Tag: DEBATE

  • Audiência no Senado reacende debate sobre a Moratória da Soja e suspensão de lei estadual em MT

    Audiência no Senado reacende debate sobre a Moratória da Soja e suspensão de lei estadual em MT

    A Moratória da Soja e a recente suspensão da Lei nº 12.709/2024, do Estado de Mato Grosso, estiveram no centro das discussões durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (23), no Senado Federal. Presidida pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), a sessão reuniu lideranças do setor agropecuário, parlamentares e representantes institucionais que denunciaram o impacto de medidas que, segundo eles, comprometem a segurança jurídica no campo, penalizam produtores e afrontam a soberania nacional.

    Em um dos discursos mais enfáticos, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Vilmondes Tomain, defendeu os produtores mato-grossenses e o cumprimento do Código Florestal Brasileiro. Ele destacou que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e que, mesmo assim, o setor produtivo tem sido alvo de políticas que restringem sua atuação, como é o caso da Moratória da Soja.

    “O produtor rural é o maior preservador do meio ambiente. Quase 40% da proteção ambiental de Mato Grosso está dentro de propriedades rurais. E ainda querem impor mais restrições a quem cumpre a lei? Isso é uma afronta ao Estado de Direito”, criticou Tomain, ao afirmar que a moratória fere o direito de comercialização de produtores legalmente amparados.

    A Moratória da Soja é um acordo voluntário firmado entre a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que veta a compra de soja oriunda de áreas desmatadas no bioma Amazônia após julho de 2008 — ainda que o desmatamento tenha ocorrido dentro dos limites legais. Para os representantes do setor agropecuário, essa prática tem causado prejuízos a produtores que operam em conformidade com a legislação ambiental.

    Outro ponto de destaque na audiência foi a suspensão da Lei nº 12.709/2024 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A norma estabelece critérios para a concessão de incentivos fiscais e cessão de terrenos públicos a empresas do setor agroindustrial em Mato Grosso. A suspensão da lei acendeu o alerta sobre a autonomia dos estados para implementar políticas de desenvolvimento regional.

    “O setor produtivo não pode ser penalizado por decisões unilaterais de grandes empresas. Os acordos firmados por essas companhias não podem ditar os rumos da economia de Mato Grosso”, argumentou o deputado estadual Gilberto Cattani, ao defender a legalidade da lei e sua importância para a geração de empregos e renda nos municípios mato-grossenses.

    O deputado Maxi Russi também se posicionou em defesa da norma estadual, ao afirmar que incentivos fiscais devem ser concedidos apenas a empresas que atuem dentro da legalidade. “Nosso estado não pode fornecer benefícios a quem não respeita a legislação ambiental ou trabalhista. Precisamos garantir segurança jurídica para quem quer produzir com responsabilidade”, reforçou.

    A audiência pública contou ainda com a presença do superintendente da Famato, Cleiton Gauer, do diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, Fabrício Rosa, além de deputados estaduais, federais, senadores e lideranças de outros estados brasileiros. Todos foram unânimes em ressaltar a importância de se proteger o direito de produzir, respeitando o meio ambiente e valorizando quem age dentro da lei.

    “O campo exige respeito. Respeito ao Código Florestal, à legalidade, à propriedade e ao produtor que alimenta o Brasil e o mundo com responsabilidade ambiental”, concluiu Fabrício Rosa.

  • Prazo para consulta pública sobre importação de tilápia é prorrogado por 60 dias

    Prazo para consulta pública sobre importação de tilápia é prorrogado por 60 dias

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, na última sexta-feira (7), a prorrogação do prazo para envio de sugestões à consulta pública sobre a importação de tilápias. Inicialmente prevista para encerrar nesta segunda-feira, 10 de fevereiro, a consulta agora se estenderá até 10 de abril. A decisão atende a um pedido do Sistema FAEP e de outras entidades do setor, que consideraram o tempo inicial insuficiente para um debate mais amplo sobre o impacto da importação na piscicultura brasileira.

    O Paraná, maior produtor de tilápia do país, responde atualmente por 36% da produção nacional, com 213,3 mil toneladas registradas em 2023. A relevância da atividade na economia estadual é evidente, gerando empregos, renda e exportações. No último ano, o estado foi responsável por US$ 35 milhões em exportações de tilápia, o que representa 64% do total nacional. Com uma logística eficiente, o Brasil já ocupa a posição de quarto maior fornecedor da espécie para os Estados Unidos, com um crescimento expressivo nas exportações de filés frescos.

    Diante da ameaça que a importação pode representar para os produtores nacionais, o Sistema FAEP também tem buscado apoio político para barrar essa possibilidade. No dia 3 de fevereiro, a entidade e outras instituições privadas e públicas entregaram um documento ao governador Carlos Massa Junior, solicitando intervenção para impedir a entrada de tilápias importadas. O argumento central é que a cadeia produtiva nacional necessita de proteção sanitária e comercial para continuar crescendo e expandindo suas exportações.

    Importação de tilápia

    A preocupação com a importação de tilápia não é recente. Em dezembro de 2023, o Brasil importou 25 mil quilos da espécie vindos do Vietnã, o que gerou forte reação do setor. Na época, a FAEP enviou um documento ao Ministério da Pesca e Aquicultura expressando repúdio à aquisição, argumentando que a entrada de tilápia estrangeira pode prejudicar a piscicultura brasileira, especialmente no Paraná. Com a prorrogação da consulta pública, o setor espera que os impactos econômicos e sanitários sejam amplamente debatidos antes que qualquer decisão definitiva seja tomada.

  • Abiove promove reunião para discutir ajustes na Moratória da Soja na próxima semana

    Abiove promove reunião para discutir ajustes na Moratória da Soja na próxima semana

    A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) realizará na próxima semana uma reunião para debater mudanças na Moratória da Soja, um acordo firmado em 2006 que proíbe a comercialização de soja oriunda de áreas desmatadas na Amazônia após 22 de julho de 2008. O tema tem gerado polêmica entre produtores e ambientalistas devido ao impacto nas práticas agrícolas e nas exigências de conformidade.

    Entre os tópicos centrais da discussão está a proposta de mudar o sistema de monitoramento do pacto. Atualmente, o controle é realizado em nível de fazendas inteiras, o que, segundo os produtores, pode penalizar áreas que seguem as regras. A nova proposta sugere uma análise individual por campo, permitindo maior flexibilidade e incentivando a conformidade sem prejudicar a produtividade.

    A Abiove busca um equilíbrio entre a preservação ambiental e as demandas econômicas do setor. A entidade defende ajustes que fortaleçam a fiscalização, garantam rastreabilidade e promovam um modelo mais justo para os produtores.

    Impactos no setor

    A Moratória da Soja tem sido alvo de críticas por parte de produtores, especialmente em estados como Mato Grosso, onde as leis ambientais já exigem a preservação de 80% das propriedades localizadas no bioma amazônico. Recentemente, o estado aprovou uma lei que retira incentivos fiscais de empresas que aderem à moratória ou firmam acordos considerados incompatíveis com a legislação nacional.

    Essa medida reflete um descontentamento crescente com o que é visto como interferências externas, enquanto o Código Florestal brasileiro estabelece normas rigorosas para o uso sustentável das terras.

    Pressões internacionais

    As discussões ocorrem em um cenário de mudanças no mercado global. O Parlamento Europeu adiou para dezembro de 2025 a aplicação da Lei Antidesmatamento, que exige a comprovação de que produtos como soja e carne não provêm de áreas desmatadas. Apesar da extensão do prazo, a legislação impõe novos desafios para exportadores brasileiros.

    A pressão por preservação ambiental e o cumprimento de padrões internacionais tem intensificado o debate sobre a Moratória da Soja. Muitos defendem que o pacto deve ser revisado para alinhar-se melhor às leis brasileiras, valorizando quem produz de forma sustentável.

    Perspectivas para o futuro

    Com o agronegócio brasileiro sob escrutínio crescente, a reunião da Abiove promete abordar questões cruciais para o futuro da soja no Brasil. As discussões deverão focar na busca de soluções que conciliem desenvolvimento sustentável com a competitividade no mercado global.

    A expectativa é que os ajustes propostos na moratória reforcem tanto a imagem do Brasil como um fornecedor responsável quanto a viabilidade econômica dos produtores, evitando conflitos entre exigências ambientais e soberania nacional.

  • Projeto de lei propõe leitura da Bíblia em escolas de Cuiabá gera debate

    Projeto de lei propõe leitura da Bíblia em escolas de Cuiabá gera debate

    O vereador Rodrigo Arruda e Sá (PSDB) apresentou, na última quarta-feira (10), um projeto de lei que visa incluir a leitura da Bíblia como recurso paradidático nas escolas públicas e privadas de Cuiabá. A proposta, que ainda está em análise na comissão competente, prevê a utilização de trechos bíblicos para fins de disseminação cultural, histórica, geográfica e arqueológica.

    A iniciativa gerou diversas reações, com defensores e críticos da proposta. Argumentos a favor destacam o valor histórico, cultural e literário da Bíblia, além da possibilidade de contribuir para a formação moral e ética dos alunos. Já as críticas se concentram na separação entre Estado e Igreja, na liberdade religiosa e na possibilidade de exclusão de alunos que não professam a fé cristã.

    A proposta de leitura da Bíblia nas escolas de Cuiabá abre espaço para um debate importante sobre o papel da religião na educação pública. É fundamental que a discussão seja realizada de forma respeitosa e democrática, considerando os diferentes pontos de vista e buscando soluções que atendam aos princípios da laicidade do Estado e da liberdade de crença.

    Pontos-chave do projeto:

    • Leitura de trechos bíblicos como recurso paradidático: O projeto propõe a utilização da Bíblia como ferramenta para o ensino de diversas disciplinas, como história, geografia, cultura e arqueologia.
    • Opção dos estudantes: A proposta garante aos alunos a liberdade de participar ou não das atividades que envolvam a leitura da Bíblia.
    • Análise em andamento: O projeto de lei ainda está em fase de análise pela comissão competente da Câmara de Vereadores e, após essa etapa, será submetido à votação.
  • Impactos da Moratória da Soja são debatidos em evento da Aprosoja-MT e TCE

    Impactos da Moratória da Soja são debatidos em evento da Aprosoja-MT e TCE

    A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) promovem, na próxima terça-feira (28), um seminário para discutir os impactos da Moratória da Soja na economia dos municípios mato-grossenses. O evento será realizado no Hotel Gran Odara, em Cuiabá, às 14 horas.

    O encontro deve reunir vereadores e prefeitos de todas as regiões de Mato Grosso, além de representantes dos do Poder Judiciário, Assembleia Legislativa e Governo do Estado, bem como do setor produtivo. O seminário atende um pedido de cerca de 130 câmaras de vereadores de MT, que pedem apoio ao TCE em medidas contra acordo comercial.

    A Moratória da Soja é um acordo comercial que restringe a comercialização da oleaginosa produzida em áreas convertidas legalmente após 2008 no bioma amazônico, mesmo o produtor respeitando o limite de converter apenas 20% nesse bioma. As empresas signatárias do acordo são responsáveis por comercializar cerca de 95% de toda a soja produzida em MT.

    Para o vice-presidente da Aprosoja-MT, Luiz Bier, a moratória é um acordo perverso, que atinge diretamente os municípios menos desenvolvidos, criando um “abismo social”. Isso porque as regiões que converteram suas áreas a mais tempo conseguiram se desenvolver, enquanto outros são desencorajadas a cultivarem a soja, que é a principal cultura agrícola do país.

    “A solução para essa questão é cumprir o código florestal, que é a legislação mais restritiva e moderna do mundo. A gente não quer, de maneira alguma, promover ilegalidades, o que queremos é que seja respeitado o direito do produtor de abrir 20%, que seja respeitado o direito das pequenas cidades de MT prosperarem”, destaca Luiz Bier.

    Já o conselheiro-presidente do TCE, Sérgio Ricardo, pontua que cerca de 130 câmaras de vereadores de MT pediram que o TCE encabece essa discussão sobre os impactos negativos do acordo na vida desses municípios.

     “É preciso debater com profundidade a moratória, seus efeitos e a complexidade dos seus impactos para que se possa mitigá-los. É fato que há observância ao direito de compra e ao livre mercado, mas as consequências de protocolos e obrigações específicas em compras pode afetar sobremaneira o desenvolvimento regional e a economia”, pontua Sérgio Ricardo.

  • Santarém sediará debate sobre viabilidade socioambiental da Ferrogrão

    Santarém sediará debate sobre viabilidade socioambiental da Ferrogrão

    Nos dias 7 e 8 de maio, Santarém será palco de debates acerca da viabilidade socioambiental do projeto da Ferrogrão, uma ferrovia de 933 km que conectará Sinop, no norte do Mato Grosso, ao porto de Miritituba, em Itaituba, no Pará. Organizado pelo Ministério dos Transportes, o evento ocorrerá das 8h às 19h no Auditório Tapajós do campus da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), proporcionando um fórum crucial para discutir os desafios e as potenciais oportunidades desse empreendimento.

    O presidente da Amport, Flávio Acatauassú, um defensor paraense do projeto ferroviário, enfatizou a importância estratégica da Ferrogrão para os portos do Pará. Ele destacou que essa conexão permitirá o abastecimento dos portos da região com uma opção de transporte mais econômica e ambientalmente sustentável, reduzindo a dependência dos comboios que navegam pelos rios Tapajós e Amazonas.

    Além dos benefícios logísticos, a materialização da Ferrogrão tem o potencial de impulsionar a economia local, gerando empregos, renda e receitas fiscais. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Alex Dias Carvalho, ressaltou que a construção e operação da ferrovia proporcionarão uma série de oportunidades econômicas, contribuindo para o desenvolvimento regional e elevando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

    O senador Zequinha Marinho, defensor fervoroso do projeto, enfatizou os benefícios diretos que a Ferrogrão trará para os produtores rurais, reduzindo os custos de transporte da região. Além disso, ele destacou o impacto positivo que a ferrovia terá no contexto do Plano Nacional de Ferrovias, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa e fortalecendo a competitividade da produção brasileira.

    Por fim, Flávio Acatauassú sublinhou a importância estratégica da Ferrogrão como uma ferramenta fundamental para a descarbonização do transporte, especialmente à luz da COP 30, que será sediada no Pará. Ao apresentar a ferrovia como uma solução sustentável e infraestrutural, ele ressaltou seu papel crucial na promoção de um corredor logístico mais sustentável e eficiente para o país.

  • Anvisa adia para sexta debate sobre cigarro eletrônico

    Anvisa adia para sexta debate sobre cigarro eletrônico

    A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou para a próxima sexta-feira (19) o debate sobre a regulamentação de cigarros eletrônicos no Brasil. A reunião estava prevista para esta quarta-feira (17), mas foi adiada por conta de problemas técnicos e operacionais identificados no canal oficial de transmissão da agência no YouTube e que, até as 18h do dia anterior, não haviam sido sanados.

    Com o adiamento, o prazo para envio de vídeos com as manifestações orais por parte de pessoas interessadas foi estendido até as 18h desta quinta-feira (18). Todos os vídeos encaminhados nos termos da pauta publicada, segundo a Anvisa, serão transmitidos durante a reunião. “A Anvisa lamenta eventuais transtornos causados e reforça absoluto compromisso com a transparência e a segurança da informação”.

    Desde 2009, uma resolução da agência proíbe a fabricação, a comercialização, a importação e a propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, popularmente conhecidos como vape. No ano passado, a diretoria colegiada aprovou, por unanimidade, relatório técnico que indicava a necessidade de se manter a proibição dos dispositivos e a adoção de medidas adicionais para coibir o comércio irregular, como ações de fiscalização e campanhas educativas.

    Entenda

    Os dispositivos eletrônicos para fumar são também conhecidos como cigarros eletrônicos, vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Embora a comercialização no Brasil seja proibida, eles podem ser encontrados em diversos estabelecimentos comerciais e o consumo, sobretudo entre os jovens, tem aumentado.

    Desde 2003, quando foram criados, os equipamentos passaram por diversas mudanças: produtos descartáveis ou de uso único; produtos recarregáveis com refis líquidos (que contém, em sua maioria, propileno glicol, glicerina, nicotina e flavorizantes), em sistema aberto ou fechado; produtos de tabaco aquecido, que possuem dispositivo eletrônico onde se acopla um refil com tabaco; sistema pods, que contém sais de nicotina e outras substâncias diluídas em líquido e se assemelham a pen drives, dentre outros.

    Consulta pública

    Em dezembro, a Anvisa abriu consulta pública para que interessados pudessem participar do debate sobre a situação de dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil, “com argumentos científicos e relatos relevantes relacionados ao tema”. A proposta de resolução colocada em discussão pela agência foi a de manutenção da proibição já existente. A consulta pública foi encerrada em fevereiro. Pouco antes do prazo ser encerrado, a Anvisa havia recebido 7.677 contribuições sobre o tema.

    Perigo à saúde

    Com aroma e sabor agradáveis, os cigarros eletrônicos chegaram ao mercado com a promessa de serem menos agressivos que o cigarro comum. Entretanto, a Associação Médica Brasileira (AMB) alerta que a maioria absoluta dos vapes contém nicotina – droga psicoativa responsável pela dependência e que, ao ser inalada, chega ao cérebro entre sete e 19 segundos, liberando substâncias químicas que trazem sensação imediata de prazer.

    De acordo com a entidade, nos cigarros eletrônicos, a nicotina se apresenta sob a forma líquida, com forte poder aditivo, ao lado de solventes (propilenoglicol ou glicerol), água, flavorizantes (cerca de 16 mil tipos), aromatizantes e substâncias destinadas a produzir um vapor mais suave, para facilitar a tragada e a absorção pelo trato respiratório. “Foram identificadas, centenas de substâncias nos aerossóis, sendo muitas delas tóxicas e cancerígenas.”

    Ainda segundo a AMB, o uso de cigarro eletrônico foi associado como fator independente para asma, além de aumentar a rigidez arterial em voluntários saudáveis, sendo um risco para infarto agudo do miocárdio, da mesma forma que os cigarros tradicionais. Em estudos de laboratório, o cigarro eletrônico se mostrou carcinógeno para pulmão e bexiga.

    Surto de doença pulmonar

    Entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, foi registrado um surto de doença pulmonar em usuários de cigarros eletrônicos. Apenas nos Estados Unidos, foram notificados quase 3 mil casos e 68 mortes confirmadas.

    Congresso Nacional

    Além do debate no âmbito da Anvisa, tramita no Senado Federal o Projeto de Lei (PL) 5008/2023, de autoria da senadora Soraya Thronicke, que permite a produção, importação, exportação e o consumo dos cigarros eletrônicos no Brasil.

    Jovens

    De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, 22,6% dos estudantes de 13 a 17 anos no país disseram já ter experimentado cigarro pelo menos uma vez na vida, enquanto 26,9% já experimentaram narguilé e 16,8%, o cigarro eletrônico.

    O estudo ouviu adolescentes de 13 a 17 anos que frequentavam do 7º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio das redes pública e privada.

    Controle do tabaco

    O Brasil é reconhecido internacionalmente por sua política de controle do tabaco. Em julho de 2019, tornou-se o segundo país a implementar integralmente todas as medidas previstas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no intuito de reduzir o consumo do tabaco e proteger as pessoas das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).

    Edição: Valéria Aguiar

    — news —

  • Emaranhado gigante: mistério envolve embolado de cobras sucuris em alagado

    Emaranhado gigante: mistério envolve embolado de cobras sucuris em alagado

    Um vídeo intrigante que circula nas redes sociais mostra um emaranhado de cobras sucuris em um alagado. Veja mais em Mundo Animal.

    A quantidade de cobras entrelaçadas torna difícil discernir o que está acontecendo, alimentando a especulação sobre a natureza do evento.

    Sucuri gigante assusta e fascina pescadores em encontro surpreendente

    Dança das cobras: emaranhado de sucuris em alagado intriga internautas

    Ver essa foto no Instagram

    Uma publicação compartilhada por Rafa matutão (@rafamatutao)

    Mistério nas águas: vídeo mostra encontro inusitado de cobras sucuris em alagado

    As sucuris são cobras solitárias por natureza, raramente se aglomerando em grandes grupos. O vídeo, portanto, levanta questionamentos sobre o que motivou o comportamento incomum das cobras no alagado.

    A sucuri é a maior cobra do Brasil. Ela não possui veneno.
    Sucuri

    Hipóteses em aberto

    Especulações sobre o motivo do emaranhado variam desde acasalamento até disputa por território ou alimento. A falta de informações contextuais no vídeo impede uma conclusão definitiva sobre o que se desenrola nas imagens.

    Sucuri captura presa em brejo e surpreende grupo durante a noite: Um espetáculo da natureza

    Impacto e reflexão

    O vídeo viralizou, despertando a curiosidade do público e gerando debates sobre o comportamento das sucuris e a importância da preservação ambiental. A cena insólita serve como um lembrete da fascinante e complexa vida selvagem que coexiste conosco.

  • Cadela amamenta filhotes de tigre: amor materno transcende espécies

    Cadela amamenta filhotes de tigre: amor materno transcende espécies

    Um vídeo comovente que circula nas redes sociais mostra uma cadela amamentando filhotes de tigre. Muito mais sobre animais, você encontra em Mundo Animal.

    A cena, considerada fofa e inusitada por muitos internautas, gerou reações diversas, dividindo opiniões sobre a situação.

    Incrível! Fanny, a cadelinha que não perde uma pescaria

    dddd

    Ver essa foto no Instagram

    Uma publicação compartilhada por (@omundodogato)

    d

    Instinto maternal e perigoso

    A cadela, com sua natureza dócil e protetora, acolhe os filhotes de tigre como se fossem seus próprios, demonstrando que o amor de mãe transcende barreiras entre as espécies.

    Os filhotes, por sua vez, se alimentam tranquilamente e se aconchegam junto à cadela, encontrando nela o cuidado e o calor que necessitam.

    Apesar da ternura da cena, é importante ressaltar que a criação de tigres em ambiente doméstico exige cuidados especiais e expertise.

    Galinha tenta roubar comida de cadela, que age de forma educada

    A cadela, mesmo com seus instintos maternais, não poderá suprir todas as necessidades dos filhotes à medida que crescem e desenvolvem suas características selvagens.

    O vídeo gerou um debate acalorado sobre a ética da criação de animais selvagens em cativeiro e os riscos envolvidos. Especialistas alertam para os desafios de garantir o bem-estar dos animais e a segurança das pessoas ao longo da vida dos tigres.

    Cãozinho ajuda bombeiros a cortar árvore e cena fofa viraliza nas redes sociais
    Foto: canva.com/photos

    Reflexão e aprendizado

    A cena da cadela amamentando os filhotes de tigre nos convida a refletir sobre a força do amor maternal e a capacidade de adaptação dos animais. É fundamental que a criação de animais selvagens seja feita de forma responsável e com o acompanhamento de profissionais qualificados, priorizando o bem-estar animal e a segurança de todos.

    Reflexo surpresa: a história do cachorro que conquistou a Internet

    A cena da cadela amamentando os filhotes de tigre é um exemplo de como o amor maternal pode transcender barreiras entre as espécies.

    No entanto, é importante lembrar que a criação de animais selvagens em cativeiro exige cuidados especiais e expertise, priorizando o bem-estar animal e a segurança de todos.

  • Legalização do aborto volta ao debate público com julgamento no STF

    Legalização do aborto volta ao debate público com julgamento no STF

    A descriminalização do abortoaté a 12ª semana de gravidez,que começou a ser julgada virtualmentepelo Supremo Tribunal Federal (STF) na madrugada do dia 22 de setembro, é tema polêmicotanto entre grupos mais conservadoresque se opõem à legalização, como os evangélicos, quanto entre movimentos de esquerda e mais progressistas.

    A presidente do STF, ministra Rosa Weber, é relatora do processo e registrou,na sexta-feira (22),o voto a favor de que a prática não seja considerada crime. Oministro Luís Roberto Barroso pediu que o julgamento fosse suspenso e levado ao plenário físico.A nova data ainda não foi marcada.

    Legalização do aborto

    Nesta quinta-feira (28) é celebrado oDia de Luta pela Descriminalização e Legalização do Aborto na América Latina e Caribe. A Frente de São Paulo contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto convoca partidos, movimentos e coletivos para ato unificado a favor da pauta. A concentração começaàs 17hno vão do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp).

    Na América Latina, diversos países já legalizaram o procedimento. Em 2012, enquanto o Brasil ainda decidia se o aborto de anencéfalos era crime ou não – o STF decidiu que não -, o Uruguai já legalizava a prática, independentemente da situação da gestantee da concepção. Em 2020, 2021 e 2022, a Argentina, o México e a Colômbia, respectivamente,se juntaram ao Uruguai.

    A descriminalização é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que defende que seja um direito de todas, sem limite de idade gestacional, e que se optepreferencialmentepelo aborto medicamentoso, com misoprostol e mifepristona, proibidono Brasil.

    Na região metropolitana de São Paulo, a pauta ganhou destaque neste mês. A Câmara Municipal de Santo André promulgou a Lei nº 10.702, proibindo que qualquer órgão da administração local, direta ou indireta ou autarquia “incentiveou promovaa prática do aborto”. OArtigo 128 do Decreto-lei nº 2.848diz que não se pune o médico que executa o procedimento para salvar a gestante e em caso de estupro da mulher. A Lei nº 10.702 foi uma proposta do vereador Márcio Colombo (PSDB). No Brasil, o aborto é considerado legal emcasos de gestação decorrente de estupro, risco de vida à gestante e anencefalia fetal.

    Julgamentomoral

    Para a médica ginecologista e obstetra Helena Paro, a postura deprofissionais mais conservadores quanto ao direito ao aborto em qualquer circunstância é um elemento que gera negligência em consultórios e hospitais, estendendo-se até mesmo àspacientes que estão respaldadas pela lei. A médicatrabalha há cerca de seis anos com aborto legal e afirma que a atividade devolveu a ela “o sentido da vida”, pois se sente bem ao ajudar jovens. Helena citou uma paciente atendidahá poucos diasque engravidou após ser vítima de estupro. Ela conta que, se a jovemmantivesse a gestação que não queria e nem programou para ter, reduziria a quase zero as chances de realizar o sonho de cursar arquitetura.

    “O sofrimento maior é o do estigma e ode morrer na clandestinidade”, resume a profissional, que é professora de Medicina e integrante do Nuavidas, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais.

    Helena afirmaque grupos contrários à descriminalização pressionam quem é a favor e, no seu caso, apresentam questionamentos a órgãos públicos.”A gente tem um Estado laico, mas também uma cruz nas paredes dos salões das sedes dos Poderes”, afirma, fazendo referência ao símbolo colocado nesses locais e à interferência do cristianismo na tomada de decisões e na proposição de leis.A ginecologista argumenta que “o aborto que mata é o clandestino”.

    De acordo com a Pesquisa Nacional de Aborto 2021, estima-se que 5 milhões de mulheres tenham feito abortoem todo o país. A proporção é de que uma em cada sete já fezo procedimento até os 40 anos de idade, sendo que 81% delas têm religião, o que sugere que, mesmo com suas crenças, consideramser mais urgente resolver a gravidezpor não desejarem dar à luz a uma criança que não queremnaquele momento. O estudo indica que muitas das mulheres têm religião de linha conservadora e, mesmo assim, fazemo aborto, ainda que não compartilhem a decisão com outras pessoas.Para movimentos a favor da legalização, a atitude revela hipocrisia.

    Perigos e barreiras

    Os movimentos feminista e mulherista chamam a atenção para o fato de que o aborto clandestino coloca as mulheres emsituação de maior vulnerabilidade e, por essa razão, defendem que se trata de uma questão de saúde pública. Essaassociação pode ser observada por meiode outro dado da pesquisa nacional: 43% delas precisam ser hospitalizadas após o procedimento.

    O risco do aborto feito de modo improvisado, sem a proteção legal e, portanto, sem assistênciaadequadade profissionais de saúde, pode levar à morte e, nesse cenário, a maioria é negra. De acordo com o mais recente levantamento oficial do país, 64% das mulheres que perderam a vida após tentar fazer um aborto não especificado – termo mais usado para os abortos clandestinos -tinham esse perfil,tendo comobase o intervalo de 2012 a 2021. De 2012 a 2019, mais de 192 mil mulheres foram internadas após abortos não especificados ou após a tentativa dar errado.

    A advogada Letícia Vella, do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, avalia que, se a mentalidade do país fosse outra, o acesso seria mais fácil até para quem tem, atualmente, direito a fazer um aborto. “As barreiras são inúmeras”, observa.

    Ela citou, entre essas barreiras: poucos serviços que oferecem consultas para que se chegue à possibilidade de realização do procedimento; objeção de consciência por parte dos profissionais;limite de idade gestacional;autorização judicial, quando não é necessária; e desconfiança na palavra dasmulheres. Citou ainda tentativas de verificar a compatibilidade da idade gestacional com a época da violência (estupro)ea desconsideração de doenças crônicas.

    Relato

    A designer Ísis* tinha 39 anos e saía há um mês com seu companheiro, apesar de o conhecer há anos, quando descobriu a gravidez indesejada. O relacionamento era tão recente quanto o emprego que conseguira. Pela lei que vigora hojeno Brasil, Ísis não poderia realizar um aborto. Ela chegou a tomar a pílula do dia seguintepara evitar a gravidez, mas não funcionou.

    A ajuda chegou por meio de pessoas de sua confiança, emsua maioriamulheresque indicaram contatos para a compra de substâncias abortivas. Ísis também consultou um médico para saber como deveria tomar o medicamento, que adquiriu com dinheiro guardado na poupança, e para conhecer osriscos. Ela contou com o apoio do companheiro, que teve receio de que ela morresse ou ficasse com sequelas após o procedimento.

    “Também conheço uma moça que, mesmo tendo dinheiro, quase não conseguiuabortar. Ela estava grávida de gêmeos. Só soube quando foi verificar no exame transvaginal”, conta Ísis, acrescentando que o aborto de um dos fetos não foi feito com sucesso e que ela precisou recorrer a doses de mifepristona, que obteve por meio de um coletivo feminista.

    “Eu não estava preocupada em morrer, estava preocupada em parir sem ter planejado. Eu tinha pouquíssimo tempo no emprego. Imagina a confusão”, afirma.

    *O nome da entrevistada foi trocado para preservar sua identidade.

    Edição: Graça Adjuto
    — news —