A crescente demanda por transporte de produtos agropecuários tem pressionado os custos logísticos no Brasil, refletindo diretamente no escoamento da safra. O Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na segunda-feira (30), aponta que a combinação entre maior volume de carga, redução na oferta de transportadores e reajustes no preço do diesel resultou em aumentos expressivos no valor dos fretes em diversas regiões do país.
Em Mato Grosso, a intensificação da colheita e os custos operacionais provocaram uma elevação nos preços do transporte no final de fevereiro. No Piauí, o início antecipado da colheita da soja elevou as tarifas em até 39%, enquanto no Maranhão, a rota entre Balsas e o Terminal Portuário de São Luís registrou aumento de 26,8%.
A Bahia apresentou um comportamento variado: em algumas praças houve alta devido à demanda aquecida, enquanto em Irecê, o preço caiu devido ao aumento da oferta de prestadores de serviço. Em São Paulo, os valores mantiveram-se elevados, refletindo a concorrência entre produtores de diferentes regiões. No Paraná, a valorização da soja impactou diretamente os fretes, com aumentos que chegaram a 20% em Campo Mourão, 19,35% em Cascavel e 11,94% em Ponta Grossa.
Nos estados do Centro-Oeste, como Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul, os fretes também sofreram reajustes significativos em fevereiro. A dificuldade em encontrar caminhões, aliada ao aumento no preço do diesel e à revisão da tabela de fretes, impulsionou os custos do transporte. Em Goiás, a forte demanda para os portos de Santos e Paranaguá pressionou os preços, enquanto no Distrito Federal as tarifas subiram entre 12% e 15%, principalmente nas rotas para Araguari (MG), Santos (SP) e Imbituba (SC). Em Mato Grosso do Sul, além da colheita das culturas de verão, a alta do ICMS sobre o diesel também contribuiu para o encarecimento do escoamento da safra.
Com esses aumentos, a logística segue sendo um dos principais desafios para o agronegócio brasileiro, reforçando a necessidade de soluções estratégicas para mitigar os impactos dos custos de transporte no setor produtivo.
Calcular os custos de um pequeno negócio é uma prática fundamental para a saúde e a sustentabilidade. Ao entender os custos e as receitas, os empresários conseguem tomar decisões informadas que afetam diretamente o desempenho financeiro da empresa. Essa gestão minuciosa permite não apenas a identificação de despesas excessivas, mas também a otimização dos recursos disponíveis, assegurando que cada real investido traga um retorno adequado.
Um dos principais benefícios do controle financeiro é a capacidade de prever e planejar o fluxo de caixa. Ter uma visão clara das entradas e saídas ajuda os empreendedores a evitar surpresas financeiras que podem comprometer a operação do negócio.
Além disso, essa prática torna possível a realização de ajustes proativos, melhorando o planejamento orçamentário e garantindo que as obrigações financeiras sejam atendidas em dia. Um fluxo de caixa saudável não só garante a continuidade do negócio, mas também abre portas para novos investimentos.
Outro aspecto relevante do controle financeiro é seu papel na tomada de decisões estratégicas. Com um panorama detalhado das finanças, os empresários podem identificar áreas que requerem mais atenção, como produtos menos lucrativos ou gastos desnecessários.
Essa análise crítica permite que oportunidades de crescimento sejam efetivamente exploradas, desde a expansão de linhas de produtos até a melhoria de processos internos, aumentando a eficiência do negócio. Com todos esses fatores, torna-se evidente que o controle financeiro não é apenas uma necessidade, mas um diferencial competitivo essencial para qualquer pequeno empreendedor que busca não apenas sobreviver, mas prosperar no mercado.
Identificando custos fixos e variáveis
Identificando custos fixos e variáveis
Nos negócios, a compreensão adequada dos custos é fundamental para garantir a saúde financeira e o sucesso a longo prazo da empresa. Os custos podem ser classificados em duas categorias principais: fixos e variáveis, cada um desempenhando um papel distinto no funcionamento da organização.
Custos fixos são aqueles que permanecem constantes, independentemente do volume de produção ou vendas. Isso inclui despesas como aluguel, salários de funcionários permanentes, seguros e serviços públicos. Por exemplo, se um pequeno negócio opera em um espaço alugado, o valor do aluguel deve ser pago mensalmente, independentemente de quantos produtos são vendidos. Esses custos são essenciais para a manutenção da estrutura do negócio e precisam ser cuidadosamente planejados para evitar déficits financeiros.
Por outro lado, os custos variáveis são aqueles que flutuam de acordo com o nível de atividade do negócio. Exemplos incluem matérias-primas, comissões para vendedores e custos de embalagem. Por exemplo, se uma empresa de confeitaria aumenta a produção de bolos, os gastos com ingredientes e suprimentos inteiramente dependem da quantidade de bolos confeccionados. A identificação precisa de custos variáveis é crucial para a elaboração de preços e para a previsão de lucros.
Para que os empreendedores possam acompanhar e registrar esses gastos de forma eficaz, é recomendável utilizar softwares de finanças, planilhas ou aplicativos de contabilidade. Esses sistemas permitem categorizar despesas respectiva e claramente, auxiliando na visualização e no controle financeiro. Além disso, é importante que os proprietários de pequenos negócios façam uma revisão periódica de todas as despesas, incluindo aquelas menos evidentes, pois cada centavo pode impactar os resultados finais. Por meio dessa prática, é possível garantir uma gestão financeira consciente e organizada, essencial para o crescimento do empreendimento.
Calculando as receitas de forma eficiente
Calculando as receitas de forma eficiente
Calcular as receitas de um pequeno negócio é essencial para o seu sucesso financeiro. Para isso, é fundamental entender a diferença entre receitas brutas e líquidas. As receitas brutas referem-se ao total de vendas realizadas antes de qualquer dedução, enquanto as receitas líquidas são o resultado após subtrair custos, impostos e devoluções. Essa distinção ajuda a fornecer uma visão mais clara da lucratividade real da empresa.
Uma metodologia eficaz para projetar vendas futuras é a utilização de dados históricos. Analise seu desempenho anterior, levando em conta fatores sazonais e tendências do mercado. Ao combinar esses dados com uma análise de potencial de crescimento e variações econômicas, é possível estimar de forma mais realista as receitas futuras. O estabelecimento de metas de vendas também pode ser um motivador interessante e ajudar no rastreamento do desempenho.
Além disso, ter uma previsão de fluxo de caixa é uma prática que deve ser priorizada. Ao mapear as entradas e saídas de dinheiro esperadas, um gestor pode tomar decisões mais informadas sobre a alocação de recursos e investimentos. Essa projeção permite identificar períodos críticos em que podem ocorrer déficits de caixa, possibilitando que ações proactive sejam implementadas para garantir que a empresa continue operando de maneira saudável.
Por fim, o uso de softwares de gestão financeira pode facilitar ainda mais o cálculo e a monitorização das receitas. Esses sistemas oferecem funcionalidades que permitem integrar informações sobre vendas, despesas e fluxo de caixa, proporcionando uma visão abrangente da saúde financeira do negócio. Em suma, uma abordagem metódica e estruturada para calcular as receitas não apenas melhora a viabilidade do pequeno negócio, mas também impulsiona seu crescimento sustentável.
Ferramentas e recursos para o controle financeiro
Ferramentas e recursos para o controle financeiro
A gestão financeira é um aspecto crucial para o sucesso de um pequeno negócio, e a escolha de ferramentas adequadas pode facilitar dramaticamente esse processo. Existem diversas opções disponíveis no mercado que são projetadas para auxiliar os empresários no controle de custos e receitas. Dentre essas ferramentas, os softwares de contabilidade se destacam. Programas como QuickBooks e ContaAzul permitem que os proprietários acompanhem suas finanças de forma prática, registrando despesas e receitas, além de gerarem relatórios financeiros que fornecem uma visão clara da saúde financeira da empresa.
Além dos softwares, os aplicativos de gestão financeira têm ganhado popularidade pela sua acessibilidade e facilidade de uso. Aplicativos como Mobills e Guiabolso ajudam os pequenos empresários a monitorarem suas finanças diárias, controlando gastos e facilitando o planejamento orçamentário. Tais ferramentas costumam oferecer funcionalidades que incluem a categorização de despesas, lembretes de pagamento e até a possibilidade de integração com contas bancárias, tornando o controle financeiro ainda mais eficiente.
Para aqueles que preferem uma abordagem mais manual ou que ainda não estão prontos para investir em tecnologia, as planilhas do Excel ou Google Sheets podem ser uma alternativa excelente. Existem diversos modelos prontos online que permitem o monitoramento de custos e receitas, bem como o cálculo de lucros e perdas. Esses recursos são especialmente úteis para quem está iniciando e ainda precisa se familiarizar com a terminologia financeira.
Ademais, é fundamental considerar a educação financeira como um elemento contínuo na gestão empresarial. Participar de cursos e workshops pode expandir o conhecimento sobre finanças. Plataformas como Coursera e Sebrae oferecem cursos gratuitos e pagos que abordam desde a introdução à contabilidade até estratégias avançadas de gestão financeira. Investir tempo na educação financeira não só potencializa o uso dessas ferramentas, mas também fortalece a decisão sobre quando e como aplicar esses recursos na prática após o aprendizado.
Pesquisas feitas pela Fiocruz, em parceria com as organizações não governamentais ACT Promoção da Saúde e Vital Strategies, estimam o custo que o consumo de alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas tem sobre o sistema público de saúde no país. A partir de dados de atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), levantamentos mostram que a má alimentação com ultraprocessados leva a R$ 933,5 milhões por ano em gastos diretos com saúde, um total de R$ 10,4 bilhões se considerados custos indiretos e de mortes prematuras, e R$ 18,8 bilhões em relação ao consumo de bebidas alcoólicas. As estimativas não incluem dados de atendimentos na rede suplementar de saúde (planos de saúde e clínicas particulares fora do SUS), nem atendimentos que não tenham esses agentes como principal causa relacionada.
Os estudos indicam a necessidade de combinação de estratégias para diminuir o impacto, com uso de impostos seletivos, aumentando o custo de produtos que tenham esse potencial contra a saúde pública, de forma transparente e relacionada a campanhas de conscientização como as de combate ao tabagismo. “Esses impostos seletivos têm, além do potencial de financiar o tratamento do que os produtos causam, o efeito de reduzir o consumo de substâncias nocivas e estimular escolhas mais saudáveis. Em longo prazo, há também um caráter progressivo associado, com a redução de custos no sistema de saúde e a diminuição da perda de produtividade e de doenças que reduzem a expectativa de vida”, explicou Marília Albiero, coordenadora de Inovação e Estratégia da ACT Promoção da Saúde.
As ONGs promovem campanha pela inclusão desse tipo de imposto na reforma tributária, como estratégia casada de promoção à saúde e financiamento de políticas de justiça tributária. “Em um país que tem enfrentado dificuldades de equacionar receita e despesa nos últimos 10 anos, num momento em que se tem uma pressão muito grande de financiamento do SUS e uma reforma tributária que precisa ser equacionada do ponto de vista de alíquota adequada e de quem paga a conta da limitação dessa alíquota, é preciso entender que alguns setores que causam mais custo para a sociedade podem pagar essa conta, e que ela funciona em uma lógica de ganha-ganha: não só arrecada mais, como pensa uma lógica de tributação específica para garantir políticas necessárias a partir do ganho desse setor”, defendeu Pedro de Paula, diretor da Vital Strategies no Brasil.
A lógica do lobby é a de que o consumo pouco controlado desses produtos esconde o impacto no aumento de doenças comuns e debilitantes, como a hipertensão, o diabetes e a obesidade, que estão entre os principais causadores de perda de produtividade por questões associadas à saúde e entre os fatores determinantes para o surgimento de doenças mais complexas, como demências e cânceres. Além disso, podem ser o caminho para construir sistemas de apoio à agricultura familiar e à distribuição de alimentos in natura, estabelecendo, a partir de combinação de medidas, “uma mudança estrutural do sistema tributário, atuando como instrumento para promover saúde, equidade e sustentabilidade”, completou Albiero.
Riscos associados
Os estudos indicam ainda que as doenças relacionadas ao consumo de ultraprocessados e álcool causam, respectivamente, impacto de 57 mil e de 105 mil mortes por ano. Ainda que o aumento da taxação não vá impedir o consumo excessivo em sua totalidade, há grande potencial de diminuição dessas mortes, estimadas inicialmente em cerca de 25%, ou seja, quase 40 mil vidas por ano, além de ganho na qualidade de vida. Uma comparação feita pelos pesquisadores é com os investimentos recorrentes, e necessários, contra doenças transmissíveis, como a dengue. As campanhas anuais tendem a salvar vidas em patamar de milhares, cerca de duas mil por ano. Uma diferença gritante, quando posta em perspectiva tal disparidade.
“Vale lembrar que essas estimativas são conservadoras, visto que se limitam ao impacto na população empregada adulta, maior de 20 anos, e não incluem outros custos de prevenção, atenção primária, saúde suplementar ou gastos particulares no tratamento das doenças causadas pelo consumo de ultraprocessados”, afirmou Eduardo Nilson, pesquisador da Fiocruz, responsável pelos estudos. São, portanto, uma leitura do cenário a partir dos dados públicos disponíveis. Propositalmente, foram bastante criteriosos, excluindo danos colaterais e cenários relacionados a outros fatores de risco.
Sobre o álcool, que é base para a campanha publicitária “Quer uma dose de realidade?” o estudo buscou entender a percepção pública a respeito da taxação. Os resultados de uma pesquisa por meio de questionários, com cerca de mil participantes, estimou que 62% dos brasileiros apoiam o aumento de preços e 61% são a favor de impostos para reduzir o consumo de álcool. Para 77% das pessoas ouvidas, o governo é responsável por combater os danos relacionados ao álcool. “A gente está falando de 105 mil mortes. Qual é o custo social disso, do ponto de vista de saúde mental, de desesperança, quando você está falando de violência e insegurança pública decorrente dessa violência? Dá até, em longo prazo, para a gente começar a pensar em qualificar essas estimativas. Mas é exatamente isso, tem setores que causam danos para a sociedade e eles devem arcar com esses custos de forma adequada”, completou Pedro de Paula.
O estudo apontou ainda a diminuição potencial de riscos associados com grande difusão na sociedade, como o impacto do álcool na violência doméstica e na gravidade de acidentes de trânsito.
Os preços do algodão em pluma no mercado doméstico permanecem estáveis, oscilando em um pequeno intervalo, de acordo com pesquisadores do Cepea. Nem mesmo as variações no mercado internacional ou as recentes oscilações do dólar foram suficientes para provocar um aumento nos valores internos. A liquidez segue baixa, com a maioria dos compradores afastados das aquisições. Apenas alguns demandantes, que precisam repor seus estoques, têm mantido certa atividade no mercado spot.
Por outro lado, os vendedores estão dispostos a negociar lotes de algodão, mas muitos preferem focar na realização de contratos a termo, visando entregas no médio prazo e priorizando exportações. Isso mantém o ritmo das transações internas relativamente moroso, com maior ênfase nas operações futuras.
Em Mato Grosso, um dos maiores produtores de algodão do Brasil, o cenário também apresenta certa estabilidade. A estimativa de setembro de 2024 do projeto Acapa-MT mostrou uma redução mensal de 1,99% no custeio da safra 2024/25, influenciada pela queda de 5,16% nos gastos com defensivos em relação à projeção anterior, de agosto. O Custo Operacional Efetivo (COE) ficou estimado em R$ 13.095,50 por hectare para o ciclo 2024/25, representando uma diminuição de 1,55% em comparação à estimativa anterior e de 4,37% em relação ao consolidado da safra 2023/24.
Esses fatores indicam um controle maior sobre os custos de produção, o que pode ajudar os produtores a manterem a competitividade em um mercado desafiador, marcado pela baixa liquidez interna e pela dependência de contratos internacionais. Contudo, a baixa movimentação interna sugere que o mercado brasileiro de algodão ainda enfrenta dificuldades para sair de um cenário de estagnação, mesmo com as condições externas favoráveis.
Na manhã desta quarta-feira (18/09), o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) realizaram um importante evento para o agronegócio do estado. O projeto “Acompanhamento dos Custos de Produção Agropecuária de Mato Grosso – Safra 2024/25” foi apresentado em formato híbrido, com a participação presencial no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e transmissão ao vivo pelo canal do Imea no YouTube.
O evento foi conduzido pelo coordenador de Inteligência de Mercado, Rodrigo Silva. O superintendente do Imea, Cleiton Gauer, abriu o evento dando as boas-vindas aos participantes, e as apresentações dos painéis ficaram a cargo dos analistas de Rentabilidade, Abraão Viana e Júlio Rossi. Representando o presidente Vilmondes Tomain, participaram os diretores da Famato, Ronaldo Vinha (Relações Institucionais) e Robson Marques (Administrativo e Financeiro). O Senar-MT, que também é realizador do projeto, foi representado pelo superintendente Marcelo Lupatini.
O encontro trouxe uma análise detalhada dos custos de produção das principais atividades agropecuárias do estado, como soja, milho, algodão, bovinocultura de corte e leite, suinocultura, piscicultura, entre outras. O objetivo do projeto é fornecer um panorama preciso dos fatores que impactam os custos nas diversas regiões produtivas de Mato Grosso, orientando decisões tanto dos produtores quanto dos agentes de mercado.
Utilizando a metodologia do “Painel Modal”, que coleta dados de uma propriedade rural típica de cada macrorregião, o projeto gera indicadores robustos sobre os custos médios de produção. Em 2024, o projeto foi expandido para divulgar mais detalhes sobre piscicultura e suinocultura, refletindo o crescente interesse e desenvolvimento dessas cadeias produtivas no estado.
Entre os destaques da análise está a estimativa de crescimento da área plantada de soja, que, para a safra 2024/25, está em 12,66 milhões de hectares, representando um aumento de 1,47% em relação ao ciclo anterior. A produção esperada de soja deverá alcançar 44,04 milhões de toneladas, um incremento de 12,78% em comparação à safra passada. O milho, também de grande relevância, teve aumento no custo de produção devido à alta dos fertilizantes, mas a produção deve crescer 11,35%, alcançando 47,83 milhões de toneladas. No entanto, o cenário é delicado, já que o aumento nos custos e a redução na receita têm impactado a produtividade dos produtores.
Outras culturas, como o gergelim, surgem como opções interessantes para a segunda safra, com a expectativa de um Lajida (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) positivo ao produtor, devido ao aumento na receita bruta e à redução nos custos de produção, diversificando as oportunidades.
A bovinocultura, tanto de corte quanto de leite, foi amplamente discutida. Para a pecuária de corte, os dados indicam um aumento significativo no uso de tecnologias de confinamento e manejo nutricional, o que tem impactado os custos, mas também gerou ganhos expressivos em produtividade. Essas inovações permitem que os produtores mantenham a competitividade, apesar dos desafios com os insumos. No leite, os desafios com os insumos, como o custo da alimentação, foram apontados como fator de atenção para os produtores.
O algodão apresentou custos de produção e lucros semelhantes à safra passada, suficientes para cobrir todos os custos de produção. No entanto, houve um aumento médio de 2,5% nos custos operacionais em relação à safra anterior, devido à alta nos preços de herbicidas e defensivos, o que exige atenção redobrada por parte dos produtores para garantir que as margens continuem positivas.
Além de detalhar os custos, o evento trouxe projeções para a safra 2024/25. A expectativa é de estabilidade nos custos de produção, especialmente em culturas como a soja e o milho, devido a uma previsão de leve recuo nos preços de insumos, como fertilizantes e defensivos. Contudo, para algodão e suinocultura, os custos tendem a se manter elevados, exigindo estratégias mais cautelosas por parte dos produtores.
A rentabilidade da soja também foi detalhada para a próxima safra, com especificações mais precisas em termos de Lajida. A atividade se mantém atrativa para os produtores.
Já o feijão teve uma queda expressiva na rentabilidade devido à redução nos preços de venda, embora ainda se estime um Lajida positivo para a próxima temporada, já que os produtores conseguem gerenciar os custos.
A cana-de-açúcar enfrentou uma redução nas margens devido ao aumento dos custos, o que resultou em uma rentabilidade líquida negativa. Esse cenário pressiona os produtores a buscar formas de reduzir custos ou diversificar a produção para compensar as perdas. Já a silvicultura, com receita bruta e custos semelhantes ao ano anterior, apresenta uma rentabilidade líquida positiva, considerando os ganhos de duas colheitas, o que garante a visão econômica dessa atividade no estado.
O projeto incluiu uma análise mais aprofundada por regiões, abordando os principais custos de produção nas macrorregiões de Mato Grosso. Isso permite que os produtores tenham um diagnóstico ainda mais preciso da realidade local e possam adaptar suas estratégias conforme as particularidades de suas regiões.
Os custos de produção de frangos de corte e suínos aumentaram significativamente em junho nos principais estados produtores e exportadores, conforme estudos da Embrapa Suínos e Aves divulgados em sua Central de Inteligência de Aves e Suínos (embrapa.br/suínos-e-aves/cias ).
No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte atingiu R$ 4,58, representando uma elevação de 3,61% em relação ao mês de maio. O aumento acumulado no ano chega a 3,90%, enquanto nos últimos 12 meses houve um aumento de 2,57%, com o ICPFrango alcançando 354,71 pontos em junho. A ração se destacou como o principal componente de custo, com um aumento de +4,75% e uma participação de 67,32% no custo total de produção. Outros itens que melhoraram para o aumento nos custos foram os juros sobre o capital investido e de giro (+2,49%) e genético (+2,32%).
Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo de suíno vivo alcançou R$ 5,84, um aumento de 1,08% em comparação a maio, mas ainda com uma queda acumulada no ano (-5,87%), enquanto registra alta nos últimos 12 meses (1,36%), com o ICPSuíno atingiu 334,07 pontos. Os custos com juros sobre o capital investido e de giro e rações foram determinantes, com aumentos de +1,91% e +1,12%, respectivamente.
Os estados de Santa Catarina e Paraná são referências nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS devido à sua posição como maiores produções nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente. No entanto, o CIAS também oferece estimativas para outros estados brasileiros. Essas informações são fundamentais para indicar a evolução dos custos nesses setores produtivos.
É importante que avicultores e suinocultores monitorem a evolução de seus próprios custos de produção, utilizando esses índices como referência para a tomada de decisões estratégicas.
Aplicativo Custo Fácil – O aplicativo da Embrapa agora permite gerar relatórios dinâmicos das fazendas, do usuário e das estatísticas da base de dados. Os relatórios permitem separar as despesas dos custos com mão de obra familiar. O Custo Fácil está disponível de graça para aparelhos Android, na Play Store do Google.
Planilha de custos do produtor – Produtores de suínos e de frango de corte integrado podem usar na gestão da granja a planilha eletrônica feita pela Embrapa. A planilha pode ser baixada gratuitamente no site do CIAS.
Os custos de produção de frangos de corte e suínos registraram aumento no mês de maio nos principais estados produtores e exportadores, conforme estudos periódicos pela Embrapa Suínos e Aves através de sua Central de Inteligência de Aves e Suínos ( embrapa.br/suínos-e- aves/cias ).
No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte atingiu R$ 4,42, representando uma elevação de +3,45% em relação ao mês de abril. O aumento acumulado no ano foi de +0,28%, enquanto nos últimos 12 meses houve uma redução (-4,04%), com o ICPFrango alcançando 342,35 pontos. A ração se destacou como o principal componente de custo, com um aumento de +4,17% e uma participação de 66,59% no custo total de produção. Outros itens que foram desenvolvidos para o aumento nos custos foram com genética (+2,41%), mão de obra (+2,67%) e juros sobre o capital investido e de giro (+3,33%).
Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo de suíno vivo alcançou R$ 5,78, um aumento de +2,69% em comparação a abril, mas ainda com uma queda acumulada no ano (-6,87%) e nos últimos 12 meses (-0,83%), com o ICPSuíno atingiu 330,50 pontos. Os custos com rações e juros sobre o capital investido e de giro foram determinantes, com aumentos de +3,29% e +3,37%, respectivamente.
Os estados de Santa Catarina e Paraná são referências nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS devido à sua posição como maiores produções nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente. No entanto, o CIAS também oferece estimativas para outros estados brasileiros. Essas informações são fundamentais para indicar a evolução dos custos nesses setores produtivos.
É importante que avicultores e suinocultores monitorem a evolução de seus próprios custos de produção, utilizando esses índices como referência para a tomada de decisões estratégicas.
InterPIG 2024
Desde o início da semana (17), o pesquisador Marcelo Miele participa da reunião anual do Grupo para Comparação dos Custos de Produção na Suinocultura (InterPIG), organizada pela empresa Átria, em Seinäjoki, Finlândia.
Segundo o pesquisador, os resultados esperados com a participação na reunião são “apresentar os custos de produção de suínos no Brasil em 2023; participar da discussão metodológica para viabilizar a comparação dos custos entre os principais países produtores; coleta de dados (coeficientes técnicos e preços) usados para calcular custos de produção nos principais concorrentes do Brasil em suínos; e estabelecer e consolidar canais de interlocução e rede de contatos internacionais para troca de informação”.
De acordo com Miele, essas ações atendem às demandas dos atores da cadeia produtiva e estão alinhadas com a missão da Unidade. “O principal impacto desta atividade trará informações para os agentes da cadeia produtiva no Brasil sobre o grau de competitividade dos seus principais concorrentes, contribuindo para a inteligência estratégica na Embrapa, nos órgãos públicos e na cadeia produtiva”, diz.
A reunião InterPIG ocorre anualmente, envolvendo as principais instituições de pesquisa que estudam a competitividade da suinocultura nos principais países produtores (a Embrapa Suínos e Aves participa desde 2008). Estas instituições compõem a rede denominada InterPIG, sendo que a responsabilidade pela organização é rotativa entre os membros. Em 2015 foi organizada uma reunião pela Embrapa Suínos e Aves. As informações da rede encontram-se disponíveis no CIAS, na seção “custos de suínos” ( embrapa.br/suinos-e-aves/cias/custos/icpsuino ).
Os custos de produção de suínos e de frangos de corte caíram no mês de março nos estados líderes em produção e exportação segundo os estudos registrados pela Embrapa Suínos e Aves em sua Central de Inteligência de Aves e Suínos. Em Santa Catarina, o custo de produção por quilo de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo chegou a R$ 5,61, queda de 1,42% em relação a fevereiro. No ano, o acumulado é de -9,52%, o que fez o ICPSuíno cair para 321,12 pontos. O custo com a alimentação dos suínos determinou esse recuo, caindo a R$ 4,09, o que representou 73,33% do custo total.
Já os custos de produção do quilo de frango de corte no Paraná produzido em aviário tipo climatizado com pressão positiva foram de R$ 4,27 em março, queda de 2,39% em comparação com fevereiro. No ano, o acumulado é de -3,14%, o que fez o ICPFrango cair para 330,66 pontos. Assim como na suinocultura, o custo com a alimentação das aves determinou esse retorno, caindo para R$ 2,84, participando em 66,39% do custo total.
Os estados de Santa Catarina e Paraná são usados como referência nos cálculos do CIAS por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente. Os custos de produção são uma referência para o setor produtivo. Entretanto, suinocultores independentes e avicultores sob contratos de integração devem acompanhar a evolução dos seus próprios custos de produção.
Divulgação/Embrapa
Aplicativo Custo Fácil – O aplicativo da Embrapa agora permite gerar relatórios dinâmicos das fazendas, do usuário e das estatísticas da base de dados. Os relatórios permitem separar as despesas dos custos com mão de obra familiar. O Custo Fácil está disponível de graça para aparelhos Android, na Play Store do Google.
Planilha de custos do produtor – Produtores de suínos e de frango de corte integrado podem usar na gestão da granja a planilha eletrônica feita pela Embrapa. A planilha pode ser baixada gratuitamente no site do CIAS.
Os consumidores brasileiros já pagaram, este ano, R$ 25,8 bilhões em subsídios embutidos nos impostos da conta de energia elétrica. O montante equivale a 12,59% da tarifa média paga pelas residências no país. O levantamento foi divulgado hoje (29) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por meio do Subsidiômetro, uma ferramenta criada para detalhar os subsídios presentes no setor elétrico e qual o custo deles para o consumidor.
O relatório digital consolida dados fornecidos pelas distribuidoras de energia e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) sobre os itens de custo que compõem a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que é o fundo setorial que tem como objetivo prover recursos para diversas políticas públicas do setor elétrico. Nos últimos cinco anos, a CDE dobrou seu orçamento, passando de R$ 15,99 bilhões, em 2017, para R$ 32,10 bilhões em 2022.
Do valor pago na fatura para a CDE, por exemplo, R$ 8,9 bilhões foram para a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), usados para custear a geração termelétrica nos sistemas isolados, que não foram conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN), como regiões da Amazônia. O custeio da geração por fontes renováveis também levou R$ 6,9 bilhões. Outros R$ 3,3 bilhões foram para a Tarifa Social, para o custeio de desconto a famílias de baixa renda.
Na Geração Distribuída, o subsídio chega a R$ 2,2 bilhões, que incluem os sistemas de micro e minigeração de energia, aquela energia produzida pelos próprios consumidores, em sua maioria a partir de painéis solares.
Para o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, alguns desses subsídios são voltados a políticas sociais, “cujo mérito são inquestionáveis”, mas os consumidores devem conhecer quem se beneficia dos valores pagos “e decidir se esses benefícios incluídos nos subsídios compensam os valores pagos na fatura”. “A CDE precisa ser pensada como orçamento público, por meio do qual novas despesas devem estar limitadas a novas fontes de receita. A conta de energia elétrica não pode ser encarada como uma fonte infinita de financiamento de política pública”, disse, durante apresentação do Subsidiômetro, em reunião ordinária da diretoria da Aneel.
“O esclarecimento da sociedade e também dos formuladores de políticas públicas em relação a essa pauta é fundamental para que as decisões sejam tomadas com o devido conhecimento dos seus impactos”, explicou. Nessa linha, segundo Feitosa, o Congresso Nacional tem feito mudanças legislativas no sentido de reverter a tendência da implantação de subsídios na conta de energia elétrica.
Para ele, o elevado custo da CDE e dos subsídios como um todo “tem limitado o papel da energia elétrica como vetor de ganho de produtividade, competitividade e bem-estar pessoal”.
“A discussão, para ser justa, deveria se pautar nos esforços em diminuir as tarifas de energias elétrica, reduzir os subsídios custeados por meio de tarifas, buscar novas fontes de receita para a CDE, ou seja, pautas que ampliem o bem-estar social da população, aumentem a competitividade do país e da indústria, facilitem a arrecadação de impostos com tarifas médias, assegurem a remuneração adequada e aderente aos riscos dos negócios para os empreendedores de geração distribuída, como também geração centralizada e distribuidores, evitando transferências injustas de renda”, argumentou.
Geração Distribuída
A partir de 2023, conforme o Marco Legal da Geração Distribuída, parte dos subsídios da micro e minigeração de energia passam a ser incluídos na CDE. Segundo Feitosa, a estimativa atual de custos é de aproximadamente R$ 1,4 bilhão, arcados apenas pelo mercado cativo (aqueles que compram da distribuidora local de energia). “Ou seja, mais aumento nas contas da CDE”, destacou.
O diretor-geral da Aneel contou que um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional (PL 2703/2022) prevê a postergação desse prazo. Mas isso, segundo ele, agravaria mais esse quadro em aproximadamente R$ 25 bilhões a serem incluídos de forma implícita na tarifa ao longo dos próximos anos.
“Também, além de trazer insegurança ao setor, uma vez que propõem-se a rediscutir alteração de uma lei que tem menos de um anos de aplicação e que terá como resultado a ampliação de benefícios para um pequeno grupo de consumidores em desfavor da maioria esmagadora dos consumidores que arcarão com esses custos”, argumentou.
Segundo Feitosa, além dos custos incluídos da CDE, já estão previsto para 2023, implícitos na tarifa de energia, aproximadamente 4 bilhões para os subsídios.
A Aneel está com consultas públicas abertas sobre a regulação do marco legal e para detalhar como os benefícios tarifários previstos serão contemplados na CDE e nos processos tarifários das distribuidoras.