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  • Apenas dois cursos de direito de Mato Grosso recebem selo da OAB

    Apenas dois cursos de direito de Mato Grosso recebem selo da OAB

    Das 35 instituições que oferecem cursos de direito em Mato Grosso, apenas duas receberam o selo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que recomenda as faculdades que possuem infraestrutura adequada, professores capacitados e boas notas em provas como o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). No país, dos mais de 1.500 cursos de graduação na área, apenas 161 receberam o selo.

     

    Em Mato Grosso a recomendação foi dada aos cursos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Cuiabá e Barra do Garças (509 km a leste da capital) e o da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em Cáceres ( 225 km a oeste). Por ano, cerca de 4 mil bacharéis de direito são formados nas 35 instituições no estado, porém, menos de 20% consegue passar no exame da OAB, requisito obrigatório para exercer a profissão.

    Para o advogado e presidente da Comissão de Ensino Jurídico da OAB Mato Grosso, José Patrocínio, são observados vários fatores para se conceder o selo, e não só no estado, como no país, a maioria das faculdades não preenche esses requisitos.

    As únicas que têm o desempenho bom são as duas que receberam o selo. É um conjunto de fatores que determina a outorga do selo. Mas o que se vê é que falta infraestrutura, como são 35 instituições, o corpo docente qualificado não consegue atender todas, faltam bibliotecas, o que é um fato negativo e, em muitas faculdades é realizado o estágio à distância, sem ter um relacionamento mais aproximado com o professor”, explica José Patrocínio.

     

    Com 24 anos de carreira, o advogado avalia que essas deficiências podem ser vistas de forma mais clara no Exame da Ordem. “Estamos abaixo de 20% de aprovação. E para passar no exame é preciso saber o básico para exercer a profissão. Precisamos fazer uma reavaliação para melhorar a qualidade de ensino de forma significativa”.

     

    Uma das iniciativas da Comissão Ensino Jurídico nesse sentido será a realização de um levantamento com dados e notas das 35 instituições que oferecem cursos de direito e uma reunião com todas elas para que possam criar e desenvolver estratégias para mudar essa situação.

     

    Se eles colocarem em prática o que prometem no projeto pedagógico, já vai ter uma melhoria significativa. Mas também não posso jogar toda a responsabilidade para a universidade, porque muitos alunos estão ingressando no curso de direito e não sabem fazer interpretação de texto, o que irá trazer dificuldades do professor com esse acadêmico”, afirma o presidente da Comissão.