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  • Guia completo da receita de acarajé baiano

    Guia completo da receita de acarajé baiano

    Se você é um apreciador da rica culinária brasileira, certamente já ouviu falar da receita de acarajé baiano, uma iguaria típica da região nordeste do país, em especial da Bahia. Este prato, repleto de história e sabor, encanta paladares por todo o Brasil e além das fronteiras. Neste guia completo, vamos te ensinar passo a passo como preparar essa delícia em sua própria cozinha. Prepare-se para uma experiência gastronômica única!

    Como preparar a receita de acarajé baiano:

    Receita de acarajé baiano
    Receita de acarajé baiano – Foto: Canva

    Mais abaixo teremos um guia completo para você preparar a sua própria receita de acarajé baiano, como se você estivesse em Salvador!

    Ingredientes:

    • 500g de feijão fradinho
    • 1 cebola grande picada
    • 3 dentes de alho picados
    • Sal a gosto
    • Óleo de dendê para fritar
    • Camarão seco e moído
    • Pimenta do reino a gosto
    • Azeite de dendê para o recheio
    • Pimenta malagueta a gosto

    Modo de preparo:

    Receita de acarajé baiano
    Receita de acarajé baiano – Foto: Canva
    1. Deixe o feijão de molho por aproximadamente 4 horas.
    2. Escorra bem o feijão e bata no liquidificador até obter uma massa homogênea.
    3. Adicione a cebola, o alho e o sal à massa e bata novamente.
    4. Em uma panela funda, aqueça o óleo de dendê.
    5. Com o auxílio de duas colheres, modele pequenas porções da massa em formato de bolinhas e frite no óleo quente até que fiquem douradas e crocantes.
    6. Retire os bolinhos e escorra em papel toalha para remover o excesso de óleo.

    Montagem do Acarajé:

    1. Com uma faca, faça uma pequena abertura em cada bolinho frito.
    2. Recheie com camarão seco moído e pimenta malagueta a gosto.
    3. Regue com azeite de dendê.

    Dicas extras:

    • Sirva o acarajé com vatapá, caruru e salada de tomate e cebola para uma experiência completa.
    • Não esqueça de utilizar óleo de dendê de qualidade para um sabor genuíno.
    • Aproveite para experimentar diferentes recheios, como vatapá, caruru ou camarão refogado.

    O acarajé baiano é muito mais do que um simples quitute, é parte integrante da cultura e da tradição gastronômica do Brasil. Com este guia, você poderá trazer um pedacinho da Bahia para a sua casa, surpreendendo amigos e familiares com uma receita autêntica e cheia de sabor. Experimente hoje mesmo e delicie-se com essa maravilha culinária!

    Origem da receita de acarajé baiano

    Receita de acarajé baiano
    Receita de acarajé baiano – Foto: Canva

    O acarajé baiano, mais do que um simples bolinho de feijão-fradinho, é um símbolo da cultura afro-brasileira, carregando consigo uma rica história e tradição. Sua origem remonta ao Golfo do Benim, na África Ocidental, trazido ao Brasil por escravos iorubás durante o período colonial.

    Na língua iorubá, o termo “àkàrà” significa “bola de fogo”, e “jé” significa “comer”. O acarajé era originalmente preparado como oferenda à orixá Iansã, deusa dos raios, ventos e tempestades. As mulheres iorubás, conhecidas como baianas, vendiam o acarajé nas ruas como forma de sustentar suas famílias.

    Com o passar do tempo, o acarajé se tornou parte integrante da culinária baiana, conquistando o paladar de pessoas de todas as origens. Hoje, é possível encontrar acarajé em diversos pontos de Salvador e em outras cidades do Brasil, sendo considerado um dos patrimônios culturais da Bahia.

    A Preparação do Acarajé:

    O preparo do acarajé é um processo artesanal que exige cuidado e atenção. O feijão-fradinho é demolhado e moído até formar uma massa homogênea. A massa é então temperada com cebola ralada, sal e outros temperos. Em seguida, pequenas porções da massa são moldadas em formato de bola e fritas em dendê, um óleo extraído da palma africana.

    O Acarajé na Cultura Baiana:

    O acarajé está presente em diversas manifestações culturais da Bahia, como o Candomblé, a capoeira e o carnaval. As baianas, vestidas com suas roupas tradicionais, são figuras icônicas que vendem acarajé nas ruas, contribuindo para a identidade cultural da Bahia.

    O acarajé baiano é mais do que uma simples receita culinária. É um símbolo da cultura afro-brasileira, da história da Bahia e da resistência do povo negro. Sua origem, preparo e significado cultural o tornam um patrimônio cultural de valor inestimável.

  • Educação Infantil: conteúdo de 90% das turmas ignora temas raciais

    Educação Infantil: conteúdo de 90% das turmas ignora temas raciais

    Um estudo realizado em turmas de creche e pré-escola de 12 municípios brasileiros indica que 89,8% delas ignoram o ensino de questões étnico-raciais. Todas as regiões do país foram incluídas no mapeamento, que considerou 3.467 turmas, sendo 1.683 creches e 1.784 pré-escola.

    Os dados estão na Avaliação da Qualidade da Educação Infantil: Um retrato pós BNCC (Base Nacional Comum Curricular), feito em parceria da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal com o Itaú Social. O estudo tem como referência a Lei 10.639, que há exatos 21 anos estabeleceu a inclusão de conteúdos relacionados à história e cultura africana e afro-brasileira no currículo escolar.

    O estudo concluiu que as crianças da Educação Infantil participaram de cerca de 11 mil horas de atividades, sem ênfase nas questões raciais. Os materiais artístico-cultural e científico de diferentes origens étnico-raciais tiveram a menor presença nas salas de aula, sendo completamente ausentes em 70% das turmas.

    Renato Brizzi, coordenador de Ensino Fundamental do Itaú Social, alerta que outro problema é a frequência com que esses temas são abordados durante o ano letivo. Normalmente, as atividades pedagógicas ficam concentradas no mês de novembro, quando é celebrado o Dia da Consciência Negra.

    “É importante destacar que na Educação Infantil, além da falta de conteúdos pedagógicos, alguns estudos mostraram que existe uma hierarquização racial na medida em que algumas crianças são elogiadas, abraçadas e escolhidas para as brincadeiras, em detrimento de outras. Já no Ensino Fundamental e Médio, a resistência institucional e a falta de formação do docente ao longo da carreira são fatores determinantes que dificultam a difusão da temática durante o ano”, explica Renato.

    Para a gerente de Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social, Sônia Dias, o estudo deixou claro que ainda há muitos desafios para que a Lei 10.639 seja de fato aplicada. Segundo ela, mesmo nesse cenário, é possível comemorar alguns avanços, como a criação de cursos específicos para formar professores e a reformulação de livros didáticos, que passaram a trazer mais conteúdos que valorizam a história e cultura afro-brasileira.

    “É importante não colocar a população negra apenas em uma posição de subalternidade e inferioridade. Valorizar conteúdos sobre história africana, que nem eram mostrados antes, como a dos reinos africanos que existiam no continente antes e depois da colonização. Devemos valorizar e dar visibilidade para a contribuição da população afro-brasileira. A Lei 10.639, acima de tudo, tem como objetivo contribuir para que haja maior discussão e entendimento sobre a diversidade da nossa sociedade. E também contribuir para diminuir o racismo. E a gente tem visto como isso é desafiador, como o racismo é presente e como estrutura a sociedade brasileira”, enfatizou Sônia.

    Apoio

    Para ajudar instituições e professores a mudarem esse cenário, uma plataforma traz conteúdos pedagógicos voltados especialmente para a história e cultura afro-brasileira. Trata-se da Anansi – Observatório da Equidade Racial na Educação Básica, que tem o apoio do Itaú Social e do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), por meio do Edital Equidade Racial na Educação Básica.

    O acervo digital traz uma variedade de opções que podem ser replicadas em sala de aula, como dicas sobre a relevância do ensino da matemática antirracista, sugestões de livros literários de autores negros, aplicativos, catálogos de jogos e brincadeiras e documentários que destacam a importância da representação e autoestima dos estudantes.

    *O texto foi atualizado às 20h43

    Edição: Fernando Fraga
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