde, e garante a realização de exame gratuito de DNA.

    As mães interessadas em participar do mutirão devem procurar o núcleo da Defensoria Pública de Lucas do Rio Verde, Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Primavera do Leste, Cáceres, Barra do Garças, Tangará da Serra, Sorriso, Sinop e Alta Floresta. O horário de atendimento acontece do meio-dia às 18h, e os exames são em número limitado.

    As mães interessadas devem apresentar os seguintes documentos originais ou cópias autenticadas: Registro Geral (RG), Carteira de Trabalho ou Carteira Profissional (para maiores e responsáveis), Certidão de Nascimento, Declaração de Nascido Vivo (DNV) ou RG de menores.

    Sempre que a criança registrada for recém-nascida é obrigatória a apresentação da Declaração de Nascido Vivo (DNV) e a mãe também deve informar se a criança recebeu transfusão de sangue ou de medula, por algum dos envolvidos na investigação, e há quanto tempo o procedimento ocorreu.

    De acordo com o cronograma, após o período de cadastro, acontece a coleta de material, nos dias 7 e 8 de agosto. O mutirão será encerrado com a entrega do resultado dos exames de DNA no dia 19 de agosto.

    Números

    Em Mato Grosso, 21.298 crianças nascidas entre 1º de janeiro de 2016 e 13 de julho de 2023 não têm o nome do pai em suas certidões de nascimento, segundo dados da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional). E no Brasil, cerca de 1,1 milhão de crianças nascidas no mesmo período não têm o nome do pai em suas certidões de nascimento, segundo dados dos cartórios de registro civil.

    Visando combater essa triste realidade, as Defensorias Públicas Estaduais e Distrital criaram o projeto “Meu Pai Tem Nome”, cujo “Dia D” será em 19 de agosto. O projeto busca proporcionar a inclusão e a dignidade por meio da garantia do direito fundamental ao reconhecimento da paternidade.

    A iniciativa do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege) foi promovida pela primeira vez, em todo o Brasil, em março de 2022.

    Foco

    Quem é foco da Campanha – Mães, pais e responsáveis legais pela criança, adolescentes e maiores que pretendem ter o resultado de DNA para confirmação da paternidade. Aquelas mães que não mantêm relacionamento harmônico com o suposto pai da criança, poderão solicitar que a Defensoria Pública o notifique a comparecer no Núcleo, nos dias 7 e 8 de agosto, para a coleta de material, ao fazer o cadastro de interesse no exame, de primeiro a 4 de agosto. Mas, no dia D da campanha, 19 de agosto, poderão comparecer nos Núcleos não apenas aqueles que buscarão os resultados dos exames de DNA, mas todos que querem reconhecer a paternidade, seja ela civil, biológica ou afetiva.

    Dia D

    No dia 19 de agosto, a Defensoria Pública também prestará os serviços de mediação e conciliação para o reconhecimento da paternidade, caso seja necessário, após a entrega do resultado do exame gratuito. Nos casos em que houver acordo, será lavrado um termo com o reconhecimento da paternidade, além de acordo para o pagamento de pensão alimentícia e visitas. Os cartórios de registro civil foram convidados a participar do evento, fornecendo a certidão de nascimento com o nome do pai, no mesmo dia.

    De primeiro de janeiro até 24 de julho de 2023, dos 33.583 registros de nascimentos feitos em Mato Grosso, 2.422 tinham apenas o nome da mãe na certidão de nascimento. Ou seja, um percentual de 7,2% das crianças nascidas nesse período não têm o nome do pai em seus registros.